NÃO AO CORAÇÃO ORGULHOSO...
O Papa Francisco que surpreendeu o mundo mais com suas atitudes do que com suas
palavras, também fez afirmações categóricas e que ajudam a compreender quem é o
Deus a quem os cristãos adoram. Dentre
as declarações do Papa, a expressão: “Sou um pecador para quem o Senhor olhou.
Sou alguém que é olhado pelo Senhor”. Se
encaixa perfeitamente no contexto da Palavra de Deus deste domingo.
A última oração que o padre reza na missa deste domingo diz assim: “Que
os vossos sacramentos produzam em nós o que significam”. Participando da missa cada
pessoa tem consciência que está buscando modificar-se, adequar sua vida às
propostas do evangelho, em resumo, pede a graça de ser melhor, mais santo,
semelhante a Deus Pai que é Santo.
Efetivamente, as leituras
bíblicas deste domingo tem total consonância com a afirmação do Papa
Francisco e com aquilo que os cristãos rezam na assembleia reunida. No texto do
livro Eclesiástico o autor afirma que a ação de Deus não despreza aquele que
pede com o coração: “Quem serve a Deus como ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas
subirão até as nuvens. A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não
chegar não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha, e faça justiça
aos justos e execute o julgamento”.
Por sua vez, São Paulo
fala para o amigo Timóteo, convencido que toda a sua vida foi uma preparação
para o encontro definitivo com aquele que lhe chamou. Sua comparação com as
práticas desportivas lhe dá a certeza que não foi perfeito, mas que fez aquilo
que a vida lhe pedia para fazer: “Combati o bom combate, completei a
corrida, guardei a fé. E o Senhor esteve a meu lado e me deu forças,
ele
fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por
todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão”.
Na parábola dos dois
que vão ao templo rezar, num primeiro momento nada há de errado que cada um
reconheça as suas virtudes e fracassos. O Fariseu, não está errado apresentando
a sua reta conduta e aquilo que de fato ele fez cumprindo a lei e os
mandamentos. O publicano nem tampouco pode ser desprezado por sua fragilidade. O
erro do primeiro, e o endereço da parábola contada por Jesus não é para uma pessoa em particular ou para uma classe de pessoas.
O que Jesus condena não é o sujeito, nem tampouco o fato de que o fariseu seja
um cumpridor da lei. A advertência de Jesus está na condição em que a pessoa se
coloca acima e melhor que os demais.
É neste sentido que a
palavra do Papa Francisco ganha importância e coerência com a Palavra de Deus. Ele
é o líder da Igreja Católica, toma atitudes de um chefe de estado, comporta-se
como autoridade, mas não se orgulha desta condição, reconhece sua pequenez diante
de Deus e diante do mundo.
O Exemplo do Papa tem
sintonia com o convite de Jesus: Independente da perfeição do coração de cada
um é importante não esquecer que se tem o coração ferido e rezar com se faz no
salmo: “O
Senhor liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera”.
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