sábado, 10 de novembro de 2012

A LEI DOS MAIS FORTE

A antiguissíma fábula que se lê na sequencia é útil para um reflexão sobre as relações humanas mesmo para aqueles que não frequentam as assembleias dominicais, naturalmente que pode ser muito mais útil aos cristãos que participam da Eucaristia.


O LOBO E O CORDEIRO
Na água limpa de um regato,
matava a sede um cordeiro,
quando, saindo do mato,
veio um lobo carniceiro.
Tinha a barriga vazia,
não comera o dia inteiro.
- Como tu ousas sujar
a água que estou bebendo?
- rosnou o Lobo a antegozar
o almoço. - Fica sabendo
que caro vais me pagar!
- Senhor - falou o Cordeiro -
encareço à Vossa Alteza
que me desculpeis mas acho
que vos enganais: bebendo,
quase dez braças abaixo
de vós, nesta correnteza,
não posso sujar-vos a água.
- Não importa. Guardo mágoa
de ti, que ano passado,
me destrataste, fingido!
- Mas eu nem tinha nascido.
- Pois então foi teu irmão.
- Não tenho irmão, Excelência.
- Chega de argumentação.
Estou perdendo a paciência!
- Não vos zangueis, desculpai!
- Não foi teu irmão? Foi o teu pai
ou senão foi teu avô.
Disse o Lobo carniceiro.
E ao Cordeiro devorou.

Onde a lei não existe, ao que parece,
a razão do mais forte prevalece

No caso das leituras que foram proclamadas neste domingo os três textos fazem ver que por traz da humilhação e sofrimento alheio está alguém que usa da sua autoridade ou do prestígio que o cargo ou a função lhe confere para humilhar, diminuir, perseguir, amedrontar aqueles que, por distintas razões estão "se saciando da água, muito abaixo e em condição de total submissão e despretígio diante das instituições e do governo que faz prevalecer a lei do mais forte. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário