segunda-feira, 28 de março de 2011

HOMILIA PARA O DIA 03 DE ABRIL 2011


IV  DOMINGO DA QUARESMA 2011

Leituras:  1ª Leitura - 1Sm 16,1b.6-7.10-13ª; Salmo - Sl 22,1-3a.3b-4.5.6 (R. 1);
2ª Leitura - Ef 5,8-14; Evangelho - Jo 9,1-41

É possível sobrevier sem luz? Sim, as pesquisas científicas indicam que a partir de 200 metros de profundidade dos oceanos habitam alguns criaturas com capacidade de sobrevivência sem luz.
Por outro lado a escolha de apagar as luzes em solidariedade ao planeta, como o movimento que aconteceu no sábado 26/03, indica uma alternativa contra  o uso abusivo dos recursos disponíveis para o ser humano.
Mais que isso, aprender a viver num mundo sem luz é o que se chama adequar-se às formas tardias de cegueira.
Como alternativa para a cegueira de nascença, a medicina moderna apresentou inúmeras alternativas para uma vida com mais dignidade e maior integração à sociedade.
Toda esta realidade aparece, de algum modo, no texto do Evangelho deste domingo que nos sugere abrir os olhos para outras realidades cuja caminhada quaresmal rumo à páscoa nos faz entender melhor.
O longo diálogo de Jesus com o cego e entre as autoridades de Jerusalém aponta para a missão do Messias. Mais do que fazer enxergar as realidades físicas, Jesus abre os olhos do cego para que veja e reconheça quem o homem que lhe curou da cegueira. Reconhecendo Jesus, o cego de nascença é colocado na mesma condição da Mulher Samaritana: “Quem é o Messias para que eu creia nele?”  Diante dos questionamentos das autoridades de Jerusalém o que havia sido curado confirma:  “De uma coisa eu tenho certeza: Eu era cego e agora vejo. Sabemos que Deus não escuta os pecadores, mas escuta aquele que é piedoso e  que faz a sua vontade. Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de  nascença. Se este homem não viesse de Deus, não poderia fazer nada”.
Na pessoa do cego e daqueles que acreditam numa nova forma de vida está também indicado um novo jeito de viver e de enxergar o mundo.
O mesmo fato se deu por ocasião da unção de Davi como Rei de Israel. Aos olhos humanos o novo Rei  seria escolhido pelas aparências, mas o profeta foi convidado a enxergar muito além do que seus olhos podiam ver: “Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração”.
É nesta mesma direção que também São Paulo faz o convite à comunidade de Éfeso: “Vivam como filhos da Luz”.
Eis o convite e a lição que nos dá a Palavra de Deus neste domingo. Diante de tantos apelos, mediante tantas ameaças, sujeitos a inúmeras situações de descaso para com a obra criada, somos convidados nesta quaresma, enxergar o mundo com outro olhar e tratar a obra criada, com o respeito de quem se sabe Filho da Luz cuja responsabilidade é facilitar que a luz esteja acessível a todos quantos vivem hoje bem como às futuras gerações.
A luz que recebemos de Deus pede de cada um e de todos atitudes de caridade e de responsabilidade com a vida de todas as criaturas.
Deixemo-nos moldar pela penitência, pela oração, pelo Jejum e por todas as práticas quaresmais em vista da Páscoa de Jesus e da páscoa de toda a humanidade.

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