sábado, 18 de dezembro de 2010

HOMILIA PARA O DIA 19 DE DEZEMBRO DE 2010


IV DOMINGO DO ADVENTO
Leituras: Isaias 7, 10-14; Salmo 24;
Romanos 1,1-7; Mateus 1,18-24.

Abram as portas para que Ele possa entrar...

A expressão abrir as portas, ou estar de portas abertas, é bastante usado no cotidiano das nossas relações. Ela se constitui uma figura de linguagem que significa disponibilidade para acolhida, prontidão, ajuda, prestação de serviços, colaboração e assim por diante.
Pois é neste sentido que, novamente o salmo responsorial deste domingo nos interpela: “Abram as portas e deixe entrar o Rei da Glória!” O sentido de abrir as portas, de estar disponível para o acolhimento esteve presente na liturgia de todos os domingos do advento e tem uma conotação que vai muito além do que o aspecto físico de abrir portas. Refere-se mesmo à abertura de coração, da vida, de sentimentos, de quem está preparado. Quantas vezes não usamos a frase: “nem vou convidá-lo para entrar porque a casa está toda em desordem!”. Pois isso se aplica igualmente em relação à vinda do Senhor no natal. Abrir as portas é muito mais do que o gesto físico, mas consiste na preparação do coração, na mudança de atitude, no comprometimento.
Assim na primeira leitura somos convidados a abrir nossa porta e que melhor convite poderia ser senão o de receber em nossa casa o próprio Deus. Ele decidiu visitar seu povo, ele se chamou “Deus conosco”.  Para isso Deus não usou de nenhum extraordinário aparato da sua força e da sua onisciência, a palavra do profeta confirma: “Deus se servirá de uma moça, gente do meio da gente”.
Esta oferta da visita de Deus não se constitui num privilégio para alguns. São Paulo na carta aos Romanos confirma dizendo: “Há muito tempo essa boa notícia foi prometida... por isso eu escrevo a todos a quem Deus ama e a quem tem chamado para serem seu próprio povo”. Em outras palavras essa boa notícia é para todos os que abrem a porta para que Deus possa entrar.
Abrir a porta foi a atitude constitutiva de José. Em meio às incertezas e preconceitos, não duvida em abrir sua porta, em se colocar à disposição de Deus e acolher a pessoa de Maria. Por este gesto participa da espera de todo o povo protege Maria, protege o Filho, acolhe o próprio Deus.
Eis então o que nos aponta a liturgia deste domingo: aprender com José abrir as portas, aprender com Maria acolher a Deus. Isso se pode fazer de muitos modos nas relações cotidianas, com as pessoas com quem convivemos no trabalho, na participação e procura de soluções para as necessidades sociais e ambientais, na colaboração com entidades que promovem e valorizam a vida.
Promover a harmonia e a vida é ser realmente Igreja viva, por isso viemos buscar força na Palavra e na Eucaristia. Para isso é importante abrir nossa porta, a Cristo o que importa é conosco viver.




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