DÊEM
VOCÊS MESMOS DE COMER...
Estamos entrando, mais uma
vez em período eleitoral. Os candidatos a diversos cargos começam se apresentar
cada um com uma proposta mais mirabolante que a outra. As discussões sobre os
programas sociais do governo e outras que envolvem a economia e a mobilidade
urbana estarão em pauta em todos os debates políticos.
Independente de qual seja a
função e quem responde por ela, é certo que aqueles que têm alguma
responsabilidade na sociedade têm o dever de garantir às pessoas qualidade de
vida. Isso é condição fundamental.
Preocupar-se com a vida
daqueles que estão sob os seus cuidados é um dever dos pais, dos professores,
dos governantes, dos padres, dos religiosos, dos políticos e assim por diante.
Levar a sério esta tarefa é uma questão de vocação.
No mês de agosto, tradicionalmente,
a Igreja pede as orações de todos a fim de cada pessoa tenha maior compreensão
da graça que Deus lhe dá e das responsabilidades que sua vocação lhe exige.
Sob esta ótica, as leituras
de hoje tratam exatamente da responsabilidade e da vocação de todos os que têm
sob seus cuidados algum grupo de pessoas. As leituras falam de garantir condições
mínimas que garantam dignidade de vida.
O profeta Isaias, que escreve
há quase setecentos anos antes do nascimento de Jesus, faz um convite ao seu
povo: “Â vós
todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei,
vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite, sem nenhuma paga. Por que gastar dinheiro com outra coisa que não o pão, desperdiçar o salário senão com satisfação completa? Ouvi-me
com atenção, e alimentai-vos bem, para deleite e revigoramento do vosso corpo”.
E São Paulo, escrevendo aos Romanos, dá uma
palavra de conforto: “Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação? Angústia?
Perseguição? Fome? Nudez? Perigo? Espada? Em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou”.
Por isso mesmo a Igreja inteira reza no salmo: “Vós abris a vossa mão e
saciais os vossos filhos”. Exatamente isso fez Jesus, quando a multidão estava
fascinada pela sua palavra e nem percebia que se distanciava dos recursos e da alimentação necessária.
Interrogado pelos discípulos sobre o que fazer com a
gente faminta, Ele responde à queima roupa: “Deem vocês mesmos de comer”. Naturalmente
Jesus também faz a sua parte, organiza a multidão em grupos, reza com confiança
ao Pai e pede que o pouco de cada um seja distribuído entre todos. O resultado
não poderia ser outro: “Sobraram doze cestos, depois que todos comeram”.
A palavra de Deus neste domingo ensina a cada um e a
todos que ser fiel à sua vocação implica sentir compaixão e ser responsável pelo
Ser humano inteiro em todas as suas necessidades. Isso vale para os pais, para
os professores, para os líderes de comunidades, para as autoridades e por que
não para os políticos.
Render graças a Deus é uma ação que a comunidade faz
cada vez que se reúne em oração, ao mesmo tempo em que pede a graça de ser fiel
à sua vocação e responda com seriedade aos compromissos que assumiu diante de Deus
e diante de todos.
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