segunda-feira, 22 de março de 2010

COMENTÁRIOS, APLICAÇÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE O ARTIGO AS PESQUISAS DENOMINADAS DO TIPO
“ESTADO DA ARTE” EM EDUCAÇÃO



Diálogo Educ., Curitiba, v. 6, n.19, p.37-50, set./dez. 2006.

Joana Paulin Romanowski; Romilda Teodora Ens



"Na área de formação de professores os estudos realizados apontam a ampliação na última década do interesse pelo tema." Esta afirmação das autoras encontra plena guarida no que se refere ao tema que escolhemos para nossa dissertação. Aliás a preocupação com a formação docente nas suas mais diversas vertentes parece que foi contemplada por Cristóvão Buarque, no lançamento do programa nacional de certificação de professores (2006). Na ocasião o então ministro da educação declarou que a "Formação de professores exige investimentos na cabeça, no coração e no bolso dos educadores".

Nosso trabalho se encaixa no grupo de pesquisa Paradigmas Educacionais e Formação de Professores enfocando a questão da Formação de Professores no Contexto da Metamorfose Civilizatória Contemporânea. Decidimos tratar da mística na formação docente. Com o título: Mistagogia na formação do docente, queremos ir na direção de provocar o interesse pelo que se denomina investimentos no coração.

"Parece que o interesse pelos temas educacionais não tem sido suficiente para que mudanças significativas
ocorram nos espaços de formação, sejam escolares ou não escolares." Esta afirmação bastante acentuada no texto que estamos comentando é mais uma razão que serve de sustentação para nossa investigação. Vamos insistir na questão que não se trata simplesmente de assimilar ou repassar conteúdos técnicos mas provocar mudanças significativas na questão da formação docente.

Considerando a dificuldade apresentada pelas autoras para produzir um "estado da arte" no que se refere ao tema em questão, levamos em consideração o que a expressão quer significar na origem do termo: "tem por objetivo realizar levantamentos do que se conhece sobre um determinado assunto a partir de pesquisas realizadas em uma determinada área."Embora tenhamos nos limitado a considerar pesquisas realizadas no limite da PUCPR, decidimos nos embrenhar nesta direção considerando que o tema, conforme delimitamos, não se encontra em nenhum trabalho desta instituição.

Nossa preocupação visa colaborar para que a questão da formação supere a dicotomia teoria X práxis. Conforme afirmam as autoras do texto: "Em um estado da arte está presente a possibilidade de contribuir com a teoria e prática” de uma área do conhecimento."

Tratar da mistagogia na formação do docente exige dar atenção para uma temática que está quase que totalmente silenciada e que no entanto é intrínseca ao cotidiano do educador, tanto mais nestes tempos em que as questões éticas e de valorização da vida sob a forma de sustentabilidade são cada vez mais consideradas como preocupações pertinentes.

A problemática se enquadra no eixo formação continuada para o qual o artigo constata que apenas 26% dos trabalhos parecem se direcionar. A definição da nossa linha de pesquisa não seguiu o rigor dos 8 procedimentos indicados por Romanowski, conforme citado no artigo, mas é resultado de uma pesquisa que leva em conta a necessidade de "investimentos no coração." Por essa afirmação queremos insistir que não se trata apenas de políticas educacionais ou de questões curriculares, mas que o tema da "Mística" precisa perpassar todas as inciativas de formação de docentes.

Parece-nos oportuno desejar que nossa preocupação venha, em algum tempo, fazer parte das pesquisas de "estado da arte" como eixo integrador entre teoria e prática ou se quiser qualificar de "cotidiano do educador".

Nenhum comentário:

Postar um comentário