sábado, 17 de outubro de 2009

ETICA E MORAL VI


V - ÉTICA PÚBLICA


Esta esfera da ética diz respeito à condução da coisa pública a responsabilidade da coletividade e dos organismos com relação ao bem comum. Trata-se de uma responsabilidade política. Sua esfera está ligada às questões de violência e desrespeito pela vida, desvio e mau uso do dinheiro público, abuso do poder econômico, corrupção fiscal e poder dos meios de comunicação social.

Uma correta interpretação desta esfera ética exige estabelecer uma correta relação entre o que é público ou particular. Em resumo trata-se de trabalhar pelo bem da cidade ou da “res” (coisa) pública. Nesta esfera encontra-se a preocupação com a ética na política, posto que esta é atividade primeira de cuidado com os bens alheios. Uma das primeiras atitudes que se espera dos homens públicos - quer sejam eles políticos, administradores, juristas, eclesiásticos – será falarem uma linguagem acessível e compreensível por todos. Infelizmente a questão da verdade e da mentira tem sido uma constante no exercício dos cargos políticos. Outra face da ética pública se apresenta na qualidade dos serviços prestados pelos órgãos públicos, ao mesmo tempo em que se espera justa remuneração dos servidores na contrapartida pede-se qualidade dos serviços.

O documento de Aparecida trata da ética pública sob o ponto de vista da concentração de riquezas e condena toda forma de desenvolvimento que se resuma a concentração de riquezas e não leve em conta a solidariedade. Por outro lado o documento valoriza todas as iniciativas que promovam projetos geradores de melhores condições de vida e de respeito à dignidade da pessoa, do ambiente em que ela viva e se orienta para o bem comum (Cf. Ap 69 e 122). Os bispos recordam ainda as palavras do Papa João Paulo II falando sobre a opção preferencial pelos pobres: “converter-se ao Evangelho para o povo cristão que vive na América, significa revisar todos os ambientes e dimensões de sua vida, especialmente tudo o que pertence à ordem social e à obtenção do bem comum”(cf. Ap 391).

Segundo os bispos latino americanos uma das faces da ética pública é a tarefa irrenunciável do poder público e da iniciativa privada para gerar empregos dignos, facilitar a democracia, promover a aspiração a uma sociedade mais justa e uma convivência cidadã com bem estar e em paz (Cf. Ap 404).

O diretório nacional de catequese aponta como uma das tarefas da catequese iniciar os cristãos para vivenciar e assumir conscientemente o compromisso e dar as necessárias respostas para a renovação da Igreja e a transformação da realidade. Para que isso aconteça os catequistas precisam de confiança em Deus e coerência entre fé e vida e fortaleza para acolher as mudanças que são necessárias na caminhada da sociedade e na sua vida pessoal (Cf. DNC160).
Dentre as iniciativas mais significativas dos últimos tempos pela valorização da ética na política pode-se destacar o empenho da Igreja em parceria com outros organismos da sociedade pela aprovação da lei 9840 – contra a corrupção eleitoral e agora a recente campanha pela “ficha limpa”.

Os meios de comunicação social não ficam alheios da sua responsabilidade de promover o bem e a cultura da solidariedade dada a sua grande influência e credibilidade junto a todas as camadas da sociedade.

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