terça-feira, 31 de dezembro de 2013

HOMILIA PARA O DOMINGO DA EPIFANIA DO SENHOR

A LUZ BRILHA PARA TODOS

É muito utilizada a expressão: “O Sol nasce para todos” e também: “todos tem um lugar ao sol”.  No cotidiano das relações estas e outras frases representam o desejo de qualidade e dignidade na vida. Uma semana depois do natal a Igreja propõe a celebração da manifestação do Senhor, na festa que é também chamada “dia de Reis” ou epifania.
A liturgia apresenta a pessoa de Jesus como o sol que brilha para todos e que tudo ilumina e por isso mesmo a oração da Igreja pede a graça de contemplá-lo face a face. As leituras são a afirmação de tudo o que Deus realizou em favor do seu povo e que se estende para todos os tempos.
O profeta Isaias fez um convite ao povo de Jerusalém que é perfeitamente aplicável aos dias de hoje: “Levanta-te e acende as luzes, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor e ao vê-la ficarás radiante, com o coração batendo forte e todos proclamando a glória do Senhor”.
São Paulo, conclama os amigos de Éfeso a reconhecer a “graça que Deus concedeu para realizar o seu plano na pessoa de Jesus Cristo”.  O Recém nascido que provocou alvoroço em todo o mundo conhecido de outrora é o Senhor a quem se reconhece como único salvador da humanidade.
Jesus, luz de todo ser que vem a este mundo  é que merece o louvor e adoração e por causa do seu reconhecimento pede também a coragem de ter a mesma atitude dos magos: “retomar a vida por outro caminho”.

Neste primeiro domingo de 2014 a igreja reunida reza reconhecendo o Senhor Jesus como luz verdadeira que brilha para todos e que aponta novos caminhos para os novos tempos. Que este sonho aconteça e todos se deixem guiar pela “voz do menino de Belém” que se faz ouvir no sinais dos tempos.

HOMILIA PARA O DIA DO ANO NOVO 2014

AÇÃO DE GRAÇAS NO DIA UNIVERSAL DO PAZ

A existência humana é feita de atos contínuos que vão sendo marcados por novos recomeços. Assim se recomeça anualmente o plantio e a colheita, o fim e o inicio do ano escolar, a compra e a venda de bens duráveis e de consumo, e assim por diante.
Os 365 dias do ano, organizados em semanas e meses marcam também um constante reinício na vida das pessoas. Faz parte dos desejos humanos a necessidade de estabelecer metas que se quer alcançar antes de cada nova etapa na vida.
Concluindo o ano e iniciando outro uma das metas a que se propõem a humanidade é a conquista da paz. Ano após ano este desejo adquire novas interpretações e explicações.  As nações que são vítimas de ataques terroristas prometem sistemas mais eficazes de vigilância e controle.
Aqueles que, muitas vezes, promovem a guerra anunciam tempos de paz, os desejos das pessoas e das famílias se resume na expressão; “Feliz Ano Novo”.  O Papa Francisco escreveu uma mensagem para o dia da paz, na qual ele pede que seja promovido o desenvolvimento econômico, respeitoso da dignidade de todas as pessoas e de todos os povos como novo nome da paz.
A Igreja  sugere a oração de todos para que a paz aconteça e faz isso inspirada no gesto de Maria que deu ao mundo o Salvador. Neste sentido as leituras proclamadas neste dia apontam para a realização desta elementar necessidade.
No livro dos números  o autor associa a paz à Bênção do Senhor fazendo um pedido: “O Senhor te abençoe e te guarde! Faça brilhar sobre você a sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte para você o seu rosto e lhe dê a paz”.
Numa só voz a assembleia reza no salmo: “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção”, que se realiza no sinal extraordinário que foi dado ao mundo pelo nascimento de Jesus: “Quando se completou o tempo, Deus enviou o seu Filho para que ninguém mais seja escravo de nada, pelo contrário sinta-se herdeiro da graça”.
O dom maior da paz é transmitido aos pastores que reconhecem  no menino de Belém a realização da profecia e por esta razão voltam glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido.

É assim que também cada cristão é convidado a celebrar a ação de graças e o novo ano reconhecendo na pessoa de Jesus o Emanuel, Deus conosco, Príncipe da paz. Rezando e empenhando esforços para que a paz realmente aconteça com todos em todos os lugares. 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

HOMILIA PARA O DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA 2013

COMO É BOM TER FAMÍLIA...

Não são necessários grandes estudos  para compreender a importância das relações familiares.  Desde muito tempo o ser humano tem certeza que nasceu para se relacionar com o outro e que é na dinâmica relacional que ele se completa. Dito em outras palavras o ser humano nasce pronto, mas não completo, ele só se completa na relação com o outro. A relação mais elementar do ser humano é a família. A constituição brasileira de 1988 descreve a família como “a base da sociedade e afirma que esta relação merece a proteção do estado”.  Dentre os sentimentos mais nobres que o natal permite cultivar está o espírito de família, não sem razão a Igreja coloca o primeiro domingo depois do Natal a memória da Sagrada Família de Nazaré.

As orações e a Palavra de Deus escolhida para este domingo são a confirmação do que é o sentimento humano também na atualidade.  O livro do Eclesiástico fala de uma verdade que toca profundamente a realidade das relações familiares: “Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros”.

Dentre os medos da sociedade moderna, um deles está totalmente relacionado com esta afirmação, isto é, onde falta o respeito e o perdão, abre-se lugar para todo tipo de pecado, de discórdia e naturalmente nenhum tesouro se acumula ali.

Numa proporção maior a Salmo faz perceber que as vivências na família precisam e podem ser estendidas na relação com Deus, por isso mesmo se reza: Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!”.

São Paulo escreve aos Colossenses e faz um convite que precisa ser estendido às famílias contemporâneas: “Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também”.

Naturalmente que ninguém precisa se iludir pensando que esta situação pode ser vivida em todas as famílias e que nenhum sofrimento, tristeza ou provação vá se abater  mesmo em quem  confia no Senhor. O relato do evangelho é um convite à coragem, no caso da família de Nazaré por conta das ameaças contra a vida  que o sistema impunha naquela ocasião.

Rezar, hoje, celebrando a Sagrada Família é um convite a viver sob o olhar de Deus, vivenciado o que sugere o livro do Eclesiástico e o que afirma São Paulo, mas, sobretudo, tendo coragem para enfrentar as ameaças pelas quais passa a família na atualidade. Não se pode esquecer que a fraternidade entre todos tem seu ninho na família e que a medida que ela aconteça vai se construindo a paz. 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

HOMILIA PARA O NATAL DE 2013

DEUS FALA...

A compreensão contemporânea de inclusão e respeito às diferenças facilita muitas formas de falar, de ouvir, de compreender e ser compreendido. As inúmeras correntes de espiritualidade ensinam que se pode ver e ouvir Deus sob diversas formas.  A celebração do Natal é certamente uma das vias privilegiadas para se ver e ouvir Deus.  Nas leituras escolhidas para as celebrações desta ocasião são proclamados textos do profeta Isaias, da Carta aos Hebreus e do Evangelho de João.
Em todos os textos a tônica se repete:  “Todos verão a salvação que vem do nosso Deus”.  O profeta Isaias anuncia uma grande maravilha para quem já não tinha mais esperança: “Como são belos, andando sobre os montes os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: 'Reina teu Deus!”
Desta certeza brota um convite ao louvor universal, que se repete nas celebrações com a oração do salmo: Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso Rei!”.
Muito tempo depois São reafirma suas certezas em relação ao Filho de Deus e sobre Ele afirma: Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas”.
A pessoa de quem fala a carta aos Hebreus é a Palavra que se fez ser humano conforme conta João no Evangelho: No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio estava ela com Deus. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade”.
Em resumo, o Natal significa ouvir e reconhecer a voz de Deus, claro que na Palavra proclamada, mas muito e de modo bem concreto em cada pessoa com que se estabelece relações, sejam familiares, profissionais, de amizade ou qualquer outro laço.
Deus aí está que ele possa ser reconhecido e que a vida ao longo do próximo ano seja ainda melhor porque cada pessoa pode repetir com gestos e palavras o sonho do profeta Isaias: Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz”.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

HOMILIA PARA O DOMINGO 22 DE DEZEMBRO DE 2013

DEUS E HOMEM VERDADEIRO, LUZ DA LUZ, 
GERADO NÃO CRIADO...

Dentre as chamadas “verdades de fé” uma delas  os cristãos proclamam, muitas vezes sem perceber a força da expressão: “Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem”.  Frequentemente é proclamado isso sem a devida compreensão do significado. O tempo de preparação para o Natal ajuda perceber o alcance desta verdade e traz para o cotidiano palavras e textos da Sagrada Escritura que facilitam melhor compreender o que se reza sem entender.
Assim escreve Paulo aos cristão de Roma: Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação,escolhido para o Evangelho de Deus, Esse Evangelho, que Deus havia prometido, por meio de seus profetas, nas Sagradas Escrituras, e que diz respeito a seu Filho, descendente de Davi segundo a carne, autenticado como Filho de Deus.” E continua com uma afirmação que é endereçada a toda a humanidade nesta véspera do Natal: graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo”.

O Senhor Jesus Cristo cuja paz e graça São Paulo anuncia a todos é o Filho de Maria que recebeu o nome de Jesus, cuja história é narrada com detalhes no evangelho deste domingo.

Assim ganha ainda mais importância a oração de todos no salmo: O rei da glória é o Senhor onipotente; abrí as portas para que ele possa entrar”.


Esta é certamente a mensagem mais importante neste último domingo do advento de 2013: Eis que Deus vai realizar grandes sinais em favor do seu povo, não é necessário molestá-lo pedindo isso e tantas vezes aquilo, antes de tudo é importante confiar: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que ela encerra”“.  

HOMILIA PARA O DIA 15 DE DEZEMBRO DE 2013

ONDE NASCE O AMOR, COLHE-SE  PÃO PARA A FOME...


É muito comum na atualidade a prática da chamada “teologia da prosperidade”, expressão que pode ser entendida como: “barganha com Deus”.  Não falta quem anuncia milagres, curas, sinais extraordinários, otimismo exagerado e assim por diante.  O tempo do Advento é  um período próprio para  alimentar o otimismo, não no sentido  espetacularizado como se faz com grande frequência. Trata-se de um tempo para mostrar que o horizonte está próximo.

Esta pode ser a ideia central que se compreende nas leituras deste terceiro domingo.  O profeta começa com um anúncio de alegria: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio”. Não se trata de um anúncio gratuito, pelo contrário, trata-se de uma visita extraordinária: “Vede, é vosso Deus, que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. A intervenção de Deus tem uma finalidade que se traduz em alegria conforme canta o salmo: “O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos”.

Na Segunda Leitura São Paulo faz um convite para a perseverança, certo está que os sinais de Deus nem sempre são reconhecidos no imediatismo das ações humanas e faz uma recomendação: “Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera. Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima”.

Esta a situação que Jesus mostra aos discípulos de João, quando perguntado sobre o messias. A resposta indica a perseverança e a observação dos frutos que se podem ver: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”.

Ontem como hoje, a Palavra de Deus tem uma intenção  e um destino. A vida e os corações de todos e por conta disto é importante não se deixar levar por promessas mirabolantes, nem tampouco afundar-se na descrença perdendo a esperança.


A proximidade do natal reforça o convite: fiquem firmes e fortaleçam seus corações! 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO - 2013


SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO

A figura e o papel da mulher sempre fizeram parte da problemática relação humana. Desde a sua origem o
ser humano se pergunta e aponta alternativas para responder de modo mais adequado as questões que dizem respeito à relação entre homem e mulher. Nos últimos 50 anos a mulher foi cada vez mais ocupando espaço na sociedade e o modelo tido em outros tempos como adequado para a Ela, de longe foi superado. Elas estão na escola, nas empresas, na política, na Igreja, em todos os lugares. Pode-se dizer que é praticamente impossível comparar o papel da mulher ontem e hoje. É exatamente isso que se houve nas leituras da Palavra de Deus neste domingo que a Igreja dedica aos méritos de Maria – mãe de Jesus.
Assim o livro do Gênesis relata um modelo de mulher  que, fragilizada pela sua condição, está sujeita ao pecado e expõe o mundo todo à mesma situação. Mas, apesar disso trata-se de uma mulher forte que é capaz de ferir a cabeça da serpente, símbolo do pecado, e por essa condição recebe o título de mãe de todos os viventes.
Claro está que diante desta realidade é possível antecipar o que irá acontecer e todos cantam como se faz na liturgia deste domingo: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória”.
O texto de São Paulo aos Efésios pode ser entendido à luz do que Ele também fala aos Gálatas: ‘Quando se completou o tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher’, nesta carta Paulo afirma: “Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor”. Dito isto se pode compreender o que significa ser amado por Deus e predestinado.  Condição que a Igreja aplica à figura de Maria, escolhida sem pecado, predestinada a ser a mãe, mulher forte, daquele em quem o mundo foi escolhido para herdeiro da graça.
O relato do evangelho, detalhando o modo como Maria compreendeu o mistério que envolvia sua escolha para ser a Mãe do Senhor, mais uma vez faz perceber como se apresenta o amor de Deus para com a humanidade e a importância da figura da mulher no meio do mundo. Não sem razão em Maria podem-se inspirar todos os que precisam de força diante das fragilidades que o mundo, muitas vezes impõe.

Celebrar a Imaculada é também confiar-se à força da mulher que desde a criação foi chamada “Mãe de todos os viventes”. Que o evangelho e a oração de todos ajude todos e cada um compreender o alcance da maternidade de Maria e sua presença no cotidiano. 

sábado, 23 de novembro de 2013

HOMILIA PARA O DIA 24 DE NOVEMBRO DE 2013

CRISTO REI DO UNIVERSO

Dentre as inúmeras composições do Padre Zezinho, uma delas diz mais ou menos assim: “Somos a Igreja do pão, do pão repartido, do abraço e da paz”.  A palavra de Deus proclamada nas celebrações comunitárias não deixa dúvida desta verdade.  Neste domingo  o evangelho conta o episodio de Jesus na cruz sendo, mais uma vez, humilhado e ridicularizado por seus algozes.  Do seu lado aberto, de onde corre sangue e água, acredita-se que nasceu a Igreja, esta mesma que canta o Padre Zezinho: do pão repartido, do abraço e da paz.
Note-se que diante da confissão do ladrão arrependido, Cristo faz exatamente tudo o que é possível fazer: Acolhe, e reparte com ele o paraíso. “'Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. Por esta e outras declarações e atitudes de Jesus ele foi aceito e proclamado como “Rei dos Judeus” conforme Pilatos mandou escrever no alto da cruz. O título de Rei continua sendo atribuído até os dias de hoje e a Ele se pede na oração deste domingo: “concede-nos um reino de vida, de santidade, de graça, de justiça, de amor e de paz”. Assim também os cristãos rezam no Pai Nosso: “Venha a nós o vosso Reino”.
As outras duas leituras mostram também que ser rei segundo o coração de Deus é sinônimo de cuidado, de zelo, de compaixão, como se lê na primeira leitura: Tu apascentarás o meu povo Israel...” e ainda de acordo com São Paulo na carta aos Colossenses: “por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz”.
À Medida que o sonho de Deus vai sendo realizado no mundo é possível compreender também nas comunidades e na missão dos leigos na Igreja o que se reza no salmo sobre a cidade de Jerusalém: “Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!”. À medida que as Palavras e Ensinamentos de Jesus forem sendo colocadas em prática será possível perceber e dividir o sonho de uma Igreja nova, à qual o Papa Francisco vem se esforçando para mostrar ao mundo, mesmo enfrentando muitas resistências em diversas partes.

Que a celebração do ano da fé faça ver ao mundo que reconhecer Jesus implica muito mais do que chama-lo Rei, mas viver como ele viveu e acolher como ele ensinou.

domingo, 10 de novembro de 2013

PALESTRA MOTIVACIONAL

“ONDE ESTÁ O TEU TESOURO ALI ESTÁ O CORAÇÃO”
(Todo mundo tem um dia daqueles)

As palavras de Jesus são as mais adequadas para falar do tema a que se propõe a nossa conversa na tarde de hoje. Ao longo da vida, e por diferentes motivos o ser humano vai formando conceitos e estabelecendo níveis de verdade e aceitação das pessoas e das coisas. Assim, por exemplo, facilmente se diz: “tal coisa me faz bem, disto eu gosto e daquilo não”, e assim por diante.
Nas relações e contatos a pessoa vai estruturando modos de vida que podem trazer alegria e esperança, ou tristeza, desilusão, cansaço, medo, angústia, etc.
Uma figura  bíblica que facilita a compreensão do que é o sofrimento e o medo, é a Mulher Samaritana. Sem nome, desiludida e que se excluía do convívio social. (João 4).
Em contrapartida está a figura de Maria a Mãe de Jesus. (Magnificat)! Não lhe faltaram oportunidades para achar que a vida não tinha mais importância, ou melhor, para acreditar que a vida tinha lhe pregado uma peça. (Recordar diversas cenas da vida de Maria).
Citando essas pessoas pode-se recordar algumas centenas ao longo da historia da humanidade. Nelson Mandela – na áfrica;  Ghandi na Índia;  Luther King nos Estados Unidos; Luiz Inácio Lula da Silva, Olga Benário, Irmã Dulce em Salvador, D. Helder Câmara, Recife. Todos podem dizer como o poema de Cecília Meireles: “Aprendi com as primaveras a ser podado e renascer sempre mais forte”  (Poema Primaveras)
Quando se trata de não se deixar abater a primeira atitude é reconciliar-se com a imagem que se tem de sim mesmo.
 “A forma como sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta crucialmente todos os aspectos da nossa existência, desde a maneira como agimos no trabalho, no amor, no sexo, até o modo como atuamos como pais, avós,  e até onde alcança a nossa vida. A autoestima positiva é um requisito indispensável para uma vida satisfatória”. (A mulher invisível)

Gostar-se si mesmo tem um componente extraordinário que faz reconhecer e acreditar na competência pessoal. E isto é um elemento que dá forças para lidar com os desafios da vida, com as necessidades e com as emoções.
Sempre que se convive ou se deixa rodear por pessoas insatisfeitas e que vivem de mal com a vida se está sujeito a incorporar e adotar tal modalidade de vida. É neste sentido que se situa o ditado popular: “É preferível um triste santo a um santo triste”.
Todos os dias, se é desafiado a ouvir de novo o mesmo convite que Deus fez para Abraão:
“Deixa a tua casa, tua parentela, e vai para onde eu te mostrar”, parafraseando: “Deixa tuas certezas, tuas verdades, teus costumes, levanta os olhos para o horizonte e bota o pé na estrada”. A Utopia é a certeza de quem caminha. Quem tem sonhos olha para frente e com os pés no chão caminha em direção ao horizonte, tendo a certeza que nunca o alcançará, mas que ele é a meta para onde se caminha. Quem cultiva utopia é como um barco que sabe o porto para onde quer ir.
Facilmente se é tentado a confundir tudo com doença, depressão e outros males muitas vezes psicossomáticos. É Importante fazer com clareza uma diferenciação simples, mas muito importante entre depressão e sentimentos de fragilidade.
A depressão que pode se tornar uma doença crônica e incurável é uma espécie de morte existencial. A depressão coloca a pessoa num fosso de angústia, ansiedade, medo, confusão mental e espiritual. O depressivo  tem medo do amanhã e foge do ontem sem viver o agora.
Mas nem todo sentimento de medo, ansiedade, confusão mental e espiritual é depressão, eles podem ser apenas lapsos passageiros decorrentes de circunstâncias da vida. Agora quando a pessoa transforma estes lapsos em alimento cotidiano, então sim se cria um processo repetitivo e as portas se abrem para a depressão.
É uma ilusão querer estar sempre alegre. É normal sentir-se derrubado, chateado, ou na pior  de vez em quando.
Algumas situações podem ser causas de depressão, basta ver como são encarados:
a)     Perdas – econômicas, afetivas, sentimentais;
b)    Doenças – que podem causar danos ao sistema nervoso central;
c)     Níveis hormonais – O mau funcionamento de algumas glândulas pode modificar o humor de uma pessoa;
d)    Uso de álcool ou drogas
e)     Histórico de hipoglicemia.

Mas o principal aspecto causador da depressão é o da desistência.
 “Quando o homem deixar de ter esperança, podem apagar o arco Iris” (Mário Lago); ou “Homem que é homem não perde a esperança (Clip do Roupa Nova); Ninguém pode prender um sonho (Frei Fabreti)
Quando um indivíduo desiste de si mesmo ele se deixa puxar para dentro e acredita que todos os problemas estão fora dele, quando na verdade o problema mora dentro dele. E o que o ser humano mais gostaria é que os problemas fossem resolvidos por decreto, como escreve o poeta Paulo Leminski:
(Poema do Leminski)

BEM NO FUNDO


"No fundo, no fundo,
Bem lá no fundo,
A gente gostaria
De ver nossos problemas
Resolvidos por decreto

A partir desta data,
Aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
E sobre ela - silêncio perpétuo


Extinto por lei todo remorso
Maldito seja quem olhar para trás,
Lá prá trás não há nada,
E nada mais.

Mas problemas não se resolvem,
Problemas têm família grande,
E aos domingos saem todos a passear
O problema, sua senhora
E outros pequenos probleminhas."
Paulo Leminski


Depois que uma pessoa entra em estado depressivo, só vai sair disso quando não encontrar mais nenhum motivo externo para atribuir as razões do seu fracasso.
Uma das piores dependências e causas da depressão é o que se chama “dependência emocional”. O dependente não tem coragem de viver fora da proteção do útero, o calor do líquido amniótico é  muito mais confortável.
Para não se deixar abater pela depressão é importante ter em conta que a vida é feita de perdas e que a gente precisa compreender que sem a aceitação destas perdas não se vive. Assim a primeira perda é o útero materno; em seguida é a infância; a adolescência, a juventude, a idade madura, os laços afetivos, o emprego, os filhos, o marido (a mulher). (Seu eu pudesse - Pe. Zezinho...)
A pessoa pode produzir um círculo vicioso depressivo em torno de si e para os outros quando só consegue ver o erro e as fragilidades. Assim, em relação aos filhos: “Você não sabe nada”; “Você não faz nada certo”. O melhor remédio contra a depressão  é não subestimar a si próprio ou aos demais.
Dizer para si ou para outro: “isso ou aquilo não é nada, tem pouca importância, isso nem está doendo”. Nada disso ajuda. É preciso ser objetivo e fraterno: “Eu sei que dói, mas vamos cuidar disso”.
Cultivar sensação de bem estar, entender-se exatamente como a gente é com as fragilidades e imperfeições é o melhor caminho. A pessoa não adoece de depressão por causa de determinadas coisas ou situações. Ele se torna depressivo por não ser capaz de lidar com os sofrimentos e fraquezas de cada dia.
Guardar mágoa, cultivar raiva, alimentar sentimento de vingança, engolir os sofrimentos só para si, cuidar dos outros e não valorizar-se a si mesmo.
Lidar com os sentimentos de depressão é ser capaz de aceitar as emoções, elaborar e dar vazão a elas.
Cultivar sentimentos de culpa ou remorso: Se eu tivesse feito desse modo; Eu devia ter adivinhado aquilo, e assim por diante. O que você acha que deveria ter feito e não fez em nada vai contribuir para que as coisas sejam melhores. Ficar se autopunindo é admitir que errou intencionalmente. Nada de ficar pensando: Se não consigo fazer isso eu não sirvo para nada, devo ser punido. (vídeo motivacional)
O melhor remédio é não transformar os fatos em situação. É aceitar que os fatos existem que eu posso viver e ser melhor apesar deles.
A depressão é o resultado de atitudes inadequadas, a cura implica em mudar atitudes e posturas.

Ninguém deve se auto qualificar como incapaz, afinal “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos” e fazendo minhas as palavras do Papa Francisco: “Sempre é possível colocar mais água no feijão”, pois se a gente colocar nossa fé e ação vai dar tudo certo.

PALESTRA DO PADRE ELCIO

A MÃO HUMANA – PARA ALÉM DA ANATOMIA

Por conta dos  27 ossos, dúzias de músculos e milhões de nervos a mão humana pode segurar quilos, esmagar, quebrar, construir, realizar movimentos de precisão, realizar microcirurgias de complicadíssimo alcance, e um sem número de atividades físicas, sociais, laboriosas e etc.
Muito além destas possibilidades e de inúmeras outras que as circunstâncias permitem realizar, a mão humana é expressão de amor, de ódio, de indignação, de reprovação. A mão é um extraordinário instrumento de comunicação, se constitui num dos principais elos  de ligação da criatura humana com o mundo que está ao seu redor.
Tem-se noticia que os primeiros estudos em torno dos mistérios escondidos na mão, datam de 3.000 A.C. na civilização chinesa. Estudos da mesma natureza são conhecidos na Índia por volta de 2.000 A.C. Os gregos foram  fascinados estudiosos da simbologia retratada pelas mãos, é da Grécia que nos vem a palavra: Quirosofia: “Sabedoria da mão”.
Na civilização judaica pré-cristã  a mão e os gestos da mão ganham poder, dependendo de quem faz uso e como dela se utiliza: “Quando eu levantar a mão contra os egípcios e tirar do meio deles os israelitas, aqueles ficarão sabendo que eu sou o Senhor” (Ex. 7, 5). O profeta Isaias afirma: “O Senhor Deus pôs sua poderosa mão sobre mim e me avisou a mim e aos meus seguidores que não andássemos no caminho que o povo estava seguindo” (Is. 8, 11). No evangelho de Marcos tem-se um dos mais bonitos gestos de Jesus: “Então, Jesus abraçou as crianças e as abençoou, pondo as mãos sobre elas” (Mc. 10, 16).
No início do cristianismo os dedos da mão tiveram um papel especial para representar a sua crença: O polegar significava Deus Pai, o Indicador o Espírito Santo Santo e o dedo médio a pessoa de Jesus Cristo cujos dedos anular e mínimo significavam as duas naturezas: divina e humana.
Para os muçulmanos, os cinco dedos da mão representavam os diversos membros da sagrada família, sendo que o polegar representava Maomé. Para a religião Islâmica os cinco dedos também representam os cinco principais mandamentos:
Polegar: Celebrar a festa de ramadã;
Indicador: Realizar a peregrinação a Meca;
Médio: Dar esmola aos pobres;
Anular: Realizar todas as purificações necessárias;
Mínimo:  Combater todos os infiéis.
Os dedos são carregados de simbologia e representacionalidade.
Existe uma lenda chinesa muito interessante e que bem retrata a importância dos dedos da mão.
Os polegares representam seus pais.
Os indicadores representam seus irmãos e amigos.
O dedo médio representa você mesmo.
O dedo anular representa seu esposo/a.
Os dedos mindinhos representam os filhos.
Vamos fazer a experiência:
Primeiro junte as suas mãos, palma com palma, depois dobre para dentro os dedos médios (que representa você) unindo nós com nós.


Agora tente separar de forma paralela os polegares (representa os pais) você perceberá que se abrem, porque seus pais não estão destinados a viver com você até o dia de sua morte. Una-os de novo.

Agora tente separar da mesma maneira os dedos indicadores (representa seus irmãos e amigos) você perceberá que também se abrem porque eles se irão e terão destinos diferentes, como casar-se e ter filhos.
Tente agora separar da mesma forma os dedos mindinhos (representa os filhos) estes também se abrem porque seus filhos crescem e quando já não precisam de você, se vão. Una-os de novo.
Finalmente, tente separar os seus dedos anulares (o quarto dedo que representa o companheiro/a) você se surpreenderá ao ver que simplesmente não conseguirá separá-los. Isso acontece porque um casal está destinado a permanecer unido até o último dia de sua vida. E é por isso que o anel é usado neste dedo.
A mão, os gestos feitos com mão, tem um significado especial em todas as culturas. São posições de oração – erguer as mãos – manter as mãos sobre a cabeça, entrecruzar e apertar as mãos. Na índia os gestos das mãos são essenciais para a realização de danças sagradas. No ritual cristão e na religião católica são infindáveis os gestos feitos com a mão e a importância dada a cada deles. 
O Pe. Zezinho, que é um ícone da música sacra no Brasil, tem uma canção que diz assim: “Erguei as mãos com alegria, Mas reparti também o pão de cada dia”.
As crianças tocam tudo para sentirem as pessoas, os objetos, os espaços. As mãos são sensíveis ao toque, à vibração, à temperatura. As mãos distinguem a condição de uma superfície a textura de determinado material ou tecido, etc.
Um simples aperto de mão fornece importantes informações sobre a pessoa com quem se está se relacionando, o gesto pode significar calor humano, acolhida, hostilidade, força, amizade, coragem, fraqueza, tudo isso numa fração de segundos. Apertar a mão da pessoa amada na hora da sua morte é um gesto carregado de sentimentos e pode bem significar a ajuda que se quer dar neste último passo da vida.
Dizem os estudiosos da psicologia humana que desde o primeiro ano de vida as mãos do bebê expressam sentimentos de necessidade, alegria, tristeza, cólera, surpresa, de apreensão.
O psiquiatra Carl Jung (Médico e pensador suíço, que viveu até 1961, considerado o pai da psicologia analítica), escreveu: “...As mãos, cuja forma e funcionamento estão tão intimamente ligados com a psique, podem proporcionar expressões reveladoras, logo interpretáveis da peculiaridade psicológica, isto é, do caráter humano”.
Em síntese:
1)              A análise da mão ajuda a pessoa a aumentar o autorreconhecimento de forma mais aprofundada. Indica pontos fracos e fortes, põe em evidência ensinamentos que serão sempre necessários para a vida.
2)              A leitura da mão ensina que o conflito tem uma finalidade benéfica na vida e ajuda a desenvolver a sabedoria, a coragem, e a experiência.
3)              Ultrapassa padrões e projeções do limitado ser, indica onde se  está  e para onde pode ir? Mostra como a natureza psicológica pode afetar a saúde, carreira e relações. Indica o que é preciso para obter maior sentido de harmonia  equilíbrio na vida. Chico Xavier se pronunciou assim: Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.
4)              A quiromancia pode proporcionar um grau de autoconfiança e de fé em si mesmo ajuda a ultrapassar os desafios e obstáculos com otimismo e determinação. Há uma canção católica com a seguinte afirmação: Ninguém pode prender um sonho E impedir alguém de sonhar.Ninguém pode prender a esperança...”
5)              A análise das mãos torna a pessoa capaz de escolher os tipos de atividade a realizar  na vida de tal modo a sentir maior prazer, vantagem e autorrealização.
6)              É um auxílio para ver a vida como uma aventura que é vivida mais do que como uma série de problemas, dificuldades e castigos.
7)              Facilita a obtenção de força e de sabedoria interior que permite atravessar com coragem os momentos de dificuldade.
8)              Ajuda a compreender as necessidades reais e chegar a recomendação conveniente de terapia ou de prevenção.
Ler a mão de outrem é uma tarefa séria, exigente e de altíssima responsabilidade. Apresentar a mão para que outra pessoa faça a leitura implica permitir que este outro faça uma incursão na sua intimidade e, muitas vezes, naquilo que lhe é mais sagrado: A sua consciência. É como ler as cartas ou o diário de alguém!
A mão é ao mesmo tempo uma ferramenta e um determinante para a ferramenta. Jesus fala do poder da mão de diversas maneiras. Uma delas é o poder de dominar e oprimir: Mas, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”. (Mateus 5, 38-42). A mão é uma placa pré-impressa ao mesmo tempo é uma impressora quem se habilita a lê-la desnuda as profundezas, expõe as possibilidades.
A posição normal da mão é voltada para seu interior, diferente do rosto ela não precisa de uma máscara, ela não se serve de artifícios. Mostrar a parte interna das mãos é provar a pureza das intenções: “Olhe, não tenho nada para esconder de ti”.
É importante que seja estabelecido entre o leitor e aquele que se deixa ler um acordo de confiança e confidência absoluta. Ler a mão de alguém não pode ser um instrumento para impressionar ou seduzir, nem muito menos para obter controle sobre a vida do outro.
A honestidade é uma condição essencial em toda análise de mão. As observações são feitas de modo amável e sem caráter de juízo. Pode-se aplicar aqui a lição das “Três peneiras de Sócrates”. (Bom, útil e necessário).
A leitura da mão não é sinônimo de futurismo positivista nem tampouco de mensageiro da desgraça. Trata-se de apontar oportunidades.
Na condição de leitor de mão o intérprete não pratica nenhum tipo de terapia, nem consulta psicológica. Para ambos os casos, a honestidade daquele que lê é fundamental e depois de alguns encontros deverá encaminhar a pessoa para o tratamento adequado. A leitura de mãos pode conduzir para a dimensão do aconselhamento  e ajuda humanitária, mas nunca se confunde com tratamento psicológico ou religioso.
A função primeira da leitura de mãos é educar e ajudar a pessoa a se autoconhecer. Stephen Arroyo – (Astrólogo americano – na obra Psicologia Astrologia, e os quatro elementos: uma Abordagem Energia a Astrologia & Seu Uso nas artes de aconselhamento) ,  escreveu  que ao dar um conselho, ou ao receber uma constatação de qualquer natureza:
“Haveria de ter em mente que o simples conselho não acompanhado dos meios para uma compreensão mais aprofundada é de pouco valor, pois cada pessoa deve fazer o seu próprio trabalho e deve, pela sua própria experiência, chegar à máxima consciência que lhe permita superar ou transcender a dificuldade”.

Isso implica compreender que o próprio sujeito que se apresenta para a leitura de mãos precisa procurar, por si mesmo solução para os seus problemas.

sábado, 9 de novembro de 2013

HOMILIA PARA O DIA 09 DE NOVEMBRO DE 2013

EU CREIO QUE O MEU SENHOR VIVE...

A profissão de fé que os cristãos pronunciam a cada missa e que recitam com certa frequência também nas orações diárias faz uma série de afirmações próprias de quem tem certeza daquilo que está dizendo. Entretanto,  a força da palavra nem sempre se confirma no cotidiano das ações. Não é raro cristãos católicos que também creem na reencarnação e em tantas outras doutrinas que não estão contidas na renovação da fé que se faz de modo solene também em momentos especiais da vida como o batismo, a  primeira comunhão e a crisma.
Pois as leituras da Palavra de Deus deste domingo ajudam a perceber como é importante a sintonia entre aquilo que se acredita e o modo como se vive a fé. No texto de Macabeus, os irmãos realizam na prática o que acreditavam no coração: Prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará”. É uma das poucas referências à vida eterna que se encontra no Antigo Testamento. Atestam sua fé no Deus que garante uma vida onde os sofrimentos do tempo presente não tem comparação com a glória futura.
Com tão extraordinária maneira de entregar-se nas mãos de Deus, é possível também hoje rezar como o Salmista: “Ao despertar, me saciará vossa presença e verei a vossa face!”. Ou ainda ter a certeza que moveu São Paulo e que ele expressa na carta aos Tessalonicenses:Nosso  Senhor Jesus Cristoe Deus nosso Pai, que nos amou em sua graça e nos proporcionou uma  Consolação eterna e feliz esperança, animem os vossos corações e vos confirmem em toda boa ação e palavra”.
Já no Evangelho Jesus desmonta mais uma armadilha dos entendidos em lei e de novo não responde a partir da mesquinhez da pergunta, ele vai muito além, dizendo em que consiste a Vida Eterna. Longe de ser uma continuação com os limites e fragilidades deste mundo Jesus afirma: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram”.

Esta categórica afirmação de Jesus refirma a perspectiva de futuro centro da fé cristã. Essa verdade só pode ser compreendida por quem compreende também que a morte não significa um prolongamento da efêmera vida nesta terra, pelo contrário, trata-se de uma passagem que transforma  a vida em algo muito melhor. E naturalmente como toda transformação e passagem exige coragem e determinação que os cristão buscam na oração pessoal e coletiva como se faz a cada domingo.