A MINHA ALMA TEM SEDE DE VOS, Ó MEU DEUS...
Em qualquer lugar onde convive, o sujeito
está cercado de outras pessoas. Algumas tem responsabilidades semelhantes e
realizam até atividades muito parecidas umas com as outras. Mas há os que tem
tarefas e incumbências muito distintas. Nas relações o sujeito precisa ser
capaz de reconhecer até onde ele pode ir com seu modo de ser, com suas
características e suas certezas. Estas
realidades é o que se pode chamar de “sede de Deus” ou necessidade de
compreender os projetos de Deus e que relação eles tem com o dia a dia das
pessoas e das comunidades.
No domingo passado, Jesus havia feito um
elogio e confiado uma enorme responsabilidade para o apóstolo Pedro. No texto
de hoje, Pedro aparece como um sujeito que não havia compreendido nada do que
significava ter a chave do Reino dos Céus. Pensa com a cabeça dos homens, se
distância dos desígnios que o Pai preparou para o mundo. Repreende Jesus por
causa das suas declarações e recebe como resposta: “Você não pensa as coisas de
Deus. Afaste-se de mim satanás”.
Ao declarar que estava ciente do que iria lhe
acontecer Jesus está mostrando que reconhece seus limites e até onde vão suas forças, porém não perde sua
confiança em Deus: “Para mim fostes sempre um socorro;
de vossas asas à sombra eu exulto! Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão
me sustenta”. Por isso mesmo ele não “foge da sua responsabilidade”,
aceita a cruz e o caminho que ela apresenta.
Esta
atitude de Jesus precisa ser entendida por todos os que se declaram seus
seguidores, como afirma São Paulo na carta aos Romanos: “Não vos conformeis com o mundo, mas
transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que
possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe
agrada, o que é perfeito”.
Em
todos os tempos e lugares as pessoas são desafiadas a compreender as conquistas
e os desafios que vida lhes impõe e diante deles enxergar Deus presente e sua
mão protetora que faz com que a força da fé garanta a capacidade de “compartilhar
com todos a cruz, a morte, a ressurreição e a alegria pela vitória”.
Que
a eucaristia deste domingo seja fonte de coragem e de comunhão dos cristãos
entre si e com o mundo que os rodeia.