sábado, 4 de fevereiro de 2012

HOMILIA PARA O DIA 05 DE FEVEREIRO 2012

5° DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: 1ª Leitura - Jó 7,1-4.6-7; Salmo  146,1-2.3-4.5-6 (R. Cf. 3a);
2ª Leitura - 1Coríntios 9,16 -19 22-23; Evangelho - Marcos 1,29-39.


Há uma canção folclórica sobre a vida dos descendentes italianos no sul do Brasil em que o autor canta, em dialeto Vêneto, todas as desventuras de uma família no decorrer do ano e repete insistentemente no refrão: “Caro Bepe qua semo contente, gaiansa no Ghe e va tudo bien, grazie a Dio lauremo felicce gavemo salute e va tuto  bien”, que traduzido significa: “Caro José, aqui estamos contentes, riqueza não temos, mas vai tudo bem. Graças a Deus trabalhamos felizes, temos saúde e vai tudo bem”.  É possível interpretar a intenção do autor, no momento quando ele diz: “Graças a Deus estamos felizes”. 
Pois é isso que se pode compreender também neste domingo a partir da leitura da Palavra de Deus proclamada na liturgia. Jó faz uma penosa narrativa com todos os sofrimentos a que está sujeito o ser humano: “Não é acaso uma luta a vida do homem sobre a terra? Como um escravo suspira pela sombra. Meus dias correm mais rápido do que a lançadeira do tear e se consomem sem esperança”.
Como uma resposta a comunidade é chamada a rezar com o salmo cantando as maravilhas de Deus: “Louvai a Deus, porque ele é bom e conforta os corações. Ele conforta os corações despedaçados, ele enfaixa suas feridas e as cura”.
E São Paulo se apresenta como um enviado de Deus. Seu trabalho não é uma escolha pessoal, pelo contrário, ele o faz na certeza de que anuncia algo muito maior do que palavras e intenções humanas: “Se eu exercesse minha função de pregador por iniciativa própria, eu teria direito a salário. Mas, como a iniciativa não é minha, trata-se de um encargo que me foi confiado”.  E por isso mesmo conclui: “Fiz-me tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele”.
A descrição desta situação narrada na primeira e na segunda leitura não é mais do que a experiência da comunidade da Galiléia com a presença de Jesus no meio deles. O que sê lê no evangelho de hoje é uma continuação dos evangelhos proclamados nos dois domingos precedentes. Hoje Jesus parte do ambiente familiar. Ele está na casa de Pedro, neste lugar modifica a condição de muitas pessoas, curando muitos doentes e expulsando demônios, depois disto continua sua missão fazendo o convite aos discípulos: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”.
Para cada pessoa em particular, para a Igreja e para a assembleia reunida em oração se aplica hoje o convite feito pelo Concílio Vaticano II que é uma extensão da Palavra de Deus: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças dos discípulos de Cristo”.
Os cristãos que se Reúnem em Oração, que ouvem a Palavra e que participam da Mesa Eucarística, mais do que todos são chamados a proclamar como São Paulo: “Ai de mim, se eu não pregar o Evangelho”. E anunciar implica em repetir o que se reza no salmo: “Louvai a Deus, porque ele é bom e conforta os corações”.

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