sábado, 23 de novembro de 2013

HOMILIA PARA O DIA 24 DE NOVEMBRO DE 2013

CRISTO REI DO UNIVERSO

Dentre as inúmeras composições do Padre Zezinho, uma delas diz mais ou menos assim: “Somos a Igreja do pão, do pão repartido, do abraço e da paz”.  A palavra de Deus proclamada nas celebrações comunitárias não deixa dúvida desta verdade.  Neste domingo  o evangelho conta o episodio de Jesus na cruz sendo, mais uma vez, humilhado e ridicularizado por seus algozes.  Do seu lado aberto, de onde corre sangue e água, acredita-se que nasceu a Igreja, esta mesma que canta o Padre Zezinho: do pão repartido, do abraço e da paz.
Note-se que diante da confissão do ladrão arrependido, Cristo faz exatamente tudo o que é possível fazer: Acolhe, e reparte com ele o paraíso. “'Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. Por esta e outras declarações e atitudes de Jesus ele foi aceito e proclamado como “Rei dos Judeus” conforme Pilatos mandou escrever no alto da cruz. O título de Rei continua sendo atribuído até os dias de hoje e a Ele se pede na oração deste domingo: “concede-nos um reino de vida, de santidade, de graça, de justiça, de amor e de paz”. Assim também os cristãos rezam no Pai Nosso: “Venha a nós o vosso Reino”.
As outras duas leituras mostram também que ser rei segundo o coração de Deus é sinônimo de cuidado, de zelo, de compaixão, como se lê na primeira leitura: Tu apascentarás o meu povo Israel...” e ainda de acordo com São Paulo na carta aos Colossenses: “por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz”.
À Medida que o sonho de Deus vai sendo realizado no mundo é possível compreender também nas comunidades e na missão dos leigos na Igreja o que se reza no salmo sobre a cidade de Jerusalém: “Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!”. À medida que as Palavras e Ensinamentos de Jesus forem sendo colocadas em prática será possível perceber e dividir o sonho de uma Igreja nova, à qual o Papa Francisco vem se esforçando para mostrar ao mundo, mesmo enfrentando muitas resistências em diversas partes.

Que a celebração do ano da fé faça ver ao mundo que reconhecer Jesus implica muito mais do que chama-lo Rei, mas viver como ele viveu e acolher como ele ensinou.

domingo, 10 de novembro de 2013

PALESTRA MOTIVACIONAL

“ONDE ESTÁ O TEU TESOURO ALI ESTÁ O CORAÇÃO”
(Todo mundo tem um dia daqueles)

As palavras de Jesus são as mais adequadas para falar do tema a que se propõe a nossa conversa na tarde de hoje. Ao longo da vida, e por diferentes motivos o ser humano vai formando conceitos e estabelecendo níveis de verdade e aceitação das pessoas e das coisas. Assim, por exemplo, facilmente se diz: “tal coisa me faz bem, disto eu gosto e daquilo não”, e assim por diante.
Nas relações e contatos a pessoa vai estruturando modos de vida que podem trazer alegria e esperança, ou tristeza, desilusão, cansaço, medo, angústia, etc.
Uma figura  bíblica que facilita a compreensão do que é o sofrimento e o medo, é a Mulher Samaritana. Sem nome, desiludida e que se excluía do convívio social. (João 4).
Em contrapartida está a figura de Maria a Mãe de Jesus. (Magnificat)! Não lhe faltaram oportunidades para achar que a vida não tinha mais importância, ou melhor, para acreditar que a vida tinha lhe pregado uma peça. (Recordar diversas cenas da vida de Maria).
Citando essas pessoas pode-se recordar algumas centenas ao longo da historia da humanidade. Nelson Mandela – na áfrica;  Ghandi na Índia;  Luther King nos Estados Unidos; Luiz Inácio Lula da Silva, Olga Benário, Irmã Dulce em Salvador, D. Helder Câmara, Recife. Todos podem dizer como o poema de Cecília Meireles: “Aprendi com as primaveras a ser podado e renascer sempre mais forte”  (Poema Primaveras)
Quando se trata de não se deixar abater a primeira atitude é reconciliar-se com a imagem que se tem de sim mesmo.
 “A forma como sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta crucialmente todos os aspectos da nossa existência, desde a maneira como agimos no trabalho, no amor, no sexo, até o modo como atuamos como pais, avós,  e até onde alcança a nossa vida. A autoestima positiva é um requisito indispensável para uma vida satisfatória”. (A mulher invisível)

Gostar-se si mesmo tem um componente extraordinário que faz reconhecer e acreditar na competência pessoal. E isto é um elemento que dá forças para lidar com os desafios da vida, com as necessidades e com as emoções.
Sempre que se convive ou se deixa rodear por pessoas insatisfeitas e que vivem de mal com a vida se está sujeito a incorporar e adotar tal modalidade de vida. É neste sentido que se situa o ditado popular: “É preferível um triste santo a um santo triste”.
Todos os dias, se é desafiado a ouvir de novo o mesmo convite que Deus fez para Abraão:
“Deixa a tua casa, tua parentela, e vai para onde eu te mostrar”, parafraseando: “Deixa tuas certezas, tuas verdades, teus costumes, levanta os olhos para o horizonte e bota o pé na estrada”. A Utopia é a certeza de quem caminha. Quem tem sonhos olha para frente e com os pés no chão caminha em direção ao horizonte, tendo a certeza que nunca o alcançará, mas que ele é a meta para onde se caminha. Quem cultiva utopia é como um barco que sabe o porto para onde quer ir.
Facilmente se é tentado a confundir tudo com doença, depressão e outros males muitas vezes psicossomáticos. É Importante fazer com clareza uma diferenciação simples, mas muito importante entre depressão e sentimentos de fragilidade.
A depressão que pode se tornar uma doença crônica e incurável é uma espécie de morte existencial. A depressão coloca a pessoa num fosso de angústia, ansiedade, medo, confusão mental e espiritual. O depressivo  tem medo do amanhã e foge do ontem sem viver o agora.
Mas nem todo sentimento de medo, ansiedade, confusão mental e espiritual é depressão, eles podem ser apenas lapsos passageiros decorrentes de circunstâncias da vida. Agora quando a pessoa transforma estes lapsos em alimento cotidiano, então sim se cria um processo repetitivo e as portas se abrem para a depressão.
É uma ilusão querer estar sempre alegre. É normal sentir-se derrubado, chateado, ou na pior  de vez em quando.
Algumas situações podem ser causas de depressão, basta ver como são encarados:
a)     Perdas – econômicas, afetivas, sentimentais;
b)    Doenças – que podem causar danos ao sistema nervoso central;
c)     Níveis hormonais – O mau funcionamento de algumas glândulas pode modificar o humor de uma pessoa;
d)    Uso de álcool ou drogas
e)     Histórico de hipoglicemia.

Mas o principal aspecto causador da depressão é o da desistência.
 “Quando o homem deixar de ter esperança, podem apagar o arco Iris” (Mário Lago); ou “Homem que é homem não perde a esperança (Clip do Roupa Nova); Ninguém pode prender um sonho (Frei Fabreti)
Quando um indivíduo desiste de si mesmo ele se deixa puxar para dentro e acredita que todos os problemas estão fora dele, quando na verdade o problema mora dentro dele. E o que o ser humano mais gostaria é que os problemas fossem resolvidos por decreto, como escreve o poeta Paulo Leminski:
(Poema do Leminski)

BEM NO FUNDO


"No fundo, no fundo,
Bem lá no fundo,
A gente gostaria
De ver nossos problemas
Resolvidos por decreto

A partir desta data,
Aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
E sobre ela - silêncio perpétuo


Extinto por lei todo remorso
Maldito seja quem olhar para trás,
Lá prá trás não há nada,
E nada mais.

Mas problemas não se resolvem,
Problemas têm família grande,
E aos domingos saem todos a passear
O problema, sua senhora
E outros pequenos probleminhas."
Paulo Leminski


Depois que uma pessoa entra em estado depressivo, só vai sair disso quando não encontrar mais nenhum motivo externo para atribuir as razões do seu fracasso.
Uma das piores dependências e causas da depressão é o que se chama “dependência emocional”. O dependente não tem coragem de viver fora da proteção do útero, o calor do líquido amniótico é  muito mais confortável.
Para não se deixar abater pela depressão é importante ter em conta que a vida é feita de perdas e que a gente precisa compreender que sem a aceitação destas perdas não se vive. Assim a primeira perda é o útero materno; em seguida é a infância; a adolescência, a juventude, a idade madura, os laços afetivos, o emprego, os filhos, o marido (a mulher). (Seu eu pudesse - Pe. Zezinho...)
A pessoa pode produzir um círculo vicioso depressivo em torno de si e para os outros quando só consegue ver o erro e as fragilidades. Assim, em relação aos filhos: “Você não sabe nada”; “Você não faz nada certo”. O melhor remédio contra a depressão  é não subestimar a si próprio ou aos demais.
Dizer para si ou para outro: “isso ou aquilo não é nada, tem pouca importância, isso nem está doendo”. Nada disso ajuda. É preciso ser objetivo e fraterno: “Eu sei que dói, mas vamos cuidar disso”.
Cultivar sensação de bem estar, entender-se exatamente como a gente é com as fragilidades e imperfeições é o melhor caminho. A pessoa não adoece de depressão por causa de determinadas coisas ou situações. Ele se torna depressivo por não ser capaz de lidar com os sofrimentos e fraquezas de cada dia.
Guardar mágoa, cultivar raiva, alimentar sentimento de vingança, engolir os sofrimentos só para si, cuidar dos outros e não valorizar-se a si mesmo.
Lidar com os sentimentos de depressão é ser capaz de aceitar as emoções, elaborar e dar vazão a elas.
Cultivar sentimentos de culpa ou remorso: Se eu tivesse feito desse modo; Eu devia ter adivinhado aquilo, e assim por diante. O que você acha que deveria ter feito e não fez em nada vai contribuir para que as coisas sejam melhores. Ficar se autopunindo é admitir que errou intencionalmente. Nada de ficar pensando: Se não consigo fazer isso eu não sirvo para nada, devo ser punido. (vídeo motivacional)
O melhor remédio é não transformar os fatos em situação. É aceitar que os fatos existem que eu posso viver e ser melhor apesar deles.
A depressão é o resultado de atitudes inadequadas, a cura implica em mudar atitudes e posturas.

Ninguém deve se auto qualificar como incapaz, afinal “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos” e fazendo minhas as palavras do Papa Francisco: “Sempre é possível colocar mais água no feijão”, pois se a gente colocar nossa fé e ação vai dar tudo certo.

PALESTRA DO PADRE ELCIO

A MÃO HUMANA – PARA ALÉM DA ANATOMIA

Por conta dos  27 ossos, dúzias de músculos e milhões de nervos a mão humana pode segurar quilos, esmagar, quebrar, construir, realizar movimentos de precisão, realizar microcirurgias de complicadíssimo alcance, e um sem número de atividades físicas, sociais, laboriosas e etc.
Muito além destas possibilidades e de inúmeras outras que as circunstâncias permitem realizar, a mão humana é expressão de amor, de ódio, de indignação, de reprovação. A mão é um extraordinário instrumento de comunicação, se constitui num dos principais elos  de ligação da criatura humana com o mundo que está ao seu redor.
Tem-se noticia que os primeiros estudos em torno dos mistérios escondidos na mão, datam de 3.000 A.C. na civilização chinesa. Estudos da mesma natureza são conhecidos na Índia por volta de 2.000 A.C. Os gregos foram  fascinados estudiosos da simbologia retratada pelas mãos, é da Grécia que nos vem a palavra: Quirosofia: “Sabedoria da mão”.
Na civilização judaica pré-cristã  a mão e os gestos da mão ganham poder, dependendo de quem faz uso e como dela se utiliza: “Quando eu levantar a mão contra os egípcios e tirar do meio deles os israelitas, aqueles ficarão sabendo que eu sou o Senhor” (Ex. 7, 5). O profeta Isaias afirma: “O Senhor Deus pôs sua poderosa mão sobre mim e me avisou a mim e aos meus seguidores que não andássemos no caminho que o povo estava seguindo” (Is. 8, 11). No evangelho de Marcos tem-se um dos mais bonitos gestos de Jesus: “Então, Jesus abraçou as crianças e as abençoou, pondo as mãos sobre elas” (Mc. 10, 16).
No início do cristianismo os dedos da mão tiveram um papel especial para representar a sua crença: O polegar significava Deus Pai, o Indicador o Espírito Santo Santo e o dedo médio a pessoa de Jesus Cristo cujos dedos anular e mínimo significavam as duas naturezas: divina e humana.
Para os muçulmanos, os cinco dedos da mão representavam os diversos membros da sagrada família, sendo que o polegar representava Maomé. Para a religião Islâmica os cinco dedos também representam os cinco principais mandamentos:
Polegar: Celebrar a festa de ramadã;
Indicador: Realizar a peregrinação a Meca;
Médio: Dar esmola aos pobres;
Anular: Realizar todas as purificações necessárias;
Mínimo:  Combater todos os infiéis.
Os dedos são carregados de simbologia e representacionalidade.
Existe uma lenda chinesa muito interessante e que bem retrata a importância dos dedos da mão.
Os polegares representam seus pais.
Os indicadores representam seus irmãos e amigos.
O dedo médio representa você mesmo.
O dedo anular representa seu esposo/a.
Os dedos mindinhos representam os filhos.
Vamos fazer a experiência:
Primeiro junte as suas mãos, palma com palma, depois dobre para dentro os dedos médios (que representa você) unindo nós com nós.


Agora tente separar de forma paralela os polegares (representa os pais) você perceberá que se abrem, porque seus pais não estão destinados a viver com você até o dia de sua morte. Una-os de novo.

Agora tente separar da mesma maneira os dedos indicadores (representa seus irmãos e amigos) você perceberá que também se abrem porque eles se irão e terão destinos diferentes, como casar-se e ter filhos.
Tente agora separar da mesma forma os dedos mindinhos (representa os filhos) estes também se abrem porque seus filhos crescem e quando já não precisam de você, se vão. Una-os de novo.
Finalmente, tente separar os seus dedos anulares (o quarto dedo que representa o companheiro/a) você se surpreenderá ao ver que simplesmente não conseguirá separá-los. Isso acontece porque um casal está destinado a permanecer unido até o último dia de sua vida. E é por isso que o anel é usado neste dedo.
A mão, os gestos feitos com mão, tem um significado especial em todas as culturas. São posições de oração – erguer as mãos – manter as mãos sobre a cabeça, entrecruzar e apertar as mãos. Na índia os gestos das mãos são essenciais para a realização de danças sagradas. No ritual cristão e na religião católica são infindáveis os gestos feitos com a mão e a importância dada a cada deles. 
O Pe. Zezinho, que é um ícone da música sacra no Brasil, tem uma canção que diz assim: “Erguei as mãos com alegria, Mas reparti também o pão de cada dia”.
As crianças tocam tudo para sentirem as pessoas, os objetos, os espaços. As mãos são sensíveis ao toque, à vibração, à temperatura. As mãos distinguem a condição de uma superfície a textura de determinado material ou tecido, etc.
Um simples aperto de mão fornece importantes informações sobre a pessoa com quem se está se relacionando, o gesto pode significar calor humano, acolhida, hostilidade, força, amizade, coragem, fraqueza, tudo isso numa fração de segundos. Apertar a mão da pessoa amada na hora da sua morte é um gesto carregado de sentimentos e pode bem significar a ajuda que se quer dar neste último passo da vida.
Dizem os estudiosos da psicologia humana que desde o primeiro ano de vida as mãos do bebê expressam sentimentos de necessidade, alegria, tristeza, cólera, surpresa, de apreensão.
O psiquiatra Carl Jung (Médico e pensador suíço, que viveu até 1961, considerado o pai da psicologia analítica), escreveu: “...As mãos, cuja forma e funcionamento estão tão intimamente ligados com a psique, podem proporcionar expressões reveladoras, logo interpretáveis da peculiaridade psicológica, isto é, do caráter humano”.
Em síntese:
1)              A análise da mão ajuda a pessoa a aumentar o autorreconhecimento de forma mais aprofundada. Indica pontos fracos e fortes, põe em evidência ensinamentos que serão sempre necessários para a vida.
2)              A leitura da mão ensina que o conflito tem uma finalidade benéfica na vida e ajuda a desenvolver a sabedoria, a coragem, e a experiência.
3)              Ultrapassa padrões e projeções do limitado ser, indica onde se  está  e para onde pode ir? Mostra como a natureza psicológica pode afetar a saúde, carreira e relações. Indica o que é preciso para obter maior sentido de harmonia  equilíbrio na vida. Chico Xavier se pronunciou assim: Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.
4)              A quiromancia pode proporcionar um grau de autoconfiança e de fé em si mesmo ajuda a ultrapassar os desafios e obstáculos com otimismo e determinação. Há uma canção católica com a seguinte afirmação: Ninguém pode prender um sonho E impedir alguém de sonhar.Ninguém pode prender a esperança...”
5)              A análise das mãos torna a pessoa capaz de escolher os tipos de atividade a realizar  na vida de tal modo a sentir maior prazer, vantagem e autorrealização.
6)              É um auxílio para ver a vida como uma aventura que é vivida mais do que como uma série de problemas, dificuldades e castigos.
7)              Facilita a obtenção de força e de sabedoria interior que permite atravessar com coragem os momentos de dificuldade.
8)              Ajuda a compreender as necessidades reais e chegar a recomendação conveniente de terapia ou de prevenção.
Ler a mão de outrem é uma tarefa séria, exigente e de altíssima responsabilidade. Apresentar a mão para que outra pessoa faça a leitura implica permitir que este outro faça uma incursão na sua intimidade e, muitas vezes, naquilo que lhe é mais sagrado: A sua consciência. É como ler as cartas ou o diário de alguém!
A mão é ao mesmo tempo uma ferramenta e um determinante para a ferramenta. Jesus fala do poder da mão de diversas maneiras. Uma delas é o poder de dominar e oprimir: Mas, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”. (Mateus 5, 38-42). A mão é uma placa pré-impressa ao mesmo tempo é uma impressora quem se habilita a lê-la desnuda as profundezas, expõe as possibilidades.
A posição normal da mão é voltada para seu interior, diferente do rosto ela não precisa de uma máscara, ela não se serve de artifícios. Mostrar a parte interna das mãos é provar a pureza das intenções: “Olhe, não tenho nada para esconder de ti”.
É importante que seja estabelecido entre o leitor e aquele que se deixa ler um acordo de confiança e confidência absoluta. Ler a mão de alguém não pode ser um instrumento para impressionar ou seduzir, nem muito menos para obter controle sobre a vida do outro.
A honestidade é uma condição essencial em toda análise de mão. As observações são feitas de modo amável e sem caráter de juízo. Pode-se aplicar aqui a lição das “Três peneiras de Sócrates”. (Bom, útil e necessário).
A leitura da mão não é sinônimo de futurismo positivista nem tampouco de mensageiro da desgraça. Trata-se de apontar oportunidades.
Na condição de leitor de mão o intérprete não pratica nenhum tipo de terapia, nem consulta psicológica. Para ambos os casos, a honestidade daquele que lê é fundamental e depois de alguns encontros deverá encaminhar a pessoa para o tratamento adequado. A leitura de mãos pode conduzir para a dimensão do aconselhamento  e ajuda humanitária, mas nunca se confunde com tratamento psicológico ou religioso.
A função primeira da leitura de mãos é educar e ajudar a pessoa a se autoconhecer. Stephen Arroyo – (Astrólogo americano – na obra Psicologia Astrologia, e os quatro elementos: uma Abordagem Energia a Astrologia & Seu Uso nas artes de aconselhamento) ,  escreveu  que ao dar um conselho, ou ao receber uma constatação de qualquer natureza:
“Haveria de ter em mente que o simples conselho não acompanhado dos meios para uma compreensão mais aprofundada é de pouco valor, pois cada pessoa deve fazer o seu próprio trabalho e deve, pela sua própria experiência, chegar à máxima consciência que lhe permita superar ou transcender a dificuldade”.

Isso implica compreender que o próprio sujeito que se apresenta para a leitura de mãos precisa procurar, por si mesmo solução para os seus problemas.

sábado, 9 de novembro de 2013

HOMILIA PARA O DIA 09 DE NOVEMBRO DE 2013

EU CREIO QUE O MEU SENHOR VIVE...

A profissão de fé que os cristãos pronunciam a cada missa e que recitam com certa frequência também nas orações diárias faz uma série de afirmações próprias de quem tem certeza daquilo que está dizendo. Entretanto,  a força da palavra nem sempre se confirma no cotidiano das ações. Não é raro cristãos católicos que também creem na reencarnação e em tantas outras doutrinas que não estão contidas na renovação da fé que se faz de modo solene também em momentos especiais da vida como o batismo, a  primeira comunhão e a crisma.
Pois as leituras da Palavra de Deus deste domingo ajudam a perceber como é importante a sintonia entre aquilo que se acredita e o modo como se vive a fé. No texto de Macabeus, os irmãos realizam na prática o que acreditavam no coração: Prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará”. É uma das poucas referências à vida eterna que se encontra no Antigo Testamento. Atestam sua fé no Deus que garante uma vida onde os sofrimentos do tempo presente não tem comparação com a glória futura.
Com tão extraordinária maneira de entregar-se nas mãos de Deus, é possível também hoje rezar como o Salmista: “Ao despertar, me saciará vossa presença e verei a vossa face!”. Ou ainda ter a certeza que moveu São Paulo e que ele expressa na carta aos Tessalonicenses:Nosso  Senhor Jesus Cristoe Deus nosso Pai, que nos amou em sua graça e nos proporcionou uma  Consolação eterna e feliz esperança, animem os vossos corações e vos confirmem em toda boa ação e palavra”.
Já no Evangelho Jesus desmonta mais uma armadilha dos entendidos em lei e de novo não responde a partir da mesquinhez da pergunta, ele vai muito além, dizendo em que consiste a Vida Eterna. Longe de ser uma continuação com os limites e fragilidades deste mundo Jesus afirma: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram”.

Esta categórica afirmação de Jesus refirma a perspectiva de futuro centro da fé cristã. Essa verdade só pode ser compreendida por quem compreende também que a morte não significa um prolongamento da efêmera vida nesta terra, pelo contrário, trata-se de uma passagem que transforma  a vida em algo muito melhor. E naturalmente como toda transformação e passagem exige coragem e determinação que os cristão buscam na oração pessoal e coletiva como se faz a cada domingo.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

HOMILIA PARA O DIA 03 DE NOVEMBRO DE 2013

SEJAM SANTOS COM O PAI DE VOCÊS É SANTO
A vida humana é marcada por inúmeras buscas e desafios. Cada vez que se toma conhecimento de alguma condição melhor para se viver a pessoa empreende todos os esforços a fim de ir para uma determinada região, galgar um novo emprego, mudar de cidade e assim por diante.
Na solenidade de todos os santos a Igreja dá graças a Deus com estas palavras: “Festejamos hoje a cidade do céu, a Jerusalém do alto, nossa mãe, onde nossos irmãos, os santos, vos cercam,  e cantam eternamente o vosso louvor. Para essa cidade caminhamos pressurosos, peregrinando na penumbra da fé, alegres por saber que estão na vossa luz tantos membros da Igreja que nos dais ao mesmo tempo como exemplo e ajuda inestimável”.
É cada vez mais aceita a compreensão de que ser santo significa viver em plenitude as virtudes do evangelho e por isso costuma-se qualificar as pessoas com o título de santo(a) não necessariamente por ter feito muitos milagres, mas porque sua vida serve de exemplo e modelo para quem ainda está a caminho.
Quando se quer ir para algum lugar que não se conhece bem, uma atitude sábia é consultar alguém que já esteve por lá. Quase sempre aquele que é procurado dá uma série de indicações sobre como proceder, seja no caminho, seja na estadia naquele lugar estranho.
É sobre esta ótica que se celebra o dia de todos os santos. Recordam-se os irmãos e irmãs que viveram num tempo determinado, num lugar e condição específica e que acertaram os passos na vida. As leituras proclamadas enaltecem esta situação e fortalecem a confiança.
No texto do Apocalipse o autor se confia à multidão dos que lavaram suas vestes no sangue do cordeiro e agora proclamam: “"A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro. Amém. O louvor, a glória e a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém".
Já a carta de João faz valorizar a filiação e por meio dela ter convicção que todos são herdeiros e poderão transitar livremente na cidade do céu, cuja ação de graças se proclama na missa.
Naturalmente que aqueles que assim procederam se enquadram entre os bem aventurados de quem Jesus fala no Evangelho e a quem ele  convida: “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.
Em resumo, todos poderão participar  da multidão dos que são filhos de Deus e para isso basta tomar algumas atitudes muito simples, embora exigentes e que transformem o cotidiano das relações na família, na sociedade e na Igreja.