sábado, 28 de novembro de 2009

HOMILIA DO DIA 29 DE NOVEMBRO 2009

1° DOMINGO DO ADVENTO


Leituras: Jeremias, 33, 14-16; Salmo 24(25) 4-5.8-10.14;
1Tessalonicenses 3,12-4,2; Lucas 21,25-28.34-36


Uma das virtudes que cultivamos é a Esperança. Dizemos até que a Esperança é última que morre e ainda que podem nos roubar tudo menos a esperança. Por conta desta situação, mesmo diante das maiores dificuldades sempre temos coragem para recomeçar.

É com este espírito que a liturgia da Igreja nos coloca neste domingo o reinicio do ano litúrgico. Na expectativa da vinda do messias iniciamos o tempo do advento na perspectiva da conversão e na vigilância. Um dos gestos que indicam nossa preparação e cofiança está manifestado no acendimento da primeira vela na coroa do advento. As cores litúrgicas, as orações, os cantos, a Palavra que ouvimos tudo aponta para o crescimento espiritual de quem aguarda dias melhores.
Assim a forma apoteótica como Lucas descreve no evangelho a chegada definitiva do Filho do homem indica que Deus não se deixará vencer pelas fragilidades dos nossos tempos, pelo contrário o Reino será instalado e de modo definitivo. Quanto a nós o evangelho pede uma atitude: “Não ter medo, erguer a cabeça”, afinal nossa luz é Jesus.

A palavra do profeta na primeira leitura renovou a esperança da comunidade de outrora e reacende também para nós a perspectiva de novos tempos. Deus é fiel e o que ele prometeu será cumprido, o filho que enviará restabelecerá o direito e a justiça, um novo céu e uma nova terra irão acontecer.

Já a palavra de São Paulo para a Igreja de Tessalônica recomenda uma atitude que se encaixa perfeitamente para nossas comunidades: Crescer no amor, na santidade e na justiça. Ser agradável e progredir no ensinamento. Não ficar devendo nada a ninguém a não ser o amor mútuo. Em resumo o projeto de Deus é uma construção com a qual somos convidados a colaborar no dia a dia.

Neste tempo do advento, é bom que nos perguntemos: Nossa vida tem sido um empenho por dias melhores para todos e em todos os lugares?

Peçamos, pois que este tempo fortaleça a nossa fragilidade e nos faça proclamar nossa fé com o testemunho da vida.

sábado, 21 de novembro de 2009

PESQUISA EM EDUCAÇÃO

FÉ CRISTÃ, CONHECIMENTO E EDUCAÇÃO:
PAIDÉIA AO ALCANCE DE TODOS




Sob a ótica do projeto de mestrado:
Policidadania: formação mistagógica do docente


O autor trata da incorporação do vocábulo grego na prática cristã educadora. A questão da educação e da civilização (Paidéia) grega, segundo o autor foi assumido pelo cristianismo e à expressão original se acrescentou o termo “cristão”. Esta inocente junção de palavras é muito mais complexa do uma espécie de adjetivo ao costume grego.
Os educadores cristãos partem do princípio que o primeiro e principal pedagogo é Deus, cuja ação teve inicio na obra da criação e na educação do seu povo. No Antigo Testamento Deus Pai e no Novo Testamento Deus Filho, assumem a tarefa de formadores do ser humano. Este último recebeu o título de Rabi, o que mais tarde foi sinonimado pela palavra pedagogo. A partir da sua própria palavra: Se eu o Mestre e Senhor fiz... Façam também vocês.
Citando Jaeger, o autor tem convicção do título que foi atribuído a Deus: Pedagogo da Humanidade. Por sua vez aos homens do mundo não resta alternativa: ser discípulos da celeste pedagogia. E somente trilhando este caminho o ser humano está se aproximando do verdadeiro conhecimento, isto é, compartilhando da autêntica sabedoria à qual se encontra somente em Deus.
Por conta disto os formadores deste mundo assumem a função de pedagogos na medida em que se habilitam a conduzir os demais para o encontro com Cristo. A verdadeira e única Paidéia é a imitação de Cristo, em quem se consuma toda educação.
Longe de Deus toda sabedoria humana é loucura, pois só nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. Naturalmente que este é um processo lento, o qual se vai aprendendo ao longo de toda a vida.

REFERÊNCIA
Renato Gross, Diálogo Educacional, Curitiba, V. 6, n.19, p.141-156. Set./dez. 2006

POR UMA PEDAGOGIA LIBERTADORA

COMENTÁRIOS À OBRA PEDAGOGIA DO OPRIMIDO


Sob a ótica do projeto de mestrado:
Policidadania: formação mistagógica do docente


No Prefácio do livro o professor Ernani Maria Fiori, escreve assim:
“Talvez seja este o sentido mais exato da alfabetização: aprender a escrever a sua vida, como autor e como testemunha de sua história, isto é, biografar-se, existenciar-se, historicizar-se. Por isso a pedagogia de Paulo Freire, sendo método de alfabetização, tem como ideia animadora toda a amplitude humana da “educação como prática da liberdade”, o que, em regime de dominação, só pode produzir e desenvolver na dinâmica de uma pedagogia do oprimido”.
E continua seu raciocínio afirmando que nenhuma teoria, nem mesmo a de Paulo Freire, são valiosas sozinhas, diz isso para concluir o prefácio com a afirmação: “os homens humanizam-se trabalhando juntos para fazer do mundo, sempre mais, a mediação de consciências que se coexistenciam em liberdade”.
Por sua vez o autor nos quatro capítulos que compõe a obra pode ser interpretado com a seguinte linha de pensamento e linguagem.
A arte de educar consiste em preparar para a liberdade. Este conceito não é de todo uma novidade. Nesta direção pode ser lido o mito da caverna criado por Platão. Quanto mais livre for o ser humano maior será sua possibilidade de conhecer e maior será o seu senso de humanidade.
A ideia mestra que percorre toda a obra é o conceito de humanização, com a afirmação que esta situação o ser humano não adquire por meio de coisas, se não mediante a consciência de quem ele é. O autor remete a reflexão às palavras do teólogo e filósofo cristão da Ásia Menor no século IV – Gregório de Nissa – nas palavras deste temos a máxima: “de nada adiante dar a alguns o que se tira de outros”. Esta reflexão é profundamente bíblica e se pode ler no livro de Eclesiástico capítulo 34. “Como aquele que mata o filho na presença do Pai é comparado quem oferece um sacrifício feito com bens roubado dos pobres”.
Neste sentido a pedagogia do oprimido consiste acima de tudo em lutar pela restauração da humanidade e pela generosidade. Uma verdadeira mística impedirá que o discente de hoje seja opressor de amanha. Na condição de quem trabalha pela humanização o educador é para o do educando um testemunho de generosidade e de liberdade. Neste sentido espiritualidade implica afirmar a liberdade como um valor e empenhar-se para que esta se realize.
A impossibilidade para fazer acontecer a liberdade consiste em perceber que entre opressores e oprimidos há um diálogo de surdos que se torna abissal, no sentido que os primeiros não são capazes de pensar a partir do Ser, mas do Ter. Neste conceito quando os últimos passam a ter simplesmente se inverte a pirâmide. Por isso a primeira condição para uma nova pedagogia será convencer os oprimidos a sentirem-se sujeitos da própria libertação, este consiste um desafio a ser perseguido.
Superar a visão da educação como algo que se dá (ou se vende), para uma educação que se faz, exige quebrar paradigmas e porque não quebrar imagens. A primeira imagem, ou o primeiro paradigma a ser quebrado é o do professor como aquele que tem a posse do saber. O educador há de ser visto muito além do que aquele que tem a posse do conhecimento e que o deposita nos seus discentes, tal como lhe foi transferido outrora e não adquirido. Esta concepção consiste em criar uma nova mística.
A educação como pratica da liberdade exige a construção de uma nova imagem de ser humano, ou melhor, da compreensão da verdadeira imagem deste como um indivíduo absurdamente diferente dos outros animais, no sentido que somente este cria e recria. Esta nova compreensão dará ao professor/educador uma mística de valorização da docência e do docente.
O processo de construção da liberdade caminha na linha da investigação, atitude que implica o despertar de consciência em vista de projetos de vida. Se persistir a prática de uma educação que não promove a libertação certamente se deve à falta de projetos, realidade que instrumentaliza todos os envolvidos e acaba por frear o processo investigativo. A isto nós denominamos falta de espiritualidade.
De acordo com a concepção que o autor vai desenvolvendo ao longo de todo o processo na qual os indivíduos são envolvidos na construção de um modo de fazer educação que consiste e conceber o processo codificação/descodificação. A mudança de foco no complexo mundo da educação faz compreender o indivíduo não mais como depositário, mas como sujeito/produtor de um saber totalmente novo. Sob a mística da participação a educação deixará de ser compreendida como um presente, ou um produto, que alguns têm direito a receber, mas como elaboração de um conhecimento no qual todos os participantes se sentem produtores.
No nosso projeto de pesquisa, propomos o modelo pedagógico de Jesus de Nazaré, estamos imaginando a liderança revolucionária que não se instala no educando ocupando o lugar até agora ocupado pelo opressor. Pelo contrário, convive com o oprimido no sentido de “despejar” o inquilino que está dentro dele. A grande crítica que Jesus fez à sociedade do seu tempo consiste em não ser sujeito da sua libertação, mas em viver dominada pelo pensar manipulador de alguns poucos líderes da época.
A libertação, segundo Paulo Freire, não é um processo de uns para os outros, mas de uns com os outros, e a isto nós chamamos de mística de comunhão e o documento de aparecida chama de globalização da solidariedade. A globalização de que se fala no documento citado é o caminho para a unificação e a organização tão temida no contexto da opressão. Somente o cultivo de uma mística de valorização do outro fará com que o educador não se comporte como invasor das culturas e do ser do educando.
A renúncia a toda forma de manipulação é antes de tudo adesão a outro modo de tratar dos oprimidos – em lugar de estar neles, ser um com eles. Entre as figuras cuja prática merece ser lembrada é Camilo Torres, cujo empenho revolucionário o levou a jogar-se por inteiro como cristão e como guerrilheiro. É a comunhão que gera a verdadeira colaboração e isto conduz para a globalização da solidariedade a qual implica na unidade dos diferentes grupos.
O autor conclui o seu sonho de construção de um nova pedagogia com uma frase que citamos na íntegra e com a qual nosso projeto se afina em gênero número e grau: “Que permaneça firme nossa fé nos homens e na criação de um mundo em que seja menos difícil de amar”.

REFERÊNCIA

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de janeiro, paz e terra, 2005.

IMAGENS QUEBRADAS - MIGUEL ARROYO

COMENTÁRIOS AO LIVRO IMAGENS QUEBRADAS


Sob a ótica do projeto de mestrado:
Policidadania: formação mistagógica do docente



A obra parte do princípio que os tempos mudaram e consequentemente as pessoas se transformaram, os conceitos são outros, as verdades não são as mesmas, daí que a educação e os educadores precisam ser vistos com outros olhares e sobre outros ângulos.
O primeiro elemento tratado no livro consiste em perceber que educar significa tornar o ser humano mais humano. Alias esta expressão parece ter ficado clara nas palavras do Irmão Clemente Ivo Juliato na sessão de abertura do IX EDUCERE, na ocasião ele proferiu a seguinte sentença: “A educação não pode resolver todos os problemas, mas faz parte da solução de todos. Os problemas dependem da transformação da pessoa e este é o campo da educação". Isto parece ser a tônica de outros educadores. Entre eles recordamos Platão e Santo Tomás de Aquino para quem a função da educação é realizar o que o homem deve ser. E Rosseau que dizia: das mãos do professor sai, antes de tudo o ser humano.
Entretanto, o autor da obra em referência parte do princípio que esta tarefa vem tornando-se cada dia mais exigente na medida em que as imagens foram e estão sendo quebradas. Neste novo cenário da educação o convívio com os educandos, cujas imagens se quebraram, pode levar o educador a diminuir sua função de auscultador dos mistérios da vida para se tornar um juiz dos seus atos. Neste sentido a primeira exigência que precisa permanecer é a de que o educando precisa ser visto como ser humano que é inserido num convívio de humanos.
De nossa parte dizemos que aí se encontra a mística do educador, ou seja, ir muito além da sua função de estar a serviço da educação e SER um serviço em vista da formação integral do ser humano indo além e quebrando os paradigmas que envolvem o seu mundo.
No contexto da educação transformada em quase mercadoria os paradoxos que a circundam transformam o educador em mercador de um produto que é ao mesmo tempo um direito dos consumidores em potencial. Ultrapassar esta barreira e trabalhar a cada dia para realizar o sonho da noite de formatura, que não se realizará em um dia nem tão pouco num momento mágico. A mística do educador consiste em ir preparando sujeitos que serão muito mais do que “caixas de ferramentas” plenamente cheias e prontas para o uso num determinado momento de sua existência, mas que vão se construindo cotidianamente.
Tendo presente esta concepção não basta ser esperto na sua área de conhecimento é preciso não ser ignorante no que se refere ao sentido da vida, isto implica aprimorar o conhecimento específico e o conhecimento do drama humano. É impossível separar a educação das expectativas e da orientação de vida. Dito isto é mais fácil compreender quando o autor fala em conhecer as trajetórias e os tempos dos educandos como uma condição para reconstruir as trajetórias profissionais dos mestres.
No processo de educação e no cotidiano das relações sociais nos deparamos com as imagens quebradas que tínhamos da infância. Esta etapa da vida que foi construída como símbolo de bondade quase angelical foi sendo substituída por imagens de decadência moral e neste universo o que se pode esperar como resposta dos seus mestres. Estamos experimentando tempos confusos para os mestres e para toda a tarefa da docência: quanto mais o educador conhecer o aluno mais se dará conta que está distante dele, posto que o último seja sempre uma caixinha de surpresas.
Uma das situações mais dúbias pelas quais passa o mundo da educação é o conceito de violência e o fenômeno que a ela dá origem. Para trabalhar esta realidade é preciso compreender antes as condições inumas em que vivem nossos educandos, sejam eles provenientes de qualquer uma das classes sociais. Certamente aquela condição é mais violenta que a própria violência por eles praticada. O educador é chamado a se defrontar com a trajetória dos educandos e por meio deste confronto descobrir sua imagem humana de educador.
As tensões provocadas nos diversos níveis de relacionamento exigem trazer para o centro das discussões os tempos humanos de educados e educadores. Em outras palavras trazer o SER de cada uma das partes envolvidas no processo. Como compreender a educação e a escola como um direito se os que dela se acercam não realizam com alegria. Aquilo que é um direito não pode ser transformado num criador de monstrinhos. As tensões merecem ser encaradas e resolvidas na medida em que a comunidade escolar passar a levar para a escola a sua fome de saber associada à fome de sentido para a vida.
O imaginário dos educandos precisa encontrar na escola uma resposta para suas mais profundas inquietações. A evasão, a desatenção, a não aprendizagem e até a violência podem ser sintomas que a educação não está alcançando o objetivo de ser o imaginário construído. Parece que aquilo que se ensina não é referência para a vida. A especificidade de ensinar consiste em facilitar que o outro aprenda e isto obviamente não se dá enquanto o educador for visto e tratado como aquele que sabe a serviço daquele que não sabe.
Um dos desafios para recuperar o sentido alegre do direito à educação será completar nas bases curriculares questões que ajudem a responder o sentido da vida. Um dos lugares, se é que se pode chamar assim, para se aprender é a vivência dos direitos e deveres. Na medida em que o educador tem claro sua função de formar pessoas mais facilmente ele se dará conta que seus discípulos são sujeitos que pensam, aprendem, fazem, concordam, discordam, etc. Sob esta ótica é pertinente ao educador desenvolver habilidades para escutar, ver, experimentar, criar sensibilidade para com toda a realidade dos destinatários da sua missão.
Não se pode prescindir da tarefa do educador que ele está a serviço do ser humano na sua totalidade e não apenas de uma das partes seja ela, corpo, mente ou espírito. Parece muito mais fácil ser professor especialista em conhecimento do que ser educador na totalidade da existência dos seus discípulos. Ler a tarefa do educador com outros olhares implica trazer para os currículos os grandes questionamentos humanos, os quais muitas vezes estão olvidados.
As imagens quebradas das crianças angelicais precisam ser lidas à luz da espiritualidade, isto é da mística que constrói o ser por inteiro. Muitas vezes o educador tem dificuldades para imaginar questões relevantes do existir humano uma vez que foi formado para ser docente de conteúdos sendo insensível às grandes interrogações que lhes são apresentadas por seus alunos. Facilmente o educador é levado a concluir que aquilo que não se enquadra no currículo não é conhecimento. Esta concepção urge ser quebrada para recuperar a visão da figura humana na sua inteireza.
Mais do que em outros tempos a sociedade manifesta uma aguçada preocupação com conduta e neste sentido facilitar a realização de um comportamento adequado é tarefa que exige empenho público, pessoal e particular. A superação da mentalidade fragmentada do ser humano é um imperativo para recuperar o terreno perdido com a crescente quebra de imagens. Naturalmente, alguém precisa ser responsabilizado por esta parte da educação sob pena de ser uma tarefa de todos e não ser atribuição de ninguém.
O universo das imagens quebradas apresenta uma vulnerabilidade na arte de aprender e ensinar e esta realidade exige um melhor acompanhamento nos percursos de sua formação. A formação humana e integral costuma ser menos familiar do que os conhecimentos e, por isso mesmo, acaba sendo tratada com pouco ou nenhum profissionalismo. Na arte de educar se faz necessário compreender que muitos dos destinatários da educação tem um única escolha: Ficar vivos! Daí que aproximar-se dos educandos diante das suas escolhas exige da docência novas crenças, novos saberes, novas capacidades profissionais. Exige mística. Ele precisa ser um mistagogo do saber.
As escolhas a que nossas crianças e adolescentes são forçados a fazer condicionará o papel dos educadores nos seus tortuosos processo de formação e no exercício da sua liberdade. O mundo da pós modernidade que quebrou as imagens, antes angelicais, das nossas crianças faz também que elas sejam forçadas a fazer escolhas antes reservadas à sociedade adulta e aí se encontra o desafio para o educador reaprender o seu ofício ou diria a arte de educar à qual exige uma paciente espera.
Não tem mais lugar no campo da educação e de toda a realidade humana a ideia da predestinação divina, o desafio consiste em dar novas respostas para novas imagens, ou seja, ser educadores novos diante de novos alunos. Para dar conta das novas situações de trabalho os docentes são chamados a elaborar novas estratégias de estudo e de planejamento, estratégias coletivas de reorganização curricular. O principal produto da inovação escolar serão as mudanças que se fizer acontecer nos próprios docentes. Prática e teoria docente estão cada vez mais interligadas, isto significa dizer mistagogia.
Uma das coisas que exige ser respondida é a questão do tempo, este separa o profissional docente do educador. A resistência em questionar a ordem temporal do processo educativo (idade cronológica, idade escolar, relação idade série – idade ciclo, etc.) implica em reinventar outra ordem e isto exige uma nova mística para o tempo e para a educação como um todo. Do modo como estão pensados os espaços e os tempos a escola ainda mira a formação de profissionais, conteudistas, e faz perecer o tempo para o ser humano. Será imprescindível readequar as trajetórias temporais e as trajetórias humanas.
Há que superar a visão dualista do processo educacional uma vez que os tempos e lugares aos quais convencionamos como restritos para a educação se encontram distintos e com diferentes missões. Neste modelo a escola ensina enquanto cabe às famílias, à sociedade, às igrejas educar. Essa dicotomia há que ser superada é necessário recuperar a formação do ser humano na sua total complexidade. Daí que a visão do educador precisa ir muito além do frágil conceito de docência neutra, sua imagem não pode ser separada da sua imagem de docente humano. Docência e formação são duas faces da mesma moeda.
O Ser humano vive no tempo, mas não em função do tempo. Com este conceito fica mais fácil compreender que é preciso pensar antes nos tempos humanos do que nos tempos para os humanos. Mais do que vivenciar as estruturas e sistemas é necessário ter em mente os sujeitos. Esta afirmação está implícita nas palavras do autor quando escreve: “Por vezes, nossos alunos, passam anos assistindo aulas onde se explica tudo, menos suas vidas. Porque a escola e seus professores que sabem tanto sobre tantas matérias pouco sabem e explicam sobre a infância, a adolescência, a juventude, suas trajetórias, impasses, medos, questionamentos, culturas, valores?" (Arroyo, 2009, p.305).
Nossa sociedade ocidental é cristã, não será, pois interessante que nossos educadores sejam vistos como espelho também sob o ponto de vista da mística de Jesus de Nazaré? Diante dos contrastantes dados em relação aos tempos e idades das crianças, cada vez mais se pede uma mística do educador para trabalhar com a dignidade e garanti-la aos educandos. Parece se constituir um dever saber mais sobre eles num envolvimento com a vida toda e com toda a sua existência. Educadores, mais do que todos, precisam ter a noção do ser humano inteiro em todos os seus tempos. A incapacidade para perceber isso se torna um bloqueio para o saber e aí se realiza a especificidade da arte de ensinar a qual consiste em facilitar para que o outro aprenda, se o destinatário não aprendeu, naturalmente não houve ensino.
Desenvolver uma mística do educador significa reinventar convívios mais humanos e menos solitários. Implica planejar com profissionalismo práticas estratégias que deem conta desta diversidade de contextos de aprendizagem, de socialização e de trajetórias humanas. Tratar de questões ligadas a retenção/reprovação é antes uma questão de dignidades que o educador precisa trabalhar em si mesmo e no sistema. Aprovar ou reprovar é um tumor escondido por décadas no sistema educacional esta situação merece ser tratada como uma questão ética, humana e social.
Facilitar o aprendizado da criança de acordo com o seu tempo é uma tarefa do educador. Todavia quando o destinatário não aprende é tarefa deste último compreendê-lo na totalidade da sua existência humana. Esta atitude exige do educador mais do que conhecimento e competência técnica, exige espiritualidade. Nos últimos 20 anos a sociedade brasileira cresceu muito nos conceitos de participação e democracia também na comunidade escolar. É urgente evoluir para uma nova compreensão do ser humano nesta estrutura. Esta evolução exige uma resposta mística. Avançamos politicamente, mas estamos presos à lógica humana conservadora.
Dentre os desafios da educação, um deles é tratar do tempo do educador na totalidade do seu ser. O tempo é muito mais do que condições favoráveis para exercer seu ofício ou condições técnicas e pedagógicas. Nas disputas por direitos e deveres os profissionais da educação são tratados como sujeitos cindidos. Será impossível olhar para as trajetórias e tempos dos educados sem olhar para as histórias e tempos de seus mestres.
As imagens quebradas das nossas crianças em nada se diferenciam das imagens quebradas dos seus educadores ambas precisam ser revistas sob a ótica da espiritualidade e da mistagogia na formação do docente.

REFERÊNCIA

ARROYO, Miguel G. Imagens quebradas, trajetórias e tempos de alunos e mestres, Petrópolis, Vozes, 5ª. Edição, 2009.

COMENTÁRIOS À OBRA: CAMINHOS INVESTIGATIVOS II

CAMINHOS INVESTIGATIVOS II

Marisa Vorraber Costa (organziadora)

Sob a ótica do projeto de mestrado:
Policidadania: formação mistagógica do docente

A organizadora deste volume reuniu sete artigos de autores distintos e que tratam do mesmo tema: a questão da investigação científica como uma construção de caminhos no meio dos descaminhos. Basicamente todos os autores fazem referência ao modo de pensar do filósofo Michel Foucault cuja frase aparece citada na introdução do artigo intitulado “Descaminhos”.
“De que valeria a obstinação do saber se ele assegurasse apenas a aquisição dos conhecimentos e não, de certa maneira, e tanto quanto possível, o descaminho daquele que conhece?”(Foucault, 1998, p13).
Os sete artigos a que estamos nos referindo seguem uma mesma linha de pensamento que começa pelo título do primeiro capítulo: “Descaminhos”. Neste texto a autora se serve de uma expressão que, embora não sendo genuína manifesta o conceito de pesquisa que ela quer evidenciar. Citando outra pesquisadora diz:
A pesquisa nasce sempre com uma preocupação: uma inquietação; insatisfação com respostas que já temos; com desconfortos. É preciso por os conceitos a funcionar, estabelecendo ligações possíveis entre eles, encaixando aqueles que têm serventia para o problema e nos desfazendo daqueles que são inúteis (Corazza 2002).
Por sua vez o autor do segundo capítulo trata dos paradigmas e aponta que em pesquisa é preciso primeiro supera-los no sentido que estes são sempre hegemônicos. Segundo este autor assumir um paradigma como verdadeiro significa tolher toda forma de descrever e explicar, mas simplesmente aceitá-lo como verdade.
Rosa Maria Bueno Fischer trata da verdade em suspenso e reafirma o que já é aceito desde os filósofos gregos: não existe verdade absoluta, mas elas se tornam de acordo com o contexto em que estão inseridas. Neste sentido é necessário compreender a própria educação como um caminho para a verdade e que ela própria tem muitos caminhos. O desafio é deixar para traz as verdades já aprendidas e se lançar na busca de novos caminhos investigativos, formulando novos problemas, ousando pensar de outra forma, estabelecer relações entre o que já se sabe e o que ainda precisa ser compreendido.
Segundo esta autora, teses e dissertações ganham em densidade na medida em que o pesquisador for capaz de incursionar, de alguma forma, pelos labirintos de sua própria experiência pessoal e profissional com a temática em foco trazer a vida que pulsa nas práticas. A preocupação será não tomar os objetos em si, como se tivessem voos próprios. Esta é também a crítica de Paulo Freire ao que ele chama de educação bancária.
Nos artigos Análises culturais e Pesquisa – ação e política cultural as autoras afirmam que na pesquisa é importante contar as histórias a partir do lugar em que se encontra o pesquisador, caso contrário outros farão e o estudioso se tornará refém de saberes em relação aos quais não participou da construção.
Com outras palavras ela Expressa o pensamento freiriano quando afirma em relação à dialogicidade na construção dos saberes. Muitas vezes o oprimido até abre diálogo para construir saberes, mas isso não é necessariamente relação de igualdade. A participação é sempre desejável e isto é sinônimo de coletividade, mas não de democracia.
A conscientização não é sinônima de emancipação. Muitas palavras ditas pelos oprimidos não são produzidas por eles, mas resultado das palavras do opressor que se instalou nele. Na arte de pesquisar é importante ter presente que se vive em constante recomposição e reinvenção de identidades. E este é o caminho que pretende seguir a pesquisa “Policidadania: formação mistagógica do docente”.

REFERÊNCIA

COSTA, Marisa Vorraber. Caminhos investigativos II, Rio de Janeiro, Lamparina, 2007.

COMENTÁRIOS AO TEXTO DE DEMERVAL SAVIANI

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: ASPECTOS HISTÓRICOS

E TEÓRICOS DO PROBLEMA NO CONTEXTO BRASILEIRO


Sob a ótica do projeto de mestrado:
Policidadania: formação mistagógica do docente


Tratando da formação de professores o autor faz uma breve incursão pela história, recuperando a formação de docentes nos diversos períodos da história política do País. O autor contextualiza a formação dentro da realidade social e econômica em que se encerra o processo formativo.
Como nota conclusiva de toda a recuperação histórica o autor indica o que é uma verdade inegável: a formação de docentes no Brasil é descontínua, não é extensiva nem em quantidade nem em conteúdo. O alcance do processo formativo fica longe da grande maioria dos docentes a prática pedagógica normalmente não tem correspondido à expectativa dos formandos. Os conteúdos formativos também não atingiram os objetivos a que se propunham.
O autor sugere eleger a educação como máxima do desenvolvimento. O que implica num processo que abrace todas as dimensões da sociedade (economia, política, humanidades). Somente esta realidade irá trazer outras consequências para o processo formativo bem como para os educadores e dará nova configuração à formação de docentes.
Ao afirmar que é necessário transformar a docência numa profissão atraente, nós entendemos que a este processo se chama criar mística para o processo formativo.

REFERÊNCIA
Demerval Saviani, Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, V.14, n49, jan./abr.2009.

HOMILIA DA SOLENIDADE DE CRISTO REI - 2009

HOMILIA PARA O DOMINGO 22 DE NOVEMBRO 2009 –
SOLENIDADE DE CRISTO REI

Leituras: Daniel 7,13-14;
Salmo 92(93) 1ab.1c-2.5(R/1ª)
Apocalipse 1,5 -8
João 18, 33b-37


Há um pensamento que diz assim: “A verdade dói, mas liberta”. E outro ainda que diz assim: “A verdade se impõe pela sua própria força”. E muitos de nós já experimentamos e provamos que eles são verdadeiros. Bastante vezes a verdade parece dura demais, entretanto o tempo e as condições se encarregam de mostrar que dificuldades iniciais para aceitá-la são superadas pela força dela mesma.

Pois é este o pensamento que aparece na liturgia deste domingo que a Igreja chama de último do tempo comum e convida a celebrar a solenidade de Cristo Rei.

O texto do evangelho que é tirado da paixão do Senhor é o diálogo de Jesus com Pilatos. O governador, encarregado de fazer cumprir as leis, queria ter certeza sobre quem era a pessoa que havia sido colocada sob as suas ordens. Faz as perguntas próprias para a ocasião e recebe de Jesus respostas, diante das quais ele não tem como contestar. “Tu és rei?” E a resposta: “Para isso nasci e para isso vim ao mundo” e continua “mas o meu reino não é deste mundo, o meu Reino é o da Verdade”. E esta consiste em dar testemunho e revelar quem é Deus.

Na primeira leitura o profeta narra uma espécie de batalha entre as forças do mal e Deus que age na história, enquanto o mal vem do mar, o bem vem do céu. E, naturalmente, este último vencerá!

A mesma situação é narrada pela segunda leitura do livro do Apocalipse, o autor reanima a comunidade mostrando que em Cristo as forças que provocam a morte não terão força maior e que Deus se encarregará de dar salvação aos que nele confiam.

Por isso mesmo nós rezamos no Salmo: Deus é Rei e se vestiu de majestade e verdadeiros são os vossos testemunhos.

A lição que a Palavra quer nos dar é simples e objetiva: Somos convidados a aceitar a verdade de modo integral, a ouvir a voz de Cristo e dar testemunho daquilo que acreditamos. Esta realidade não se acontece por um ato mágico, começa com a graça do Batismo e se estende por toda a vida, a cada dia somos desafiados a discernir os sinais dos tempos.

Como cristãos leigos na Igreja e nas comunidades viemos aqui celebrar a memória de Cristo Rei da verdade e da vida, recebemos sua graça, nos alimentamos da sua palavra e da Eucaristia e nos fortalecemos para a missão.

domingo, 15 de novembro de 2009

ECLESIOLOGIA

No documento Lumen Gentium a Igreja é descrita como sinal de Jesus Cristo

1. Cristo é a luz dos povos. Por isso, este sagrado Concílio, congregado no Espírito Santo, deseja ardentemente que a luz de Cristo, refletida na face da Igreja ilumine todos os homens, anunciando o Evangelho a toda criatura (cf. Mc 16,15). E, porque a Igreja é em Cristo como que sacramento isto é, sinal e instrumento, da união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano, retomando o ensino dos concílios anteriores, propõe-se explicar com maior clareza aos fiéis e ao mundo inteiro, a sua natureza e a missão universal. As presentes condições do mundo tornam ainda mais urgente este dever da Igreja, a fim de que todos os homens, hoje mais intimamente ligados por vínculos sociais, técnicos e culturais, alcancem também unidade total em Cristo.

"AGORA É TEMPO DE SER IGREJA
CAMINHAR JUNTOS PARTICIPAR"
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Eclesiologia

ECLESIOLOGIA -

AGORA É TEMPO DE SER

IGREJA, CAMINHAR JUNTOS

PARTICIPAR”

Igreja, sacramento no Cristo

1. Cristo é a luz dos povos. Por isso, este sagrado Concílio, congregado no Espírito Santo, deseja ardentemente que a luz de Cristo, refletida na face da Igreja ilumine todos os homens, anunciando o Evangelho a toda criatura (cf. Mc 16,15). E, porque a Igreja é em Cristo como que sacramento isto é, sinal e instrumento, da união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano, retomando o ensino dos concílios anteriores, propõe-se explicar com maior clareza aos fiéis e ao mundo inteiro, a sua natureza e a missão universal. As presentes condições do mundo tornam ainda mais urgente este dever da Igreja, a fim de que todos os homens, hoje mais intimamente ligados por vínculos sociais, técnicos e culturais, alcancem também unidade total em Cristo.

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sábado, 14 de novembro de 2009

33° DOMINGO DO TEMPO COMUM

15 DE NOVEMBRO 2009
Leituras: Daniel, 12, 1 -3
Salmo 15(16) 5.8.9-10.11 (R/1a)
Hebreus 10, 11-14.18
Marcos 13, 24-32

Quero entoar um canto novo
De alegria ao raiar daquele dia
De chegada em nosso chão.

Fazer referência ao fim do mundo é um tema que sempre causa interesse e curiosidade. Assim, numa roda de amigos, este é um assunto sobre o qual todos tem uma opinião pra dar. Uma música ou filme que trate deste tema tem sucesso garantido. Mas para os cristãos qual é mesmo a preocupação e qual tipo de preocupação o evangelho nos propõe?

O evangelho de narra a vinda de Jesus com grande poder e glória, tudo acontecerá de modo extraordinário e vai alcançar todas as pessoas e todas as situações humanas. O texto é uma proposta de atitude para a comunidade do tempo de Marcos. Desafia no sentido de não permitir a acomodação e ficar esperando que as coisas aconteçam. O Evangelho sugere que aqueles que acreditam são chamados à fidelidade, à coragem e a vigilância.

A vitória de Jesus será de algum modo, a vitória de todos. Ele está na sequência dos evangelhos dos últimos domingos: A comunidade dos seguidores de Jesus vive a tensão entre aquilo que são e aquilo que poderão ser.

A mesma linguagem figurativa é usada pela primeira e a segunda leitura nos dois casos fica muito clara a intenção de Deus: retribuir segundo as obras de cada um. Quanto aos que esperam por este dia, não cabe ficar parado. A primeira leitura termina com a promessa: “Os que ensinam os outros um dia, como estrelas no céu brilharão. Esta glória o Senhor prometia e promete a quem guia o irmão”.

Estamos todos bem convencidos de uma verdade: não temos aqui na terra morada permanente. Portanto, para quem deseja uma morada melhor é preciso ir construindo aqui.

Com os pés no chão e os olhos no horizonte, o Reino de Deus está entre nós, mas a plenitude dele somente se realizará na vida futura.

Deus é nossa única segurança conforme cantamos no salmo: Guardai-me ó Deus, pois em vós me refugio.

Nossa melhor atitude é agradecer àquele que não nos abandona pedir que ele venha e nos encontre vigilantes e fiéis.

sábado, 7 de novembro de 2009

HOMILIA PARA O DOMINGO 08 DE NOVEMBRO 2009

32° DO TEMPO COMUM


Convenhamos que a convivência humana, muitas vezes, pode ser chamada de sociedade das aparências. Então se cultua o bonito, aquilo que ostenta beleza e grandiosidade. E nesta concepção é muito fácil também instrumentalizar as pessoas e valorizar por que andam bem vestidas, tem roupas brilhantes, andam com carrão último modelo, ocupam um cargo importante, rezam muito, estão sempre na igreja, ajudam em todos os serviços da comunidade, e assim por diante.

Por incrível que pareça, as leituras deste domingo apresentam como modelo pessoas totalmente diferentes. Duas viúvas. Uma categoria totalmente sem credibilidade e amparo na sociedade daquela época. Uma delas, da qual fala a primeira leitura era pagã, seguia e acredita no deus de Baal.

O Evangelho conta o episódio conhecido como oferta da viúva pobre. O que fica muito claro nas palavras de Jesus é a repreensão que ele faz ao comportamento dos doutores da lei e outros entendidos do ser tempo que se mostravam perfeitos, corretos, justos, bons e todos os outros adjetivos que os colocava em situação de superioridade em relação aos demais. Enquanto valoriza a singeleza do gesto da pobre mulher. Jesus deixa claro que é importante discernir não segundo as aparências.

Na primeira leitura, o diálogo estabelecido entre a viúva e o profeta mostra quem é Deus e o que ele faz por aqueles que nele confiam. A pobre mulher reparte sua única segurança (uma medida de farinha e o resto do óleo na vasilha) seu gesto não fica sem resposta: Não faltou comida até que veio a chuva e se restabeleceu a normalidade da região.

O salmo nos chama a confiar no Senhor que age sempre em favor daqueles que não dispõem ou por sua simplicidade não tem necessidade de mostrar suas belezas, seu poder, sua sabedoria, suas roupas vistosas.

Ser discípulo de Jesus hoje significa praticar gestos e ter atitudes que sejam coerentes com os ensinamentos que deu outrora. Jesus não está de acordo com a pobreza, a miserabilidade, a falta de dignidade, nem tampouco abençoa e aceita que alguns se coloquem em atitude de superioridade em relação aos demais.

Vale para nós a recomendação de São Tiago: “Religião pura aos olhos de Deus implica cuidar dos órfãos e das viúvas em suas necessidades e não se deixar contaminar pelo mundo”(1,27).

Que, por esta eucaristia, o Senhor nos faça membros do seu corpo e autênticos apóstolos de uma sociedade e de uma Igreja muito melhor, mais coerente que precisa e pode ser transformada indo muito além das aparências.