terça-feira, 29 de janeiro de 2013

PALAVRAS NO ENCERRAMENTO DO ANO LETIVO 2012




Começo minha fala breve, citando Gandhi, o profeta da paz, “Devemos ser a mudança  que desejamos ver no mundo”.
A minha vida pessoal e profissional traz a marca da mudança , do risco, do novo. Quando em fevereiro  deste ano  aceitei o convite para a direção da Escola Padre Hermenegildo, senti nas palavras do prefeito quando me convidou para a função um misto de angústia e medo. Mas ele precisa de um diretor e eu estava pronto a me desafiar voltando para Ipomeia, onde tinha estado noutra função e em outros tempos.
A Escola Padre Hermenegildo, merece o nome que tem, e faz acontecer o último desejo deste que muitos consideram um Santo. As últimas palavras do Padre Hermenegildo despedindo-se de Ipomeia, sabendo que a morte era sua companheira  declarou: “Minha despedida é real, mas eu vou ficar aqui!”
E de fato, Ele está aqui, não porque sua sepultura está entre nós. Mas, sobretudo, porque sua memória e seus ensinamentos permanecem muito vivos.
Particularmente, no caso da Escola, que existe já há 62 anos, passou por várias transformações, mas a escola continua. E continuará em 2013, nisso se confirmam as palavras do padre: “Eu vou ficar aqui”. Ou seja, sob a gestão do município a Escola continuará e continuará cada vez melhor.
Pela Padre Hermenegildo passaram mais de 10.000 alunos nestes 60 anos, mais de uma centena de professores esse é o povo que fez e faz Ipomeia.
Somos uma comunidade ordeira e trabalhadora por isso mesmo a escola está aí sem cerca, sem muro, sem polícia, e sem vandalismo.
Passamos um ano, que podemos chamar de ouro, não tivemos se quer um vidro quebrado por vandalismo. A escola esteve aberta para a comunidade nos três turnos com a preciosa ajuda de professores voluntários. O espaço escolar se tornou o lugar de encontro da comunidade, para a mesa de jogos para a sala informatizada e até um espaço para lazer.
É isso que se pode chamar de educação com parceria. Um dos grandes desafios da educação é trazer os pais para a escola, nós tivemos neste ano, todas as semanas um grupo de mães que estiveram religiosamente uma vez por semana na escola.
Encerramos o ano letivo sem nenhum aluno reprovado e tivemos apenas 2 alunos desistentes, enquanto em escolas da região a média chega na casa dos 10% e é ainda é um dos graves problemas da educação brasileira.
Com a comunidade minha insistência é que continue mandando seus filhos para a escola, esse é único remédio para uma sociedade melhor.
Aos meus colegas professores e funcionários, simultâneamente a um pedido de perdão pelas broncas e pela falta de paciência com Vocês insistir de novo precisamos ter a coragem de enfrentar os desafios com solidariedade e no coletivo. A educação no século XXI merece mais esperança, mais sonho, mais conhecimento, mais diálogo. Nós professores temos muito o que fazer e decidir, pois neste temos muito mais que viver é preciso que a vida seja boa e que tenha valido a pena existir.
Precisamos ter a coragem de superar a pedagogia das respostas, para a pedagogia das perguntas. Nenhuma grande revolução pode se sustentar se não houver pessoas que se arrisquem a crescer e a ser melhores do que já são.
Se a escola envelhece e se não professores perdemos o padrão é porque centramos mais o nosso trabalho em ensinar e não em aprender. Nosso interesse principal deve estar em aprender mais do que em ensinar.
O século XXI merece escolas e professores que se arrisquem que ponham em jogo sua inteligência, sua imaginação e seu afeto para construir um mundo onde seja menos difícil de amar.
Não poderia terminar a minha fala sem dar um abraço em cada professor(a) e entregar-lhes um mimo que é mínimo para quem precisa estar bem alimentado e disposto para as férias merecidas.
Quero abraçar e dar uma palavra de gratidão aos voluntários que neste ano foram peça decisiva na vida da Escola. (Marilene e Carla Carelli, Itacir Cador, Vaine Scussiato, Alza Carpenedo).
Não poderia deixar de cumprimentar e faço isso em nome de todo o corpo docente, da APP e da infinidade de alunos que passaram pelas suas mãos. No momento em que a Escola muda de gestão, muda também o local de trabalho e outros desafios vão se colocar paras os professores do Estado que são efetivos nesta unidade.
Fazemos questão de homenagear os alunos destaques de 2012, os quais peço que se proceda a chamada nominal, para quem vou entregar pela última vez “Um pirulito”.
O aluno que foi avaliado pelos professores como melhor aluno em disciplina, pontualidade, nota, comprometimento, recebe além de medalha uma caderneta de poupança no valor de R$ 50,00.
Nossa homenagem é para uma pessoa que durante 34 anos fez parte da escola Padre Hermenegildo, nunca tirou uma licença sem vencimento, não teve nenhuma falta injustificada, não obstante sua postura de sisudo e carancudo tem um coração maior do que os seus quase 2 metros de altura. Neste ano não mandou se quer um aluno para a direção por indisciplina, ou por qualquer motivo. (Depois de ler a placa) Peço que aplaudam de pé o professor Moacir Marino Barzotto. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

FESTA DA FAMÍLIA ALBERTON 2013


HOMILIA PARA A FESTA DA FAMÍLIA ALBERTON 2013

O Brasil é hoje considerado o país do pleno emprego, dito em outras palavras é um lugar onde tem trabalho para todos. Por conta disto tem se estabelecido um novo processo migratório fazendo do nosso país a terra dos sonhos. O contrário se dava nas décadas de 80 e 90, quando muitos brasileiros saíram à procura de um lugar ao sol em outras partes do mundo. O que se vive hoje pode ser comparado com o sonho de nossos antepassados quando deixaram a Itália para fazer riqueza no Brasil.
Ontem como hoje é possível perceber que está em jogo a questão do trabalho, ou se quiser dizer é uma questão de “semear”.  Semear, não consiste somente em jogar semente na terra, mas pode ser entendido como toda forma de dedicação humana, de trabalho, com vistas a resultados que melhorem a qualidade de vida. Para que esta atitude alcance os resultados esperados algumas condições são necessárias: Qualidade da semente ou daquilo que se “planta”, Terreno adequado e obviamente cuidado. Em dialeto se diz: “Per fare tutto ci vuole un fiore” (Para fazer qualquer coisa é necessário carinho).
Pois é sobre isso que falam os textos bíblicos escolhidos para a missa de hoje. O profeta afirma que a Palavra de Deus é comparada ao trabalho humano: Semente depositada na terra e que não volta sem produzir frutos.
Trabalhar implica sim esforço, fadiga e  dedicação.  São Paulo afirma: “Os sofrimentos presentes não tem comparação com a glória futura”. Embora ele faça referência à vida futura suas palavras podem ser aplicadas à condição de nossos antepassados sobre quem o folclore afirma:

“Faze più de cento ani,
che i Taliani qua i zé rivai;
Zé rivati de bastimento,
i gà sofresto pezo que animai;
I gà trovato puro mato,
sensa querte i dormiva in tera;
I gà lutà tanto tanto,
quasi come èser ne la guera”

E o evangelho conta a clássica parábola do semeador com as distintas condições de produção. No caso tinha boa semente e cuidado do semeador, entretanto, nem sempre a terra foi preparada de acordo e o resultado em alguns casos ainda não foi o esperado. A lição que Jesus quer ensinar é que não se pode desistir do trabalho, da luta diária em resumo da semeadura.
Ora nossos bisnonos fizeram tudo isso e hoje aqui estamos “tutti buona gente e molta gente buona”. O privilégio de poder nos reunir  vindos de tantas partes, se concretiza o que diz a canção folclórica:

Vardé adeso, me cari frateli,
che cità e che bele colonie;
Tante strade e che grande industrie,
che i ga fato per noi ver più sorte;
Noi qua adeso gavemo de tuto,
ascolté cosa che mi ve digo:
Recordeve de i nostri Italiani,
che adeso i è là n tel paradizo!