sexta-feira, 24 de outubro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 26 DE OUTUBRO DE 2014

FILHINHOS, NÃO AMEMOS SÓ COM PALAVRAS, MAS TAMBÉM COM ATOS...

Dentre os muitos conceitos para a palavra “AMOR”, um deles significa respeitar o outro, seu modo de ser, suas convicções, seu pensamento, sua liberdade e assim por diante.  Nestes últimos dias da campanha eleitoral é possível ver em todos os níveis  e por diferentes pessoas a falta de respeito pelo pensamento e pela escolha política de cada um. E pior que isso tudo feito em nome da fé, por gente que se diz cristão e que até frequenta regularmente a Igreja.
Estas atitudes, na verdade, acompanham o ser humano  ao longo da sua existência.  No texto proclamado do livro do Êxodo  é possível notar com clareza que os judeus, povo escolhido e libertado por Deus, tinham práticas discriminatórias em relação aos estrangeiros e a quem pensava diferente deles.  O autor do livro lhes faz uma dura advertência pedindo o respeito, o cuidado e o amor para com todos e ao mesmo tempo faz uma ameaça: “Não oprimas nem maltrates o estrangeiro, pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito. Não façais mal algum à viúva nem ao órfão. Se os maltratardes, gritarão por mim e eu ouvirei o seu clamor. Minha cólera, então, se inflamará e eu vos matarei à espada; vossas mulheres ficarão viúvas
e órfãos os vossos filhos”
.
São Paulo, pelo contrário,  na carta aos tessalonicenses faz um elogio àquela comunidade que se tornou um sinal do amor de Deus E vós vos tornastes imitadores nossos, e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações... Assim, nós já nem precisamos falar, pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses, para servir ao Deus vivo e verdadeiro”.
No evangelho, mais uma vez os entendidos em escritura preparam uma armadilha contra Jesus: “Mestre qual é o grande mandamento da lei”. Mais uma vez a sabedoria do Filho de Deus se  sobrepõe à esperteza dos seus conterrâneos. Ele não faz uma hierarquia, mas apresenta dois lados do mesmo mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo”.
Com esta afirmação Jesus declara  que todas as outras atitudes dependem deste comportamento. Naturalmente que a Palavra de Deus que se proclama neste domingo tem relação direta com toda a ação humana.

Sendo possível tirar uma lição para a vida cotidiana ela é muito simples e fácil de ser vivenciada: “Não amemos só com palavras, mas também com atos”.  É isto que a Igreja reunida pede em oração comunitária como se faz no Salmo: “Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, a minha rocha, meu refúgio e Salvador! Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa salvação”.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 19 DE OUTUBRO DE 2014

DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE DEUS...

Estamos vivendo os últimos dias da “corrida presidencial” entre os temas que ocupam boa parte dos debates sobre a função da pessoa que vai ocupar a mais alta responsabilidade no País estão questões relativas a carga tributária, a corrupção, a distribuição de rendas, a função dos bancos públicos, ao acesso ao crédito, ao trabalho, saúde e educação.
Quem fez o que, quem faz o que, quem deixou de fazer, são todos assuntos em pauta nestes dias. Diante disso qual deve ser a posição cristã no meio destas inúmeras situações e preocupações que envolvem o futuro de cada pessoa e do Brasil inteiro.  A quem confiar o voto para exercer tão importante tarefa?
Ora, a Palavra de Deus proclamada neste domingo parece responder com serenidade esta questão. O profeta Isaias fala sobre as funções do administrador no seu tempo e diz assim: Por causa de meu servo Jacó, e de meu eleito Israel, chamei-te pelo nome; reservei-te, e não me reconheceste. Eu sou o Senhor, não existe outro: fora de mim não há deus. Armei-te guerreiro, sem me  reconheceres, para que todos saibam, do oriente ao ocidente, que fora de mim outro não existe. Eu sou o Senhor, não há outro”.
E São Paulo, com seus companheiros escreve aos tessalonicenses o que pode ser uma espécie de carta para as comunidades cristãs do nosso tempo: Porque o nosso evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força que é o Espírito Santo; e isso, com toda a abundância”.
Por sua vez, no evangelho é Jesus quem desmonta a armadilha dos entendidos em escritura, os mestres do povo de Israel: “'Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” E Jesus fez com sabedoria este discernimento, pois, como disseram os próprios fariseus: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros,
pois não julgas um homem pelas aparências”.
Esta Palavra de Deus é um grande auxílio para a escolha que o brasileiro fará no próximo domingo: Escolher um governante que não se coloque no lugar de Deus, como o salvador da Pátria  e que se diga capaz de resolver todos os problemas num piscar de olhos. Votar em alguém que não se julgue saber todas as coisas, mas que seja capaz de procurar ajuda e se deixe guiar pela Palavra de Deus. E finalmente cumprir o dever de cidadão: Os impostos não são justos, mas são legais. Pagar de modo correto todos os tributos é uma condição cristã, pagar e exigir que eles sejam reduzidos, simplificados, e aplicados corretamente em benefício da população inteira e não em benefício de alguns.

Rezando em comunidade a Igreja pede por todos e com todos eleva ao Pai ações de graças e preces para que o Brasil seja uma terra de todos onde se reconheça que o único Deus verdadeiro é o Pai criador de tudo e de todas as coisas. 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 12 DE OUTUBRO DE 2014

SANTA MÃE MARIA...

Na piedade católica os nomes dados a Maria são incontáveis. As diferentes Igrejas Cristãs contestam muitas das práticas devocionais que os católicos fazem e até algumas verdades sobre a pessoa de Maria. Mas uma coisa ninguém pode negar: Ela é a Mãe de Jesus. Diante deste fato todos os outros títulos e devoções são muito menos importantes. O padre Zezinho, na sua sabedoria musical canta: “O povo te chama de Nossa Senhora, por causa de Nosso Senhor, O povo te chama de mãe e rainha porque Jesus Cristo é o Rei dos céus” Esta é  mais absoluta verdade.

Neste domingo em que a Igreja celebra a Mãe Aparecida vem à mente e ao coração de todos a presença acolhedora e carinhosa daquela que nunca se esqueceu de nós em seu amor. Os poucos relatos bíblicos que falam de Maria, fazem perceber que ela está próxima das pessoas nos momentos que mais precisam.

No relato de hoje a parábola da transformação de água em vinho. Muito mais do que o fato relatado por João como o primeiro milagre de Jesus, é importante reconhecer o sentido que está por trás do relato. O Vinho novo da festa de casamento é a própria pessoa de Jesus que para a história do mundo dividiu o tempo em Antes de Depois. Para os cristãos ele é o Vinho Novo da nova relação de Deus com a humanidade.

Tudo o que era velho passou, todas as profecias e promessas foram cumpridas na pessoa de Jesus que se fez homem. Ora e neste sentido qual é a importância de Maria? Deus a escolheu, Ele quis precisar da mediação humana para dar ao mundo o Vinho Novo. 

Aceitando ser a mãe de Jesus a mulher de Nazaré começa sua primeira tarefa que consiste em aproximar a humanidade de Deus.  Sem muitas palavras e com muito trabalho Maria aparece como figura indispensável no projeto de dar Cristo ao mundo.


O diálogo  das bodas de Caná continua sendo sintetizado no mais extraordinário conselho que a Mãe de Jesus oferece para a humanidade: “Façam tudo o que Ele lhes disser”.  Reunida em oração a Igreja dá graças a Deus pela figura de Maria na história da salvação ao mesmo tempo pede a graça de ser sempre mais acolhedora do conselho mariano. Neste sentido todos rezam com todos: Mãe de Jesus Maria me empresta, por favor, o teu coração. 

sábado, 4 de outubro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 05 DE OUTUBRO DE 2014

PRODUZAM FRUTOS DE JUSTIÇA

O voto dos brasileiros neste domingo definirá o futuro  do País pelos próximos anos.  A seriedade com que cada eleitor fará uso deste direito que é um instrumento para a prática da  justiça pode ser entendida como um exame de consciência em relação à participação e capacidade de perceber os sinais do Reino de Deus no meio do mundo.
A primeira leitura e o Evangelho proclamados na liturgia podem perfeitamente ser aplicados aos eleitores e aos candidatos que se apresentam para receber o voto de  confiança.
O profeta Isaias fala de uma vinha plantada e cuidada com todos os  recursos e que, no entanto, não teve produção adequada. A leitura termina dizendo que a vinha é o povo de Israel, por quem Deus havia demonstrado muito cuidado. Ora, se o texto fosse aplicado aos cidadãos brasileiros, certamente se poderia perguntar: Em que medida cada pessoa cumpriu o seu papel na família, na escola, na sociedade, na Igreja, e assim por diante. O direito de escolher representantes dignos e altura das responsabilidades está sendo merecido? Do mesmo modo se poderia perguntar quanto aos candidatos que se apresentam: São pessoas de ficha limpa? Aqueles que já exercem algum mandato eletivo cumpriram o seu papel “recompensando a sociedade pela confiança que neles foi depositada”?
Já no Evangelho, mais uma vez, Jesus está com os doutores da lei  dialogando com eles Jesus retoma o texto do profeta Isaías que os entendidos em escritura sabiam muito bem. Quando Jesus lhes pergunta sobre qual atitude o dono da vinha  deveria tomar com aqueles que não cumprem corretamente suas obrigações,   eles não tem dificuldade em responder: “Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e  arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo”.
Uma vez dada esta resposta, Jesus aplica a eles mesmos dizendo que o Reino de Deus lhes será tirado e dado a outros. Neste sentido,  o Evangelho pode também ser aplicado ao Brasil, aos brasileiros e aos candidatos. O poder do voto pode dar e tirar a confiança, vai depender de seriedade dos eleitores. Para todos cabe a sentença do profeta: “Eu esperava deles frutos de justiça – e eis a injustiça, esperava obras de bondade e eis a iniquidade”.

É neste aspecto que ganha ainda mais importância a oração da comunidade que reunida que sobe ao céu como se faz no Salmo que é rezado na liturgia deste domingo: “Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes! E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!  Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos!  A vinha do Senhor é o Brasil e os brasileiros!