sexta-feira, 27 de agosto de 2010

HOMILIA PARA O DIA 29 DE AGOSTO

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Leituras: Eclesiástico, 3,19-21. 30-31; Salmo 67(68);
Hebreus, 12, 18-19. 22-24ª; Lucas 14, 1.7-14.

Estamos vivendo um momento bonito da nossa história. A maior eleição que já se realizou neste país. Por todos os lados borbulham opiniões, pesquisas, interesses, propostas, alternativas, discussões, expectativas e assim por diante. Mais do que em outros tempos é possível perceber o vai vem de correligionários, amigos de políticos, e até falsos amigos, adversários e pessoas de todas as tendências e correntes, se dão as mãos, caminham juntos, prometem soluções. Cada um querendo garantir o primeiro lugar à mesa, ou um lugar em alguma mesa depois que o seu candidato for eleito. Mal comparando parece ser esta a atitude sobre a qual Jesus concentra o seu ensinamento de hoje.
“Quando for convidado a um banquete não procure os primeiros lugares...” Com esta frase Jesus não questiona o banquete ou as regras que o regem. Questiona e chama a atenção para o comportamento daqueles que buscam os primeiros lugares, as posições de destaque, os privilégios e as honras. Ele chama a atenção para um novo modelo de relacionamento e vida fraterna. Ele propõe gestos solidários que diminuam a competitividade, as desigualdades e sugere o serviço alegre e desprovido de segundas intenções e buscas mesquinhas e politiqueiras.
Jesus recorda a importância de não ser seletivo e de não usar da influência e das relações para facilitar esta ou aquela pessoa. Para isso usa a expressão: “Quando ofereces um almoço ou um jantar, não convida teus amigos, nem teus irmãos, nem aqueles que te podem retribuir. Convida a todos, indistintamente”.
O que foi dito por Jesus, não era desconhecido do povo judeu de outrora. O autor do Eclesiástico cujo texto ouvimos já havia falado as mesmas coisas com outras palavras onde se lê: “Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade e assim encontrarás graça diante do Senhor. Muitos são altaneiros e ilustres, mas é aos humildes que ele revela seus mistérios”.
Mais tarde, depois de Jesus, o tema foi novamente levantado e por diferentes autores. Na segunda leitura de hoje ouvimos um trecho da Carta aos Hebreus e nela temos um convite claro para experimentar as diferentes formas de comunhão entre as pessoas de modo que estas se tornem, aos poucos, sinais da presença de Deus.
Em resumo o que a Palavra de Deus quer nos dizer hoje consiste em compreender e vivenciar todos os dias a experiência do serviço humilde e da solidariedade praticada como norma de vida e promotora da paz.
Neste sentido a Igreja nos convida a recordar hoje os catequistas de nossas comunidades, generosos e solidários servindo as comunidades, as família e o mundo com seu modo cordial de experimentar a ação de Deus colocando-se a disposição no serviço da catequese e do Evangelho.
Aqui viemos também para, nesta reunião festiva, nos alimentar da Palavra e da Eucaristia, desde este lugar e em nossa prática lá fora não poderá haver excluídos e falta de comunhão.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

PENSANDO A PEDAGOGIA

CURRÍCULO OU CURRICULUM?


As expressões que aparentemente são iguais ou decorrentes uma da outra, na prática não são tão iguais. A contextualização do significado em seu sentido mais amplo dá conta da diferenciação entre os vocábulos em referência.
A palavra currículo parece indicar um esquema fechado de informações e dados julgados importantes no processo de aprendizagem, quase como que limitado a condição de quem transmite saber para outro que passivamente recebe. O vocábulo parece tratar da criação de um binário curricular, e não daquilo que pode ser denominado com a expressão “curriculum” no sentido de incorporação, de fazer parte, de identificar, de ser um modo de organização.
O termo curriculum parece dar a ideia mais ampla que não se limita a condicionamentos textuais, mas que leva em consideração a complexidade da educação na relação com o contexto no qual o processo ensino-aprendizagem encontra-se inserido. Sob esta ótica é muito mais compreensível a missão do professor interrelacionada com o aprendizado.
Na medida em que se tem mais clara a compreensão do que seja curriculum para além da restritiva relação de conteúdos que serão ministrados dá-se o início a um processo de cruzamento de realidades muito mais profundas do que a mera transmissão de conteúdos ou de informações. Em outras palavras esta situação acaba por expressar a função da escola naquilo que ela tem de mais peculiar: fomentar as transformações
pessoais e sociais.
Neste sentido se pode afirmar que o desafio número do ensino consiste em garantir que o curriculum seja a expressão das competências humanas, como de fato as vezes se faz apresentar: resumo da própria história.
Para que isso seja realmente verdadeiro alguns pressupostos são necessários:
a) Que o curriculum compreenda uma visão orgânica do saber;
b) Seja interdisciplinar;
c) Identifique relações.
Se levadas em conta estas condições mais facilmente se estará próximo de tornar o currículo como o ponto central de referência na melhora da qualidade do ensino, na mudança das condições da prática, no aperfeiçoamento dos professores, na renovação da instituição escolar em geral e nos projetos de inovação dos centros escolares. Sendo assim expressão da função socializadora da escola. Parece que ainda se está desafiado a construir o curriculum como competência integradora e inovadora capaz de humanizar mais do que formatar o ser humano e o saber que este produz.
Dentre as condições importantes na experiência curricular há de se levar em conta que se trata de uma das principais atividades humanas. Vai além da preparação profissional se constituindo num exercício de cidadania que supere os processos de produção.
Na qualidade de curriculum se constitui muito mais do que um instrumento de regulagem da aprendizagem e a avaliação supera de longe a visão interpretativa e numérica de comunicação de resultados para se constituir num observatório no qual os erros são superados na forma de aprendizado.
O curriculum não anula nem diminui a importância da avaliação, mas este aspecto deixa de ser somativo para ser formativo e diagnóstico. Feitas estas considerações é mais bem compreendido a função do currículo como espaço no qual são facilitadas a construção e o advento de um ser humano sujeito e singular sobre quem se pode usar a sentença de: 

David Purpel1, citado por O’Sullivan 2004, quando afirma que os educadores tem a responsabilidade específica de forjar um amplo sistema educacional de crenças que sempre leve em conta os problemas do cotidiano. Uma das suas proposições consiste em afirmar que a educação tem por missão cultivar e promover o desenvolvimento de um misto cultural que sirva de base para a fé na capacidade humana de participar da criação de um mundo de justiça, compaixão, cuidado com o outro, amor e felicidade.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PENSANDO A PEDAGOGIA

PEDAGOGIA DA EXISTÊNCIA


LUCIANE BOREKI, EDSON MORE, ELCIO ALBERTON. 
Considerações sobre pedagogia da existência. 
Sob a orientação das Professoras Doutoras 
Joana Paulin Romanowski e Pura Lúcia Oliver Martins.

Este modo de conceber o ensino e a relação do ser humano com o saber foi se avolumando com o advento do racionalismo e do iluminismo renascentista. Não se tratou propriamente de uma contra proposta à pedagogia da essência, mas um jeito de se adequar aos novos tempos.
A questão do conhecimento foi tratada a partir das concepções de homem emanadas do racionalismo e do iluminismo. Estas correntes de pensamento colocaram o existir do homem acima de tudo e na razão pura a resposta para todas as inquietações da existência. Naturalmente que em decorrência deste conceito seria lógica esta compreensão da educação.
Com a doutrina do “materialismo dos sensatos”, Rosseau que viveu até a segunda metade do século XVIII – (1778), mostra seu interesse pelo quotidiano do existir humano. Segundo ele a criança é a própria fonte da educação e, portanto, a existência do homem é o elemento constitutivo da educação.
Esta afirmação que será depois reforçada por outros filósofos mostra a diferença entre a pedagogia essencialista, segundo a qual, a educação tinha por finalidade aperfeiçoar, melhor, tornar ato aquilo que em potência já existia no ser
humano. Deste modo fica mais fácil compreender toda a compreensão essencialista, que se pode ver desde Sócrates cuja frase célebre é: só sei que nada sei! Na sequencia estão seus discípulos, sobretudo Aristóteles com a compreensão do ATO e POTÊNCIA. Estes conceitos foram retomados mais tarde pela filosofia cristã apresentando a necessidade da fé como condição para alcançar a perfeição e o saber. Ou seja, para passar do ato à potência, para que o homem “FOSSE” necessitaria de uma educação que lhe seria dada segundo e a partir da Fé, sem a qual nada teria sentido e possibilidade de perfeição.
Desde Rosseau uma série de outros pensadores seguiu a mesma direção segundo a qual a educação tem o limite da vastidão do existir humano, o que significa dizer não tem limites, pois que o homem não é limitado.
O idealismo alemão, sustentado por Kant, coloca o homem como princípio de si mesmo e daí um conceito de educação totalmente novo, posto que este sujeito estivesse sendo cada vez melhor a partir da sua existência.
Já antes de Kant, Tomas Hobes havia afirmado que “HOMO HOMINI LUPUS EST” e que por esta razão será necessário adaptar a sociedade a esta condição. Para levar a efeito essa necessidade somente o estado poderia efetivamente realizar garantindo assim a liberdade do homem frente à religião e à sua dependência do transcendente.
Entretanto foram Kierkgaard, Stirner e Nietzsche quem realmente deram início à pedagogia da existência. O primeiro definiu a vida humana em distintas camadas e afirma que na camada mais profunda ele se compromete com as decisões e escolhas pessoais, sendo um individuo único estaria sempre num eterno recomeço. Rejeitou toda e qualquer relação com a religião. A pedagogia tinha com finalidade formar o homem corajoso com traços metafísicos, mas estritamente existencialista.
Na mesma direção está Stirner o qual pede que o indivíduo oponha-se corajosamente às pressões e apoie-se unicamente em si.
Por sua vez Nietzsche apresenta uma pedagogia que deveria formar a vontade de poder, em outras palavras a sabedoria para viver acima do bem e do mal. Quem
assim pudesse viver seria um tipo super-homem, sem necessidade de estabelecer limites. Este tipo de pessoa é o que se pode chamar de “aluno superdotado” a quem devem ser dedicados cuidados especiais.
Os três acima citados concordam que toda forma de objetivação da pedagogia consiste na necessidade de despertar um esforço pessoal para que o homem seja bom e isto tem um cunho religioso que devia ser negado. Segundo eles a boa pedagogia despertava no homem o desejo de opor-se a qualquer ideal e que o homem seria um tipo semideus.
Na esteira do que já se viu e reafirmando estas posições estão outros idealistas para quem a imagem do homem seria uma máquina dirigida pela razão. Daí que em nada fica difícil compreender uma pedagogia que revelaria o sentido da teoria da evolução.
Sob a ótica existencialista a educação precisa ser entendida como satisfação das necessidades biológicas e sociais no âmbito da luta pela vida. Os adeptos desta pedagogia desferiram duros golpes na educação essencialista afirmando que aquela não ensinou o homem a viver na vida real.
Este modo de compreender a educação colocava-a como uma arma no embate pela vida e pela existência. Ela tem um caráter utilitário e instrumental. Nesta direção ela é um conjunto de métodos e aquisições do existir humano e desde muito cedo a criança seria ensinada a se preparar para a vida a partir das necessidades atuais no domínio do conhecimento e da ação.
Segundo o existencialismo o único poder a que o homem deve se submeter seria a própria razão, tudo isso numa resposta ao Tomismo e à escolástica Agostiniana.
As características principais da pedagogia renascentista são:
 Humanismo: é um regressar ao neoplatonismo, regressar a Platão. Valorização do homem e seus ideais;
 Estoicismo: era uma educação para as dificuldades da vida. As pessoas eram educadas para fazerem frente a problemas como valentia e caráter.
 Epicurismo: vive-se com liberdade, com objetivo de atingir a felicidade através do conhecimento.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

PENSANDO A PEDAGOGIA

PEDAGOGIA PARA ALÉM DELA MESMA

Elcio Alberton
Comentários ao texto Por uma pedagogia do equilíbrio
De Kelley Gonçalves Dias Gasque e Ricardo Tescarolo

Antes de qualquer consideração sobre o assunto há que se superar o conceito da pedagogia como a não ciência e reduzida a praticas e atividades sem viés científico. Naturalmente é preciso também ter presente que nossa sociedade experimenta um esvaziamento de si próprio em decorrência do reducionismo dualista que cultivou desde o advento do racionalismo existencialista.
Atualmente, todos os setores da sociedade exigem um contínuo processo de formação capaz de traduzir na sua pratica as inovações tecnológicas e sociais que se abrem cotidianamente o qual não poderia ser diferente no âmbito da educação e da docência.
Neste sentido a pedagogia não poderia permanecer estática, ou pior que isso reduzida a treinamentos e práticas tare feiras sem conteúdo científico. Na medida em que a própria ciência aceita esta sua “nova” condição ela adquire uma dimensão de reflexão na sua relação com a experiência.
Parece que desta maneira se poderá compreender a pedagogia como ciência que viabiliza a reflexão e a ação. Sob esta ótica será possível afirmar que ela é ciência transformadora da realidade que vai igualmente determinando objetivos para a educação no processo de metamorfose em que estão inseridos os sujeitos.
Conforme se compreende a Pedagogia na qualidade de ciência será possível vislumbrar nela os fins e os sujeitos da educação e de todos os que estão envolvidos no processo ensino/aprendizagem. Este alargamento da compreensão do que seja pedagogia lhe propiciará o status de cidadania da reflexão educativa. Neste sentido ela será uma ciência que se realiza no contexto das práticas sociais as quais se apresentam como parâmetros fundamentais da verdade teórica que se realiza na práxis.
Como em todas as outras ciências é imprescindível reconhecer o papel fundamental da relação entre reflexão e ação. A Pedagogia vai cada vez mais para além de si mesmo na medida em que intervém na complexa realidade do pensamento e da ação sem separar fato da ciência. Sob esta ótica o docente vai construindo seu saber na ação, isto não significa dizer que a sabedoria se reduz a respostas empíricas e de pouca relevância científica.
O fazer docente além de si mesmo integra a razão reflexiva e produz a síntese entre as duas verdades o que os autores chamam de equilíbrio.
Foi a cultura ocidental quem intensificou a distância entre saber e fazer, isto veio fortalecido com o racionalismo cartesiano. Parece feliz e atual a paráfrase usada pelos autores do texto ao comparar razão e ação como as partes físicas os programas de computação (Hardware e software).
É certo que a evolução na compreensão conceitual desta ciência permitiu perceber que para além da razão estão os valores que garantem o existir da razão, ou seja, a ação. Citando Ortega Y Gasset os autores reafirmam a importância desta superação conceitual capaz da garantir a simbiose entre viver e pensar. Em outras palavras ser e fazer se completam. Parece também muito feliz a referência à razão como o Verbo que se vai se fazendo carne nos afazeres cotidianos.
Parece estar claro que falar da experiência não se está reduzindo a condição de tarefeira que se deu à pedagogia ao longo do tempo, mas que o fazer acontece no âmbito de todo o projeto racional. Resumindo o pensar e o fazer compreende todo o existir humano no amplo sentido de vivência. O saber que vai sendo formulado é o resultado das experiências processuais que serviram como fio condutor para o aprendizado presente e futuro.
Pode-se traduzir a ideia de Dewey afirmando que o mundo ideal é sempre resultado do mundo real, isso parece estar na sequência do pensamento aristotélico. Sem ser reducionista a moderna pedagogia recupera os conceitos filosóficos gregos sob muitos aspectos e neste caso traz presente a clássica expressão de Aristóteles: “In medio virtus”.
Equilibrar a pedagogia entre a compreensão de simples tarefeira outorgando-lhe o papel de ciência é um processo de aprendizado. Os saberes serão tanto mais úteis quanto mais científicos eles se configurarem. Neste sentido a pedagogia passa ser também compreendida como a ciência das relações, estas cada vez mais necessárias no mundo dos contatos e da virtualidade.
As relações tão necessárias entre os humanos, os saberes e os fazeres, por outro lado, garantiriam o exercício do livre arbítrio que não se confunde com liberdades ilusórias, mas por meio de construções históricas baseadas na ética dos relacionamentos interpessoais.
Em síntese, se pode dizer que pedagogia para alem dela mesma, ou pedagogia do equilíbrio como denominam os autores propiciará o diálogo entre o ser consigo mesmo e com as demais criaturas no contexto da corresponsabilidade sustentável que também pode se denominar ética planetária no sentido de estabelecimento de um contrato solidário.
Este modo de ser pedagogo e de compreender a sua missão consiste na capacidade de fazer síntese entre pensar e agir. Assim como a pessoa é constantemente desafiada a se superar também a ciência é chamada a ser para além do seu limite temporal.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO E MULTIMEIOS

PARA UM COMEÇO DE CONVERSA


Recursos tecnológicos na educação: muito mais do que uso e disponibilização deles se constituem num desafio de linguagem!
Pouco ou nada trarão como acréscimo para o processo ensino-aprendizagem o uso puro e simples dos recursos tecnológicos. Na educação o segredo do sucesso não depende de disponibilizar ou não de recursos, importa sim não deixar passar despercebidas as ofertas que a sociedade oferece. Diante da avalanche de informações a que nossos “clientes” têm acesso o desafio consiste em recuperar a visibilidade e a força motivadora do de todo o processo.
Se considerarmos as profundas transformações pelas quais passa a sociedade e os avanços tecnológicos em todos os setores, será possível perceber que também no campo da educação nos deparamos com o nosso despreparo. Certamente não será suficiente a profissionalização e a competência técnica, mas a compreensão da evolução da sociedade como um todo.
Mesmo com certo domínio de muitos recursos não conseguimos compreender porque nossas verdades, pedagogias, didáticas, etc. continuam fragmentadas e setorizadas. Continuamos com uma ênfase curricular setorizada, não alcançamos a dinâmica da interdisciplinaridade. Nossos saberes são parciais e nossas escolas não fogem desta realidade. A departamentalização das instituições de educação em todos os níveis continua sendo um “leão” que precisa ser domado.
Aqueles que navegam pela internet nas páginas de nossas escolas ainda precisam se perguntar para qual setor devem se dirigir, qual será a prioridade daquele clik. As inúmeras ofertas de supostos saberes ainda não respondem a perguntas cruciais tais como: Para onde vou?
A cultura da tecnologia e da comunicação implica hoje muito mais do que “usar” os meios e recursos, tais como “mala direta” ou emails aos nossos alunos e parceiros. É preciso estar atentos para a globalização que a informática trouxe para dentro de nossas escolas. As instituições envidaram esforços para compreender e dar acessibilidade às
novas mídias, até são capazes de se expressar com mais clareza, mas ainda se está longe de entender a complexidade da metamorfose do século XXI.
Os recursos tecnológicos da mídia são determinantes na cultura atual e em todo o curso da sociedade. Na medida em que se compreende isso a pergunta crucial a ser feita consiste em procurar uma resposta para o uso que deles fazemos no processo da aprendizagem.
As ofertas de cursos on-line, acompanhamento educacional e até certificação digital são incontáveis. A pergunta que paira ainda consiste em dizer: Será este o caminho para tornar a educação acessível ao maior número possível de pessoas? É para isso que serve o processo comunicacional? É certo o que afirmam não poucos pedagogos e especialistas na arte de educar: “Não é suficiente usar os meios e recursos é necessário integrar a educação nos novos padrões culturais que a sociedade vai tomando conhecimento”.
Os recursos de comunicação acessíveis a partir da rede mundial de computadores são um elemento articulador da sociedade, todavia nosso processo de aprendizagem e de avaliação da aprendizagem continua reduzido aos encontros presenciais, às provas, aos trabalhos, e pior que tudo isso ao processo de notação.
A comunicação aberta e ágil como estamos presenciando se apresenta desarticulada, conflituosa e naturalmente confusa em relação à velocidade e à complexidade mercadológica da educação e do processo de aprendizagem. As atividades educacionais que se servem dos recursos de mídia se resumem a uma “janela” para informações, estando ainda muito longe da produção e compartilhamento de saberes.
Entre os desafios que se apresentam certamente está a necessidade de tornar nossos sítios visitados e que despertem interesse. A virtualidade quebrou fronteiras e quem decide para onde ir é o usuário, que se tornou um “celinauta”. Neste campo entra toda a dimensão da ética e do uso da propriedade intelectual, o mundo virtual criou novas necessidades e novos modos de relacionamento e contatos.
Os recursos tecnológicos acessíveis e acessados pelos “clientes” das instituições de ensino fazem parte do cotidiano de todos em qualquer classe e lugar, segundo estudos nossos jovens passam de 8 a 10 horas por dia conectado. O cotidiano da grande maioria transcorre frente a frente com uma tela de computador a qual determina o modo de pensar e agir. Haja vista, por exemplo, uma pane no sistema ou a recorrente situação:
“o sistema está fora do ar”; tal frase é sinônima, ou melhor, a atualização do medo proclamado por Raul Seixas: “O dia em que a terra parou”.
A sociedade como um todo pode ser qualificado como consumidora de “tela” no sentido que os apelos para ter acesso ao mundo e fazer conexões com ele se dão por meio de acesso a conteúdos dispersos e desconexos entre si. De algum modo a cultura da net pode ser entendida como “participativa” enquanto compreendida como espaço de interação entre os diferentes. Interação que se dá com um sem número de regras e normas que quase ninguém entende e menos ainda respeita.
Mais do que em outras épocas nossos jovens estão sedentos para construir seu próprio pensamento e criar sua própria investigação. Certamente eles podem ser chamados de consumidores virtuais, todavia dificilmente são chamados ou fazem parte do processo de produção do mercado que consomem. Parece ser uma alternativa de coragem a abertura de canais capazes de fermentar no “escuro” daquilo que ainda precisa ser determinado a expectativa de novos horizontes e outro amanhã.
Diante dos desafios que a educação experimenta parece urgente garantir que novos “vinhos” descansem nas adegas da virtualidade. Trata-se de um processo! O mundo está a um click com informações necessárias, desnecessárias e em excesso. Deixar-se encantar pela transformação comunicacional consiste em dar acesso à mente, a afetividade e a percepção que deixaram de ser apenas dirigidas pela razão, pela imaginação, mas também dirigidas por um sem número de efeitos especiais.
O processo ensino-aprendizagem está ainda longe dos avanços tecnológicos e de envolver o ser humano como um todo no processo. A educação continua sendo um tema de interesse, porém com linguagem e formas ultrapassadas, mesmo quando tem acesso a distintos recursos tecnológicos.

sábado, 14 de agosto de 2010

HOMILIA PARA O DIA 15 DE AGOSTO

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Leituras: Apocalipse 11, 19; 12, 1.3-6.10; Salmo 45 (44);
1Coríntrios 15, 20-27; Lucas 1,39-56.

Se quisermos contar nos dedos quantos bons motivos temos para nos alegrar ao longo da nossa vida talvez nem fosse possível. As razões e as ocasiões na quais muitas coisas boas foram realizadas e cujo final foi melhor do que se esperava são inumeráveis. Entretanto, todas as vitórias e alegria não vieram sem esforço, sem sofrimento e muitas vezes sem lágrimas. É também verdade que em todas as situações, se quisermos ser honestos, haveremos de admitir que nossas forças teriam sido pequenas e que nunca pudemos contar somente com elas. Isso significa admitir: Deus esteve do nosso lado em todas as ocasiões.
Pois é isso que a liturgia deste domingo nos ajuda a compreender. A Igreja convida a fazer memória da solenidade da Assunção de Maria ao Céu. Isto significa dizer: Nós acreditamos que Maria venceu todas as provações e dificuldades deste mundo e participa hoje da plena alegria do seu Filho Jesus. Proclamar e celebrar esta verdade consiste também em confirmar nossa crença que um dia estaremos no céu com Maria e com todos os que fazem a vontade do seu Filho Jesus.
Assim na primeira leitura, que o autor escreveu num tempo de perseguição e muita dificuldade para o cristianismo nascente, o texto vem carregado de símbolos e figuras de linguagem. Uma mulher com uma coroa de estrelas, vestida de sol e grávida. Um dragão com sete cabeças e dez chifres. De um lado sinais da resistência, de outro sinais da violência. E por traz de tudo Deus: A Mulher grávida dá a luz, o filho é salvo e a mulher protegida do dragão e alimentada longe de todos os perigos.
São Paulo, na segunda leitura chama a atenção para os cristãos que tinham dificuldade de acreditar na ressurreição de Jesus e dá um conselho indicando uma atitude: “Se temos esperança somente para esta vida somos os mais infelizes e dignos de compaixão”. Recorda o pecado do primeiro homem e salvação que foi garantida por Jesus: “Em Adão todos morreram em Cristo todos ressuscitaremos”.
O que as duas leituras falam está retratado no texto do evangelho. Com grandes dificuldades as duas mães se encontram: Maria e Isabel proclamam as maravilhas que Deus realiza apesar da fragilidade e das dificuldades que cada uma delas experimenta. E ambas proclamam gratidão por aquilo que acreditam ser ação de Deus. Isabel exulta de alegria ao dizer: Bendita és tu e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem que a mãe do Meu Senhor venha me visitar. Por sua vez Maria confirma: Minha alma dá glórias ao Senhor e meu espírito se alegra em Deus Meu Salvador. Ele cumpriu sua promessa e tudo o que esperávamos agora está por acontecer.
E de fato o que foi predito se realizou. Maria na glória do céu, sinal da esperança que vai se realizar para todos. Como ela, também nós somos convidados a não perder a esperança diante de todas as provações e desafios que a vida nos impõe. Sejam eles de ordem pessoal: doenças, mortes, problemas com o emprego e trabalho, dificuldades no relacionamento familiar e assim por diante. Sejam eles de ordem social e política. Basta que não deixemos de fazer a nossa parte. Não colocar ou procurar culpados somente fora de nós e muito menos atribuir a Deus os problemas e dificuldades de cada dia.
Nós rezamos na missa: “Hoje a Virgem Maria foi elevada ao céu. Ela é consolo e esperança para o povo ainda a caminho”. Tenhamos a certeza Deus nos ama e nos salva por inteiro Maria é nosso modelo e certeza.


HOMILIA PARA O DIA 15 DE AGOSTO

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

 
Leituras: Apocalipse 11, 19; 12, 1.3-6.10; Salmo 45 (44);
1Coríntios 15, 20-27; Lucas 1,39-56.

  • Se quisermos contar nos dedos quantos bons motivos temos para nos alegrar ao longo da nossa vida talvez nem fosse possível. As razões e as ocasiões na quais muitas coisas boas foram realizadas e cujo final foi melhor do que se esperava são inumeráveis. Entretanto, todas as vitórias e alegria não vieram sem esforço, sem sofrimento e muitas vezes sem lágrimas. É também verdade que em todas as situações, se quisermos ser honestos, haveremos de admitir que nossas forças teriam sido pequenas e que nunca pudemos contar somente com elas. Isso significa admitir: Deus esteve do nosso lado em todas as ocasiões.
  • Pois é isso que a liturgia deste domingo nos ajuda a compreender. A Igreja convida a fazer memória da solenidade da Assunção de Maria ao Céu. Isto significa dizer: Nós acreditamos que Maria venceu todas as provações e dificuldades deste mundo e participa hoje da plena alegria do seu Filho Jesus. Proclamar e celebrar esta verdade consiste também em confirmar nossa crença que um dia estaremos no céu com Maria e com todos os que fazem a vontade do seu Filho Jesus.
  • Assim na primeira leitura, que o autor escreveu num tempo de perseguição e muita dificuldade para o cristianismo nascente, o texto vem carregado de símbolos e figuras de linguagem. Uma mulher com uma coroa de estrelas, vestida de sol e grávida. Um dragão com sete cabeças e dez chifres. De um lado sinais da resistência, de outro sinais da violência. E por traz de tudo Deus: A Mulher grávida dá a luz, o filho é salvo e a mulher protegida do dragão e alimentada longe de todos os perigos.
  • São Paulo, na segunda leitura chama a atenção para os cristãos que tinham dificuldade de acreditar na ressurreição de Jesus e dá um conselho indicando uma atitude: “Se temos esperança somente para esta vida somos os mais infelizes e dignos de compaixão”. Recorda o pecado do primeiro homem e salvação que foi garantida por Jesus: “Em Adão todos morreram em Cristo todos ressuscitaremos”.
  • O que as duas leituras falam está retratado no texto do evangelho. Com grandes dificuldades as duas mães se encontram: Maria e Isabel proclamam as maravilhas que Deus realiza apesar da fragilidade e das dificuldades que cada uma delas experimenta. E ambas proclamam gratidão por aquilo que acreditam ser ação de Deus. Isabel exulta de alegria ao dizer: Bendita és tu e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem que a mãe do Meu Senhor venha me visitar. Por sua vez Maria confirma: Minha alma dá glórias ao Senhor e meu espírito se alegra em Deus Meu Salvador. Ele cumpriu sua promessa e tudo o que esperávamos agora está por acontecer.
  • E de fato o que foi predito se realizou. Maria na glória do céu, sinal da esperança que vai se realizar para todos. Como ela, também nós somos convidados a não perder a esperança diante de todas as provações e desafios que a vida nos impõe. Sejam eles de ordem pessoal: doenças, mortes, problemas com o emprego e trabalho, dificuldades no relacionamento familiar e assim por diante. Sejam eles de ordem social e política. Basta que não deixemos de fazer a nossa parte. Não colocar ou procurar culpados somente fora de nós e muito menos atribuir a Deus os problemas e dificuldades de cada dia.
  • Nós rezamos na missa: “Hoje a Virgem Maria foi elevada ao céu. Ela é consolo e esperança para o povo ainda a caminho”. Tenhamos a certeza Deus nos ama e nos salva por inteiro Maria é nosso modelo e certeza.

 

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

SABER SER E SABER FAZER

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia
Componente Curricular: Educação e Multimeios
Educador: Professor Elcio Alberton
E-mail: professor.elcio@hotmail.com
Blog: www.padreelcio.blogspot.com
Fone: 41 32750578 ou 99219804


DIDÁTICOS, TECNOLÓGICOS OU OS DOIS?

1 – NOÇÕES PRELIMINARES

Para tratar de recursos didático-tecnológicos na educação, não se pode prescindir do objetivo colocado. Conforme já foi dito a primeira condição será delimitar os conteúdos e os objetivos que se pretende alcançar antes de abrir mão dos recursos tecnológicos na educação. De nada adiantaria modernos hardware e software serem disponibilizados se aqueles que dele se servirem não sabem o que fazer com os recursos.
Neste caso vale a máxima do Filósofo Sêneca : “para o barco que não sabe em qual porto quer atracar qualquer vento é favorável”. Qual seja o recurso aplicado sem uma finalidade específica será mais um tiro com “pólvora molhada”.
Sempre partindo do princípio que o aluno é o centro de todo o processo educativo há que se considerar que os recursos precisam estar a serviço deste e não o contrário. Já se afirmou que o principal recurso tecnológico na educação são as pessoas envolvidas: Alunos e professores.
É preciso então considerar que o Ser Humano não aprende/ensina apenas com o pensamento ou com as palavras. É todo o corpo do ser humano que está envolvido quando se trata de aprender/ensinar. A arte de educar é um ato de toda a pessoa e se realiza mais plenamente quando toda a sua corporeidade estiver envolvida.
Por mais belas, que sejam as palavras, por mais modernos que forem os recursos eles não serão capazes de garantir a efetivação do aprendizado. É preciso levar em conta que os movimentos e posições do corpo exprimem os diversos modos da pessoa se colocar diante de outro. Daí é importante reconhecer que ensinar/aprender exige gestos simples, espontâneos e elementares, por meio dos quais o ser humano manifesta as suas necessidades fundamentais.
Os gestos são meios de comunicação pelos quais o homem se dá a conhecer aos seus semelhantes e neles o aprendizado assume uma dimensão social. Não resta dúvida que para ensinar/aprender a participação do corpo é indispensável.
A educação é um ato que se dá com a totalidade do ser humano. É importante destacar a função do corpo como uma espécie de ‘instrumento da alma’. Assim como um músico se serve do seu instrumento para expressar os seus sentimentos, o corpo humano é o instrumento para manifestar os desejos interiores, no caso da educação o desejo de aprender/ensinar. É bem verdade que o ser humano é uma unidade intrínseca, cuja comparação com o instrumento é sempre falha, o primeiro é o instrumento que registra com segurança a interioridade do seu espírito.
Considerando, pois que criaturas corpóreas e que o corpo também se modifica mediante o conhecimento por ele apreendido não deverá ser motivo de nenhuma admiração que seja dada importância decisiva aos gestos e porte do corpo como instrumento que se pode chamar de alta complexidade tecnológica para a aprendizagem.

1.1 – Corporeidade e educação
Os equipamentos (hardware/software) são a maneira visível da relação de aprendizagem. O efeito dos recursos se realiza no corpo mediante os gestos e palavras. É evidente que aquilo que se processa, com o ensinante/aprendente, tem uma originalidade muito particular quase como força de um mistério.
Talvez, nenhuma outra época da história tenha valorizado tanto o corpo e seus gestos como o nosso tempo. É possível afirmar que a cultura da globalização e da tecnificação está exigindo relacionamentos mais densos de calor humano e de razões humanas, até então não exploradas. A riqueza simbólico-espiritual dos gestos e do porte do copo faz o ser humano penetrar com mais intensidade nos mistérios do seu ser.
Cada parte do corpo mereceria um estudo mais aprofundado das suas manifestações e significações da comunicabilidade entre os seres, fato que se realiza de modo muito denso no processo da aprendizagem.
Considerando o propósito desta aula é mister tratar do corpo sob a ótica do principal e mais extraordinário recurso tecnológico. Assim, por exemplo, mencionamos os pés que nos assentam no chão, permitem uma postura vertical, são o lugar do contato do homem com a terra e daí com toda a natureza e naturalmente com o transcendente. O indivíduo que aprende é alguém que se coloca de pé no nível das relações. Diante de toda a capacidade intelectual e do desenvolvimento de tantos recursos porque não se pode ter a certeza absoluta que todos eles dependem da única máquina que não é fabricada, mas que se fabrica a si mesmo. De modo que se deveria ter a certeza de que os recursos tecnológicos tem a função de garantir que o ser humano desfrute deles sem ser aniquilado por eles.
Os pés estão na extremidade das pernas, e sua finalidade é conduzir o ser humano ao encontro com o outro ser humano, com a natureza, com o saber, com o divino. Praticamente não existe ação humana que não seja marcada, delimitada pela capacidade de locomoção resultado das vontades. Vontades que são obedecidas cegamente, mas decididamente e sabendo para onde vai. Andando pelos caminhos como um “aprendente”. As pernas levam o homem a inúmeras experiência e possibilidades, elas são como os sinais de trânsito, o indicativo de que o ser humano está disposto a mudar o sentido de sua vida. Os acidentes e contratempos da estrada não são percalços para que um determinado ato impeça o ser humano de ser feliz.
É a disposição do nosso corpo que nos permite compreender quando Miguel Arroyo escreve:
As figuras dos professores aparecem para além de uma docência neutra. Não dá para separar a imagem do docente da imagem humana. Nem como separar os saberes apreendidos dos valores, dos comportamentos, das condutas e dos hábitos, da ética, da autoestima, do o orgulho ou da humilhação, do estímulo ou do preconceito. Estamos na escola na totalidade da nossa condição humana. Os alunos nos veem como gente, entram na relação docente como totalidades humanas. (Arroyo 2009).

Ora, mobilizar o corpo balancear para frente ou para trás, para a esquerda e para a direita é uma excelente forma de unir a ideia com a experiência. O gesto não mente, ao contrario da palavra ele compromete. As mãos e os gestos cumprem um importante papel simbólico, assim a postura das mãos do professor exercem uma “simboloterapia”, se eliminada esta possibilidade, o processo pode ficar comprometido.


2.0 – A sala de aula
O aluno não é um navegador solitário, um herói que enfrenta sozinho a tempestade do oceano. Ele pertence a um povo, chamado a viver uma relação nova entre si e a humanidade a partir das pessoas que o cercam. Educadores e educandos servem-se do corpo para dar e receber saberes. Antes e acima de tudo este grupo precisa de um corpo, precisa de coração que tenha o desejo de relação. O corpo no processo educativo precisa disponibilidade para “perder tempo” que o leve a mudar de vida. A sala de aula não é uma improvisação, mas exige espaço e tempo para que o aluno possa se sentir importante, acolhido no seu todo, corpo e espírito, é muito mais eficaz a educação que faz o sujeito se sentir reconhecido, também no seu corpo. O ambiente que cerca o aluno tem altíssima importância no processo da aprendizagem. Diante da exigência da sustentabilidade se pode até falar de uma ecologia da aprendizagem. E nisto aparecerão os recursos tecnológicos disponibilizados junto com as pessoas.
3.0 – A capacidade de compreensão
Os estudiosos da retenção costumam dar distintos valores para a capacidade de compreensão de determinados saberes. Assim se diz que a mente humana é capaz de fixar com facilidade:
1% do paladar
1,5% do tato
3.5% do olfato
11% da audição
83% da visão.
Sendo esta uma verdade, no que toque algumas diferenças percentuais de uns e outros estudos, há que se considerar que na arte de educar é muito necessária a combinação entre oral e visual. Sempre tendo em conta que o primeiro a ser visualizado é o próprio sujeito que deve ter a primazia sobre qualquer outro recurso.
Não parece fora de propósito que o ser humano teve sempre necessidade de associar o seu ser ao seu fazer.

Referência bibliográfica
ARROYO, Miguel G. Imagens quebradas. Petrópolis, Vozes, 2009.
FERREIRA, Oscar Manoel de Castro. Recursos audiovisuais para o ensino. São Paulo, Editora Pedagógica Universitária, 1975.

EDUCAÇÃO E MULTMEIOS

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA


Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia

Componente Curricular: Educação e Multimeios

Educador: Professor Elcio Alberton

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A ESCOLA NA ERA DA INFORMAÇÃO



O progressivo domínio das técnicas de comunicação que vão sendo utilizados como recursos pedagógicos nas escolas corre o risco de fragmentar as práticas pedagógico-didáticas sem levar à renovação que se espera. Sem um aproveitamento adequado dos meios tecnológicos na educação, corre-se o risco de ser mais uma alternativa paliativa para o problema do aprendizado.

Um dos primeiros entraves a ser superado é a compreensão da escola como um microrganismo isolado do resto do mundo para o qual se dirigem os alunos como se para ali viessem na condição de tabula rasa. Nenhuma teoria educacional poderá prescindir da influência que os recursos tecnológicos propiciam às culturas e sociedades em todas as classes.

O conceito de "aldeia global", criado por Marshall McLuhan , quer dizer que o progresso tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia. Marshall McLuhan foi o primeiro filósofo das transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações. A afirmação que se aplicava outrora à televisão, ganhou cidadania plena com o advento da rede mundial de computadores.

Infelizmente muitos educadores se limitam a emitir juizo de valor sobre esta realidade como se concorrentes fossem e que os recursos não passam de permissivismo moral e político. Por sua vez há os que elevam às alturas colocando-os no lugar das pessoas e acima de todos os demais recursos.

A questão fundamental que precisa ser considerada está longe do aspecto político, ele é estritamente pedagógico. A era da tecologia não se configura um acidente histórico, pelo contrário, participa do movimento geral da civilização em vista do aprefeiçoamento da mobilidade humana rumo ao coroamento das relações pessoais, sociais, e econômicas. Daí que dizemos ser um problema pedagógico no sentido estrito que o uso inadequado destes recursos podem transoformar o indivíduo em refém da modernidade e presa fácil da massificação.

Dos professores se espera que em lugar de denunciar os produtores de software e outros mecanismos de informação devem correr em paralelo para garantir que seu uso seja racional. O bombardeio de informações que são oferecidas em todas as instâncias da sociedade e para todos os níveis de pessoas precisam ser recebidos positivamente.

É importante que os educadores não se coloquem na posição de vítimas patéticas da massificação tecnológica mas que se apresentem como operadores de pedagogias sempre novas e arriscadas capazes de renovar sua missão no mundo. As infinitas formas de aquisição da informação forçam os educadores a desancorarem-se do seu amibente relativametne seguro para “águas mais profundas”.

Os recursos tencológicos ao alcance das nossas crianças e jovens não seguem a regra de integração racional à qual estamos habituados. Pelo contrário formam um mosaico de conhecimentos e saberes justapostos. Esta situação exige uma resposta criativa e pedagógica independente dos meios e recursos físicos que as instituições podem disponbilizar.

Sem sombra de dúvida todos os que situam a arte de ensinar numa perpespectiva de preparação para a vida precisam colocar os recursos tecnológicos não apenas como instrumentos de ensino, mas explicitamente como matéria no sentido de responsabilidades pela sua correta utilização.

Educadores que já se perceberam como não sendo proprietários do saber e mandatários da cultura serão capazes de se colocar na condição de perceber que o ser humano da modernidade tem um desejo extraordinário de análisar, compreender e até julgar. Neste sentido o professor fará parte de toda esta expectativa dos seus alunos.

Nesta perspectiva os recursos tecnológicos serão vistos muito mais amplamente do que objetos, ou matérias a serem usados e explorados mas expressões de um sistema total de comunicação e aprendizado. Sem esta visão corre-se o risco de sobrevalorizar o lugar da técnica e menosprezar o detinatário delas.

Está mais do que claro que nossos alunos, de longe, aprendem somente a partir da escola, dos livros e dos professores. O papel destes últimos será facilitar e ampliar as capacidades de juízos em relação ao mercado do aprendizado disponível e acessível em todos os lugares.

Os recursos físicos disponibilzidos pela escola precisam apontar para o futuro e despertar nos estudantes as capacidades de escolha de um tal modo que estes percebam os absurdos e até os perigos de um uso desregrado de qualquer que seja o recurso tecnológico a seu dispor. Criar nos educandos o desejo de discutir em sala de aula as vantagens e desvantagens de determinados programas e recursos são formas de aprendizado para a vida.

Há que se superar a ideia de que recursos físicos indicam atualidade e melhor qualidade pedagógica. Facilitar a discussão sobre o uso das técnicas e das formas de aprendizado que estas proporcionam fará o usuário se perceber como um cidadão capaz de dominar a rede de forças que os recursos estabelecem, mas que todavia não anulam a cidadania da sua condição humana.

Quatro considerações são importantes no processo de aprendizagem no que se refere ao uso dos recursos tecnológicos. Tendo isto em consideração será possível perceber que as melhores técnicas de aprendizado nem sempre necessitam da sofisticação de última geração.

1) O aluno precisa ter presente que o melhor recurso pedagógico, insubstituível e mais moderno se chama professor, obviamente com intervenções sempre atualizadas e abalizadas;

2) Os elementos essenciais do aprendizado não estão acabados, pelo contrário merecem discussões críticas e correções cotidianas;

3) O plano pedagógico permite sempre a integração de novas técnicas e novos recursos que o complementem;

4) A capacidade de provocar os confrontos de saberes e os reagrupamentos de informações.

Com toda a certeza a psicologia e a pedagogia moderna devem reprovar o uso de recursos tecnológicos como substitutos das pessoas e dos relacionamentos interpessoais. Aqueles são geradores de preguiça mental e afetiva. Os estudos recentes sobre o fenômeno Bullying dão conta que a máquina e os contatos substituíram os relacionamentos.

Referência Bibliográfica

DIEUZEIDE, Henri. Le tecniche Audivisive nell’insegnamento. Roma, Armando Armando Editore, 1965, p.137 – 149.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PLANO DE CURSO - EDUCAÇÃO E MULTIMEIOS

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia
Componente Curricular: Educação e Multimeios
Educador: Professor Elcio Alberton
E-mail: professor.elcio@hotmail.com e www.padreelcio.blogspot.com
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PLANO DE CURSO



1) OBJETIVO GERAL DO CURSO: Formar profissionais em nível de graduação na modalidade de licenciatura para atuarem na em projetos educacionais na docência e gestão de instituições.


2) EMENTA: Estudo dos processos de comunicação e dos recursos tecnológicos na sociedade contemporânea. A utilização das tecnologias no processo educativo. Recursos tecnológicos na educação.



3) JUSTIFICATIVA: As rápidas transformações por que passa a civilização contemporânea exige dos egressos do curso de Pedagogia a capacidade de se adequar cotidianamente a elas e consequentemente aplicar na campo da educação as inovações tecnológicas que se apresentam para o ensino-aprendizagem.


4) OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA
1) Facilitar ao futuro professor o conhecimento da história da aplicação dos recursos tecnológicos na educação;
2) Colaborar para que o pedagogo tenha familiaridade com os recursos tecnológicos da atualidade;
3) Despertar no acadêmico a curiosidade investigativa no que se refere ao avanço das tecnologias;
4) Contribuir para que o acadêmico perceba, que não obstante a evolução dos recursos tecnológicos, a pessoa do educador continua sendo indispensável no processo ensino/aprendizagem;
5) Tornar conhecido do professor que se está gestando os diferentes meios e recursos tecnológicos disponíveis e de baixo custo de manutenção;
6) Manusear, com o acadêmico, recursos e tecnologias por meio do uso de laboratórios digitais.

5) PROPOSTA METODOLÓGICA
Aulas expositivas;
Participação dos acadêmicos mediante leitura e apresentação de seminários;
Pesquisa individual e em equipe com a utilização de recursos tecnológicos;
Encontros presenciais com o uso de laboratório de informática;


6) CONTEUDOS


I - INTRODUÇÃO
1. Apresentação e discussão da proposta de estudos;
2. Metodologia de avaliação; Provocações iniciais;
3. Apresentação do professor e dos acadêmicos;
4. Apresentação do plano de curso;
5. Proposta metodológica e procedimentos didáticos.


II – UNIDADE

1. Aprendizagem e recursos didáticos;
2. Recursos didáticos em sala de aula ao longo da história;
3. Conhecendo a educação a distância;
4. História e uso de recursos audiovisuais na educação e na história;
5. Reflexão sistemática sobre as técnicas audio-visuais na educação;


III – UNIDADE

1. Recursos tecnológicos na educação presencial em sala de aula;
2. Recursos tecnológicos na educação presencial além da sala de aula;
3. Recursos tecnológicos na pesquisa e estudo além da sala de aula;
4. Recursos tecnológicos na educação a distância;
5. Recursos tecnológicos como instrumento facilitador da aprendizagem;
6. Recursos tecnológicos indispensáveis à comunicação;
7. Recursos tecnológicos e processo avaliativo;
8. Recursos tecnológicos auxiliares no processo de produção do conhecimento;
9. Recursos tecnológicos na gestão educacional.


7. AVALIAÇÃO

1. Presença mínima exigida de acordo com a lei de 75% nos encontros presenciais.
2. Criação e apresentação de um projeto de curso para o ensino fundamental e/ou médio com a utilização de recursos tecnológicos.
3. Avaliação continuada pelo uso dos recursos tecnológicos disponibilizados pela Universidade.
4. Participação no Seminário indicado como recurso metodológico.



8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AURICHIO, Ligia de Oliveira. Manual de Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1978.
2. BRITO, Luiz Navarro de. Teleducação. Salvador, Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1981.
3. BROWN, W. & LEWIS, B. HARCLEROAD F. Instruccion Audio visual. México, Editorial Trillas, 1977.
4. CASTILLEJO, Tecnologia y educaciona. Barcelona, CEAC, 1986.
5. CHIAPINI, Ligia. Outras Linguagens na Escola. São Paulo, Cortez, 2000.
6. CHADWICK, Clifton B. & ROJAS, Alicia Mabel. Tecnologia Educacional e desenvolvimento curricular. Rio de Janeiro, ABT, 1980.
7. COCHRAN, Kieffer y. Tecnicas audiovisuales. México, Libreria Carlos Cesarman, 1968.
8. DIEUZEIDE, Henri. As técnicas audiovisuais no ensino. Lisboa, Publicações Europa América, 1965.
9. FERREIRA, Daniela Carvalho Monteiro & PAIVA, José Eduardo Ribeiro de. O Áudio na Internet. UberLândia, Edibrás, 2008.
10. FERREIRA, Oscar Manuel de Castro, Recursos Audio-visuais para o ensino. São Paulo, EPU, 1975.
11. ____. Recursos audiovisuais no processo Ensino-aprendizagem. São Paulo, EPU, 1986.
12. GUEDES, Maria Jose. Meios de Ensino. São Paulo, Loyola, 1983.
13. GOMES, Péricles Varella & MENDES, Ana Maria Coelho Pereira. Tecnologia e Inovação na Educação Universitária. Curitiba, Champagnat, 2006.
14. GOMES, Péricles Varella & MENDES, Ana Maria Coelho Pereira. Tecnologia e Inovação na Educação Universitária. Curitiba, Champagnat, 2006.
15. MARQUES, Mario Osório. A escola no Cumpatador. Ijuí, Unijui,1999.
16. MARTINS, Josenei. Sala de Aula sem paredes. Rio do Sul, UNIDAVI,2006.
17. MATOS, Elizete Lúcia Moreira & GOMES, Péricles Varella. Uma experiência de Virtualização Universitária: O Eureka da PUCPR. Curitba, Chapagnat, 2003.
18. MENDONÇA, Heloísa Maria Nóbrega de. Os Meios Audiovisuais e a aprendizagem. Rio de Janeiro, José Olympio, 1974.
19. MIALARET,G. Psicopedagogia dos meios audivisuais. Petrópolis, Vozes, 1973.
20. MORAN, José Manoel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. São Paulo, Papirus, 2000.
21. NETO, Samuel Pfromm. Telas que ensinam – Mídia e aprendizagem do cinema ao computador. Campinas, Alínea, 1998.
22. NISKIER, Arnaldo. Tecnologia Educacional. Petrópolis, Vozes, 1993.
23. OLIVEIRA, João Batista de Araújo. Tecnologia Educacional, Petrópolis,Vozes, 1975.
24. ____. Perspectivas da Tecnologia Educacional. São Paulo, Pioneira, 1977.
25. ¬¬____. Tecnologia Educacional. Petrópolis, Vozes, 1982.
26. PEREZ, Marisa Martin. El modelo educativo Del Tecnológico de Monterrey. Mexico, NuevoLeon, 2002.
27. SANCHO, Juana Maria. Tecnologias para Transformar a Educação, Porto Alegre, Artmed, 2006.
28. SENAC. Educação e educação a distância, DVD de entrevistas com professores e pesquisadores. Rio de Janeiro, Centro de Produção de Rádio e Televisão.




Joaçaba, 16 de agosto de 2010.


________________________
Elcio Alberton - Professor

________________________
Marilena Detoni
Coordenadora do Curso

AULAS NA UNOESC... - UNIDADE I

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia
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APRENDIZAGEM x RECURSOS DIDÁTICOS

Sob o ponto de vista da instituição escolar o ensino é antigo e os métodos utilizados no processo ensino/aprendizagem podem ser explicados com a história do Homem que fez uma viagem no tempo.
Por outro lado sob o ponto de vista da tecnologia o processo se renova a cada dia com uma velocidade quase impossível de ser acompanhada. Na prática quem muda constantemente são as pessoas na sua relação com as tecnologias.
No que concerne às mudanças sociais, de nível institucional Harnad afirma que passamos por 4 revoluções no conhecimento humano.
1) Aquisição da linguagem e a possibilidade de comunicação oral;
2) Advento da Escrita;
3) Invenção da imprensa;
4) O caminho interativo.

Graças a esta última revolução a humanidade experimenta uma diminuição no uso dos recursos físicos e ampliação dos recursos virtuais.
Chartier – Aponta três rupturas culturais no processo ensino aprendizagem:
1) Leitura silenciosa e virtual
2) Difusão dos textos impressos
3) Passagem do escrito para o eletrônico
Todavia também este afirma que tudo muda, mas a escola continua a mesma. A grande pergunta que continua a ser feita consiste em buscar responder como aproveitar os recursos que a tecnologia nos oferece.
Mas, se a escola continua a mesma, não obstante inserida numa sociedade em continua mutação o que dizer do professor? Este mudou? Ele não continua sendo o detentor de um “capital” profissional? E nesta condição reproduz exatamente aquilo que aprendeu, ou que leu como uma verdade pronta e acabada? Continua o detentor do saber e que transmite aos demais até se inclui no currículo ensinar sobre recursos tecnológicos na educação.
Por sua vez os alunos:
a) Não aprendem a utilizar os recursos;
b) O professor julga apelativo o uso de recursos;
c) Falta de capacitação sobre o melhor aproveitamento dos recursos;
Os alunos estão acostumados a aprender de muitos outros modos e, sobretudo fora da escola. Já vai longe o tempo em que ficava reservado aos bancos escolares, às bibliotecas escolares e ao professor como transmissor do conhecimento.
Parece imprescindível que se faça alargar o conceito de Didática passando da simples norma fria e técnica para a compreensão que de é mais do que ensinar, e que consiste em influenciar comportamentos.
Isto implica comunicação e utilização de recursos os quais não podem ser vistos apenas como substituto para o professor faltante ou com dificuldades de transmissão de conteúdos.
O aproveitamento dos recursos tecnológicos exige empatia, não a tecnologia pela tecnologia. O efeito do processo reside no efeito do meio. (Exemplo: telejornais ou novelas?).
Todavia o professor continua insubstituível, na medida em que ele medeia o diálogo que conduz ao aprendizado. Neste sentido os professores necessitam atualização, formação constante tanto no que se refere a conteúdos como metodologias e procedimentos didáticos. O contrato didático necessita ser refeito constantemente.
O mais importante não é a atualização de equipamentos, mas seu uso racional. No que se refere ao aprendizado trata-se de utilizar o melhor dos recursos: a pessoa do professor e do aluno.
É muito fácil incorrer em erros no que se refere ao uso das tecnologias e a valorização que delas se faz na medida em que se esquece o que acabamos de citar no parágrafo acima. O recurso tecnológico, como já se disse, não tem finalidade em si mesmo senão em aumentar a eficácia do trabalho das pessoas que efetivamente fazem a educação: professores e alunos.
Para conceituar o que são recursos tecnológicos pode-se dizer que:
As tecnologias aplicadas ao processo de ensino/aprendizagem não se limitam a nenhum meio ou instrumento em particular. Neste sentido se deve admitir que recursos tecnológicos não se resumissem a utilização de uma série de equipamentos. Parece mais adequado afirmar que eles se constituem numa maneira de planejar, realizar e avaliar o processo ensino/aprendizagem. Eles consistem muito mais na combinação de distintos meios que tornem o processo mais eficiente.
È importante reconsiderar que o enfoque principal do processo de tecnificação não pode ir noutra direção senão na valorização primordial das pessoas envolvidas, isto é, alunos e professores. Os melhores equipamentos/recursos serão aqueles que a comunidade escolar seja capaz de melhor explorar todas as suas funções. Pouco ou nada vi acrescentar na eficácia do aprendizado uma série de recursos que sejam subutilizados. Situações desta natureza diminuem os recursos humanos e a qualidade destes em detrimento daqueles.
Por esta razão a primeira atitude do educador não poderá ser a de reservar ou selecionar recursos físicos para uso didático/pedagógico, antes disso precisará levar em conta a matéria prima de que dispõe: o ser humano.
Certamente será possível mensurar o nível de eficiência dos distintos meios utilizados ao longo da história não por eles mesmos, mas pelos objetivos que alcançaram.
Sob o ponto de vista sistemático, quem precisa estar no centro de todo o processo tecnológico é o aluno. Será por conta dele que os meios tecnológicos são ou deixam ser necessários e importantes. Quatro perguntas e sete passos precisam ser considerados no que se refere às tecnologias na arte do aprendizado.
Perguntas:
1) O que devem buscar as escolas e quais objetivos devem ajudar as escolas para que os alunos se realizem?
2) Que experiências de aprendizagem devem buscar os estudantes com o objetivo de alcançar as metas e com quais modos podem levar a bom termo?
3) Quais os ambientes físicos nos quais se podem realizar as atividades em vista dos objetivos e que recursos pessoais convém usar?
4) Quais observações experimentais se devem considerar a fim de que formar um critério para avaliar em que medida os educandos alcançaram os objetivos e como se pode melhora o sistema a fim de que os objetivos sejam mais eficazmente alcançados?

Passos:
1) Definir os objetivos e conteúdos;
2) Selecionar as experiências de aprendizagens mais adequadas e tanto quanto possível individualizá-las;
3) Selecionar um ou mais formatos adequados para as experiências de aprendizagem;
4) Selecionar as instalações físicas para concentrar nelas as experiências de aprendizagem;
5) Designar atividades e responsáveis por cada uma delas;
6) Escolher materiais e equipes adequados;
7) Avaliar os resultados e propor as melhorias para o futuro.

CONCLUSÃO
Os elementos levantados nesta breve exposição ajudam a formar um marco de referência para a aplicação de recursos tecnológicos na educação. Parece claro que o centro de todo o processo é a pessoa que está envolvida na arte de aprender e ensinar (professor-aluno-professor). O aluno deverá ser sempre o centro das preocupações e em vista dele tudo o resto deve ser preparado e planejado. Para personalizar o processo o professor é convidado a perceber como cada estudante tem acesso e faz uso do acesso de que dispõe para o seu aprendizado.
Não é raro que um professor depois de utilizar todos os recursos tecnológicos disponíveis na sua escola termine com uma grande frustração. Outras vezes atribuíra o insucesso do processo de aprendizagem à falta de recursos que esta ou aquela instituição apresenta.
A primeira, elementar e única certeza para a qual todos os professores precisam ter alta consideração consiste precisamente adaptar o que se tem às situações e circunstâncias. A satisfação das necessidades não se dará exatamente pela quantidade de recursos tecnológicos disponíveis, mas pela capacidade de bem explorar o potencial de cada um e das pessoas envolvidas no processo.


Referência Bibliográfica
BROWN e. & LEWIS B, & HARCLEROAD, F. Instrución Audiovisual, México, Editorial Trillas, 1977, p. 1- 48.


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

HOMILIA PARA O DIA 08 DE AGOSTO 2010

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM


Leituras: Sabedoria, 18,6-9; Salmo 32(33);
Hebreus, 11,1-2.8-19; Lucas 12,32-48.


Na última quinta feira ao iniciar o debate com os presidenciáveis a produção do programa responsável pelo evento fez uma pergunta dirigida aos quatro candidatos presentes: "Dentre as três urgências Saúde, educação e segurança, qual delas será a preocupação do seu primeiro dia de governo?". Todos, segundo suas convicções, procuraram responder, entretanto nenhum deles se arriscou isolar uma delas como se esta fosse a mais necessária, ou importante para um governo. Isto deixa a entender que no exercício de uma responsabilidade a pessoa precisa ver globalmente, afinal as situações e soluções nunca se dão de modo isolado.
Parece ser esta a ótica da Palavra de Deus neste domingo. As três leituras apontam para o Reinado de Deus, como realidade ampla e que precisa ser entendido acima de todas as particularidades do cotidiano. O Reinado de Deus não se resume a alguma pequena conquista ou atividade, Ele será tanto mais compreensível quanto maior for a responsabilidade dos que o buscam.
Isto será aplicável aos governos, aos lideres das Igrejas, aos pais de família e a todos quantos estão a frente de qualquer atividade ou são responsáveis pelo bem de outros e consequentemente da sociedade.
No evangelho Jesus conta três pequenas parábolas em todas elas a mensagem central é maior do que o fato por elas relatado. Ele conclui: onde estiver o seu tesouro aí estará o seu coração! E não tenham medo: Deus quer lhes dar o Reino. O Resto? É resto, será acréscimo, virá como resultado do empenho por aquilo que é muito maior. A todos e em todas as circunstâncias Jesus pede uma única atitude: Fiquem preparados!
Isso que Jesus fala no evangelho já estava implícito na primeira leitura: Deus agiu ao longo da história. Tudo o que aconteceu neste tempo é obra de Deus, ou melhor, contou com o seu braço poderoso e por isso ninguém cessa de elevar louvores, como fizemos no salmo responsorial.
Na carta aos Hebreus pudemos perceber como a realidade da fé mudou a vida e garantiu outro modo de vida para muitos ao longo do tempo, isso certamente será dado também a cada um de nós: “A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem”.
Entre nós existem muitas realidades que são contrárias ao plano de Deus, não dá para fugir da nossa responsabilidade em transformá-las. A pergunta que fez Pedro pode ser feita por cada um de nós: Senhor, é para nós ou para todos que contas estas parábolas?
A resposta de Jesus se aplica ao nosso cotidiano, fiquemos sempre preparados. Um dos modos de nos preparar é reunião festiva da ceia do Senhor que viemos celebrar a cada domingo.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MULTIPLICAR É PRECISO

SEMINÁRIO QUE BICHO É?


Elcio Alberton
Indicações para realização de seminário.
Texto em vista da disciplina teorias da educação.
Sob a orientação
das Professoras Joana Paulin Romanowski
e Pura Lúcia Oliver Martins

A palavra tem sua etimologia na raiz latina “seminarium” cujo significado quer dizer sementeira. Naturalmente essa palavra significa proliferação, não sem razão o termo passou a ser usado como recurso didático pedagógico para semear ideias.

Segundo Juan Bordenave •: "A palavra seminário tem a mesma etimologia de semente, o que parece indicar que o seminário deve ser uma ocasião de semear ideias ou de favorecer a sua germinação".

De acordo com o texto proposto pelas professoras a realização de um seminário é facilitar aos participantes uma reflexão mais aprofundada de um determinado problema. Trabalho que naturalmente implica atividade de equipe. Por falar em equipe é importante diferenciar equipe de grupo, enquanto o primeiro é um trabalho coletivo o segundo pode significar apenas uma reunião de pessoas onde nem todos visam os mesmos objetivos e interesses.
Algumas condições são essenciais para o bom êxito de um seminário e merecem ser elencadas:
a) Contato íntimo com o texto;
b) Compreensão da mensagem central do texto;
c) Interpretação do conteúdo;
d) Discussão do problema que se apresenta no texto.
Estes quatro pontos estão detalhados num trabalho nosso intitulado: Leitura, análise e interpretação de texto e publicado em nosso blog: www.padreelcio.blogspot.com
Os objetivos do seminário serão tanto mais eficazes quanto maior for o envolvimento de todos os participantes no processo, isso significa dizer quanto mais efetivo for o trabalho de equipe. A realização de um seminário pressupõe um roteiro didático, e pressupõe uma organização mínima a qual pode ser descrita nos seguintes tópicos:
a) Apresentação de um texto base;
b) Indicação das grandes linhas a serem abordadas;
c) Esquema em forma de índice;
d) Roteiro guia para a realização do evento;
e) Análise textual e interpretativa;
f) Pesquisa sobre outras fontes (contextualização);
g) Leitura e exposição resumida do texto;
h) Formulação de perguntas contextualizadas;
i) Indicação de bibliografia de referência.
Estes nove itens supõe que sejam apresentados pelo coordenador, no caso de um seminário em sala de aula pelo professor. Mas também podem ser apresentados e organizados pelos membros da equipe responsável pela condução do evento. Todos eles têm implicância no processo de preparação daí ser importante que os passos sejam executados durante a preparação do seminário, ou melhor, ainda no ato de apresentação do texto base.
No dia da realização do seminário, o coordenador fará bem o seu papel se apresentar um estudo pessoal do que foi proposto, este estudo pode ser em forma de roteiro interpretativo e quanto mais pessoal for melhor será a realização do seminário.
Naturalmente que no dia do seminário todos os participantes já terão lido o texto de referência que foi apresentado e terão contribuições a fazer. Mas, existem ainda outras técnicas, sobretudo se o grupo for grande demais, é importante organizar debatedores que se pronunciem a respeito do tema.
Outro modo de fazer acontecer um seminário será um roteiro de questões o qual apresentado aos participantes pode ser respondido individualmente ou em equipe de acordo com o tema e número de participantes e muito logicamente capacidade de reflexão teórica dos mesmos.
Retomando a afirmação de seminário como sementeira, ou como trabalho coletivo é natural que esteja subentendido o empenho de todos. Espera-se que ninguém vá para o seminário como “expectador mudo”.
De forma nenhuma será de se supor que o seminário seja uma aula expositiva apresentada por qualquer um dos participantes, seja ele professor, coordenador ou outro elemento da equipe.
Feitas estas considerações parece compreensível o esquema geral de um seminário:
a) Introdução pelo professor.
b) Apresentação pelo coordenador.
b.1) Tarefas, procedimentos adotados, cronograma.
b.2) Introdução e contextualização do tema.
b.3) Esclarecimentos em relação ao texto.
c) Execução coordenada das várias atividades propostas.
d) Introdução para a discussão (colocação de elementos mais questionadores)
e) Síntese final.
Existem outros passos para a realização de seminários e roteiros bem mais amplos e elaborados, neste caso estamos nos referimos a seminários realizados dentro de uma sala de aula com tempo limitado e participantes que se supõe tenham nível de reflexão semelhante. De todo modo, qualquer que seja o seminário supõe sempre o conhecimento da totalidade do objeto de discussão por parte de todos os envolvidos, sob pena de não ser um trabalho de equipe, mas de EUquipe e como resultado não se constituir em sementeira de novas ideias.

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

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LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


O que é isso? Para que serve? Porque fazer?

Estas e outras perguntas, por certo fazem parte dos questionamentos de todos quantos se propõe ler e estudar algum texto de pequena ou maior profundidade e extensão. É fato também que raramente alguém se colocará por empenho a leitura e interpretação de texto se este nada tiver a lhe dizer e a contribuir com a sua prática cotidiana.

Nós estamos propondo contribuir com os professores cursistas, tutores, professores formadores e outros que participam do programa de educação a distância denominado: PROINFANTIL. Estendemos nossa reflexão aos mestrandos em educação da PUCPR, segundo semestre 2010, especialmente para os que participam da disciplina Teorias da Educação.

Para tentar encaminhar a reflexão a que nos propomos permitam-nos começar fazendo uma analogia da interpretação de textos com uma metodologia de leitura da Bíblia denominada LECTIO DIVINA, ou LEITURA ORANTE DA BÍBLIA. Este método que teve sua origem na teologia monástica nos primeiro séculos da Igreja. Dentre os expoentes do monaquismo merece citação a figura de São Bento o qual conceituava a LECTIO DIVINA ou LEITURA ORANTE DA BÍBLIA como uma ocupação séria, assídua e participativa que tinha como finalidade transformar a vida e tornar-se um caminho de perfeição.

Em resumo este método consiste em 4 passos:

1) Ouvir a Palavra ( Dispor-se a ela, prestar atenção, ouvir o autor, contextualizar, destacar palavras e frases, fazer relação com outros textos, construir imagens que o texto faz evocar).

2) Meditar o texto ( o que texto diz para mim, quais as implicações para minha prática, refletir sobre o que é mais significativo).

3) O que eu vou dizer para o autor (conversar com Deus a partir do texto lido).

4) Contemplação (qual a minha contribuição para o texto, ou seja, o que eu vou dizer para o autor – no caso Deus - e colocar em prática o que se leu).

Ora, a leitura e interpretação de textos exige um método que contempla de algum modo estes quatro passos, os quais podem ser explicitados da seguinte maneira:

1) LER O TEXTO COMO UM CONVITE PARA O DIÁLOGO COM O AUTOR

A regra básica de toda a comunicação consiste na transmissão de uma mensagem entre o que emite e o que recebe. Um texto é sempre uma codificação do seu pensamento com vistas a decodificação por aquele que irá ter acesso à leitura.

Naturalmente aquele que ouve (que lê, que se propõe decodificar) necessita preparar-se no sentido de dominar á área temática a que se refere o texto. Da parte do decodificador é importante que estabeleça um limite para a leitura, o que se chama unidade de leitura.

É bom fazer a leitura por etapas, valorizando as ideias do autor. Fazer por etapas não significa estabelecer interrupções, sobretudo longas, na decodificação (estudo) de um mesmo tema.

A esta fase chamamos de ANÁLISE TEXTUAL a qual compreende: Leitura completa da unidade cuja finalidade é tomar contato com o texto com vistas a assinalar pontos possíveis de dúvidas que sejam condicionantes para a compreensão da mensagem Conhecer o autor (vida e obras) e familiarizar-se com o vocabulário – formar um léxico com as palavras desconhecidas.

Em seguida é importante contextualizar o texto (Época em que foi escrito, autores a que faz referência, outras doutrinas) e elaborar um esquema que dê visão de conjunto do texto.

UM BOM ESQUEMA MERECE CONTEMPLAR:

1) INTRODUÇÃO

2) DESENVOLVIMENTO

3) CONCLUSÃO

(Atenção: esquema não é resumo e este não é subtração de parágrafos)

O segundo passo na análise e interpretação de texto consiste na:

2) ANÁLISE TEMÁTICA

Este ponto pode ser explicitado como a condição de ouvir o autor e conteúdo da sua mensagem sem intervir nela. Fazer perguntas para o texto e procurar compreender o problema a que o autor se refere ou que quer responder. Procurar captar a ideia central do texto a qual pode ser expressa por meio de um juízo completo.

No processo de audição o decodificador deve fazer um raciocínio sobre o texto, entrar no pensamento do autor e ver como ele trabalhou (argumentou) para demonstrar as suas convicções. Observar a relação que o autor faz com outros temas correlatos, qual o tronco comum e quais as ideias complementares. Isso tudo servirá como base para a síntese. Isso é o que se pode chamar de roteiro de leitura.

O terceiro passo consiste na:

3) ANÁLISE INTREPRETATIVA

Interpretar = tomar posição, superar a estrita mensagem do texto, ler as entrelinhas, criar diálogo, explorar as ideias expostas. Em resumo: falar com o autor!

Até aqui o autor falou com o leitor, agora é o momento de estabelecer a contramão o que significa:

3.1 Situar o pensamento num contexto mais amplo;

3.2 Associar e aproximar ideias;

3.3 Formular juízos e tomar posições;

3.4 Se for o caso fazer críticas às posições do autor.

E finalmente o quarto passo implica em:

4) TOMAR POSIÇÃO (E agora José?)

Levantar o problema a ser resolvido realizar uma síntese pessoal contextualizada. Tal atividade pode ser a produção de um texto, de um relatório, de um esquema, a realização de um seminário, a elaboração de um artigo científico, de um trabalho de conclusão de curso, etc.

A conclusão sempre implica em retomar os pontos abordados e tanto quanto possível socializá-los!