segunda-feira, 12 de outubro de 2009

SACRAMENTOS...

I - O MATRIMÔNIO É UM SACRAMENTO...

O matrimônio não foi inventado pelos cristãos, a realidade do matrimônio tem manifestações diferentes em todas as culturas, mas estes o vivem de forma diferente, isto é, vivem a partir da fé. Isto sugere algumas perguntas:
a) Precisa ser sacramento para ter sentido?
b) O que o sacramento acrescenta ao matrimônio que este já não o tenha por si?
c) Onde está o caráter específico do matrimônio como sacramento?
d) Que condições se requerem nas pessoas para que possa se dizer que celebram o sacramento do matrimônio?

Ele é sacramento no sentido que atualiza, realiza o mistério pascal de Jesus Cristo. Sua vida, paixão, morte e ressurreição é o centro da celebração cristã do matrimônio entendido como sacramento pela igreja. Em outras palavras: sinal da presença real de Cristo na vida das pessoas.
O Sacramento comunica a comunhão de Deus de amor, é uma opção de fé.

Na Bíblia o ser humano é descrito como imagem e semelhança de Deus, isto é, uma criatura quase perfeita como o próprio criador. Nascemos de Deus e somos como Ele: AMOR. Reconhecer que o sacramento do matrimônio atualiza o mistério pascal significa dizer que a presença de Cristo dá um sabor de eternidade.

Certamente não existe nenhum setor da vida humana de que a maioria dos homens de nosso tempo dependa tanto, em relação à sua felicidade pessoal e à realização de sua existência, como o amor entre o homem e a mulher que assume sua forma duradoura no matrimônio e na família. É uma questão de ser feliz ou de não ser. Do mesmo modo, também não existe outro setor em que a fé e a vida estejam em contato tão imediato como no matrimônio. Pois o matrimônio pertence tanto à ordem da criação, como à ordem da salvação. Em outras palavras o matrimônio tem sua origem em Deus que criou o ser humano homem e mulher, e a Bíblia acrescenta que isto é bom, (cf. Gn 1, 27.31). Esta aliança desejada por Deus entre o homem e a mulher é ao mesmo tempo imagem e, sobretudo, atualização da aliança definitiva que Deus concretizou com o ser humano, em Jesus Cristo, uma semelhança do amor e da fidelidade de Deus para com o homem (cf. Ef 5,21-33). Assim, a realidade criatural do matrimônio entre cristãos constitui também uma realidade salvífica. É sacramental na medida que é sinal de Jesus Cristo. Repetindo é importante dizer que a fé é uma qualificação necessária.

1.0 - A DIGNIDADE SACRAMENTAL DO MATRIMÔNIO
A relação homem-mulher é tão fundamental para a Bíblia que é introduzida na determinação teológica da natureza do ser humano e até mesmo no enunciado de seu ser à imagem de Deus: "Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele o criou" (Gn 1,27).

2.0- INSTITUÍDO POR JESUS CRISTO?
O sacramento do matrimônio não pode ser demonstrado dizendo as palavras da instituição. O importante é a constatação de que o matrimônio está inserido de modo fundamental na obra salvífica de Jesus Cristo.
A posição de Jesus a respeito do matrimônio está configurada de modo mais claro em Mc10,2-9, em que durante uma discussão Jesus vê confrontado com a questão: é lícito a um homem repudiar sua mulher? A polêmica gira em torno da interpretação de Dt24,1, tão debatida entre os judeus. Jesus não entra na discussão casuística; transporta a questão para outro plano, referindo-se à ordem criacional das origens e conclui: "portanto, o que Deus uniu, o homem não separa". Partindo-se de uma visão superficial, daria a impressão de que está reforçando a lei. No entanto, se entendermos essa afirmação dentro do contexto global da pregação de Jesus, perceberemos que o plano da lei foi superado com vantagens. Da mesma forma que os profetas, Jesus está muito consciente da "dureza de coração" do ser humano. Somente se Deus conceder um "coração novo" (Jr31,33). Portanto, não se pode confundir a frase de Jesus a respeito do matrimônio com um preceito legal. Trata-se de uma palavra messiânico-profética, de uma promessa de salvação e de graça. Desse modo, o matrimônio, dentro da mensagem de Jesus, faz parte tanto na ordem criacional das origens, como da ordem salvífica fundamentada no predomínio do amor e da fidelidade de Deus.
O amor e a fidelidade de Deus se tornam presentes na história graças ao amor e à fidelidade existentes entre os cristãos. A Igreja é o sacramento global de Cristo, como Cristo é o sacramento de Deus.
O Vaticano II fala do matrimônio e da família como "Igreja Doméstica". Neste contexto, o casamento e a família não representam apenas uma configuração do ser da Igreja, mas, de modo muito ativo, colaboram também para edificação da Igreja. Os esposos possuem dentro da Igreja um carisma que lhes é próprio, uma vocação e a graça peculiar e um serviço singular (cf. 1Cor 7,7). Devem santificar-se mutuamente (cf. 1Cor 7,14). De modo especial pela aceitação e educação dos filhos contribuem para o crescimento interno e externo da Igreja. Com o exemplo de sua vida cristã comunitária, com sua hospitalidade e abertura de sua "casa", podem constituir células vivas dentro da Igreja.

3.0- UNIDADE E INDISSOLUBILIDADE DO MATRIMÔNIO
A unidade e a indissolubilidade do matrimônio não encontram sua razão de ser unicamente devido à sacramentalidade, mas são inerentes à natureza antropológica do matrimônio. Esta definição parte de um princípio de filosofia: “aquilo que é não pode não ser”. Se é amor não pode não ser. Assim é o amor de Cristo e da Igreja. É um sonho de Deus – sacramento – sinal daquilo que Deus é – Generosidade – entrega – serviço. Pelo batismo entramos uma vez por todas no mistério de Cristo e da Igreja, pelo matrimônio os noivos exprimem o mistério da unidade do amor de Cristo com a própria Igreja. O ato através do qual os esposos se entregam e se aceitam mutuamente possui em si mesmo uma tendência interna para o definitivo e para a exclusividade. Quem se entrega a si mesmo nas mãos de outra pessoa já não se pertence a si, mas ao outro. O vínculo da fidelidade matrimonial está, portanto, orientado em virtude de sua própria natureza interna, para a exclusividade e para o definitivo. O amor conjugal é o jeito de Deus comunicar seu amor ao mundo, sinal eficaz da graça de Deus que distribui dons abundantes de um amor que liberta, de paternidade, de filiação e de formação de um lar cristão. Se chama de sacramento da união estável. Para que o sacramento seja considerado válido é necessário que os nubentes estejam agindo em total liberdade, sem impedimentos de ordem legal, exige amor e aceitação da fidelidade. Os noivos são os ministros do sacramento e o padre representa a Igreja.

4. O MATRIMÔNIO CRISTÃO NA SOCIEDADE MODERNA
Uma relação que se faz hoje é a necessidade do casamento religioso e do casamento civil, um não pode contrapor o outro. O Direito Canônico vigente reconhece como competência do Estado a jurisprudência das conseqüências civis do matrimônio (direitos, relativos ao nome, aos bens, à herança, etc.). Não pode ser do interesse da Igreja sobrecarregar-se, nem mesmo indiretamente, com base num casamento civil facultativo. De maneira semelhante, também o Estado moderno, neutro em sua cosmovisão (por mais que reconheça determinados valores fundamentais cristãos), pode atribuir um conteúdo material suficiente para o matrimonio; tudo o que pode fazer é salvaguardá-lo e fixar as formalidades jurídicas necessárias para a sua validade civil. É aqui que a diaconia social da Igreja pode intervir. Entendido dessa maneira, o serviço da Igreja não se reduz a um "serviço" adicional, mas contribui para destacar uma dimensão essencial do casamento, de acordo com a concepção cristã; uma dimensão tão transcendental que sem ela não seria totalmente válido o matrimônio entre cristãos. Os casamentos civil e eclesiástico constituem, a partir desse ponto de vista, um todo contínuo que para o cristão atinge sua realização interna unicamente através da forma eclesial prescrita e, por isso, só então pode ser reconhecido como canonicamente válido e como sacramento.

5.0 – A liturgia do Sacramento tem alguns elementos indispensáveis:
1) Palavra e a Eucaristia
2) Aceitação
3) Juramento de amor
4) Benção das Alianças
5) Beijo nupcial
6) Bênção nupcial
7) Assinatura

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