sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

HOMILIA PARA O DIA 13 DE FEVEREIRO


VI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Eclesiástico 15, 16-21; salmo 118(119);
1Corintios 2,6-10; Mateus 5, 17-37.

As frequentes catástrofes que muitos irmãos nossos, no Brasil e fora dele, tem sido vítimas nos últimos tempos despertaram, de algum modo, em todas as pessoas um sentimento muito mais forte de solidariedade e responsabilidade pela vida nas suas mais diferentes formas. Participar das campanhas de ajuda humanitária tem sido uma maneira de se fazer discípulo de Jesus e seguidor da sua Palavra. Naturalmente que esta maneira de se comportar não foi um privilégio dos cristãos, e dos que frequentam as igrejas. Entretanto, a prática da oração comunitária, exercício que se  repete de domingo a domingo, dá outro sentido para a prática da caridade e a participação no sofrimento alheio ganha ares de  louvor e ação de graças.
Neste sentido a liturgia da Palavra  ensina a fazer escolhas. A começar pelo texto do Eclesiástico cuja decisão fundamental consiste em escolher não fazer o mal! Deus dá a liberdade, porém ir para o bem ou para o mal é uma atitude que não depende da vontade dele e sim da vontade humana. Obviamente que esta atitude implica sempre arcar com as consequências.
São Paulo escreve também aos Coríntios reafirmando o que já havia dito em outras circunstâncias, ou seja: Deus está do lado daqueles que sofrem! Reconhecer a presença dele nestas circunstâncias significa ter maturidade que pode também ser compreendida como proximidade da perfeição. A forma mais original de reconhecer a presença de Deus é aceitar os ensinamentos de Jesus, os quais estão detalhados no Evangelho.
O texto de Mateus, que é continuação do domingo passado, afirma primeiro que Jesus não veio para destruir nada do que já fazia parte da revelação ou lei que os antepassados haviam aprendido e aceitado como verdade. Pelo contrário, ele reafirma a validade de tudo reinterpretando, como fez com as Bem-aventuranças, de um modo mais fácil para ser compreendido cada um dos princípios da lei. Neste sentido ele fala sobre o mandamento: “Não matar” e vai muito mais longe. Não basta não matar, é preciso praticar sempre mais gestos e atitudes de reconciliação.
Muito mais do que cometer adultério é preciso evitar situações e oportunidades que venham a facilitar a prática deste delito. Ninguém tem o direito de condenar o pecado alheio, pelo  contrário antes de tudo, todos são chamados, a manifestar a ternura e a compreensão. A face de Deus que Jesus revela não é de um vingador e carrasco, pelo contrário, de um Pai amoroso que compreende o erro e a fragilidade e tudo facilita para que a suas criaturas fiquem livres de todos os pecados e condenações.
Dentro desta perspectiva  o amor a Deus implica sim, na observância das lei e dos mandamentos, consiste sim em rezar e participar da vida comunitária, mas implica também em igual medida ter fé na bondade de Deus e honrar cada pessoa, pois todo ser humano é imagem e criatura do mesmo Pai de Jesus.

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