terça-feira, 22 de dezembro de 2009

HOMILIA PARA O DIA 27 DE DEZEMBRO DE 2009

DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA


Leituras: Eclesiástico 3, 3 -7. 14- 17ª; Salmo 127(128); Colossenses 3, 12-21; Lucas 2, 41-52.

Durante o mês dezembro, mais do que em outros tempos, o sentido de família, de encontro e convivência tomou conta das preocupações em cada casa. A partilha e a solidariedade fraterna afloraram para todos. O natal se mostra ocasião propicia para repensar as relações familiares.
É neste contexto que a liturgia da Igreja nos propõe a Festa da Sagrada Família, no domingo imediatamente seguinte ao natal. Por esta celebração fazemos memória do Senhor que participa das preocupações e alegrias das nossas famílias.

O Evangelho que narra a participação de José e Maria com o menino, no cumprimento do preceito pascal de Jerusalém, aponta para uma situação particularmente difícil no relacionamento dos três. Situação não bem compreendida por eles mesmos e pela sociedade de outrora. Jesus, pela primeira vez, se apresenta e age fora dos laços estreitos da família de sangue e no diálogo com sua mãe indica por que veio e qual sua missão: “Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” Mesmo ciente da sua missão e responsabilidade não renega a obediência e volta com os pais para Nazaré. Enquanto Ele cresce, em todos os sentidos, diante de Deus, uma vez mais, sua mãe guarda todas essas coisas no seu coração.

Já no texto do Eclesiástico temos a recuperação do mandamento dado no êxodo: “ Honra teu pai e tua mãe para que tenhas vida longa sobre a terra.” O autor do livro vai muito mais além do que o simples mandamento mostra como essa relação de respeito indica também a compreensão que se tem do respeito para com a vida que nos foi transmitida por eles e que é antes de tudo um Dom de Deus o qual é o primeira a ser respeitado e aceito.

Na carta aos Colossenses São Paulo recomenda viver de acordo com o Evangelho e afirma que este modo de viver é condição para uma vida longa. Entre as atitudes sugeridas por Paulo consta a humildade, compaixão, bondade, o amor e o perdão.

Certamente entre as lições que podemos colher da liturgia da Palavra de hoje uma delas é o comportamento do silêncio. O gesto de Maria pode iluminar nossas relações familiares, em geral, barulhentas e muitas vezes marcadas pela falta de momentos de silêncio e aceitação das diferenças.

Compreender e viver as relações familiares no perdão e na mansidão exige de todos a repetir a atitude de Maria. Somos convidados a entrar nesse processo da maturidade da fé. Nossa experiência de família está profundamente inserida em todos os problemas deste modo, do mesmo modo como viveu a família de Nazaré, a compreensão desta situação é condição sem a qual nossas famílias não poderão experimentar a Graça de Deus que age no meio das dificuldades do cotidiano.

Aqui reunidos, celebramos como membros de um único corpo, constituímos uma mesma família e nos alimentamos do mesmo pão. Peçamos ao Pai que nos conceda a graça da verdadeira paz e da concórdia em nossos lares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário