sábado, 30 de outubro de 2010

ALBERTON - EM A GRANDE FAMÍLIA

XI FESTA DA FAMÍLIA ALBERTON



A Grande Família

Composição: Dito / Tom
Esta família é muito unida
E também muito ouriçada
Brigam por qualquer razão
Mas acabam pedindo perdão...
Pirraça pai!
Pirraça mãe!
Pirraça filha!
Eu também sou da família
Eu também quero pirraçar...
Esta foto faz parte do acervo na tábua de polenta
Catuca pai!
Catuca mãe!
Catuca filha!
Eu também sou da família
Também quero catucar
Catuca pai, mãe, filha
Eu também sou da família
Também quero catucar...
Que família, heim!!
Êta família!


Estamos nos encaminhando para a XI Festa da Família Alberton. Há pouco mais de 11 anos idealizamos a festa da família com a intenção de ser um pequeno, mas significativo encontro dos parentes mais próximos, que a estas alturas já não estavam tão próximos.
Dizendo que não estavam tão próximos nos referimos exatamente ao que a palavra significa: distância física e distância afetiva. A multiplicação em escala geométrica dos membros da família contribui para esta realidade.
Os onze irmãos, que cresceram e conviveram debaixo do mesmo teto e por longos 23 anos comeram em torno da mesma mesa e da mesma polenta depositada sobre o mesmo tabuleiro, multiplicaram a descendência e hoje somos pouco mais de 150 parentes não tão próximos.
Estamos no Uruguai, Manaus (AM), Rondonópolis(MT),  Rio de Janeiro(RJ), Curitiba(PR), Jaraguá do Sul (SC), Palmas(PR), Francisco Beltrão(PR), Cascavel(PR), Dois Vizinhos(PR), Verê(PR), Salto do Lontra(PR), São Jorge D’Oeste(PR) e por conta disto se pode aplicar o Provérbio Escandinavo: “Visite os amigos com frequência. O mato cresce depressa em caminhos pouco percorridos”.
Entretanto a distância geográfica não é certamente a maior dificuldade para o encontro e a visita, pois como se lê no Pequeno Príncipe: “Longe é um lugar que não existe!” O que pode ser uma dificuldade é também o Pequeno Príncipe quem responde: “Tu te tornas eternamente responsável por aqueles que cativas!” É verdade que há outro provérbio popular que afirma: “Longe dos olhos perto do coração”.
Tudo isso é fato na família Alberton, mas com certeza a letra e a música que é tema do programa “A grande família” se aplica em gênero, número e grau para “esta família muito unida...!” Nós brigamos por qualquer razão: política, dinheiro,  fofoca, namoro, etc. Discordamos em muitas coisas, mas “acabam sempre pedindo perdão”. Quem sabe faz festa e não espera acontecer...
Obviamente a descrição acima não é uma exclusividade desta nossa família. Isto acontece em todas as boas famílias. A XI Festa da Família Alberton quer celebrar também os 60 anos da chegada da nossa família ao Paraná e dá pra ver quanto a gente se espalhou desde aquele longínquo 1951.
Longe, de fato era naquela época, em que pra vir de Santa Catarina ao Paraná, se fazia necessário 3 a 4 dias de estrada. A festa deste ano tem o privilégio de poder contar com muito mais gente. Alberton de diversas outras famílias estarão se reunindo para fazer agradecer e recordar seus antepassados por que:
“bisogna ricordar-se  dei nostri bisnoni Che grazie a Lori oggi noi siamo cui”
“É preciso recordar-se dos nossos bisnonos, pois graças a Eles hoje nós estamos aqui”.

E acima de tudo podemos dizer:

“Grazie a Dio, sono un'Alberton anch'io”
“Graças a Deus sou um Alberton também eu”

03 de novembro de 2010...


20 ANOS NO MINISTÉRIO PRESBITERAL


“ENTOAI AÇÃO DE GRAÇAS
E CANTAI UM CANTO NOVO
ACLAMAI A DEUS JAVÉ,
ACLAMAI COM AMOR E FÉ”
Fiz-me tudo para com todos!


Parece que foi ontem! Sim, os muitos cabelos que já não estão mais na cabeça, os poucos, mas significantes quilos que ganhei, as rugas que formam pés de galinha no rosto, são apenas aspectos externos e sinais evidentes de que muita coisa mudou nestes 20 anos.
Alguns vícios, muitas fraquezas, teimosias e perfeccionismos continuam, se aperfeiçoam, ora são corrigidos, ora se repetem. Alegrias, realizações, exílio, compreender e ser compreendido, amar e ser amado.  Esta é a vida e nada impede de afirmar que a “vida é bonita e é bonita! Cantar e não ter a vergonha de ser feliz e se saber um eterno aprendiz”.
Depois de 20 anos que sou padre, sabe o que eu faria se não fosse? Faria tudo para ser! E o faria por causa de Jesus Cristo nosso Senhor e do seu reinado! Uma certeza me faz cada dia mais convencido: Deus e seus mistérios nos fazem sempre melhores e mais felizes! O  lema que escolhi para a o dia da minha ordenação merece ser lembrado: “Servir na alegria e na Caridade!” A partir dele aproveito para algumas recordações daquele  03/11/1990.
Recordo com particular afeto as milhares de pessoas que vieram de perto e longe  e na tarde do 03 de novembro, lotaram completamente a Igreja Matriz são Joaquim de Verê – PR. As palavras, os cantos, a alegria que se estampava no rosto de todos e porque não o espanto. E eis que as palavras do bispo ordenante dão o tão com que tudo vai acontecer: “Vamos tirar de vez a ideia que vocês vieram aqui para ver a ordenação que o bispo vai fazer! É todos juntos que vamos ordenar o Elcio”.
Seguida delas e muito mais importantes e necessária a leitura da Palavra de Deus o texto de Jeremias 1, 4-8: “Antes do seu nascimento, quando você ainda estava na barriga da sua mãe, eu o escolhi”;  1Coríntios 9,16-23: “Eu não tenho o direito de ficar orgulhoso por anunciar o evangelho. Afinal de contas, fazer isso é minha obrigação”.  E Mateus 10, 5-10; 16. 24-25: “Vão e anunciem isto: O Reino do céu está próximo. Nesta viagem não levem nem sacola, nem uma túnica a mais, nem sandálias, nem bengala para se apoiar, pois o trabalhador tem o direito de receber o que precisa para viver. Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Seja esperto como as cobras e sem maldade como as pombas. Nenhum aluno é mais importante do que o seu professor e nenhum empregado é mais importante do que o seu patrão”.
A força desta palavra me acompanha diariamente e se torna verdade em todas as minhas ações. Deus realmente está comigo e me ama!
Logo depois, no Rito da ordenação a Saudosa Professora d. Celestina, faz uso da palavra e afirma: “Desde os 6 anos o Elcio dizia que queria ser padre e até o apelido dele era padre!” Na homilia D. Luiz Colussi retoma o pensamento afirmando: “Não importa a perfeição. O que conta é a generosidade. É isto que faz com que um homem de 28 anos aceite dizer um sim como o Elcio está fazendo agora. Então como esta aqui é uma reunião de irmãos e não uma coisa muito formal quero lhes dizer que daqui apouco vocês todos poderão continuar a chamar o Elcio com aquele apelido que vocês o chamavam quando ele tinha 6 anos”. E de fato, pouco depois, ao entregar-me as oferendas, Ele mesmo, Dom Luiz, foi o primeiro a proclamar em alto e bom tom: “Padre Elcio recebe a oferenda do povo, para apresentá-la a Deus. Toma consciência do fazes e põe em prática o que vais celebrar, confirmando tua vida ao mistério da Cruz do Senhor”.
Tudo o que ali se passou naquele dia não teria terminado bem sem que tivesse sido entoado o canto “Eu te exaltarei, meu Deus e rei por todas as gerações, és o meu Senhor pai que me quer no amor”.
20 anos já se passou desde aquele dia e mais do que nunca é imperativo aceitar que Deus nos põe a prova, não para nos provocar, nem tampouco para nos desanimar. Ele quer nos fazer sempre melhor e mais fiel no serviço e no discipulado. A palavra da Escritura, como já afirmei, tem se mostrado realidade e vida em todos os meus dias. A exortação do Bispo continua sendo um estímulo para o meu ministério: “Não importa a perfeição, importa a generosidade”. Isso não significa que o esforço para ser melhor não me acompanhe, pelo contrário, procuro todos os dias “colocar em prática aquilo que celebro e confirmar a minha vida ao mistério da cruz do Senhor”.
Em 20 anos, posso dizer que procurei fazer-me tudo para com todos a fim de ganhar alguns a qualquer custo. Tive momentos de extraordinária alegria, não faltaram provações e desafios. Nem sempre fui fiel à Igreja e ao povo, mas nem sempre a Igreja e o povo foram fiéis comigo. Tem alguém que nunca faltou este se chama Jesus Cristo e é por causa dele que vale a pena ser padre.
“Uma vez mais, amados irmãos” (diria Dom Luiz Colussi), coloco minha vida nas mãos de Deus. Posso dizer que me encontro naquilo que os psicólogos da religião chamam de Idade da Generatividade, isto é, olhar para traz e poder reconhecer “os filhos dos meus filhos”, ou seja, muita coisa bonita é fruto daquilo que Deus realizou por meio do meu ministério. Espero com a Graça de Deus e a prece de todos os meus amigos olhar para trás dentro de alguns pares de anos e repetir com alegria: “lá, em 1990, eu fui ordenado padre”
Pároco de aldeia, professor, 
missionário, estudante, fiz-me tudo para com todos!
Missionário...

HOMILIA PARA DO DIA 02 DE NOVEMBRODE 2010

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS FALECIDOS
Obs: As sugestões de leituras da Palavra de Deus   para este dia são diversas. Nós comentamos optamos por comentar 4 leituras e dois evangelhos. Destes podem ser escolhidos 2 leituras e 1 evangelho. Outras sugestões estão em nosso comentário para o dia de finados 2009.

Sabedoria 3,1-9; Jó 19,1.23-27; Romanos, 5, 5-11;
Apocalipse 21,1.5ª.6b- 7; João 6, 37-40; Lucas, 23,  33.39 – 43.

"Vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.

Aí eu paro
tiro o sapato
e danço o resto da vida" (Chacal)                                                                              

Este recorte de poesia pode ser aplicado à crença cristã na Ressurreição.  Conforme rezamos na oração eucarística da missa: “Para os que Creem no Cristo a vida não é tirada, mas transformada e desfeita essa nossa habitação terrena, nos é dada no céu uma eterna mansão”.
Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja e esta é a razão pela qual rezamos por nossos queridos que já partiram e rezamos em comunhão como nossos falecidos.
As leituras que nos propusemos comentar para a liturgia de hoje nos ajudam a entender esta  crença de que a vida não termina aqui e que tudo o que o  ser humano vivencia na sua existência terrena é uma preparação para a vida definitiva, para a eterna mansão.
Assim o livro da Sabedoria, como não poderia deixar de ser, usa sábias palavras de conforto: “A vida dos justos está nas mãos de Deus, aos olhos humanos parecem estar mortos, mas os que confiam no Senhor conhecerão a verdade”. Estas palavras apontam para a beleza da confiança naquele que fez o céu e fez a terra, depois de uma passagem na condição de imagem do criador as suas criaturas experimentarão a proximidade com o Pai e Senhor da vida.
Já no livro de Jó, o personagem não se deixa abalar pelos sofrimentos, provações e fragilidades desta vida. Sua confiança é para muito mais do que os dias na face da terra. “Queria que  estas minhas palavras fossem escritas na pedra: Eu creio que o meu redentor vive e que eu o verei face a face”.  Em outras palavras “A vida pra quem acredita não é passageira ilusão e a morte se torna bendita porque é nossa libertação”.
Aos Romanos São Paulo afirma: “De fato quando não tínhamos esperança Cristo morreu por nós”. A alusão que o apostolo faz aos povos que não conheceram o Messias serve também de conforto para a comunidade de Roma convidando-a para a  alegria em Cristo Jesus e na sua obra.
O autor do Apocalipse reforça a maior e mais clara necessidade humana, isto é, cultivar a virtude da Esperança.  “Eis que Eu vou fazer um novo céu e uma nova terra. As coisas antigas já se passaram”.  É Deus mesmo quem se propõe e garante que toda a experiência vivida até aqui é quase nada se comparada com a glória de tudo o que virá. Ele mesmo fará novas todas as coisas.
E o autor do evangelho de João confirma a missão de Jesus: “Eu vim para fazer a vontade do meu Pai. E a vontade é esta: que não se perca nenhum daqueles que ele me deu”. Por sua vez do ser humano é pedido apenas uma atitude: “crer no Filho do Homem”.  Para estes está garantida a vida eterna, ou seja,  lhes será dada um condição que não termina com o que chamamos de morte, pelo contrário, esta se confirma como a passagem para a vida definitiva.
Em Lucas, prometendo o paraíso  ao ladrão arrependido, Jesus mostra como está disposto a agir em relação a todos os que nele acreditam.
Compreender e atualizar estas palavras da sagrada escritura não é nenhuma pretensão de esconder a realidade da morte, muito pelo contrário, ela é real, traiçoeira e dolorida. Aos cristãos não cabe encarar a morte como um fazer de conta.  Viver na condição de quem caminha para a morte implica aceitar a finitude e a fragilidade de todos os projetos e todas as aspirações. Mas esta é a condição e a certeza que somos plenamente humanos e, portanto, vivemos aqui como imagem e semelhança de Deus.  Crer e preparar a vida definitiva  não é o mesmo que simplificar ou menos prezar o fenômeno da morte, nela nós encontramos Deus e então sim todos os limites, barreiras e fragilidades deixarão de existir. Daí advém nossa crença na comunhão dos santos e a importância de rezar por nossos falecidos.
Vida e morte se constituem então em mistério extraordinário e só encontram perfeito sentido em Deus e na sua Palavra.


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

HOMILIA PARA O DIA 31 DE OUTUBRO DE 2010


XXXI  DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Sabedoria 11, 22- 12,2; Salmo 144;
2Tessalonicenses 1,11- 2,2; Lucas 19, 1-10
Em outubro, fomos rezando semanalmente na intenção das missões, dos missionários e pedindo luzes para nossa missão. Dentre as situações de particular importância vivemos o mais intenso processo eleitoral que o Brasil democrático já experimentou. Encerramos o mês, terminamos  o período eleitoral e certamente não está concluída a missão. Pelo contrário está apenas começando. Começando para cada cidadão que, seguindo os ditames da sua consciência, hoje deposita seu voto na urna. Começando para cada político que agora tem uma tarefa ímpar e uma responsabilidade única diante da sociedade. Começando para o Brasil inteiro o qual se espera seja muito mais fraterno, mais justo, mais humano.
A Palavra de Deus que ouvimos neste domingo nos ajuda entender toda a perspectiva da missão e das responsabilidades que elencamos acima. Assim nos reportamos ao livro da Sabedoria cuja imagem de Deus nos dada como “bondade, amor e esperança”. As repreensões que toda criatura recebe de Deus advém do valor e da dignidade que a elas o criador havia já confiado desde o princípio. As repreensões são um convite ao arrependimento e mais do que isso à correção e à mudança de vida.
Com o mesmo sentido São Paulo escreve à comunidade de Tessalônica. Para os cristãos daí Paulo chama a atenção em relação a certo fanatismo em relação à volta eminente do Senhor Jesus. Deixa claro que acreditar na vinda  de Jesus não impede de dedicar-se com todas as forças para que o dia a dia seja sempre melhor e conclui fazendo outra importante recomendação: Que a vocação de cada um seja digna e que por sua prática do evangelho Cristo seja glorificado.
Já no Evangelho a conhecida história de Zaqueu coloca em xeque todos os conceitos dos seguidores de Jesus. Como pode o mestre comer na casa de um pecador. Mal compreendem eles que a atitude de Zaqueu expressa sua conversão muito mais do que seu simples arrependimento. Ele muda de vida. Vai muito além das boas intenções.
É isso que a Palavra de Deus nos ensina neste domingo: O amor de Deus é uma força extraordinária que age sobre nós. Desta graça extraordinária ninguém fica excluído basta que tenha a coragem de reconhecer como o criador age em seu favor. O momento e a condição não é ficar perguntando onde Ele está e porque isso ou aquilo, nem tampouco quando vai se realizar esta ou aquela promessa. Isso não é importante! O que interessa é poder responder com sinceridade: Se Cristo me encontrar hoje, qual atitude terei que assumir a partir deste encontro?
Pois ele está aqui, realmente presente, neste encontro de irmãos, na Palavra que ouvimos e na Eucaristia que vamos receber. Que tipo de cristão eu serei depois desta celebração no dia a dia na convivência em casa, no trabalho e na sociedade? Que o Senhor nos ajude nessa resposta!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ENSINO SUPERIOR OU EDUCAÇÃO SUPERIOR?

Faculdade de Tecnologia CETEP 
Rua Francisco Torres, nº 768 
Especialização em Gestão Pública
Componente curricular: Metodologia do Ensino Superior
Professor: Elcio Alberton
Segundo semestre 2010.
VARIÁVEIS E PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Que o século XXI trouxe no seu bojo uma gama enorme de novidades e com elas medos e incertezas ninguém ousa duvidar. Muitas das transformações previstas para o tempo já estão se realizando e nem foram amedrontadoras como se chegou a fazer profecias e suposições.
No que se refere à educação superior não se pode dizer que houve necessidades diversas daquelas aplicáveis aos demais setores da convivência humana. Em todos os ambientes foi necessário e continuará sendo imprescindível admitir e estar preparado para a constante quebra de paradigmas e assimilação das variáveis inerentes ao cotidiano da arte de educar.
Sob a ótica do professor e da sua sobrevivência no terceiro milênio este precisará ter claro que as ferramentas principais são agora o conhecimento e a inteligência e estas forças irão movimentar o capital, o trabalho e o dinheiro. Neste sentido o profissional da educação deixou de ser o detentor do saber, do conhecimento, da verdade, da informação e se tornou um problematizador.
Naturalmente que o professor não é o único a ser desafiado por esta nova realidade, ela faz parte do cotidiano das sociedades e das instituições razão pela qual cada vez mais fica clara a compreensão que quem deve trabalhar em sala de aula é o aluno enquanto o professor trabalha fora, trabalha antes, prepara e se prepara.
O profissional da educação no terceiro milênio é visto sob a ótica da tridimensionalidade:
Pessoal;
Profissional;
Educador.
Da pessoa do docente são exigidas habilidades intelectuais, morais e físicas. Condições que já tratamos no texto avanços e desafios no processo ensino/aprendizagem. Já do ponto de vista do profissional se espera domínio de conteúdo e habilidades técnicas. E do educador se pede: postura, valores, autoridade intelectual.
Neste sentido se pode dizer que o professor é aquele que sabe e, portanto, não aquele que ensina no sentido que ensinar consistiria num reducionismo do qual já se tratou em outros textos deste curso, e aquele que sabe é também o que pesquisa e o que faz fazer.
Um primeiro paradigma que foi quebrado diante desta realidade é o do sujeito detentor de autoridade que se via confirmada pelas atitudes de cobranças, de exigências, de provas, de domínio sobre os alunos. O segundo paradigma é o do professor submisso, com falsa humildade e que tolera indisciplina, facilita nas provas e no controle de presenças, em resumo, não tem lugar nem o professor “nerd” nem o “laxo”.
Mais ainda do que em outros tempos trata-se de uma questão de “vocação para a docência” de modo a constituir-se como um indivíduo que valoriza o ensino indo para muito além do que sobrecarregar os alunos com trabalhos, com ameaças de reprovação, com críticas que não constroem e não são corrigíveis porque centradas no passado e no ensino médio e nos professores que lhe antecederam e etc.
A vocação do professor no século XXI pede a superação dos velhos hábitos de fazer do aluno um indivíduo apto a “Ler, copiar, decorar e repetir”. Certamente o professor destes novos tempos nada tem em comum com os marqueteiros da educação, sujeitos que prometem milagres em relação aos processos de ensino/aprendizagem. O professor que se faz por vocação é o que pode ser chamado de “mistagogo”, isto é aquele que conduz o educando a partir do seu próprio testemunho, o que se chama também “professor marcante”.
Um dos sinais que caracteriza a alegria da docência é a não reprodução da mesmice, dos textos, dos livros, dos métodos. Estar aberto para a avaliação e para o futuro, com os pés no chão da vida e os olhos no horizonte da missão, preocupado com a aprendizagem, mais do que com o volume de conteúdos que ocupará a mente e os apontamentos dos alunos.
A produção do saber como indicativo para a solução dos problemas cotidianos faz do professor uma pessoa em permanente diálogo capaz de transformar a sala de aula num meio de multiplicação de conhecimentos. A docência no ensino superior pede do professor novos ritmos, mais produção, melhor disponibilidade, transparência nos relacionamentos e autoridade que se manifesta pela competência.
Neste contexto igualmente não tem mais lugar para o aluno “copista” e para os professores “fantoches”. A arte de Educar no novo milênio parte do pressuposto que a produção de conhecimento é uma condição sine qua non existe saber e consequentemente aprendizagem.
Sem dedicação à pesquisa não se pode vislumbrar a docência como um serviço à comunidade, neste sentido urge que o professor supere a antiga postura que considera aprendizagem o respeito pela autoridade conceitual do professor. Já não é necessário, como dissemos, nem para o aluno nem para o professor o conformismo do “copista e do repetidor de conceitos”.
O professor do novo milênio é uma pessoa que está à frente do seu tempo, isto é, igual a todos e diferente em tudo. O modelo mais adequado à docência destes novos tempos parece se aproximar da condição de quem ensina a resolver problemas e não ensino problemas resolvidos. Em outras palavras a docência no ensino superior consiste em exercitar para a habilidade de pensar.
No contexto da metamorfose civilizatória porque passa a sociedade das tecnologias o processo educativo está inteiramente encharcada de todas as situações pelas quais passa toda a pessoa e que sem uma coerente valorização das relações sociais não acontecerá um autêntico processo de aprendizagem. O papel do professor na educação superior consiste em teorizar práticas que superem a letargia das consciências que leva a morte por inanição.
Então a tríplice função da educação e do professor – ensino, pesquisa, extensão – faz parte do amplo mundo que circunda a educação superior no seu contexto com a sociedade globalizada. Não é mais aceitável o professor “morno” cuja atividade docente seja neutra e desprovida de afeto, de paixão e de espiritualidade. Isso implica compreender que a pessoa é o centro de todo o processo, ou seja, antes que o programa, que os planos, que os objetivos, que os métodos, estes serão apenas instrumentos facilitadores e promotores de relações responsáveis e duradouras.
Em resumo o educador dos novos tempos é um sujeito capaz de problematizar e auxiliar na resolução dos problemas que ele mesmo criou.


Referência Bibliográfica
CIMADON, Aristides. Ensino e aprendizagem na Universidade. Joaçaba,  Editora UNOESC, 2008 p 40 - 55.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

CONSIDERAÕES PARA A DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

Faculdade de Tecnologia CETEP Rua Francisco Torres, nº 768
Especialização em Gestão Pública
Componente curricular: Metodologia do Ensino Superior
Professor: Elcio Alberton
Email: professor.elcio@hotmail.com
www.padreelcio.blogspot.com
Segundo semestre 2010.


 
AVANÇOS E DESAFIOS NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM1
Há poucos dias o mundo assistiu ao resgate de um grupo mineiros no deserto do Atacama no Chile. A ousadia do processo resgate se somou a habilidade das equipes de salvamento. Mas o mundo inteiro também pode ver e ouvir referências sobre as distintas habilidades de cada um dos que estavam "presos" no interior da mina e como colocaram a serviço do grupo e da vida as qualidades e aptidões de cada um.
Esta semana, comovente e apoteótica nada mais faz do que confirmar uma realidade que todos conhecemos: "No exercício da profissão, há necessidade de prestar atenção para algumas habilidades facilitadoras do processo de ensinar e aprender".
Sob esta ótica ao tratar do trabalho docente na universidade requer-se um olhar atento às situações socioeconômicas, políticas e culturais das quais a comunidade universitária está envolvida. Naturalmente a visão e a missão da instituição é um critério
Podemos qualificar este olhar sob a ótica do:
Compromisso filosófico: Isto é dar um salto de qualidade no sentido de garantir uma formação que sintonize teoria e prática. Realizar um constante "passeio", ou melhor, revisão sobre o que se aprende se ensina e se torna prática. Sob o ponto de vista filosófico implica repensar as grandes questões éticas que angustiam o ser humano no decorrer da sua existência.
Compromisso político: Isto nada tem a ver com opção político partidária, mas com formação para a cidadania. Garantir uma formação geral e contextualizada sem deixar de olhar de modo claro às necessidades específicas do educando. Compromisso político significa formação com consciência crítica dando ênfase a novas e atuais descobertas na ótica da democracia e participação.
Compromisso com a ciência: O papel do professor universitário deve apontar para a construção de novos saberes por meio da pesquisa e produção. O mundo acadêmico da modernidade está embebido da cibernética, da holística e sedento de novas respostas que se dão à velocidade da luz. Em virtude disso uma docência que apenas transmita conhecimentos, ou informações deixa de ser interessante beirando quase o inadequado. O compromisso com a ciência implica em respeito a princípio éticos e valores morais que apontam para o respeito à dignidade, à criatividade, à sustentabilidade.
Alguns requisitos são indispensáveis para a docência universidade. Parte deles faz parte do se chama requisito legal, isto é, titulação, produção de conhecimento em outras palavras "Currículo". Outro requisito não menos exigente se enquadra na dimensão pessoal e está na linha da resistência física, comportamental, e intelectual, ou seja, é um questão de "Curriculum". Há ainda os chamados requisitos técnicos que pode ser qualificado como "conhecimento do conteúdo que leciona. Ensinar é um processo complexo que requer conhecimento técnico facilitador da aprendizagem". Um professor sem conteúdo pode ser comparado a "um saco que pode ser chutado de cá para lá".
Além destes requisitos não se pode menosprezar as habilidades de compreensão, o que pode ser traduzida como capacidade de realizar pactos que não sejam medíocres, mas que falem a língua do educando. O desenvolvimento de capacidade de linguagem além do coloquial e regionalista, casuísta presa a cacoetes. O professor que se auto-avalia vai muito além do achismo e aponta dados, números afirmações qualificadas. A capacidade de falar a trabalhar com emoção sem se deixar envolver pela emoção é um dado imprescindível.
Ao lado das qualidades facilitadoras do processo se associam igualmente condições perturbadoras. Entre estas são evidentes os portadores de comportamentos sádicos, masoquistas e fálicos. Um professor com desequilíbrios de personalidade compromete o ato de educar. Naturalmente o domínio do conteúdo é uma e exigência indispensável em ambas as situações o professor necessita cultivar a virtude da humildade como condição para convencer que não é o dono da verdade, sem esta condição o professor continuará sendo um juiz do aprendiz considerando-o incapaz e sem qualificações para o aprendizado.
Em resumo é possível indicar algumas condições bastante objetivas no processo ensino-aprendizagem:
A) Conhecer o aluno no seu cotidiano e sua história;
B) Avaliar os problemas de comunicação;
C) Facilitar e utiliza a comunicação;
D) Não se aterás estruturas de poder;
E) Observar o crescimento dos alunos;
F) Ficar atento aos argumentos dos alunos;
G) Exercitar pelos menos três idiomas;
H) Não ser insistente nos mesmos argumentos;
I) Prender-se aos fatos;
J) Compreender o que significam os números;
K) Não se deixar envolver pela emoção;
L) Aperfeiçoar-se nas técnicas de comunicação;
M) Avaliar o conteúdo trabalhado processualmente;
N) Convencer da metamorfose pela qual passa a civilização.
E finalmente ter certo que não existe verdade perene e absoluta.


1 Considerações a partir da leitura do texto citado na referência bibliográfica.

Referência Bibliográfica

CIMADON, Aristides. 
Enisno e aprendizagem na universidade – um roteiro de estudo. Joaçaba, editora UNOESC, 2008, p. 109 -115.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

HOMILIA PARA O DIA 17 DE OUTUBRO

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Êxodo 17, 8 -13; Salmo 120;
2Timóteo 3,14-4,2; Lucas 18,1-8.

O resgate dos mineiros no deserto do Atacama no Chile esta semana, mostrou cenas extraordinárias de manifestação de fé. O que se pode ver lá confirma a sábia afirmação de Plutarco – historiador e moralista grego do segundo século da nossa era –
Podereis encontrar uma cidade sem muralhas, sem edifícios, sem ginásios, sem leis, sem uso de moedas como dinheiro, sem cultura das letras. Mas um povo sem Deus, sem oração, sem juramentos, sem ritos religiosos, sem sacrifícios, tal nunca se viu.  
Na medida em que deixavam a capsula de salvamento os resgatados, antes mesmo de saudar quem os aguardava, ajoelhavam-se, erguiam as mãos e rezavam. Por que mesmo alguém reza e em que quais circunstâncias a oração ganha maior importância na vida das pessoas, parece ser a resposta que a Palavra de Deus  aponta neste domingo.
No texto do Êxodo temos o relato de uma batalha na qual o povo de Israel só tem sucesso na medida em que Moisés permanece com as mãos erguidas, isto é, em sinal de total dependência, de incapacidade de reagir, de entrega, de prontidão.
Por sua vez a carta a Timóteo contém um convite a lembrar-se bem e sempre da Palavra de Deus, pois é esta força e é esta a condição para a salvação. Lembrar sempre da Palavra é muito mais do que aprender de cor e recitar textos da Sagrada Escritura, consiste também em dispor-se ao serviço do Evangelho e naturalmente anunciá-lo com a vida e com o testemunho de coerência e de fé.
No Evangelho Jesus conta mais uma parábola. A ideia central da comparação faz evidente relação com a necessidade de rezar sempre. Jesus coloca a questão da salvação como uma conquista que se vai fazendo no cotidiano das escolhas e das relações. Deus, muito diferente da humanidade sujeita a iniquidades e fragilidades, Ele ama é bom e escuta. Ele só se compara ao Juiz sob a ótica de quem tem o interesse em fazer a coisa certa e na hora certa. Deus é partidário de tudo aquilo que é justo e bom e que favorece aqueles que mais têm necessidade e dificuldade para fazer valer seus direitos.
Quanto a nós parece importante que nos perguntemos sempre: Mais do que ter nossas orações atendidas, nossa fé é suficientemente forte e segura capaz de encarar as dificuldades de cada dia, ou quando elas aparecem então sim dobramos os joelhos numa clara tentativa de negociar com Deus.
Peçamos que esta Eucaristia e o alimento da Palavra que acabamos de saborear alimentem a nossa fé e nos façam sempre mais e melhores discípulos capazes de reconhecer o que rezamos no Salmo: “O meu socorro vem do Senhor que fez o Céu e a terra”.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DE CORAÇÃO PRA CORAÇÃO - PALAVRAS AOS PROFESSORES(AS)

DIA DO(A) PROFESSOR(A)

Celebrar o dia do professor sob a ótica da aprendizagem colaborativa merece, sem sombra de dúvidas, aplicar aos profissionais da docência o que se lê em Atos dos Apóstolos 4,32: "Ninguém dizia que as coisas que possuía eram somente suas, mas todos repartiam uns com os outros o que tinham".
Com o intuito de cumprimentar cada pessoa que dedica a sua vida à arte da docência faço minhas as palavras dos apóstolos acrescentando a elas a convicção de que o educador mistagogo será constantemente desafiado a desenvolver um processo relacional entre aquilo que ensina aquilo que vive, e aquilo que acredita com o imenso mistério que cerca todo o existir humano.
E que os conhecimentos serão muito melhores assimilados e aceitos na medida em que a fonte de onde emanam possa ser confirmada com a credibilidade de uma postura ética. Na medida em que eles partem do que pode ser qualificado como "professor marcante", no sentido que é um agente de transformação pessoal e que seu sentido ético permeia o real interesse de cada discente.
Os educadores deste milênio serão pessoas sempre abertas para novos horizontes e caminheiros sagazes prontos para observar todas as coisas e pequenas conquistas de cada dia sem se perder no horizonte do ativismo desenfreado.
Permito-me concluir essa singela saudação aos professores com as sugestivas palavras de Santo Agostinho: "Não aprendemos com as palavras que soam exteriormente, mas com a verdade que se ensina interiormente".

Abraço fraterno do irmão Professor
 Padre Elcio Alberton

terça-feira, 12 de outubro de 2010

XI FESTA DA FAMÍLIA ALBERTON

CONVITE

“De Santa Catarina, pro novo Paraná
Todo dia um recomeçar
O exemplo do passado
de quem já partiu pro além ”.
Há 60 anos, o casal de aventureiros, Antônio Alberton e Marta Ghizoni, com cinco dos que seriam depois 13 filhos, botaram o pé na estrada. Um sonho quase impossível: começar tudo outro vez, mas por mil motivos, subir a serra era preciso.
Vieram no rastro de outras famílias as quais carregavam a mesma sina: garantir um futuro melhor para sua descendência. Depois destes, se perdeu a conta de quantos vieram e se instalaram na mesma região.
Celebrar é preciso! A história do Verê e da família Alberton se mistura com tantas outras.
Por conta disso, no dia 16 de janeiro de 2011, na Comunidade de Planalto – Verê – PR, vamos nos encontrar na “XI Festa da Família Alberton”. Para esta festa não importa o sobrenome, interessa fazer memória e agradecer.
Venha celebrar conosco! Com a seguinte programação:
09h00 – Recepção  e identificação.
10h30 – Missa de ação de graças
12h00 – Almoço (por adesão)
13h00 – Memória da Imigração (Exposição de fotos, filmes, história e objetos que fazem parte dos 60 anos)
13h00 – Inicio do Show de talentos e distribuição de brindes aos participantes.
14h00 – (Vita, Storia, Canti e Frotole) – Vida, história, canto e causos.
Durante toda a festa animação por conta dos cantores e tocadores da Família com a participação da cantora, maestrina e compositora: Lourdes Pessini de Porto Alegre - RS.

Como chegar:
Verê fica no sudoeste do Paraná. As cidades próximas são Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos. O melhor indicador de caminho se chama “Google”
Além da festa você poderá desfrutar de bons momentos nas Águas do Verê, agora totalmente reestruturadas, amplas piscinas, área de lazer, hotel, restaurante. Se Você já conhecia, Vale a pena ver de novo se ainda não conhece é uma ótima oportunidade.
Ainda é possível conhecer o Laticínio Alto Alegre, (uma experiência de economia solidária) bem como a Fábrica de Suco. Para essas atividades, a ser realizadas no sábado à tarde (15/01), é necessário entrar em contato com Jeferson Alberton pelo email ou MSN: jefealberton@hotmail.com  ou pelo fone 46 99218250.
É possível ainda conhecer o local onde residiu a Família Alberton quando chegou ao Paraná na década de 50 do século passado, neste caso o contato é com Altamir Alberton pelo fone 46 35366161 (comercial) 35363389 (residencial).
Para confirmar presença e reservar almoço entrar em contato pelo email: alcindo_clarice@hotmail.com  ou pelo fone: 46 35368746.
Se precisar de hotel as melhores opções estão em Dois Vizinhos e Francisco Beltrão.
“Família Alberton, uma parte da corrente de italianos que ergueram essa nação!”.








sexta-feira, 8 de outubro de 2010

DOMINGO DIA 10 DE OUTUBRO 2010

HOMILIA PARA DO 28° DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: 2Reis 5, 14-17; salmo 97;
2Timóteo 2,8-13; Lucas 17,11-19

Esta semana foi marcada por uma onda de infindáveis agradecimentos. Um candidato por que foi eleito, outro porque não foi eleito, outro porque obteve votação expressiva e além das expectativas e assim por diante. Mas, no fundo, qual é mesmo a intenção de cada um deles. A quem precisamente se destina os reconhecimentos e méritos pelo sucesso obtido.
Pois a questão do reconhecimento e a gratidão é o tema central das leituras deste domingo. No texto do livro dos Reis é um pagão que se beneficia do gesto e da atitude do profeta. E diante do acontecido não encontra nenhuma dificuldade em reconhecer de quem lhe vem o favor, reconhece o Deus do profeta e passa a lhe oferecer gestos de gratidão e sacrifícios.
Já Paulo na carta a Timóteo Paulo mostra quem é Deus e como Jesus se comporta diante dele e em relação a cada um de nós. Entre os cristãos e a pessoa de Jesus há uma intimidade extraordinária e por isso mesmo São Paulo Recomenda: manter-se firme na mesma e única verdade: Jesus Cristo Ressuscitado dentre os mortos. Esta condição consiste em ser agradecido por tudo o que ele realizou em nosso favor.
E finalmente no Evangelho, Jesus questiona a falta de gratuidade dos que foram curados, não para consigo, como se estivesse querendo ser reconhecido por ter indicado a alternativa, mas fica indignado com a atitude dos que põe as leis e preceitos humanos acima da gratidão pelo dom recebido.
A lição mais bonita que podemos tirar de tudo isso consiste exatamente em não se reconhecer insubstituível, indispensável, porque só um é insubstituível: Deus! Dele tudo recebemos como dom e graça e nenhuma das nossas práticas religiosas, novenas e promessas serão suficientes para retribuir.
A atitude desejável para quem se declara Crente seria corresponder uma vida santa, correta, honesta por tudo o que recebemos. Atitude que, igualmente, cada cidadão espera dos eleitos no último domingo. Nenhum agradecimento, nem tapinha nas costas, mas cumprir com seriedade a função para a qual foram escolhidos.
Peçamos nesta Eucaristia a graça de correspondermos aos dons de Deus e que a sociedade como um todo seja também reconhecida por tudo o que Deus realiza em favor de todos em todos os tempos.

NOVAS TECNOLOGIAS - QUEBRAR PARADIGMAS É PRECISO


TIC1 OU NTIC2 OU INVENCIONISMOS3?

Elcio Alberton4

No texto projetos de aprendizagem colaborativa, o qual já comentamos também neste espaço, a professora Marilda Aparecida Behrens escreve assim:
Com o auxílio da informática, há possibilidade de propor trabalhos presenciais e semipresenciais, pois ela proporciona o aumento do aproveitamento do tempo, reduzindo a necessidade de deslocamento e a flexibilização de horários. Os alunos, independentemente dos horários em que frequentam a escola, podem continuar as atividades individuais e coletivas pela rede. Por outro lado, a informática permite que haja um acompanhamento mais frequente dos trabalhos, pois é mais simples e rápido trocar mensagens por email do que reunir todos pessoalmente para trabalhar em parcerias. Os retornos do professor via e-mail podem ser disponibilizados para todos os alunos.(MORAN, 2000 P. 102)
Estas e outras inúmeras considerações a respeito do tema não permitem que fiquemos duvidando da importância e necessidade de aderir as tecnologias de informação e de fazer com seriedade e responsabilidade as escolhas mais adequadas para cada situação. Já falamos também que o uso das tecnologias está em vista de responder às necessidades criadas pela escola e não criar novas necessidades que acabam por induzir ao consumismo.
As distintas formas de software que prometem atender as exigências e requisitos das instituições educacionais são muitas vezes uma disputa pelo mercado ao qual os usuários terminam por ceder às tentações. A primeira reafirmação que parece oportuna insistir consiste em ter presente que as NTIC são um referencial no processo de ensino-aprendizagem, o limite está em colocá-las como se ocupassem o centro da ocupação e da preocupação do professor, particularmente no ensino fundamental.
Certamente não se trata de ensinar sobre tecnologias de informação e nem tampouco quais os recursos que elas disponibilizam para a arte da aprendizagem. A velocidade com que os recursos se modificam e se atualizam apontam para a necessidade de contínua atualização no que se refere ao uso dos meios que são disponibilizados, sobretudo, virtualmente.
Não longe da nossa época a escola, equipada com quadro e giz era algo totalmente novo e praticamente irrepetível em qualquer outro ambiente seja de casa ou de trabalho. Certo é que os equipamentos de informática com os quais são equipadas nossas escolas estão longe de ser os de última geração. Alias nem me parece que isto seja necessário. Mas quero dizer que os alunos chegam à escola e dela saem com a certeza que terão acesso a hardwares, o softwares muito mais atualizados. Isto remete á comparação que já fizemos também: muitas vezes nossos recursos parecem uma bicicleta disposta numa pista de aeroporto.
Neste caso, nossa insistência reside no fato que não se trata de ensinar a usar os recursos, mas de bem utilizar os recursos que estiverem ao alcance. Bem usar implica sim explorar todas as suas potencialidades, mas sobre tudo aprender a usá-los com ética e com senso crítico.
Superar, muitas vezes a prática de utilização de recursos físicos para facilitar o processo de aprendizagem será com certeza um caminho adequado. Não parece fora de propósito afirmar que manter a prática de gravar em CD os conteúdos que merecem ser socializados é, na atual conjuntura, fora de propósito. Isso para não falar no uso de mapas e gráficos impressos para localizar nos continentes os pontos temáticos tratados em aula, ou gráficos para indicar dados de pesquisa ou cálculos matemáticos.
O recurso dos hipertexto, na prática, nada mais é do que a curiosidade de folhear um livro ou dicionário com o intuito de procurar as palavras ou textos que se relacionam. Aqueles, todavia ganham em agilidade na medida em que basta um CLIC sobre a palavra para que uma nova “Aba” se abra com a resposta ou questionamento proposto.
Já se disse também que é possível identificar pelos menos três categorias de pessoas no que se refere ao acesso digital os quais denominamos de “nativos digitais, imigrantes digitais e analfabetos digitais ou professauros”. É certo que no campo pedagógico dificilmente seremos obrigados a dominar as TIC, como de resto nas demais áreas da sociedade e dos negócios, em todo o caso é certo que o não envolvimento com as NTIC deixará os professores cada vez mais pobres em relação àqueles que acessam e mais alheios a fontes documentais e de pesquisa que os colegas que delas fazem uso.
Faz parte também de outra reflexão nossa quando dissemos que a adesão as NTIC não pode ser uma decisão pessoal do professor, mas que faz parte da visão e da missão da instituição, em outras palavras que se trata de uma opção política. A responsabilidade da escola está muito além das escolhas individuais de cada educador.
Além destas observações é necessário considerar que a adoção das NTIC não estão no alcance de substituir as boas práticas dos professores e alunos. Exemplo disso é considerar como suficiente os editores HTML, os REVISORES ORTOGRÀFICOS e os TRADUTORES, como solução ou alternativa para a redação e correção de textos.
Para não nos delongar com repetições em relação ao que já escrevemos sobre o tema permito-me sugerir que aproveitemos as facilidades da comunicação online para alavancar o processo que é chamado de APRENDIZAGEM ASSISTIDA, à qual está evidente na citação com a qual iniciamos nossa reflexão.
Tudo o que os softwares podem oferecer e de fato disponibilizam exige um trabalho de adaptação, organização e acompanhamento. Eles nada apontam de mágico e nada garante que sejam indispensáveis na sala de aula. Em contrapartida uma eficiente comunicação abre as portas para o mundo inteiro, daí que somos muito favoráveis à adoção de recursos tecnológicos que aproximem as pessoas e facilitem o aprendizado mesmo quando preferimos evitar deslocamentos que a rigor são despropositivos no que se refere à sustentabilidade e a economia de recursos.
A incógnita está em despertar nos professores a quebra de paradigmas que consiste mais do que tornar as aulas mais animadas ou atrativas com o uso de recursos tecnológicos.
 
1.Tecnologias de informação e comunicação.
2. Novas tecnologias de informação e comunicação
3. Comentários ao capítulo 8 – Utilizar novas Tecnologias - da obra Novas competências para ensinar, de Philippe Perrenoud, Porto Alegre, ARTMED, 2000.
4. Texto elaborado para a reflexão com a equipe do PROINFANTIL, do curso de Pedagogia 8ª. Fase da UNOESC – Joaçaba – SC e dos participantes do programa de especialização em gestão pública no CETEP – Curitiba.


Referências bibliográficas

GOMES, Péricles Varela & MENDES, Ana Maria Coelho Pereira. Tecnologia e inovação na educação universitária: O matice da PUCPR. Curitiba, Champagnat, 2006.
MORAN, José Manoel. Novas Tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo, Papirus, 2000.
PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre, ARTMED, 2000.