sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PENSANDO A PEDAGOGIA

PEDAGOGIA DA EXISTÊNCIA


LUCIANE BOREKI, EDSON MORE, ELCIO ALBERTON. 
Considerações sobre pedagogia da existência. 
Sob a orientação das Professoras Doutoras 
Joana Paulin Romanowski e Pura Lúcia Oliver Martins.

Este modo de conceber o ensino e a relação do ser humano com o saber foi se avolumando com o advento do racionalismo e do iluminismo renascentista. Não se tratou propriamente de uma contra proposta à pedagogia da essência, mas um jeito de se adequar aos novos tempos.
A questão do conhecimento foi tratada a partir das concepções de homem emanadas do racionalismo e do iluminismo. Estas correntes de pensamento colocaram o existir do homem acima de tudo e na razão pura a resposta para todas as inquietações da existência. Naturalmente que em decorrência deste conceito seria lógica esta compreensão da educação.
Com a doutrina do “materialismo dos sensatos”, Rosseau que viveu até a segunda metade do século XVIII – (1778), mostra seu interesse pelo quotidiano do existir humano. Segundo ele a criança é a própria fonte da educação e, portanto, a existência do homem é o elemento constitutivo da educação.
Esta afirmação que será depois reforçada por outros filósofos mostra a diferença entre a pedagogia essencialista, segundo a qual, a educação tinha por finalidade aperfeiçoar, melhor, tornar ato aquilo que em potência já existia no ser
humano. Deste modo fica mais fácil compreender toda a compreensão essencialista, que se pode ver desde Sócrates cuja frase célebre é: só sei que nada sei! Na sequencia estão seus discípulos, sobretudo Aristóteles com a compreensão do ATO e POTÊNCIA. Estes conceitos foram retomados mais tarde pela filosofia cristã apresentando a necessidade da fé como condição para alcançar a perfeição e o saber. Ou seja, para passar do ato à potência, para que o homem “FOSSE” necessitaria de uma educação que lhe seria dada segundo e a partir da Fé, sem a qual nada teria sentido e possibilidade de perfeição.
Desde Rosseau uma série de outros pensadores seguiu a mesma direção segundo a qual a educação tem o limite da vastidão do existir humano, o que significa dizer não tem limites, pois que o homem não é limitado.
O idealismo alemão, sustentado por Kant, coloca o homem como princípio de si mesmo e daí um conceito de educação totalmente novo, posto que este sujeito estivesse sendo cada vez melhor a partir da sua existência.
Já antes de Kant, Tomas Hobes havia afirmado que “HOMO HOMINI LUPUS EST” e que por esta razão será necessário adaptar a sociedade a esta condição. Para levar a efeito essa necessidade somente o estado poderia efetivamente realizar garantindo assim a liberdade do homem frente à religião e à sua dependência do transcendente.
Entretanto foram Kierkgaard, Stirner e Nietzsche quem realmente deram início à pedagogia da existência. O primeiro definiu a vida humana em distintas camadas e afirma que na camada mais profunda ele se compromete com as decisões e escolhas pessoais, sendo um individuo único estaria sempre num eterno recomeço. Rejeitou toda e qualquer relação com a religião. A pedagogia tinha com finalidade formar o homem corajoso com traços metafísicos, mas estritamente existencialista.
Na mesma direção está Stirner o qual pede que o indivíduo oponha-se corajosamente às pressões e apoie-se unicamente em si.
Por sua vez Nietzsche apresenta uma pedagogia que deveria formar a vontade de poder, em outras palavras a sabedoria para viver acima do bem e do mal. Quem
assim pudesse viver seria um tipo super-homem, sem necessidade de estabelecer limites. Este tipo de pessoa é o que se pode chamar de “aluno superdotado” a quem devem ser dedicados cuidados especiais.
Os três acima citados concordam que toda forma de objetivação da pedagogia consiste na necessidade de despertar um esforço pessoal para que o homem seja bom e isto tem um cunho religioso que devia ser negado. Segundo eles a boa pedagogia despertava no homem o desejo de opor-se a qualquer ideal e que o homem seria um tipo semideus.
Na esteira do que já se viu e reafirmando estas posições estão outros idealistas para quem a imagem do homem seria uma máquina dirigida pela razão. Daí que em nada fica difícil compreender uma pedagogia que revelaria o sentido da teoria da evolução.
Sob a ótica existencialista a educação precisa ser entendida como satisfação das necessidades biológicas e sociais no âmbito da luta pela vida. Os adeptos desta pedagogia desferiram duros golpes na educação essencialista afirmando que aquela não ensinou o homem a viver na vida real.
Este modo de compreender a educação colocava-a como uma arma no embate pela vida e pela existência. Ela tem um caráter utilitário e instrumental. Nesta direção ela é um conjunto de métodos e aquisições do existir humano e desde muito cedo a criança seria ensinada a se preparar para a vida a partir das necessidades atuais no domínio do conhecimento e da ação.
Segundo o existencialismo o único poder a que o homem deve se submeter seria a própria razão, tudo isso numa resposta ao Tomismo e à escolástica Agostiniana.
As características principais da pedagogia renascentista são:
 Humanismo: é um regressar ao neoplatonismo, regressar a Platão. Valorização do homem e seus ideais;
 Estoicismo: era uma educação para as dificuldades da vida. As pessoas eram educadas para fazerem frente a problemas como valentia e caráter.
 Epicurismo: vive-se com liberdade, com objetivo de atingir a felicidade através do conhecimento.

3 comentários:

  1. Rosseau diz que: “A criança é a própria fonte da educação e, portanto, a existência do homem é o elemento constitutivo da educação.” Em uma frase percebe-se claramente que para a educação acontecer basta existir o aluno e o professor, pois o aluno, através de suas vivências do dia a dia, nos oferece uma variedade muito grande de informações que se forem trabalhadas adequadamente, podem se transformar em uma aula com uma riqueza de conhecimentos infinita.
    Natheuska Bonatto

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  2. Rosimar S.A.P.Da silva.sábado, setembro 11, 2010

    Segundo alguns autores do texto pedagogia da existencia a educação de certa forma tem limites e principios de si mesmo mas o sujeito vai adquirindo novos conceitos a partir de sua existencia, e adaptação com a sociedade garantindo assim liberdade de escolha de sua religião e constituindo sua independência.

    Rosimar S. A. P. da Silva

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  3. A educação é hoje em dia concebida como fator de mudança, renovação e progresso. É através dela que o ser humano se prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive, integrando-se nele, adaptando-se as condições que o mundo lhe oferece e aprende a competir, cooperar com os seus semelhantes: a conviver como um ser social.

    Rosana Appleyard

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