segunda-feira, 28 de novembro de 2011

LITURGIA = SERVIÇO

Atendendo à solicitação do Pároco e das equipes de celebração da Matirz, da Paróquia Imaculada Conceição de Videira, estamos disponibilizando um pequeno texto de formação litúrgica.
Trata-se de uma reflexão básica com algumas orientações muito práticas para o dia a dia do serviço litúrgico na paróquia.

Disponha desta colaboração para sua apreciação, crítica e comentários.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

HOMILIA PARA O DIA 27 DE NOVEMBRO DE 2011


1° DOMINGO DO ADVENTO

Leituras: 1ª Leitura - Isaias Is 63,16b-17.19b;64,2b-7; Salmo - Is 79 2ac.3b.15-16.18-19(R.4);
2ª Leitura - ICor 1,3-9; Evangelho - Mc 13,33-37

Com a celebração deste domingo, tem início na liturgia da Igreja um novo Ano Litúrgico. A dinâmica do que se chama tempo litúrgico, tem por objetivo facilitar as comunidades que se reúnem pra celebrar o mistério da Vida de Jesus, começar sempre e de novo tendo em vista o Reino de Deus que se constrói e se espera.
Pode-se afirmar que as celebrações fazem acontecer a Esperança, ou em outras palavras a vida vai se fazendo de “Esperança em Esperança!”.
Neste sentido é o profeta Isaias quem faz perceber que mesmo não sendo fiel e merecedora da misericórdia e da confiança de Deus a comunidade dos seus escolhidos puderam experimentar tudo o que Ele é capaz de fazer. No texto escolhido diz: “Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam. Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos”. Na sequência o profeta relata todas as fraquezas dos seus conterrâneos, e concluí afirmando: “Assim mesmo, Senhor, tu és nosso pai, nós somos barro; tu, nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos”.
Já São Paulo elogia os Coríntios dizendo: Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento”.
Não poderia ser diferente, é claro que se a comunidade quer reconhecer Deus, seus sinais e sua presença precisa ter atitudes. No Evangelho Jesus reitera, dizendo: “Cuidado, fiquem Vigiando”. Ou seja, percebam que Deus está no meio de Vocês.
E de fato também hoje os cristãos tem certeza que Deus age, acolhe, é presença, reacende a esperança. Embora os tempos sejam difíceis, as exigências sejam muitas, mas é importante não se descuidar de algumas coias importantes. Entre elas Rezar e praticar o bem, agir com justiça e com honestidade.
Eis o convite do advento, eis o espírito a celebração de hoje que ganha ajuda da oração de todos e se fortalece com a Eucaristia.

sábado, 19 de novembro de 2011

HOMILIA PARA O DIA 20 DE NOVEMBRO DE 2011


SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO

Leituras: Ezequiel 34, 11-12.15-17; Salmo 22(23) 1-2ª. 2b-3,5-6:
1Coríntios 15,20-26.28; Mateus 25,31-46.

Uma das coisas bonitas e agradáveis para todos é reconhecer, valorizar, destacar as qualidades daqueles com quem se convive ou que de alguma maneira prestam ou prestaram algum serviço para minimizar ou sofrimento ou melhorar a qualidade de vida das pessoas. Assim lembra-se com carinho o médico, o bombeiro, o varredor de rua, o professor e assim por diante. Fazer um elogio ou uma menção de respeito às pessoas é uma maneira de dizer: Suas atitudes fizeram muito bem a todos.
 Hoje a Igreja  convida para a Solenidade de Cristo Rei do Universo. E nem precisa dizer por que Ele é chamado  de Rei. Todas as celebrações da Igreja tem seu centro na pessoa de Jesus e percorrem toda a sua vida, desde a concepção até a morte, ressurreição e gloriosa ascensão ao céu. Hoje também a Igreja traz presente a figura dos leigos e leigas, isto é, aqueles que tendo recebido o batismo, não se ocupam de algum trabalho específico dentro da Igreja, mas manifestam Deus e a Igreja no meio do mundo. Os leigos, disse Dom Severino:  “São convidados a promover a paz, a justiça e a fraternidade, para mobilizar e transformar o mundo num sinal do Reino de Deus”. E o número dos que se comportam assim é incontável nas casas, ruas e nos locais de trabalho. Não sem razão a Igreja inteira reza com todos e por todos e faz uma ação de graças: reconhece, valoriza, destaca  as qualidades dessa gente de boa vontade.
É neste contexto que se pode interpretar as leituras sugeridas para este domingo, o último do ano litúrgico. O profeta Ezequiel aparece como uma voz de esperança para um povo sofrido  e sem alento. Ele anuncia um tempo novo para todos: Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas. Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, e vigiar a ovelha gorda e forte.
Vou apascentá-las conforme o direito
” Em resumo, ninguém deixará de ser cuidado, e todos serão atendidos de acordo com a sua necessidade.
Já São Paulo, garante que do mesmo modo como Jesus Ressuscitou, não haverá ninguém que fique excluído desta condição. Ele aponta Cristo como a absoluta novidade, e afirma: Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos”.
No Evangelho é o próprio Jesus quem se identifica como Rei e apresenta o derradeiro critério para fazer parte dos seus escolhidos: “Vinde benditos de meu Pai!” E o merecimento decorre de uma prática muito simples: Acolher aquele que em algum momento, em qualquer lugar tinha necessidade de ser acolhido, de ser ajudado. Ser chamado de bendito. Ser escolhido para o Reino de Deus Pai pede de cada pessoa atitudes singelas e firmes: Praticar o bem e a justiça!
Não sem razão a Igreja inteira reza no salmo deste domingo: Pelos prados e campinas verdejantes  ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças”. Enquanto assembleia reunida, leigos e leigas encontram-se com o Senhor, ao mesmo tempo Pastor e Rei. A Igreja reza com todos pede a graça de não descansar enquanto o mundo todo não se transformar em “Reino da verdade e da vida, Reino da Santidade e da graça, Reino da Justiça do amor e da paz”. É claro que para isso serve de alimento a Palavra proclamada a Eucaristia repartida e a oração de todos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

HOMILIA PARA O DIA 13 DE NOVEMBRO 2011


33° DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Provérbios 31,10-13.19-20.30-31; Salmo 127(128) 1-2.3.4-5ab;
1tessalonicenses 5,1-6; Mateus 25,14-30.

A velocidade com que a sociedade se modifica exige de todos e cada dia mais prudência e agilidade nas decisões. Dar um passo em falso, tomar uma atitude em desacordo com as transformações que acontecem instantaneamente é sempre um risco, cujas consequências são imprevisíveis. É desta sabedoria que se referem as leituras proclamadas neste domingo.
O livro dos Provérbios personifica a sabedoria no comportamento de uma mulher. Dizendo que a mulher é sábia, o texto afirma que tal condição é própria de quem está atento às exigências e desafios do cotidiano. A sabedoria não se deixa enganar e nem toma atitudes dissonantes com a necessidade que se apresenta. Neste sentido ser sábio significa manter-se atento e responsável diante do mundo e diante de Deus.
E o Salmo reitera o convite com a promessa: Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!”.
E São Paulo confirma aos Tessalonicenses que a condição para a felicidade não exige muita coisa, apenas não se deixar envolver por comportamentos inadequados ao tempo e a condição na qual se vive.
Já o texto do evangelho, vem na sequência das parábolas de Jesus recordando a prudência em tudo aquilo que se vai realizar. Jesus se apresenta na condição do patrão que empreende uma longa viagem e pretende que as suas atividades não permaneçam infrutíferas enquanto durar sua ausência. Para que isso aconteça a mais sábia medida é a divisão de tarefas e atribuição de responsabilidades. E de fato ele chama alguns dos seus amigos e lhes confia atividades diferenciadas, porém  não menos importantes.
Naturalmente que o resultado de cada um seria igualmente diferenciado. Apenas um se apresenta no final do tempo, por ocasião da volta do patrão, sem nada ter produzido. Este acaba sendo qualificado com palavras duras e indelicadas: “servo mau e preguiçoso”. O resultado da incapacidade para produzir não poderia ser outro: “perde até aquilo que julgava ter”.
Atualizando esta palavra de modo a poder aplicá-la no cotidiano da vida há que se compreender que ninguém vai tirar o tesouro daquele que não fez produzir, alias isso nem será necessário. Quem não é astuto e não percebe o momento correto para agir perde inúmeras oportunidades e perde inclusive a condição de viver com o seu Senhor, no caso Deus.
Celebrar, a cada domingo, com a comunidade reunida se constitui numa súplica ao Pai, que faça de todos e de cada servo  uma pessoa útil, capaz de produzir e de transformar em melhor a vida de todos em todos os lugares.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

ANATOMIA DO PADRE...



Elcio Alberton[1]

Anatomia do Padre é o subtítulo da obra do Psiquiatra Italiano Vittorino Andreoli, publicado pela Editora  Paulus  e intitulado: “Padres viagem entre os homens do sagrado”.  Sirvo-me desta adjetivação para escrever e, antes de tudo, para elevar uma prece de gratidão a Deus que me chamou e me enviou e há 21 anos me consagrou com a missão para a Diocese de Caçador. Para “servir na alegria e na caridade” no dia 03 de novembro de 1990, o então bispo de Caçador, Dom Luiz Colussi, conferiu-me a ordenação presbiteral. Hoje reitero a disposição e refaço o  convite: “Vem entra na roda com a gente também”.
O vocábulo Vocação, cuja origem latina – Vocare – significa chamado o que obviamente supõe uma resposta, é ao mesmo tempo uma proposta que implica em dedicação para uma função social para a qual também é necessário capacidade e disposição.  Com toda a limitação e as imperfeições próprias da fragilidade humana, recordo-me das saudosas palavras proferidas pelo Bispo na homilia da ordenação: “O que faz com que um homem aos 28 anos decida ser padre, certamente não é a perfeição, mas a generosidade”.  Neste sentido reitero a Deus minha gratidão e a todos os que comigo conviveram neste tempo a quem também recomendo as preces e orações.
Para falar da Anatomia do Padre, retomo as primeiras palavras da obra que serve de referência. O autor começa assim:
 “O sacerdote é um personagem da nossa sociedade... Um personagem que mudou porque o ambiente em que se situa mudou. Assim, embora perseguindo um objetivo idêntico, ligado à função institucional que exerce, o ambiente no qual vive o modificou, mudando até o modo externo com o qual se apresenta ao povo”.

Quanto a minha pessoa, posso dizer que sou um padre da escola.  Muito antes de receber a ordenação já me dedicava a “arte de educar”, nos idos de 1983 já trabalhei como professor voluntário para a disciplina de ensino religioso nas escolas públicas do Paraná.  Desde 1987 sou professor em Santa Catarina, tendo exercido o ministério da docência  no Seminário Diocesano de Caçador,  e professor ACT no  serviço público catarinense.
Certamente, na escola, não sou o padre da Igreja, nem muito menos da religião, talvez nem tampouco de alguma matéria em específico.  Imagino que a missão de professor seja muito mais a de ensinar “a viver no mundo à luz do sobrenatural”.  Fazer esta afirmação significa dizer: na escola sou o padre da Espiritualidade a qual se entende por:  
Espiritualidade é paixão. A vida espiritual é uma vida apaixonada. Isso pode não se encaixar bem em uma longa tradição em filosofia e pensamento religioso que vem desde os primeiros estoicos e naquelas variedade de budismo que subestimam as paixões. Eles oferecem libertação do alvoroço emocional, “tranquilidade” e “paz de espírito” Mas deveríamos comparar essa tradição com uma outra igualmente antiga, embora nem sempre igualmente respeitável, que reconhece as paixões como a própria essência da espiritualidade e também da filosofia (SOLOMON, 2003, P. 175).

É neste sentido que faço minhas, as palavras de Helcion Ribeiro: “Em diversas regiões catarinenses, inspiradas pelo Espírito, começam a surgir comportamentos de uma nova Igreja, que não é paralela, nem independente, muito menos rebelde. É uma Igreja, nova, popular que supera toda tendência triunfalista”.
Servir na alegria e na caridade, ao povo de Deus que a constitui e que está em todos os lugares, “é missão dessa gente de boa vontade, que tem Jesus como modelo de servidor e libertador dos pobres com os pobres”.
Para concluir repito o que já disse, faz 21 anos: “Sim, eu quero, com a Graça de Deus!”






[1] Padre Católico e professor na Rede Estadual de Santa Catarina

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

HOMILIA PARA O DOMINGO DE TODOS OS SANTOS 2011



Leituras: Ap 7,2-4.9-14; Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6);
1Jo 3,1-3; Mt 5,1-12ª

Dentre todas as necessidades humanas, uma delas, e que se manifesta sempre com mais força no cotidiano da sua existência, uma delas é o desejo de perfeição. O Ser humano se reconhece incapaz, incompleto, mas que pode ser melhor sempre.
No dizer de Aristóteles, tudo existe em Ato e Potência. Neste sentido também a criatura humana, é hoje uma realidade e amanhã será outra. Neste sentido entra a fé em Jesus Cristo, associada à perspectiva de futuro que permeia todo ser do homem.
Quase ninguém mais dúvida que para além desta existência, há algo muito maior e melhor. As diversas religiões e filosofias e a espiritualidade em geral, dão conta de que a vida no além é a continuação desta vida potencializada para melhor.
Para os cristãos se chama ressurreição, vida em Deus, volta para a casa do Pai. Neste domingo a liturgia da Igreja celebra a solenidade de todos os santos. Isso significa confirmar: Um dia todos serão santos, ou seja, melhores do que na atualidade. Dignos de ter suas atitudes imitadas.
A Palavra de Deus, proclamada neste domingo apresenta a atitude de Deus em relação aos seus escolhidos. Assim na primeira leitura se lê  a promessa do Apocalipse: Os que foram salvos é uma multidão que ninguém poderá contar. Simbolicamente usando o múltiplo de 12, que na bíblia significa perfeição, totalidade. Neste caso o texto fala também em 144 mil. E todos os salvos reconhecem a salvação a partir da afirmação: “Vieram da grande tribulação e lavaram suas vestes no sangue do cordeiro”.
Não sem razão também a assembleia reunida reza: “É assim a geração dos que buscam a Deus”. Geração que Jesus qualifica com as promessas de felicidade no evangelho de hoje:  Felizes todos, sempre que sua ação for promotora do bem e da qualidade de vida para todos.
E finalmente João confirma: “nós somos de fato filhos de Deus” e isso se constitui no maior presente que alguém poderia receber neste mundo.
Rezando, em comunhão com a Igreja dos vivos e com a assembleia dos mortos temos a certeza que a ressurreição que Jesus prometeu se tornará realidade para todos. E isso enxuga toda lágrima e renovará a esperança.
E isto significa dizer, pelos merecimentos de Jesus Cristo, os seus seguidores serão em ato aquilo que hoje somente imaginam poder ser. Em outras palavras Todos poderão ser santos como Deus é Santo.
É assim que ganha importância a celebração litúrgica neste domingo chamado: Solenidade de Todos os Santos. Na condição de Igreja reunida na fé e na esperança, a oração da Igreja pede que a união de todos com a ajuda da Palavra e da Eucaristia torne a comunidade dos fiéis e cada pessoa em particular em modelo de Santidade para o mundo.