Leituras do domingo: Isaias 66, 10-14; Salmo 65; Gálatas 6,14-18; Lucas
10,1-12. 17-20.
As manchetes de grandes e
pequenos meios de comunicação, pelo mundo todo, e particularmente no Brasil,
mostraram com abundância as manifestações que tomaram conta de ruas e praças em
inúmeras cidades brasileiras. Com
motivos justos, com razões que nem
sempre foram compreendidas, com exageros e em diversos casos com vandalismo.
Tudo isso mostra que o país vive situação
diferente daquela que existiu a bem
pouco tempo. Não é raro encontrar pessoas que experimentaram no seu cotidiano a repressão dos tempos da
ditadura, os altos índices de inflação,
o elevado número de desempregados, a saúde toda custeada pelos usuários,
as escolas sucateadas e assim por diante. Eis que vivemos num outro tempo,
ainda falta muito e as manifestações mostraram que é possível o país ser melhor
e que basta mudar a vontade de alguns.
Ora, é isto exatamente o que se
pode ver nas leituras deste domingo. Muito tempo antes de Cristo, o povo de
Israel havia experimentado o exílio da Babilônia, lá provaram as durezas da
vida e toda sorte de sofrimento. Voltando à sua pátria precisaram reconstruir
tudo e, sobretudo, reconstruir a esperança. Na primeira leitura o profeta se
encarrega de anunciar que Deus estará com eles: “Alegrai-vos com
Jerusalém e exultai com ela todos vós que a
amais;... 'Eis que farei correr para ela a paz como um rio...
Como uma mãe que acaricia o filho,.. A mão do Senhor se manifestará em
favor de seus servos”. Naturalmente que nada disso acontece sem a participação
das pessoas que estão envolvidas e retomando suas casas, sua terra, sua vida e
seus direitos.
São Paulo escrevendo aos Gálatas, como
ouvimos na segunda leitura reafirma: “Trago em meu corpo as marcas de Jesus”. Ora,
quais são estas marcas? O sofrimento, a perseguição, a crucificação e a morte.
Mas são também as marcas da ressurreição e da vida nova e para todos os que
compreenderem o que significa: “paz e misericórdia”.
Foi essa paz que Jesus mandou anunciar
quando enviou os setenta e dois à sua frente: “Em qualquer
casa em que entrarem, digam primeiro: `A paz
esteja nesta casa! E o Reino de Deus está próximo”. O anúncio feito pelos
discípulos provoca o surgimento de um novo tempo que foi inaugurado por Deus na
pessoa de Jesus, mas que foi ao mesmo tempo compreendido pelas pessoas e pelas
comunidades por onde passaram os enviados do Senhor.
Ontem como
hoje, cada cristão precisa se sentir comprometido: “Por esta paz
que a juventude tanto quer Pela
alegria que as crianças tem às mãos; Pelos que firmam na justiça os
próprios pés. Pelo suor
dos que mais lutam pelo pão; Pelos que
sabem enxergar um pouco além, E assim repartem a esperança com razão”. E
por isso mesmo, como a igreja faz a cada domingo: “render graças ao Pai que
tudo vê e assim lhes pede para abrir o coração”.
Que a oração da assembleia reunida ajude o
Brasil e os brasileiros “colher os frutos da salvação e não cessar de elevar a
Deus os seus louvores”.
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