quinta-feira, 12 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO E MULTMEIOS

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA


Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia

Componente Curricular: Educação e Multimeios

Educador: Professor Elcio Alberton

E-mail: professor.elcio@hotmail.com

Blog: www.padreelcio.blogspot.com

Fone: 41 32750578 ou 99219804




A ESCOLA NA ERA DA INFORMAÇÃO



O progressivo domínio das técnicas de comunicação que vão sendo utilizados como recursos pedagógicos nas escolas corre o risco de fragmentar as práticas pedagógico-didáticas sem levar à renovação que se espera. Sem um aproveitamento adequado dos meios tecnológicos na educação, corre-se o risco de ser mais uma alternativa paliativa para o problema do aprendizado.

Um dos primeiros entraves a ser superado é a compreensão da escola como um microrganismo isolado do resto do mundo para o qual se dirigem os alunos como se para ali viessem na condição de tabula rasa. Nenhuma teoria educacional poderá prescindir da influência que os recursos tecnológicos propiciam às culturas e sociedades em todas as classes.

O conceito de "aldeia global", criado por Marshall McLuhan , quer dizer que o progresso tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia. Marshall McLuhan foi o primeiro filósofo das transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações. A afirmação que se aplicava outrora à televisão, ganhou cidadania plena com o advento da rede mundial de computadores.

Infelizmente muitos educadores se limitam a emitir juizo de valor sobre esta realidade como se concorrentes fossem e que os recursos não passam de permissivismo moral e político. Por sua vez há os que elevam às alturas colocando-os no lugar das pessoas e acima de todos os demais recursos.

A questão fundamental que precisa ser considerada está longe do aspecto político, ele é estritamente pedagógico. A era da tecologia não se configura um acidente histórico, pelo contrário, participa do movimento geral da civilização em vista do aprefeiçoamento da mobilidade humana rumo ao coroamento das relações pessoais, sociais, e econômicas. Daí que dizemos ser um problema pedagógico no sentido estrito que o uso inadequado destes recursos podem transoformar o indivíduo em refém da modernidade e presa fácil da massificação.

Dos professores se espera que em lugar de denunciar os produtores de software e outros mecanismos de informação devem correr em paralelo para garantir que seu uso seja racional. O bombardeio de informações que são oferecidas em todas as instâncias da sociedade e para todos os níveis de pessoas precisam ser recebidos positivamente.

É importante que os educadores não se coloquem na posição de vítimas patéticas da massificação tecnológica mas que se apresentem como operadores de pedagogias sempre novas e arriscadas capazes de renovar sua missão no mundo. As infinitas formas de aquisição da informação forçam os educadores a desancorarem-se do seu amibente relativametne seguro para “águas mais profundas”.

Os recursos tencológicos ao alcance das nossas crianças e jovens não seguem a regra de integração racional à qual estamos habituados. Pelo contrário formam um mosaico de conhecimentos e saberes justapostos. Esta situação exige uma resposta criativa e pedagógica independente dos meios e recursos físicos que as instituições podem disponbilizar.

Sem sombra de dúvida todos os que situam a arte de ensinar numa perpespectiva de preparação para a vida precisam colocar os recursos tecnológicos não apenas como instrumentos de ensino, mas explicitamente como matéria no sentido de responsabilidades pela sua correta utilização.

Educadores que já se perceberam como não sendo proprietários do saber e mandatários da cultura serão capazes de se colocar na condição de perceber que o ser humano da modernidade tem um desejo extraordinário de análisar, compreender e até julgar. Neste sentido o professor fará parte de toda esta expectativa dos seus alunos.

Nesta perspectiva os recursos tecnológicos serão vistos muito mais amplamente do que objetos, ou matérias a serem usados e explorados mas expressões de um sistema total de comunicação e aprendizado. Sem esta visão corre-se o risco de sobrevalorizar o lugar da técnica e menosprezar o detinatário delas.

Está mais do que claro que nossos alunos, de longe, aprendem somente a partir da escola, dos livros e dos professores. O papel destes últimos será facilitar e ampliar as capacidades de juízos em relação ao mercado do aprendizado disponível e acessível em todos os lugares.

Os recursos físicos disponibilzidos pela escola precisam apontar para o futuro e despertar nos estudantes as capacidades de escolha de um tal modo que estes percebam os absurdos e até os perigos de um uso desregrado de qualquer que seja o recurso tecnológico a seu dispor. Criar nos educandos o desejo de discutir em sala de aula as vantagens e desvantagens de determinados programas e recursos são formas de aprendizado para a vida.

Há que se superar a ideia de que recursos físicos indicam atualidade e melhor qualidade pedagógica. Facilitar a discussão sobre o uso das técnicas e das formas de aprendizado que estas proporcionam fará o usuário se perceber como um cidadão capaz de dominar a rede de forças que os recursos estabelecem, mas que todavia não anulam a cidadania da sua condição humana.

Quatro considerações são importantes no processo de aprendizagem no que se refere ao uso dos recursos tecnológicos. Tendo isto em consideração será possível perceber que as melhores técnicas de aprendizado nem sempre necessitam da sofisticação de última geração.

1) O aluno precisa ter presente que o melhor recurso pedagógico, insubstituível e mais moderno se chama professor, obviamente com intervenções sempre atualizadas e abalizadas;

2) Os elementos essenciais do aprendizado não estão acabados, pelo contrário merecem discussões críticas e correções cotidianas;

3) O plano pedagógico permite sempre a integração de novas técnicas e novos recursos que o complementem;

4) A capacidade de provocar os confrontos de saberes e os reagrupamentos de informações.

Com toda a certeza a psicologia e a pedagogia moderna devem reprovar o uso de recursos tecnológicos como substitutos das pessoas e dos relacionamentos interpessoais. Aqueles são geradores de preguiça mental e afetiva. Os estudos recentes sobre o fenômeno Bullying dão conta que a máquina e os contatos substituíram os relacionamentos.

Referência Bibliográfica

DIEUZEIDE, Henri. Le tecniche Audivisive nell’insegnamento. Roma, Armando Armando Editore, 1965, p.137 – 149.

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