segunda-feira, 25 de abril de 2011

HOMILIA PARA O DIA 01 DE MAIO 2011


2° DOMINGO DA PÁSCOA
Leituras: Atos dos Apóstolos 2,42-47; Salmo 117,2-4.13-15.22-24 (R.1);
 1Pedro 1,3-9; João 20,19-31

Hoje a comunidade mundial, em todos os sistemas econômicos, celebra o dia do trabalhador. De diversas maneiras as pessoas, pelo seu trabalho, constroem um mundo melhor para todos e obviamente para si mesmos. Sem sombra de dúvida um trabalho realizado com alegria é o melhor testemunho de que vale a pena executar esta ou aquela tarefa. As pessoas gostam de estar em lugares onde se encontram pessoas felizes. A felicidade é sinônima de gente realizada e que acredita naquilo que faz.
Hoje também a Igreja realiza a beatificação do Papa João Paulo II. Em relação a ele também se pode dizer que uma das suas características se constituía em transmitir felicidade. Nos seus pronunciamentos, nas suas viagens, nos encontros com diferentes povos e nações. João Paulo II quebrou paradigmas em relação ao modo de governar a Igreja.  O seu estilo chamou a atenção do mundo inteiro e facilmente suas palavras ganharam credibilidade e aceitação.
Estas duas referências tem profunda ligação com as leituras da Palavra de Deus neste domingo. No texto dos Atos dos Apóstolos lemos que: "Diariamente, todos frequentavam o Templo, partiam o pão pelas casas e, unidos, tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E, cada dia, o Senhor  acrescentava ao seu número mais pessoas que seriam salvas."
Já a carta de Pedro reafirma que: "Graças à fé, e pelo poder de Deus, vós fostes guardados para a salvação que deve manifestar-se nos últimos tempos. Isto é motivo de alegria para vós,  embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações."
E no Evangelho, os discípulos comemoram e contam com alegria o que está acontecendo, o que veem e o que experimentam com a Ressurreição de Jesus. A afirmação categórica: “Nós vimos o Senhor”. Não deixa dúvida que se trata de um grupo de pessoas realizado e feliz, eles acreditam naquilo que fazem.
A esse estilo de vida a liturgia deste domingo convida cada um de nós. Embora sem ter vivido a experiência pessoal do Cristo ressuscitado, a convicção que temos de que o testemunho recebido é verdadeiro deve nos fazer gente feliz, pessoas que acreditam que o mundo pode ser melhor. Por isso rezamos também no Salmo: “Esse é o dia que o Senhor fez para nós. Alegremo-nos e nele exultemos."
Esta reunião de irmãos é um sinal  evidente daquilo que acreditamos e pela Eucaristia e a Palavra nos fortalecemos no testemunho e na concórdia.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

HOMILIA PARA O DIA 24 DE ABRIL DE 2011


DOMINGO DA RESSURREIÇÃO –
PRIMEIRO DOMINGO DA PÁSCOA

Leituras:  Atos  10,34a.37-43; Salmo 117,1-2.16ab-17.22-23 (R.24); Colossenses 3,1-4; João  20,1-9 (No domingo a noite pode ser lido Lucas 24,13-35).

Pouca coisa causa mais alegria do que convencer-se de algo que tínhamos pouca convicção de que fosse dar certo. Quando a gente acredita que se está no caminho certo, mas parece não haver luz no fim do túnel, muitas vezes, até continuamos caminhando, todavia  não fazemos com entusiasmo, com vibração, com paixão.
Fato semelhante se deu com os discípulos de Jesus.  Até acreditavam que nas promessas do mestre. Mas daí a convencer-se que Ele realmente ressuscitaria tinha ainda um longo caminho. Todas as evidências não pareciam conduzir para a ressurreição.
Para surpresa de todos, eis que ao terceiro dia, quando todas as esperanças estavam por se esgotar eis que Jesus lhes aparece em distintas situações e confiando-lhes diferentes missões e responsabilidades.
Seja para Maria Madalena, e as outras Marias, seja a Pedro e João, seja aos dois anônimos no caminho de Emaús. Em todas as circunstâncias só lhes resta uma atitude: Proclamar por todos os cantos: Verdadeiramente o Senhor Ressuscitou.
E isto que começam a fazer no terceiro dia, foi também assumido pelos outros discípulos e nas diversas outras situações a partir daí.
Dois mil anos já se passaram e agora é a nossa vez. Parece quase impossível que a mãe terra possa parir vida nova. Parece impossível reverter a desenfreada corrida para a morte. Parece impossível acreditar que temos condições de tornar o mundo melhor.
Resta-nos imitar a atitude dos apóstolos e agir de acordo com aquilo que acreditamos, não apenas anunciar com palavras, mas proclamar com a vida e com as obras. “Eu creio Senhor que tu és a ressurreição e a vida”.

HOMILIA PARA O DIA 23 DEABRIL DE 2011


CELEBRAÇÃO DO SÁBADO SANTO – VIGÍLIA PASCAL

LEITURAS: Gn 1,1-2,2; Ex 14,15-15,1; Is 54,5-14; Is 55,1-11; Br 3,9-15.32-4,4; Ez 36,16-17a.18-28; Sl 103,1-2a.5-6.10.12.13-14.24.35c (R.30); Sl 117,1-2.16ab-17.22-23; Sl 15,5.8.9-10.11 (R.1a); Ex 15,1-2.3-4.5-6.17-18; Sl 29,2.4.5-6.11.12a.13b (R.2a); Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R. 3); Sl 18,8.9.10.11 (R.Jo 6,68c); Sl 41,3.5bcd;42,3.4 (R. 41,2); Rm 6,3-11 ; Mt 28,1-10.

Obs: Para esta celebração, sugere-se nove leituras. Sendo sete do Antigo Testamento, 1 leitura do Novo Testamento, o Evangelho e oito salmos reponsoriais. As leituras desta noite nos ajudam a percorrer toda a história da criação e da salvação realizada por Deus.
A celebração da vigília se apresenta em quatro momentos  distintos, todos focando para a mesma verdade. Deus no criou e Deus nos salvou. No símbolo do fogo novo, (as velas abençoadas), surge uma nova vida. Na proclamação da Palavra está a recordação de toda a obra realizada por Deus. Na bênção da água e no batismo um novo nascimento. E na Eucaristia a memória de Cristo que entregou sua vida para que tivéssemos mais vida.

HOMILIA

Iniciamos a nossa celebração em torno de uma fogueira. A simbologia faz lembrar a vida que surge depois de um processo de transformação, sofrido e acrisolador.
Pois foi essa a experiência de Jesus, foi também essa a experiência do povo de Deus, cuja história nos foi narrada por todas as leituras desta noite. Em resumo, Deus nunca esqueceu daqueles que havia criado. Esteve sempre presente em todas as dificuldades, a rapidez com que a solução para o problema aparecia, dependeu sempre da resposta que as pessoas deram ao projeto de Deus.
Ontem como hoje. Deus continuar cuidando das suas criaturas, nós temos um responsabilidade especial nesse processo. Em outras Palavras Deus está fazendo a sua parte, façamos também a nossa e a Páscoa será uma realidade ao alcance de todos.

HOMILIA PARA O DIA 22 DE ABRIL DE 2011


SEXTA FEIRA DA PAIXÃO
Leituras:  Isaias  52,13 - 53,12; Salmo 30,2.6.12-13.15-16.17.25 (R.Lc 23,46);
Hebreus  4,14-16; 5,7-9;  João 18,1-19,42.

Mesmo diante do secularismo da modernidade, é rara a casa dos cristãos que não ostente em lugar de destaque uma cruz. Dentre os pingentes que usamos, muitas vezes até como adereço, de longe a cruz supera todos os demais. Muitas vezes, é bem provável, nem sejamos capazes de saber com clareza as motivações para isso.
Mas de uma coisa temos certeza:  JESUS VEIO AO MUNDO PARA NOS SALVAR E, PARA TAL FOI PREGADO NUMA CRUZ.  A Bíblia ensina que o primeiro ser humano, a quem chamamos Adão, fez o pecado a partir de uma árvore. Jesus Cristo, o Deus, que se fez homem, nos garantiu a salvação a partir de uma árvore. O que era pecado é agora salvação.
A longa Narrativa da condenação e morte de Jesus que lemos na celebração desta sexta feira  é uma afirmação da convicção que Jesus tinha de que sua morte não consistiria num ponto final da sua missão, mas numa entrega que seria vitoriosa com a ressurreição no terceiro dia. O ato de Jesus é um convite para que todo tenha a coragem de gastar os nossos dias por causas nobres e respeitosas, por mais que esta decisão seja sofrível e cause até medo, podemos ter certeza: Na hora das provações Deus não nos abandona!
A ideia que Deus não esquece os que nele confiam está também relatada nas duas leituras do Profeta Isaias e na Carta aos Hebreus. Quem encara os desafios com lealdade pode proclamas com o salmista, como nós fizemos hoje:  Tu és o meu Deus, na tua mãos está o meu destino!
Nesta celebração da Paixão coloquemos abertos às dores e provações de todas as criaturas e peçamos coragem para agir a fim de que a paixão do mundo diminua e se transforme em ressurreição e vida.

HOMILIA PARA O DIA 21 DE ABRIL DE 2011


MISSA DA CEIA DO SENHOR – QUINTA FEIRA SANTA

Leituras: Êxodo 12, 1-8.11-14; Salmo 115 (116B);
1Coríntios 11,23-26; João 13, 1-15.

Que o mundo está evoluindo a uma velocidade quase impossível de se acompanhar ninguém dúvida. As novas Tecnologias de informação e comunicação apresentam modificações comportamentais e novos paradigmas jamais pensados.
O questionamento que João Paulo II fez bem no início do seu pontificado, merece ser retomada. Na ocasião o Papa perguntou:  “Todas as conquistas alcançadas até agora, bem como as que estão projetadas pela técnica para o futuro, estão de acordo com o progresso moral e espiritual do ser humano?”.
A resposta para esta pergunta está contida na Palavra de Deus que acabamos de ouvir. Os três  textos são a  narrativa de fatos distintos, mas que tem estreita  ligação entre si. O livro do Êxodo, ao mesmo tempo em que conta a história da primeira páscoa, detalhando o modo como os Israelitas deviam celebrar aquela memória, termina com uma orientação: Celebrem esta memória para sempre.
Já,  São Paulo escreve aos Coríntios e conta o que ele sabe sobre a instituição da Eucaristia, o modo como ouviu e aconselha a comunidade realizar a repetição deste gesto em memória do Senhor que lhe havia dado a conhecer. A bonita história do Lava Pés destaca uma das mais bonitas dimensões da Eucaristia. Isto é: Eucaristia tem a ver com serviço, com doação e com responsabilidade pelo bem do outro.
Os  três textos são novamente um convite para as  nossas comunidades  e para cada um em particular: Celebrar a vida e fazer tudo para que a vida, no seu melhor modo seja preservado é uma consequência da nossa fé.  
Não parece haver coerência com a Eucaristia se viemos para celebrar, se fazemos a memória comungando do pão e do vinho na missa e não temos a determinação de fazer gestos que valorizem e preservem a vida em todas as suas formas.
Vivemos, durante a quaresma, o espírito de penitência sob a ótica da preservação da obra criada por Deus, eis que a celebração da quinta  feira santa nos ajuda a confrontar nossa prática religiosa com as ações de cada dia.
Reclinar-se diante dos apóstolos é fazer gestos de preservação do meio ambiente,  por meio de práticas cotidianas de respeito com a mãe terra e com todos os que nela vivem.