segunda-feira, 4 de abril de 2011

SOBRE A SEMANA SANTA...

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR
(LEIA TAMBÉM NESTE BLOG O TEXTO SOBRE O "CICLO PASCAL")

Celebrar o domingo de Ramos, com a procissão e Bênção dos ramos foi uma prática que se desenvolveu ao longo de três séculos na liturgia da Igreja.  A primeira informação que se tem sobre a prática de uma procissão solene para comemorar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém data do século V, e isso se fazia com uma procissão na tarde do domingo que antecedia a Páscoa.
Aos poucos a celebração do Domingo de Ramos também ganhou o status de celebração de abertura da Semana Santa, também chamada de Semana Maior. Pouco a pouco, primeiro no oriente e depois no ocidente o rito dos ramos foi sendo celebrado.
Por volta do século VI na Espanha, aqueles que seriam batizados na páscoa, passaram a receber o Creio que tinha seu sentido enriquecido e melhor compreendido com a aclamação de Jesus como Rei. O Rito da entrega do símbolo compreendia a leitura do Evangelho de João 12, 1 – 14. (A Unção em Betânia e a entrada em Jerusalém).  Com este rito quase que automaticamente este dia passou a ser denominado: “Domingo de Ramos”.
Com toda a certeza, inicialmente o que se chama hoje “Domingo de Ramos”, era conhecido como “Dia da Paixão”, a procissão e bênção dos ramos se constituiu num acréscimo tardio.
No chamado sacramentário Gelasiano, que recebe este nome por ter sido promulgado pelo Papa  Gelasio por volta do ano 450, o domingo que antecedia a Páscoa foi chamado de “Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor”.
Por volta do século VII, o ocidente cristão admitiu na liturgia deste domingo a procissão com os ramos e por volta do século VIII teve início a prática da bênção dos ramos.  Roma passou a celebrar o domingo de Ramos por volta do século X.
A liturgia do domingo de ramos, conforme se celebra hoje, é resultado da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Ela se constitui de duas partes distintas cuja importância maior recai na Leitura da Paixão.
O primeiro momento da celebração deste domingo se constitui da proclamação do Evangelho da entrada solene de Jesus em Jerusalém com a Bênção dos Ramos e, normalmente, procissão solene, que não significa necessariamente longa caminhada. Em todo o caso o sentido da caminhada está relacionado ao tempo quaresmal. Passamos o período de preparação e nos encontramos com Jesus entrando na Cidade Santa, que em outras Palavras se pode dizer: entrando na dinâmica da Vida – isso é, a Páscoa!
Em seguida, já no interior da Igreja,  se lê o Evangelho da Paixão do Senhor com a celebração da Eucaristia. Constitui-se na abertura da Semana Santa e na preparação imediata para a Páscoa.
A piedade popular transformou o domingo de Ramos numa celebração solene, muitas vezes se encerrando nele mesmo e com fraca ou nenhuma relação com a páscoa. Trazer Ramos para ser abençoados e depois guardá-los durante o ano, muito mais do que servir como um escudo para as dificuldades deveria ser uma lembrança firme e coerente de que o único Senhor da nossa vida é Jesus Cristo, aquele cuja confissão de fé foi dada por Marta, irmã de Lázaro: “Eu creio Senhor que tu és o Cristo, o Filho de Deus Vivo!”.

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