segunda-feira, 12 de outubro de 2009

FILOSOFIA E ÉTICA

FILOSOFIA E ÉTICA

Tratar de ética em qualquer área do comportamento humano, pode-se correr o risco de reduzir a normas e condutas morais, muitas casuísticas e reducionistas. Vamos tratar da questão a partir daquilo que fundamenta toda a problemática da ética no conjunto das relações humanas. A fundamentação da disciplina deita suas raízes na filosofia mãe de toda os questionamentos e procura de soluções.
Assim antes de tratar de ética vamos nos deter um pouco na conceituação de filosofia e seu objeto de estudo.
Longe da filosofia a ética se torna temerosa e sem perspectiva correndo o risco de se perder no emaranhado das outras disciplinas. Vista a partir daquilo que ela tem seu fundamento podemos ir além das outras ciências, transcendendo e dando unidade dinâmica de valores que ajudam no questionamento das práticas.
Ela nos ajuda a superar uma visão reducionista e imediatista da ética que acaba sendo até mercantilista por que reduzida a receitas comportamentais e de satisfação do mercado.
De uma coisa todos esta mos absolutamente certos: ‘não existe ética na empresa, na contabilidade, na política, nos negócios, no marketing, no trabalho, sem ética pessoal.
Deste modo, falar de ética é falar da pessoa humana, que é o maior valor em qualquer relação de trabalho e de negócio.

1. A EMPRESA É O ROSTO DO SER DO HOMEM...
A empresa é uma criação o ser humano, e como tal ela revela o que este é, principalmente seu aspecto social.
1.1 Ela x Ele (segundo alguns autores)
Ettinger – 1998 p. 30 – “A empresa é uma pessoa ou grupo de pessoas associadas para a exploração de uma atividade comercial ou industrial”.
Dolabella – 1999: “O empreendedor é um ser social”; ele deve “ter a capacidade de estabelecer relações com pessoas”, sendo “hábil na formação de sua rede”; “o empreendedor vê nas pessoas uma de suas mais importantes fontes de aprendizagem”.
Ramos – 1989 – “O planejamento depende também da família, da escola, e da vida social. Eles é quem fazem o mercado”.
De Masi –2000 – “A empresa é uma instituição que se pudesse absorveria o trabalhador o tempo inteiro. O faria dormir no emprego”. “É comparada a uma prisão ou a hospício. Suga a inteligência, manipula as emoções e os afetos.”.
Estas e outras definições emitidas por muitos autores nos levam a compreender uma verdade: ‘A empresa é um grupo de pessoas. E isto pode ser entendido como um ser social’.
O homem sendo igualmente um ser social é o que concretiza a empresa. Ela existe no homem e como ele. Por isso tratamos deste ‘ser social’ segundo ou mais ‘complexo’ com um olhar filosófico. Para isso partimos do princípio Aristotélico: ‘A filosofia é a ciência das últimas causas’. Então nossa pergunta aqui não é aquela fundamental que todos nos fazemos: ‘Quem é o homem?’ senão ‘Quem é o homem na empresa’?
Bíblia – Imagem e semelhança de Deus!
Aristóteles – Animal racional; um ser social na sua própria natureza!
Protágoras – É o centro de todas as coisas!
Plotino – (205 AC Egito) – É um ser situado entre os deuses e as feras!
Escoto (Irlandes 800) – É a oficina de todas as criaturas!
Pascal - É um caniço pensante e que é além de si mesmo!
Lametre – É uma máquina! (Musica máquinas do Antônio Cardoso).
Malreaux (escritor frnaces + 1976) – É um ser que sonha ser Deus!
Heidegger (Alemão + 976) – É pastor de si mesmo!
Sartre ( Filósofo francês, existencialista e materialista) – É para si mesmo tudo, mas tudo é absurdo e paixão inútil!
Goethe (Filósofo alemão do século XIX) – Quanto mais se sente homem, mais é semelhante aos deuses!
Kant – (Escocês, idealista, 1680) – É um cidadão de dois mundos!
Nietzsche (Existencialista alemão) – É um cabo entre o animal e o super homem, um campo sobre o abismo!
Hobbes – O homem nasce hostil à sociedade, é lobo do próprio homem!
Rosseau – É bom por natureza, mas a sociedade o corrompe!
Marx – Conjunto de relações sociais e econômicas. É uma construção histórica entre as forças produtivas e isto é também a empresa.
E agora, durma com este barulho! O que significa este ser social para você?

1.2 – Origens do ser social
Que o ser humano é simplesmente algo extraordinário, isto é. Mesmo assim é insuficiente, fraco, impotente, aí está a sua procura por segurança na relação com os demais um dos lugares de busca é a empresa. A empresa é a corporificação da força que o homem não tem e vive buscando.
A aceleração deste processo acontece na medida que o lugar encontrado como sustentáculo seja realmente ‘uno e belo’, isto é, capaz de ligadura e harmonia que complementem. Isto é como se formasse um novo ser! O que é uno e belo se converte em bom como que sinal de integridade do ser. A empresa tem necessidade de ser esta tríade encarnada.
O Ser social não é uma coisa que passa a existir num determinado tempo – por exemplo o nascimento – ele existe muito antes e depende sempre de outro, no caso do indivíduo depende do pai e da mãe de quem depende por toda a vida.
É impossível tratar alguém como se fosse um asteróide é reduzir a pessoa a uma peça de engrenagem. O ser humano é altamente complexo por conta da sua capacidade de raciocinar que o faz entender e estabelecer relações de intelecção.
A empresa acaba se tornando um lugar privilegiado para estimular a inteligência e a comunicação ali ela deixa de ser monopólio do indivíduo.
A partir destes conceitos surge uma das mais extraordinárias realidades humanas, ele passa da condição de solitário para o solidário. A empresa, muitas vezes, coloca lado a lado seres que nunca se conheceram e que vão construindo uma teia de relações muitas vezes extraordinárias.

1.3 - A pessoa e a outra pessoa
Na relação com o outro, o ser humano encontra-se consigo mesmo. O ‘tu’ favorece o conhecimento do ‘eu’. É muito comum quando alguém acha que é o único, insubstituível num determinado setor e aparece outro que faz a mesma tarefa. Abre-se no primeiro um fosso de questionamentos que o levaram a detectar suas forças e fraquezas. Esta relação podemos chamar de embrião de um novo ser. A preferência de estar com alguém indica a formação de uma terceira realidade. Ele passa a existir como outro.
Normalmente na companhia de outro o rendimento é diferente. Vai depender sempre da capacidade trabalhar em equipe. Cada grupo de seres forma uma nova realiadade.
Colocar pessoas para trabalhar é uma decisão ética. Não se trata de um ato burocrático ou mecânico como se estivesse empilhando mesas e cadeiras. Exige conhecer a capacidade de integração que cada indivíduo traz consigo.
O ser humano tem necessidades fundamentais e uma delas é de segurança a qual ela busca também na empresa. Mesmo nas rusgas e mesquinharias do cotidiano o que está como pano de fundo é a segurança. Os enfrentamentos são buscas para construir o ser social.
O ‘frente a frente’ entre indivíduos cria uma relação de inter-subjetividade que pode criar laços de amizade com afetividade intensa que se tornam promotores da eficácia no ambiente de trabalho.
1.4 – As causas da sociedade
A comunidade humana (empresa) equivale a uma série de projetos e formas de vida que não podem ser consideradas como resultado da fatalidade.
A verdadeira comunidade na empresa somente se realiza na medida e que aconteça um composto integrador entre sentimentos e pensamentos é isto que chamamos de decisão ética na composição de uma equipe de trabalho. A isto chamamos causa material.
Podemos nomear uma causa formal, trata-se de formar um time que seja capaz de vestir a camisa da empresa.
Uma terceira causa é o que chamamos de causa eficiente quando as opções de cada membro da empresa forem comuns a todos os membros.
E ainda a chamada causa final. Todos precisam se sentir beneficiados com o trabalho realizado por todos. As finalidades da empresa precisam ser as finalidades de cada pessoa.
Em quinto lugar temos a causa instrumental, esta diz respeito aos meios que são usados para a realização da obra. A estes meios chamamos as normas e regras.
Unindo isso tudo podemos concluir que a empresa é a conjugação de emoções idéias, objetivos, ações, normas; quanto mais tudo isto for consciente, mas a empresa pode ser entendida como eticamente capaz de realizar o maior anseio humano: inclusão.
1.5 – A estrutura social
Nenhuma estrutura empresarial se sustenta sem que sejam levados em conta os elementos, mentais, afetivos, dedicação e esforço. As energias interiores é que formam a empresa. O patrimonial não é o elemento decisivo, mas o espírito de equipe a harmonia entre os membros formam a verdadeira estrutura social da empresa.
A empatia entre os seres humanos vão garantir o desenvolvimento ou a diminuição da força de uma empresa a falta de interligação leva a empresa a perder a tecitura social.
A MELHOR (empresa... etc.); na medida que a sociabilidade é explícita.
A empresa se torna realmente uma sociedade na medida que os membros se sentem corporativos e não unidos por instinto como fazem os animais dotados de inteligência prática.
1.6 – Conclusão
Em resumo, viver socialmente é uma necessidade que surge em conseqüência da liberdade humana e da capacidade do ser em tomar decisões.
A pessoa precisa sentir que a empresa é ela mesma, uma sociedade intermental, intersubjetiva que cria sempre novas relações.

Ghandi - Os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais são: riqueza sem trabalho; prazeres sem escrúpulos; conhecimento sem sabedoria; comércio sem moral; política sem idealismo; religião sem sacrifício e ciência sem humanismo.

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