sexta-feira, 26 de novembro de 2010

SEU MANOEL? Não conheço!

QUEM FOI O SENHOR MANOEL ALBERTON...

Filho do Domênico Alberton e da Ana  Baggio. Um dos dez irmãos dos patriarcas vindos da Itália. Mas pelo nome de Manoel, quase não foi conhecido. Todos o chamamos de "Tio Mene", "Seu Mene" e assim por diante. Este é um dos casos de nomes abreviados dos quasi falei no outro artigo.
A história do "SEU MANOEL"  que publico aqui, foi escrita pelo Édrio Alberton, conhecido como "Edinho", Filho da Raimundo, que tudo mundo conhece por "Mundi". Assim fica mais fácil entender!


HISTÓRIA DE VIDA DE MANOEL JOÃO ALBERTON

Seu Mene e D. Emilia, melhor D. Milheta.
Antiga Igreja da Invernada, Orleans SC.
MANOEL JOÃO ALBERTON,    Filho de João Alberton e de Angelina Morgan Alberton,nasceu aos oito dias do mês de Outubro de um mil, novecentos e doze (1912), sendo natural de Rio Pinheiros, Município de Orleans. MANOEL (Seu Mene), como era conhecido por todos, teve dez irmãos: Antônio, Alice, Ana, Erminio, João Batista, Ricieris, Lauro, Alvim, Maria e Ângelo, sendo ele o segundo filho do casal. Residiu em Rio Pinheiros, juntamente com seus familiares até os 10 anos de vida, onde teve a oportunidade de freqüentar a escola durante dois anos. Ainda quando criança seus pais foram residir em Invernada, comunidade onde cresceu, e começou a trabalhar com seus familiares na agricultura. MANOEL crescera e fora educado segundo os princípios da religião católica. Recebera os sacramentos do Batismo, do Crisma e da Primeira Eucaristia. Assim como todo jovem sonhador, conheceu o sentimento do "amor verdadeiro quando encontrou Emilia Mattei Ascari, por quem se apaixonara, vindo a contrair as laços do sagrado Matrimônio aos vinte e oito dias do mês de setembro de 1932, na comunidade de Invernada.
Deus concedeu-lhe a graça da paternidade e, de sua união com Emilia, Manoel teve 11 filhos: Angelina João, Dercílio, Duílio (in memorian), Maria, Santos, Raimundo, Edite, José (in memorian) e Zulenir.
Em meados de 1944, veio residir em Grão Pará com o objetivo de trabalhar na serraria de seu tio Ângelo Alberton Luiz (Tio Ito), enfrentando desde o início de sua vida muitas dificuldades, pois o trajeto de Invernada até Grão-Pará, era realizado a pé ou de carro de boi. Além disso, quando precisava fazer alguns negócios em Orleans, percorria todo o trajeto a pé. Uma vez, mencionou que por necessidade, veio também a pé de Pedras Grandes até Invernada, pois naquela época era muito difícil se locomover de um município para outro.
Isto nos dá testemunho que MANOEL era um homem lutador, pois nunca desanimou diante das dificuldades e barreiras que encontrava nos caminhos de sua vida. Trabalhou na serraria de seu tio Ito até meados de 1947.
Em seguida, voltou para a comunidade de Invernada onde comprou um terreno, começando a trabalhar na agricultura e construindo também uma serraria onde trabalhou com sua família até meados de 1950.
Após a década de 50 vendeu o terreno adquirido no interior de Invernada vindo residir próximo a capela da comunidade. No ano de 1951 comprou um caminhão realizando pequenos fretes. Porém, dois anos depois, vendeu o caminhão uma vez que seu sonho era trabalhar com madeira. Assim, nos de 1954 e 1955, tornou-se sócio de seus irmãos Lauro e Arcênio e, juntos, começaram a trabalhar novamente na serraria na comunidade de Invernada. Em 1957 desfez a sociedade passando a comprar seu antigo terreno. Em sua propriedade desenvolveu trabalhos agrícolas, além de trabalhar na serraria e no engenho de farinha de mandioca. Nesta, mesma época adquiriu um caminhão a gasolina, que permaneceu com seus familiares até 1971, vindo a residir novamente  próximo a capela do Distrito de Invernada.
No período de 1947 a 1971, MANOEL prestou diversos serviços voluntários na comunidade de Invernada: atuou como barbeiro, sendo que seu trabalho era praticamente de graça uma vez que os fregueses pagavam a quantia que podiam ou queriam, pois ele não fazia questão de cobrar. Trabalhou também na confecção de ataúdes (caixões de defuntos), contando com a calorosa ajuda de seus filhos. Foi durante muitos anos fabriqueiro da comunidade, trabalhando como carpinteiro na Capela de Invernada. Exerceu o papel de Juiz de Paz na época em que a comunidade de Invernada passou a ser Distrito de Grão-Pará. Ajudava a realizar os enterros na comunidade, realizando também o trabalho de coveiro. Também exerceu a função de instrutor de volante, pois ensinou várias pessoas da comunidade a dirigir.
Em 1972, vendeu sua propriedade na comunidade de Invernada e veio residir com sua família no centro de Grão-Pará. Instalado em sua nova residência, começou a trabalhar na serraria do senhor Mané Filipe e, em seguida, no Posto Ipiranga. Manoel (Seu Mene) era um homem muito alegre, brincalhão, gostava de passar horas conversando com seus amigos. Sempre tinha um sorriso em seu rosto e quando passava pelas pessoas as cumprimentava. Era freqüentador assíduo do Clube dos Idosos, tendo a dança como seu lazer preferido, já que adorava danças.
Seu Mene conquistou com seu jeito simples de ser o carinho e a amizade do povo graoparaense. Viveu para seus familiares (filhos, filhas, netas, bisnetos, tataranetos...), sempre procurando, como pai e amigo, dar bons exemplos, conduzindo-os no caminho do bem, da justiça e do amor a Deus e aos irmãos.
Edrio e Leidiane, dois dos 54 netos do Nono Mene!
Ao longo de sua vida Manoel teve a graça de ser avô, bisavô e tataravô. Deus concedeu-lhe, ao longo dc sua existência, 54 netos, 80 bisnetos e 7 tataranetos. No entanto, Manoel João Alberton, teve seu projeto de vida terreno interrompido na madrugada de 13 de setembro de 2005 e integra o Reino de DEUS juntamente com seus familiares e amigos, que também já partiram e que aguardam na eternidade ao lado de Maria, Nossa Mãe, e de todos os Anjos e Santos de DEUS.
Nosso PAI partiu aos 93 anos de vida.
MANOEL, PAI, avô, bisavo, tararavo e amigo, partiu de nosso Reino, porém permanecerão para sempre seus ensinamentos, sua vontade de viver, em nossas vidas e em nossos corações. Tenhas a certeza de que aqueles que te amam já estão sentindo tua falta e sentirão para sempre muitas saudades.

FESTA DA FAMÍLIA ALBERTON - MAIS HISTÓRIAS

XI FESTA DA FAMÍLIA - UMA OPORTUNIDADE A MAIS PARA SE CONHECER MELHOR.
 
Pra quem não teve a oportunidade de conhecer ou de ler nada sobre a Família, recomendo fazer breve pesquisa no meu blog com a palavra Alberton, para ver todas as postagens desde o ano passado. Aproveito para fazer um breve esclarecimento sobre o comentário abaixo, que recebi de uma pessoa não identificada. 
 
Anônimo disse...
INTERESSANTE,MEU PAI SE CHAMAVA ANTONIO ALBERTON E TINHA APELIDO DE ''NICO'',UM TIO MEU SE CHAMAVA JOÃO ALBERTON E O APELIDO DE ''NANNIN''...NÃO SEI DE QUE REGIÃO MEU AVOS VIERAM SEI QUE SÃO DO NORTE DA ITALIA... Então meu caro comentarista.Sobre o fato de ter os apelidos de Nico e Nannin, é importante saber que até hoje é um costume na Itália abreviar o nome das pessoas e fazer uso de um nome mais afetuoso de acordo com a familiaridade. Assim por exemplo, Antônio, normalmente se abrevia por "Tonico" e se chama de "Nico". Giovanni, Se abrevia por "Nanni" e se chama "Nannin", "Naneto". De fato os Alberton que vieram no final do século XIX (1870 - 1895) vieram todos do Norte da Itália. Nossa família veio de uma vila chamada Casoni de Mussolente, na provincia de Vicenza, na região de Veneza, por isso muitas vezes dizem que vieram de Veneza.
Parece  que esta é a casa, naturalmente restaurada, de onde veio o Senhor Domênico Alberton e os outros seus irmãos. Teriam vindos todos por volta do de 1890.
Esta a Igrea Matriz, não porém onde o Domênico foi Batizado.   

terça-feira, 23 de novembro de 2010

ANO LITÚRGICO - CICLO PASCAL

FACULDADE MISSIONEIRA DO PARANÁ - FAMIPAR
APOSTILA SOBRE O CICLO PASCAL – PARA USO INTERNO –
AULA DO DIA 27/11/2010 – PROF. PADRE ELCIO ALBERTON


INTRODUÇÃO

Antes de qualquer palavra sobre o ciclo pascal propriamente dito é importante que este seja situado na compreensão de tempo segundo a liturgia. De acordo com o Catecismo da Igreja tempo se define como espaço
Situado entre a Páscoa de Cristo, já realizada uma vez por todas, e sua consumação no Reino de Deus, aliturgia celebrada em dias fixos acha-se inteiramente impregnada da novidade do Mistério de Cristo (1164).
O ano litúrgico, tal como o temos hoje não é uma estrutura que existiu desde sempre. Pelo contrário ele foi se formando ao longo do tempo e recebeu uma forma que parece ser adequada a partir do Concílio Vaticano II, assim lemos na Sacrossanto Concílio:
CAPÍTULO V
ANO LITÚRGICO
O sentido do ano litúrgico
102. A santa mãe Igreja considera seu dever celebrar, em determinados dias do ano, a memória sagrada da obra de salvação do seu divino esposo. Em cada semana, no dia que ela chamou domingo, comemora a ressurreição do Senhor, como a celebra também uma vez por ano, unida à memória da sua paixão, na Páscoa, a maior das solenidades.
Revela todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a encarnação e nascimento até a ascensão, ao pentecostes, à expectativa da feliz esperança e da vinda do Senhor.
Com esta recordação dos mistérios da redenção, a Igreja oferece aos fiéis as riquezas das obras e merecimentos do seu Senhor, a ponto de os tornar como que presentes a todo tempo, para que os fiéis, sejam postos em contato com eles, e sejam repletos da graça da salvação.
103. Neste ciclo anual da celebração dos mistérios de Cristo, a santa Igreja venera com especial amor, e porque unida indissoluvelmente à obra de salvação do seu Filho, a bem-aventurada virgem Maria, Mãe de Deus, em quem vê e exalta o mais excelso fruto da redenção, e em quem contempla, como em puríssima imagem, tudo o que ela deseja e espera com alegria ser.
104. A Igreja inseriu também no ciclo anual a memória dos mártires e outros santos, os quais, tendo pela graça multiforme de Deus atingido a perfeição e alcançado a salvação eterna, cantam hoje a Deus no céu o louvor perfeito e intercedem por nós.
Ao celebrar o “dies natalis” (dia da morte) dos santos, proclama o mistério pascal realizado neles que sofreram com Cristo e com ele são glorificados; propõe aos fiéis os seus exemplos, que conduzem os homens ao Pai por Cristo, e implora pelos seus méritos os benefícios de Deus.
105. Enfim, em várias épocas do ano e seguindo o uso tradicional, a Igreja completa a formação dos fiéis servindo-se de piedosas práticas corporais e espirituais, da instrução, da oração e das obras de penitência e caridade. Por isso aprouve ao sagrado Concílio determinar o que segue.
Revalorização do domingo
106. Por tradição apostólica que tem sua origem do dia mesmo da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra cada oitavo dia o mistério pascal, naquele que se chama justamente dia do Senhor ou domingo. Neste dia, pois, devem os fiéis reunir-se em assembléia para ouvirem a palavra de Deus e participarem da eucaristia, e assim recordarem a paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os “gerou de novo pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos para uma esperança viva” (1Pd1,3). O domingo é, pois, o principal dia de festa que deve ser lembrado e inculcado à piedade dos fiéis: seja também o dia da alegria e da abstenção do trabalho. As outras celebrações não lhe sejam antepostas, a não ser as de máxima importância, porque o domingo é o fundamento e o núcleo do ano litúrgico.
Revisão do ano litúrgico
107. Reveja-se o ano litúrgico de tal modo que, conservando-se ou reintegrando-se os costumes e regulamentações tradicionais dos tempos litúrgicos, segundo o permitirem as circunstâncias de hoje, mantenha o seu caráter original para alimentar devidamente a piedade dos fiéis com a celebração dos mistérios da redenção cristã, sobretudo do mistério pascal. Se acaso forem necessárias adaptações aos vários lugares, façam-se segundo os arts. 39 e 40.
108. Oriente-se o espírito dos fiéis em primeiro lugar para as festas do Senhor, nas quais, durante o ano, celebram-se os mistérios da salvação. Por isso, para que o ciclo destes mistérios possa ser celebrado no modo devido e na sua totalidade, dê-se ao Próprio do Tempo o lugar que lhe convém, de precedência sobre as festas dos santos.
A Quaresma
109. Coloquem-se em maior realce, tanto na liturgia como na catequese litúrgica, os dois aspectos característicos do tempo quaresmal, que pretende, sobretudo através da recordação do batismo ou sua preparação e por meio da penitência, preparar os fiéis para a celebração do mistério pascal, ouvindo com mais freqüência a palavra de Deus e entregando-se à oração com mais insistência. Por isso:
a) Utilizem-se com mais abundância os elementos batismais próprios da liturgia quaresmal; e para isso, retomem-se elementos da tradição anterior, se parecer oportuno;
b) O mesmo se diga dos elementos penitenciais. Quanto à catequese, inculque-se no espírito dos fiéis, juntamente com as conseqüências sociais do pecado, a natureza própria da penitência que detesta o pecado como ofensa feita a Deus; e na ação penitencial não se esqueça a parte da Igreja, nem se deixe de recomendar a oração pelos pecadores.
110. A penitência do tempo quaresmal não seja somente interna e individual, mas também externa e social. Estimule-se a prática da penitência, segundo as possibilidades do nosso tempo, e das diversas regiões, como também segundo as condições dos fiéis e seja recomendada pelas autoridades de acordo com o que se fala no art. 22.
Mantenha-se religiosamente o jejum pascal, que se deve observar na sexta-feira da paixão e morte do Senhor, e, se for oportuno, também no sábado santo, a fim de que se chegue com o espírito livre e aberto às alegrias do domingo da ressurreição.

I – CICLO PASCAL
Neste momento, nos interessa e como de fato nos deteremos no tempo chamado Ciclo pascal. Vamos tratar do tema desde a sua estrutura cronológica, mas, sobretudo, a espiritualidade e a teologia deste tempo. Outro dado importante em torno da estrutura do ano litúrgico e do próprio ciclo pascal é não perder sua estreita relação com o domingo, festa primordial dos cristãos.
O domingo, que suplantou o sábado judaico, deixou de ser visto como uma prescrição legal para ser uma graça entendido como o dia da Luz, a renovação do primeiro dia da criação, no qual Deus Pai fez o dia e a noite.
Os primeiros cristãos desde muito cedo se reuniam no domingo para fazer memória de tudo o que haviam experimentado na companhia de Jesus, isto é, faziam uma celebração memorial. Sobre p domingo é importante ler a carta do Papa João Paulo II intitulada “O dia do Senhor”.
Todavia o extraordinário acontecimento daquele primeiro dia da semana, com as alegrias que o envolveram, foi grande demais para que sua celebração estivesse limitada a um único dia. Entretanto, até por volta do quarto século a páscoa era celebrada num único dia. Duas atitudes básicas marcavam a celebração memorial deste dia: O jejum e a alegria.
Assim, até a meia noite os convivas jejuavam em memória ao dia em “que o noivo lhes foi tirado”. Em seguida o jejum dava lugar para a alegria e às festividades da ressurreição do Senhor. Esta noite foi chamada por Santo Agostinho de “Mãe de todas as vigílias”.
Nesta noite santa, além da leitura da memória dos apóstolos e dos profetas era realizado também o Batismo e a Eucaristia. A partir do século IV e aproximando-se da compreensão da morte como um acontecimento dramático a Páscoa passou a ser considerada por partes, nasceu aí o que chamamos hoje de “Tríduo Pascal” indo da sexta feira até o domingo. Entretanto o conceito de uma única celebração permaneceu muito forte como uma espécie de memória única anual do mistério pascal.
Mais no final do IV século foi introduzido a celebração da Instituição da Eucaristia na noite da quinta feira, ampliando-se assim o chamado tríduo pascal com uma celebração única.
O passo seguinte foi estender a celebração do tríduo para uma semana, e que é conhecida entre nós como a “Semana Santa”. Sua origem em Jerusalém tinha por objetivo lembrar a entrada triunfal de Jesus na cidade santa, simbolicamente agora realizada por meio da procissão com Bênção de Ramos, Eucaristia e leitura da paixão. Este domingo aos poucos já não tinha mais o objetivo de celebrar apenas a entrada triunfal em Jerusalém, mas, sobretudo, o início das celebrações pascais.
A celebração da quinta feira santa aos poucos foi se voltando para a cruz e a ressurreição, isto é, uma espécie de antecipação do que Jesus viveu nos três dias seguintes.
Um pouco mais de tempo e a celebração da páscoa já exigia uma preparação maior, no sentido de purificação. Inspirado nos 40 dias de Noé na Arca, nos 40 anos de passagem pelo deserto, nos 40 dias de Jejum com os quais Jesus venceu a tentação do demônio, surgiu a quaresma, como espécie de “quarentena” de cunho penitencial cuja finalidade primeira era a preparação para o batismo até aí a única e exclusiva forma de perdão dos pecados.
Mas, foi o Concílio Vaticano II, quem organizou o ano litúrgico assim como o temos hoje e dentro dele o ciclo pascal com as leituras e celebrações cuja culminância e importância se compreendem na medida em que relacionadas com a Páscoa de Jesus.
Para o ciclo pascal, se podem aplicar as palavras dos Bispos do Brasil expressas no documento 43, Animação da Vida litúrgica no Brasil onde se lê: “Celebrar o mistério de Cristo é celebrar Cristo em nossa vida e a nossa vida em Cristo. À luz do mistério pascal a caminhada do continente latino americano, marcado pelo mal e em busca de uma libertação integral, deve ser interpretada como processo pascal”.
Assim temos o ciclo pascal organizado em três momentos distintos e convergentes entre si, a saber:
a) Quaresma
b) Tríduo Pascal
c) Tempo Pascal

a) QUARESMA
Tem seu início na quarta feira de cinzas e encerrando com a missa da Ceia do Senhor, na quinta feira Santa. A tônica deste tempo é a penitência em vista da vida nova que a Páscoa traz como dia da nova criação. No primeiro prefácio da quaresma rezamos assim:
Concedes a teus filhos ansiar, ano após ano, com o prazer de ter-nos purificado, pela solenidade da Páscoa, a fim de que, dedicados com maior entrega ao louvor divino e ao amor fraterno, pela celebração dos mistérios que nos deram a vida, cheguemos a ser em plenitude filhos teus.
No seu conjunto a quaresma aparece como um grande sinal sacramental que faz a igreja participar de todo o mistério de Cristo. Sobre este tempo se pode afirmar que a liturgia leva a participar dos sofrimentos e da glória de Cristo (Cf. Romanos 8,17). Ao mesmo tempo é um tempo de compreender melhor o sentido de pertencimento à Igreja enquanto povo de Deus cuja culminância se dá pelos sacramentos do Batismo, da penitência e da Eucaristia.
Na distribuição das leituras da Palavra de Deus que o Concílio Vaticano II chamou de tesouro:
Para que a mesa da Palavra de Deus seja preparada, com a maior abundância, para os fiéis, abram-se largamente os tesouros da Bíblia, de modo que, dentro de certo número de anos, sejam lidas ao povo as partes mais importantes da Sagrada Escritura (SC51).
A quaresma é celebrada como que em três itinerários distintos e que se completam ao longo do tempo. Assim no chamado ano “A” o enfoque se dá na liturgia batismal; no ano “B” a figura da páscoa de Cristo e o ano “C” adquire um caráter penitencial.
Deste modo as celebrações quaresmais no ano A facilitam aos cristãos descobrir e reviver a sua condição de batizados, de pertencimento. Já no ano B é a pessoa de Jesus e sua páscoa na qual se insere a páscoa dos Cristãos, a vida nova em Cristo. E o ano C se caracteriza pelo convite à reconciliação com o Pai e com a obra por ele criada. De qualquer modo batismo e penitência aparecem como temas transversais com vistas à plena reconciliação do ser humano com Deus.
Para ajudar nesta compreensão a Igreja no Brasil institui durante a quaresma a Campanha da Fraternidade, na qual, ano após ano, a comunidade cristã é convidada a refletir sobre um aspecto do seu cotidiano para o qual é necessária uma conversão urgente, profunda pessoal e comunitária.
Em resumo os quarenta dias que antecedem a páscoa são compreendidos e celebrados no contexto da conversão e ganham pleno sentido na medida em que seu objetivo é a páscoa.
b) Tríduo Pascal
Na medida em que entendemos o núcleo do ano litúrgico como sendo o ciclo pascal, podemos também nominar o tríduo como núcleo deste tempo. Nas palavras de Santo Agostinho os três dias que antecedem à páscoa podem ser identificados como “Santíssimo tríduo do crucificado, sepultado e ressuscitado”. Todavia esta solenidade não termina com a manhã da ressurreição, se estende pelos cinquenta dias subsequentes como uma única e mesma festa.
O tríduo tem início com a celebração da Ceia do Senhor, normalmente realizada depois o por do sol na quinta feira e se conclui com a celebração do domingo de páscoa.
Podemos dizer que a celebração da quinta feira santa se dá em três atos, obviamente sequenciais e indissociáveis entre si. Convém ter presente que a páscoa no hemisfério norte coincide com o início da primavera é o que se chama festa primaveril. Brotam os trigais, colhem-se os primeiros frutos, a ovelhas dão cria e assim por diante. É claro que diante de tais maravilhas “Deus merece o louvor”.
A liturgia da Palavra recorda a páscoa judaica, com todas as particularidades desta festa. No êxodo temos a narrativa da páscoa no tempo de Moisés, a saída da escravidão do Egito coincidiu com a festa pascal hebraica. Celebrar o fim dos trabalhos forçados a que eram submetidos no Egito, valorizar a figura de Moisés com enviado de Deus, e a derrota do Faraó com seus carros, cavalos e cavaleiros consistia numa verdadeira páscoa, ou seja, passagem para um tempo novo. Claro que agora aqui a páscoa era celebrada às pressas e à esta ceia se acrescentam as ervas amarga e o pão sem fermento. (Cf. Ex. 1,11-22; Ex 3, 15-22; Ex. 7-11; Ex 12).
E finalmente um terceiro ato que culmina com a instituição da Eucaristia, antecipação memorial do sacrifício que seria realizado no calvário. Momento da escolha, tanto da parte de Jesus, como dos seus discípulos. Trata-se agora de aceitar ou não aceitar. No caso de Jesus fazer a vontade do Pai. (Hebreus 10,5). No caso dos discípulos comer com ele ou abandonar a Jesus e a seu projeto (Vocês também querem ir?).
Aceitar implica muito mais do que reconhecer Jesus como o Messias o Filho de Deus. “Se eu não lavar os seus pés não terás parte comigo na ceia...” (Cf. Jo 13, 6ss).
Subjacente ao gesto de lavar os pés a instituição da Eucaristia há que ser lida desde a perspectiva do serviço. “Se eu o mestre e Senhor lavei os seus pés, vocês devem lavar os pés uns dos outros”.
Letra da musica Jesus Erguendo-se da Ceia:

http://il.youtube.com/watch?v=SgQzIxG8ySc

1. Jesus erguendo-se da ceia Jarro e bacia tomou Lavou os pés dos discípulos Este exemplo nos deixou Aos pés de Pedro inclinou-se Ò Mestre, não por quem és? /: Não terás parte comigo Se não lavar os teus pés.:/ 

2. És o Senhor, tu és o Mestre Os meus pés não lavarás O que ora faço não sabes Mas depois compreenderás Se eu vosso Mestre e Senhor Vossos pés hoje lavei /: Lavai os pés uns dos outros Eis a lição que vos dei.:/ 
3. Eis como irão reconhecer-vos Como discípulos meus Se vos ameis uns aos outros Disse Jesus para os seus Dou-vos novo mandamento Deixo ao partir nova lei /: Que vos ameis uns aos outros Assim como eu vos amei.:/
A celebração da quinta feira termina com a transladação do Santíssimo Sacramento, a desnudação do altar e um momento de adoração eucarística cujo espírito atende ao convite de Jesus: Vigiai e orai comigo!

Por sua a celebração a sexta feira da paixão, revive o “dia em que o noivo foi tirado”. As primeiras comunidades embora tivessem a celebração da páscoa em único dia, o evento era precedido pelo jejum e a penitência. A cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo era como que “carregada” de novo no espírito de sacrifício que precedia a manhã da ressurreição. Igualmente carregada pela esperança da vida nova que se avizinha. A experiência de Jesus foi determinante para os seguidores da primeira hora. A morte de Jesus coincidiu com a hora em que, no costume judaico, era imolado o cordeiro para a páscoa. Ele é a agora o novo Cordeiro, aquele que, de uma vez por todas tira o pecado do mundo. A cruz de Jesus não é um favor dado a alguns nem tampouco restrito a uma comunidade. A cruz se destina a todos os que querem seguir Jesus e o projeto de construção do Reinado de Deus. Carregar a cruz é a confirmação que a Eucaristia está sendo aceita e vivida no espírito do lava-pés. Para quem acredita já não há outro caminho.
Mais do que nos outros dias da quaresma, na sexta feira ganha particular importância o Jejum. Independente das motivações ligadas ao consumismo, à saúde, a autodisciplina, todas doutrinas bastante difundidas na atualidade, o Jejum consiste numa atitude espiritual de vigilância. O jejum da sexta feira, sem sombra de dúvida será um Jejum de penitência em relação ao comer e beber, mas pode muito bem ser aplicado à palavra, ao domínio de tantas situações do nosso cotidiano que precisam de alguma disciplina.
A celebração deste dia consiste de três partes:
a) Palavra concluindo-se com a oração universal.
b) Adoração da Cruz
c) Comunhão
A palavra de Deus proclamada recorda o prolonga o amor ativo de Deus Pai, sua eficácia permanece. Toda a celebração deste dia aponta para a confiança do sofredor às mãos daquele que tem poder para livrá-lo dos inimigos e da própria morte. É uma celebração de angústia e de esperança.
O dia subsequente à sexta feira da paixão é o sétimo dia. Dia de descanso, dia para contemplar a obra de Deus. O sábado da semana santa, muito mais do que os outros pode ser compreendido como o “sábado da contemplação”, o dia em que se fica contemplando a obra criada e o que dela será feito pelas mãos do criador a partir do primeiro dia da semana.
O estado de vigília na expectativa da ressurreição se reveste de uma atitude de “teimosia” em relação ao que vai acontecer. A vigília se conclui com a celebração da vigília na noite do sábado. É a celebração mais importante do ano litúrgico. Nela fica evidente a nossa fé, conforme afirma São Paulo na primeira carta aos Coríntios: “Se Cristo não ressuscitou vazia é a nossa pregação e vazia também é a nossa fé”(!Cor 15,14).
Os ensinamentos de Jesus somente foram compreendidos muito mais tarde a partir da leitura que as comunidades cristãs fizeram o evento “ressurreição”. Esta compreensão foi também esclarecida na mesma carta de São Paulo: “Cristo Ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram... Assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida” (1Cor 15,2-22).
A celebração da vigília tem quatro partes, do mesmo modo que toda a liturgia cristã compõe um único ato com enfoque em diversas situações.
a) Celebração da Luz
b) Celebração da Palavra
c) Liturgia do Batismo
d) Liturgia Eucarística
Sobre o primeiro momento não são necessárias muitas explicações na medida em que se entende o dia da ressurreição como o primeiro da semana, o dia da luz, o dia da nova criação. O fogo é um símbolo bonito de uma força que põe fim ao que é velho e de cujas cinzas surge uma nova criação. O fogo é também símbolo de luz e indica que perto dele há vida. Estas razões são suficientes para que a liturgia do sábado se inicie em torno do fogo com a respectiva bênção. Daí vem toda a cerimônia de acendimento do Círio Pascal e sua entronização solene em paralelo com o cântico do Exultet também chamado de PROCLAMAÇÃO PASCA.

http://www.youtube.com/watch?v=G80rThp8ClY

Exultai, poderes celestes! Cantai, coros dos anjos! Exultai, todas as criaturas junto do trono de Deus' Jesus Cristo, nosso Rei, ressuscitou! Ressoai, trombetas da salvação!
Exulta, ó terra, em divino esplendor, radiante no fulgor do teu Rei! Cristo venceu, enche-te de glória! As trevas foram banidas para sempre!
Exulta, Igreja Mãe! Exulta em glória' O Salvador ressurrecto brilha sobre ti! Que este lugar exulte de alegria, eco do cântico poderoso do povo de Deus!
O celebrante O Senhor esteja convosco! Ele está no meio de nós! Elevai os vossos corações! Ao Senhor os elevamos! Demos graças ao Senhor nosso Deus! Justo é dar-lhe graças e louvores!
É verdadeiramente nosso dever . proclamar, com todo o fervor da nossa alma, louvores a Ti, Deus invisível, Pai todo-poderoso, e a teu único Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor, que nos resgatou pela sua morte e por nós pagou a divida do pecado de Adão.
Porque esta é a Páscoa do verdadeiro Cordeiro de Deus, por cujo sangue todos os fiéis são santificados e salvos.
Esta é a noite em que outrora salvaste os nossos pais, libertando da escravatura o povo de Israel, fazendo-o atravessar o mar a pé enxuto.


Esta é a noite em que Jesus Cristo venceu o inferno e Se ergueu do túmulo, triunfante.
Esta é a noite que liberta do pecado todos os que n'Ele crerem e os restitui à graça e à santidade.
Esta é a noite bendita entre todas as noites, quando a maldade é posta em fuga, os pecados são remidos, a inocência perdida é recuperada e a alegria é devolvida aos tristes,
Ó noite verdadeiramente feliz, em que Céu e Terra se unem e o mundo é reconciliado com Deus.
Por isso, Pai santo, em noite de tanta alegria, aceita este nosso sacrifício de louvor., solene oblação da tua Igreja. E concede que este círio pascal, faça das nossas trevas luz, porque Cristo, a Estrela da Manhã, ressuscitou e jamais conhecerá ocaso, Ele que vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo. Amém
As nove leituras propostas para esta celebração, seguidas do Salmo e da oração que se segue a cada uma das leituras recuperam e atualizam toda a história da salvação. Desde a criação com o pecado de Adão, o êxodo do Egito, as profecias, a leitura da epistola e o evangelho.
Uma vez feita a recordação que fundamenta a fé da comunidade tudo aponta para a renovação do batismo com suas graças e suas responsabilidades. No caso de haver batismo de adultos, de acordo com o itinerário de iniciação cristã de adultos esta celebração é a própria celebração do batismo. No caso de não haver batismos a renovação das promessas de todos os batizados e a compreensão do seu significado.
Conclui-se a celebração com a liturgia Eucarística com a compreensão que lhe foi dada na quinta feira santa.
Em seguida temos o domingo da páscoa cuja celebração dá início ao tempo pascal. Como se lê nos quatro evangelhos o domingo não da páscoa não se reduz à recordação de um acontecimento do passado, pelo contrário, se constitui na celebração memorial da presença viva do Ressuscitado no meio do mundo.
Esta celebração se estende pelas próximas sete semanas como um único e mesmo domingo

Jesus erguendo-se da Ceia

sábado, 20 de novembro de 2010

HOMILIA PARA O DIA 21 DE NOVEMBRO 2010


34° DOMINGO DO TEMPO COMUM
NOSSO SENHOR JESU CRISTO REI DO UNIVERSO

Leituras: 2Samuel 5,1-3; Salmo 121;
Colossenses 1,12-20; Lucas 23,35-43.
A celebração deste domingo encerra o que chamamos na Igreja de Ano Litúrgico. A partir do próximo domingo iniciamos um novo ano, com o tempo do advento. Mas qual o significado deste ciclo para a nossa vida e para a Igreja? Em outras palavras chegamos! Chegamos a que? Celebramos e fomos compreendendo o mistério da ação de Deus em nossa vida por meio da pessoa de Jesus. Desde o seu nascimento, sua vida paixão, morte, ressurreição e ascensão ao céu. Tivemos oportunidade refletir sobre nossa missão, por meio do chamado que Jesus fez, dos milagres que realizou, da melhor compreensão que tivemos dos sacramentos em nossa vida e assim por diante. Em resumo: Na pessoa de Jesus todas as coisas foram feitas, as que estão no céu e as que estão na terra. Isso significa dizer nossa vida se enche de esperança, nossa missão tem futuro e aponta para Deus e o seu reinado.
Na primeira leitura vemos o povo de Israel fazendo um bonito reconhecimento do trabalho de Davi como seu Rei. E o que teve de mais bonito na atividade de Davi foi a compreensão de que o seu trabalho consistia em cuidar do povo que a rigor, não lhe pertencia era o povo de Deus.
No salmo, nós também rezamos com a comunidade de Jerusalém, proclamando juntos que o lugar onde mora Deus é o lugar onde as pessoas se encontram, se respeitam, promovem a vida e a paz.
São Paulo, na segunda leitura  aponta três coisas importantes: Deus nos fez herdeiros, nos fez participantes do Reinado do seu Filho e nos perdoou por meio do mesmo Filho e da sua cruz. Isso significa dizer: Em Jesus temos acesso a Deus!.
Esta é a certeza que o próprio Jesus dá ao ladrão arrependido: Hoje mesmo você estará comigo no paraíso! O Rei Jesus não é aquele reconhecido nos milagres, nas curas, nos gestos extraordinários da sua vida pública. O Rei e o seu reinado são reconhecidos na cruz, no sofrimento, na perseverança e, sobretudo, na misericórdia.
Deste modo, celebrar a solenidade de Cristo Rei, implica reconhecer Jesus na sua simplicidade, na sua sensibilidade. Ele não nos pede muita coisa, pelo contrário, não nos pede nada em troca, apenas que o sejamos capazes de reconhecê-lo na liberdade de filhos e filhas do mesmo Pai.
Reconhecer Jesus como nosso Rei implica em aceitar e trabalhar incansavelmente para que se realize também entre nós um Reino de verdade e de  vida, de santidade e de graça, de justiça e de paz. Este é o reino que pedimos também cada vez que proclamamos a oração que Ele nos ensinou: Venha a nós o Vosso Reino!

sábado, 13 de novembro de 2010

HOMILIA PARA O DIA 14 DE NOVEMBRO 2010


XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Leituras: Malaquias 3,19-20ª. Salmo 97.
2Tessalonicenses 3,7-12. Lucas 21,5-19.
Não é raro nas rodas de conversa que seja dada muita importância às dificuldades, sofrimentos e provações do cotidiano. Facilmente se atribui tristeza e preocupação em relação à droga, à violência, às doenças, e por aí a fora. Em outras palavras: as conversas descambam para o lado do desânimo, como quem diz: “Mundo velho está perdido”.
Certamente não é esta a perspectiva cristã. Sob esta ótica também nossos antepassados na fé perceberam o mundo e o desenrolar da história. Faz parte do ensinamento de Jesus, fez parte da esperança do povo Judeu a certeza de que um dia Deus vai intervir na história e o mundo será completamente restaurado o qual é chamado por Jesus de Reinado de Deus. Esta é a mensagem da liturgia deste domingo e porque não dizer de toda a liturgia cristã ao longo do ano litúrgico.
Assim na primeira leitura o Profeta Malaquias aponta para a esperança ao afirmar: “Para vocês que me amam a minha salvação brilhará como o sol”.  Isto é, Deus não abandona a sua criatura, sobretudo nos momentos de dificuldade e provação.
Por isso mesmo, também nós hoje rezamos com o autor do salmo: "Exulte na presença do Senhor, pois ele vem para julgar a terra inteira". Obviamente aquele que viveu de acordo com a Palavra e o ensinamento, nada tem a temer e muito menos com que se preocupar. A vinda de Deus, a aproximação do Reinado, é motivo de alegria.
Na carta aos Tessalonicenses, São Paulo chama a atenção para uma atitude que não combina com quem acredita em Deus e no seu Reino: Ninguém tem o direito de viver despreocupado com as coisas humanas, com o cotidiano das relações e, sobretudo, com o trabalho. Nada de ficar esperando que as coisas aconteçam como de um passe de mágica. Deus  vai intervir na história, mas fará mediante a colaboração e participação de todos.
E no evangelho Jesus aponta as dificuldades como um sinal da presença de Deus. Chama a atenção para a atitude de admiração diante das coisas do mundo e afirma categoricamente: O fim do mundo virá, mas não se preocupem com ele. Se preocupem com o mundo que está aí diante de vocês. As palavras de Jesus Inspiram confiança aos discípulos e a todos diante dos problemas que afligem o mundo.
Tais ensinamentos se aplicam a cada um de nós que vemos, experimentamos, e assumimos os sofrimentos do tempo presente. Nossa esperança não pode morrer.  Jesus com sua ressurreição é a certeza que as relações humanas não são aventuras pessoais, mas uma vez ancoradas em Cristo, no seu ensinamento e guiadas pelo Espírito, o advogado que Ele mandou, caminhamos com Deus e para o Reinado de Deus.
De modo que então nossa prece se eleva ao Pai, não para nos livrar dos sofrimentos e provações, mas para nos fazer ver neles como Deus age em nosso favor e nos fortalece e sustenta na esperança. Dentre as ajudas que recebemos de Deus estão a Assembleia reunida em oração, a Palavra que ouvimos e a Eucaristia que vamos receber.