sexta-feira, 4 de junho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 06 DE JUNHO DE 2010

X DOMINGO DO TEMPO COMUM
Leituras: 1Reis 17,17-24; Salmo 29 (30)
Gálatas 1, 11-19; Lucas 7, 11-17


Poucas situações na nossa vida nos deixam tão deprimidos como a tentativa de buscar soluções para as quais nossas forças não estão a altura. E quando isso acontece procuramos descarregar a responsabilidade em alguém. Deus, quase sempre, acaba sendo culpado pelos nossos limites e fragilidades.
Essa situação é a que assistimos no caso da primeira leitura, ocasião em que a Viúva está prestes a perder a sua única esperança, encarando a morte do próprio filho. O grito de súplica levantado pela mulher: “O que há entre mim e ti homem de Deus” é o sinal claro da compreensão de que Deus castiga, cobra e se vinga. Todavia, uma vez mais, o profeta mostra quem é Deus. Devolvendo o Filho com vida para a sua mãe, não resta se não a atitude do salmista: “eu vos exalto Senhor, pois preservastes minha vida da morte”. Em resumo, Deus não se alegra com a morte e nem muito menos quer a morte dos que lhe são queridos.
É neste sentido que também São Paulo afirma: “Asseguro-lhes que o Evangelho por mim pregado não tem critérios humanos”. E que por esta razão as vicissitudes do cotidiano não podem ser atribuídas a Deus e a seus projetos.
O que se disse nas duas primeiras leituras vem confirmada pela ação de Jesus, no encontro com a caravana Fúnebre do filho da viúva de Naim. De um lado o Senhor da vida e do outro a morte. A atitude do primeiro não poderia ser diferente: vê a situação, consola e devolve a vida.
Nos três textos de hoje Deus nos é mostrado com toda a sua compaixão e misericórdia, sobre tudo para com aqueles que se encontram em situação de risco ou indefesas. No meio de todas as provações e da “industria da morte” a que foi transformada a sociedade violentada pela droga, pela corrupção, pelo desrespeito aos mais elementares valores humanos, pela exclusão de populações inteiras, somos chamados a seguir o testemunho de Paulo: Anunciar a boa noticia de Jesus é um imperativo do qual não podemos nos eximir.
Em todas as provações: Deus é quem conserva a nossa vida e isto aponta para um decidido empenho na construção de um mundo melhor.

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