23º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – 2012
Leituras: Sabedoria 2,
12.17-20; Salmo 53(54);
Tiago 3, 16-4,3; Marcos
9, 30-37.
O período eleitoral que se está vivendo, o julgamento do
mensalão, a negociação do meia Paulo Henrique Ganso entre potências do futebol brasileiro ocupam as
manchetes de quase todos os noticiários nos últimos dias. Vendo e ouvindo o que
se passa e o que se fala sobre todos estes assuntos dificilmente se consegue
entender as reais intenções dos que se envolvem nestes embates bastante vezes
sem respeito pela pessoa e pela sociedade que está envolvida.
São pessoas e situações de boa índole, sendo tapeadas e
desrespeitadas por indivíduos com más intenções e que armam ciladas em benefício
próprio ou de seus amigos.
Tal situação não parece estar longe das experiências vividas
pelo povo conterrâneo de Jesus e até por seus amigos mais próximos.
A primeira leitura deste domingo sugere uma meditação sobre
o destino dos justos e o dos maus. Nela se lê:
“Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora,
cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento”.
E conclui afirmando que estas coisas
acontecem onde Deus está ausente. Neste sentido se reza no salmo de
resposta: “Quem
me protege e me ampara é meu Deus; é o Senhor quem sustenta minha vida!”.
E parece que não há alternativa para
aqueles que querem andar seguros e na
presença de Deus, senão o que Tiago escreve na sua carta proclamada na liturgia
deste domingo: “A sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade
e sem fingimento. O fruto da justiça é semeado na
paz, para aqueles que promovem a paz”.
Esta condição é reafirmada nas
palavras de Jesus no evangelho, quando reunindo os discípulos perto de si lhes
dá um ensinamento com autoridade e simplicidade: “Se alguém quiser ser o
primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!' Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: Quem acolher em
meu nome uma destas crianças, é a mim que estará
acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”.
Participando, nas comunidades cristãs,
das celebrações do domingo, os cristãos são fortalecidos pela Palavra de Deus
proclamada, pela Eucaristia que partilham e pela oração dos irmãos. E entre os
pedidos importantes e necessários aparecem aqueles que fazem com que os
corações não se deixem ocupar pelas ambições, invejas, orgulhos, competição,
egoísmos ou qualquer tipo de divisão.
Em Deus não há lugar para escala de pessoas mais ou
menos importantes. Mas é necessário sim, perceber que n’Ele se pode cultivar
uma proposta de amor que se realiza nas pessoas com quem se convive e se
partilha a vida.
Que nem as disputas políticas, nem o julgamento do mensalão ou a negociação milionária do Ganso permitam que os justos se deixem envolver por nenhum dos sentimentos reprováveis e relacionados pela Palavra de Deus sugerida para este domingo.