sexta-feira, 28 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 30 DE NOVEMBRO DE 2014

BRILHE A VOSSA LUZ...

Os noticiários desta semana acenaram para uma situação que a liturgia deste domingo tem em alta estima. O tempo do advento nos quatro domingos que antecedem o natal é repleto desta certeza, isto é, o Cristão vive da e na Esperança.
Podemos citar a viagem do Papa à Turquia com seu apelo pelo diálogo e a tolerância entre as religiões, no Brasil o anúncio da nova equipe econômica do governo que reacendeu as luzes da credibilidade no crescimento e na garantia de estabilidade da economia. As multidões que foram as lojas na sexta fera de promoções, o estado de saúde do rei Pelé.  Todas estas tem seu fio condutor na Esperança de que algo bom possa acontecer.
Isto é o advento, faz os cristãos se sentirem ávidos e grávidos de esperança.  O profeta Isaías proclama: “Ah! se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti... Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos”. O profeta tem certeza que Deus trata a cada um como se dele fosse um pai. Toda a primeira leitura é eco de Esperança.
Do mesmo modo a resposta que os cristãos rezam no salmo de resposta: “Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!”.
Aos coríntios, São Paulo convoca a reacender a esperança e fazer com seriedade a obra que aprenderam quando conheceram o evangelho de Jesus Cristo: “Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós”. 
O alerta que Jesus faz no evangelho é se situa no contexto das provações e dificuldades que continuam ameaçando a o cotidiano das pessoas, diante disso ele fala com veemência: ‘Fiquem atentos...  portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”“.
Nos dias que antecedem o natal, mais do que nunca é importante ser perseverantes em fazer o bem, em construir comunhão. É necessário não perder a esperança, a alegria e a confiança.

Que a oração intensa deste tempo ajude os cristãos a se mante vigilantes e que sua luz brilhe diante de todos. 

sábado, 22 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 23 DE NOVEMBRO DE 2014

REINO DA VERDADE E DA JUSTIÇA, DO AMOR E DA PAZ...



Não é raro que se ouça a expressão: “Missão cumprida”. Estas palavras significam que a pessoa a quem elas se aplicam deu conta do recado, terminou bem uma tarefa, realizou com perfeição a atividade que havia se proposta a fazer e assim por diante.  E quando termina bem o sujeito se considera realizado e normalmente recebe felicitações daqueles que estão próximos ou que reconhecem o êxito do empreendimento.
Na liturgia da Igreja, este é o último domingo do ano e nele se celebra a solenidade de Cristo Rei do Universo. O título dado a Jesus, muito mais do que significar a grandiosidade da pessoa significa o reconhecimento pelo cumprimento da sua obra. Deus que se fez homem veio para reunir em torno de si toda a humanidade. 
O texto que São Paulo escreve aos coríntios e que foi proclamado hoje diz: A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. Pois é preciso que ele reine até que todos os seus
inimigos estejam debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.

E, quando todas as coisas estiverem submetidas a ele, então o próprio Filho se submeterá àquele que lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos”
.
De fato esta a realeza de Jesus: Dar um basta a tudo o que causa o fim. São Paulo é categórico: Quando ele destruir a morte, então será o fim. E foi exatamente isso que fez Jesus, ressuscitando garantiu que nele todos terão a vida.
É neste sentido que se lê a parábola do Juízo Final. As consolações que o Rei oferece, são para aqueles que em vida fizeram alguma coisa a favor da vida. Vinde benditos de meu Pai, porque eu estava necessitado e vocês vieram me ajudar! Por outro lado as desfortunas para quem nunca colaborou com a fragilidade e a necessidade alheia não poderia ser outra: “afastem-se de mim malditos”.
É com este espírito que a liturgia faz reverência a Cristo Rei, o Senhor que deu a vida e tudo fez para que as pessoas pudessem viver melhor. Esta será também a recompensa e a titulação que cada cristão receberá de acordo com as ações que tenha desenvolvido ao longo dos seus dias.
Nenhum título é mais importante do que o consolo de ser chamado: “Vinde benditos de meu Pai e recebam  o Reino que lhes foi preparado”.
A Igreja reunida nesta solenidade reza unida para que o mundo todo reconheça que pode colaborar com a construção de um reino da verdade, da justiça, da paz e do bem.
            

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 16 DE NOVEMBRO DE 2014

ORA ET LABORA – REZA E TRABALHA...

Uma das preocupações modernas é com um futuro, com a aposentadoria, com  a velhice, com a segurança em relação ao amanhã.  Fala-se com muita frequência em plano de previdência,  poupança para quando envelhecer, fazer alguma reserva para quando tiver necessidade e assim por diante.  Toda essa preocupação tem sua razão e importância, mas não resta dúvida que elas vão acontecendo de acordo como a pessoa conduz o seu dia a dia.

Assim também acontece em relação à vida de fé, à esperança na vida eterna, ao encontro definitivo com Deus e assim por diante. No calendário litúrgico este é o penúltimo domingo do ano. As leituras que são proclamadas apontam para o resultado das escolhas que cada um fez ao longo do ano em relação à vivência dos valores e sua prática espiritual.

No livro dos Provérbios, tem-se  uma espécie de desenho de como pode ser o futuro de uma pessoa a partir da sua prática diária: Referindo-se  à mulher como companheira fiel do marido o autor fala que é feliz a pessoa que tem ao seu lado alguém que seja trabalhador, honesto, caridoso, sincero, o texto diz assim: “Feliz o marido que confia plenamente na sua esposa, ela não lhe trará nenhum desgosto... o encanto é enganador e a beleza é passageira, quem teme o Senhor merece louvor”.

Deste modo o salmo que a comunidade é convida a rezar repete com insistência: “Felizes são os que amam o Senhor e trilham seus caminhos”.  Nesta mesa direção está a palavra de São Paulo aos Tessalonicenses: “Vocês são filhos da luz, então caminhem como gente que vive nesta condição. Não se deixem enganar”.
E a longa parábola dos talentos termina com uma conclusão lógica, não se trata de uma ameaça, ou de um castigo. Aquele que nada fez para fazer seus talentos crescer pode ter certeza de uma coisa: “perderá até aqueles que julga possuir”. Ninguém vai lhe tirar, mas estes se perderão pelo caminho da sua inoperância.
Neste sentido se pode compreender a preocupação com o futuro, ela tem sim importância, mas ganha segurança à medida que a pessoa vive cada dia fazendo  máximo que pode para que seu cotidiano seja melhor.
Deus colocou o mundo inteiro a disposição do ser humano, para que  o seja cuidado e melhorado. Esta realidade só vai acontecendo quando cada um fizer a sua parte. Para isso os cristãos contam sempre com a oração de todos e com a prece da Igreja.

Reunindo-se agradecem o que recebem e proclamam o desejo de continuar administrando com zelo os dons que receberam do criador. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 09 DE NOVEMBRO DE 2014

GLÓRIA A TI IGREJA SANTA...

Por todos os recantos, nas vilas e povoados, frequentemente se encontram sinais sagrados. Uma cruz à beira da estrada, uma pequena capelinha, uma Igreja um pouco maior e por trás de todos estes sinais estão pessoas com um ideário de fé invejável. As razões porque cada um erigiu e cuida destes espaços sagrados são também incontáveis como os próprios espaços.
É também  muito comum à medida que se vai formando um núcleo populacional as pessoas se reúnam para construir sua Igreja, ou seu lugar para o encontro de oração comunitária. Aos poucos se organizam as comunidades os serviços, os ministérios, as responsabilidades e assim por diante.
No Vale do Rio do Peixe, diversas cidades têm na Igreja o seu ponto turístico mais importante e quase não há cidade na região que divulgue suas ações e sua história sem uma foto da Igreja Matriz em destaque.
Mas, que relação tem esse cuidado com a fé das pessoas que residem no seu entorno e com a celebração litúrgica deste domingo?  Ora, faz parte da compreensão religiosa de todos os povos reservar um lugar onde consideram a morada de Deus, o ponto de encontro com as divindades, o seu lugar sagrado.
Hoje a Igreja traz para a lembrança a Basílica do Latrão.  Construída em Roma no quarto século do cristianismo  é considerada a mãe de todas as Igrejas. Claro que isso tem muita importância, mas, sobretudo, essa lembrança ganha ainda mais importante quando a Igreja feita de pedras vivas – de gente – se reúne para rezar e para cuidar da Igreja de pedra, e mais ainda cuidar da gente que faz a Igreja.
É neste sentido que a leitura do profeta Ezequiel ganha ainda mais importância. Narrando a nascente de um rio a partir da porta do templo o profeta afirma: Aonde o rio chegar, todos os animais que ali se movem poderão viver. Haverá peixes em quantidade, pois ali desembocam as águas que trazem saúde; e haverá vida aonde chegar o rio”. Esta frase pode ser muito bem compreendida como uma espécie de mandamento para toda a Igreja: “onde tem Igreja precisa haver vida em abundância”.
São Paulo na carta aos Coríntios faz uma afirmação categórica: “Irmãos: Vós sois construção de Deus. Segundo a graça que Deus me deu, e ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que está aí, já colocado: Jesus Cristo”.
Estas palavras estão plenamente de acordo com a atitude de Jesus quando viu que o Templo, lugar do encontro com Deus, e as pessoas que iam até lá para ver Deus, ambos estavam sendo profanados. Ele não tem medo de dar um basta, derruba tudo e afirma que antes de qualquer prescrição legal é preciso cuidar das pessoas que são também  morada de Deus.
Considerando isso surge, hoje, mais que em outros tempos a necessidade de rezar pela Igreja. Não sem razão o Papa Francisco tem feito tantas solicitações pedindo orações por ele e pela Igreja. E afirma com insistência: A Igreja não pode ser transformada numa alfândega pastoral, na qual as pessoas tenham dificuldade de chegar, ela precisa ser acolhedora.

Reunidos em ação de graças os católicos são convidados a rezar pela Igreja e a respeitar a Igreja, mas acima de tudo respeitar, rezar e amar as pessoas que formam a Igreja. 

sábado, 1 de novembro de 2014

HOMÍLIA PARA O DIA DE FINADOS DE 2014

NÃO MORRO, ENTRO NA VIDA...

Poucas situações causam tanto medo ao ser humano, quanto o medo da morte. Ao mesmo tempo poucas situações humanas recebem tanta atenção quanto o cuidado com os mortos. Dentre os lugares bonitos e bem cuidados e que despertam interesse de grande parte da população estão os cemitérios.
A prática de cuidar dos mortos já estava presente no cristianismo primitivo por quem a comunidade já fazia orações. Muito cedo os cristãos passaram a proclamar sua fé na ressurreição dos mortos e na comunhão dos santos.
Embora sem entender e sofrendo muito com  a morte dos seus entes queridos, faz parte das certezas cristãs a possibilidade do encontro com aqueles que já partiram. Essa certeza na ressurreição garantida por Jesus o Filho de Deus consola a tristeza, enxuga as lágrimas e aponta para a transformação que acontece em Deus na vida daqueles que já não estão mais caminhando neste mundo.
As diversas leituras bíblicas que se aplicam para consolar os corações sofridos pela morte e que são proclamadas na solenidade de todos os santos tem um pano de fundo comum: acreditar que a morte não é um fim, mas uma transformação cuja realidade todos os humanos haverão de experimentar é o maior conforto que os fiéis encontram visitando e cuidando do local onde repousam os seus entes queridos.
As leituras e orações previstas na liturgia da Igreja para o dia de Finados são um reforço aos cristãos a fim de que vivam os seus dias com os olhos voltados para um mundo novo, no qual a bondade e a misericórdia do Deus da vida serão reveladas em plenitude.

Por esta razão, os cristãos reunidos pedem em oração comunitária: “Escutai com bondade as nossas preces e aumentai nossa fé no Cristo Ressuscitado, para que seja mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas”. 

HOMILIA PARA O DIA DE TODOS OS SANTOS 01/11/2014s

SEJAM SANTOS, COMO O PAI DE VOCÊS É SANTO...

No dia do batismo os cristãos recebem uma missão, um privilégio e uma graça. Com a unção do óleo a as palavras do ministro: “Você foi batizado para ser no mundo sinal de Jesus Cristo  sacerdote, profeta e pastor.
Estas palavras são suficientemente claras para fazer entender  que significa ser santo. Porém a festa de todos os santos, colocada na liturgia da Igreja para o dia 01 de novembro reforça essa incumbência e ajuda a melhor compreender o sentido da expressão: “Sejam santos como o Pai de vocês é santo!”.
No texto do Evangelho, mais uma vez Jesus aparece falando para uma multidão, em nenhum momento no discurso de hoje ele usa a expressão Santo, mas repete 9 vezes a expressão “Bem aventurados”, cujo significado pode ser entendido como “Felizes”.  Ora, claro está que para ser feliz algumas condições são necessárias e Jesus também relata diversas destas condições: “pobreza de espírito, mansidão, misericórdia, cultivar a justiça, pureza de coração, ser pacificador, não guardar mágoa e se preciso for sentir também aflição.
Todas estas situações Ele mesmo experimentou em sua vida terrena, no seguimento daquilo que fez Jesus muitos homens e mulheres, no seu tempo e na sua história de vida também vivenciaram. Por isso eles são chamados de santos, e muito mais do que aqueles que são venerados em nossos altares, a multidão dos santos se confirma por  aqueles que tem o privilégio, de ser chamado “Filho de Deus”, ou como se reza no salmo: “Tem as mãos limpas e inocente o coração” e que a primeira leitura proclamou são aqueles que cantam "Amém. O louvor, a glória e a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém"
Sem receio e sem hipocrisia todos podem fazer da multidão que ninguém pode contar que estará de pé diante do trono e do cordeiro e a condição é simples e já foi vivida por muitos: Ser no meio do mundo Sinal de Jesus Cristo.

Deixar-se transformar em Corpo de Cristo, como se reza na oração Eucarística em cada missa.