sábado, 12 de março de 2011

HOMILIA PARA O DIA 13 DE MARÇO 2011

PRIMEIRO DOMINGO DA QUARESMA

Leituras:  Gênesis 2,7-9; 3,1-7; Sl 50,3-4.5-6a.12-13.14.17 (R.Cf.3a)
Rm 5,12-19; Mt 4,1-11

Nesta semana o mundo foi surpreendido por mais uma catástrofe da natureza. O pior terremoto da história varreu cidades inteiras no Japão e colocou mais de 20 países em alerta. Entretanto, no princípio não era assim! Procurar um culpado? Responsabilizar uma determinada maneira de organizar a sociedade? Tentar explicar o mal por meio de inúmeras justificativas? Tudo isso pode ser feito. Porém, parece mais prudente compreender e admitir o mundo não esta mais como era no princípio.
Independente da crença que alimentamos ou da teoria que julgamos estar correta em relação à origem de tudo. De uma coisa é certa: Somente o mistério infinito, ao qual nós Cristãos chamamos Deus pode nos confortar diante de tamanha tragédia.
Assim na primeira leitura, o autor trata da criação  apresenta o ser humano como a mais excelsa obra criada pelas mãos divinas. Criada, mas na dominada! Criada mas não destituída de liberdade e responsabilidade. E exatamente no exercício daquilo que é mais sagrado no ser humano: a possibilidade de escolher. Ele decide ir por caminhos bastante suspeitos. Dá ouvido ao que às vezes chamamos de “esperteza” – no caso simbolizado na serpente! O resultado não poderia ser outro: Se reconhece nu! E nu nesta situação não é exatamente sem roupas. Nu significa incapaz, impotente para resolver o mal estar que criou por conta da sua própria decisão. Como resultado toma atitudes paliativas. Fabrica respostas, costura roupas que no máximo esconde a sua vergonha.
São Paulo, na carta aos Romanos, mostra que apesar das atitudes insanas tomada pela criatura Deus nunca abandonou a sua obra. Gratuitamente Ele devolve a dignidade que havia perdido, recupera a condição de humanidade livre.
O modelo de pessoa em condições de arcar com as suas conseqüências está relatado no evangelho. Jesus teve todas as oportunidades para enveredar por outros caminhos. Oportunidade para dar ouvidos à “esperteza” neste caso personificada pelo demônio. Mas, Jesus, livre em relação a todos, foi capaz de manter-se fiel. Não aceitou nenhuma das provocações, revidou a todas as alternativas e de modo prudente saiu vitorioso. Como resultado em lugar de  precisar encontrar respostas que não resolviam, foi servido pelos anjos.
Neste sentido também nós rezamos com o Salmista: Tende piedade ó meu Deus misericórdia. Da imensidão dos meus pecados purificai-me!
A quaresma, e neste ano a campanha da fraternidade nos convida a assumir nossa parte nas responsabilidades pelas catástrofes ambientais, ecológicas e por conseqüências humanas e sociais, que todos os dias batem à nossa porta. Não basta tentar justificar é importante mudar de atitudes.
Peçamos a graça de pela oração, pelo Jejum, pela penitência e a esmola desta quaresma moldar nossa vida não pela “esperteza” que constantemente bate à nossa porta, mas pela coerência entre nossas atitudes e nossas convicções.

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