quinta-feira, 2 de abril de 2015

HOMILIA PARA A SEXTA FEIRA DA PAIXÃO - 03 DE ABRIL DE 2015

EIS O LENHO DA CRUZ...
Não precisamos ir longe para perceber que a sociedade hoje tem muitas cruzes. Casos graves de corrupção e desvio de dinheiro público sem solução ou punição. Em Santa Catarina, professores e outras categorias em greve. Para fazer “funcionar a escola”, diretores e gerentes de Educação orientam os pais para que  mandem seus filhos a escola. Lá eles ficam horas no ginásio de esportes ou com atividades diversas que não são aulas e isso eles chamam “educação de qualidade”.
A Celebração da Sexta Feira Santa na liturgia da Igreja atualiza o sofrimento de Cristo na cruz, nele se pode dizer “Páscoa de Cristo – Páscoa da Gente”! Os cristãos não se reúnem para lembrar um fato ocorrido há dois mil anos, mas, pelo contrário, celebram  o sofrimento de Cristo que se repete no sofrimento do povo.
Celebrar piedosamente a Sexta Feira da Paixão implica fazer alguma escolhas. Pode-se agir como Pilatos, lavando as mãos diante das cruzes,  outra atitude possível é a de Pedro: “Não sei quem ele é e nunca vi este homem”; pode-se também ser como Judas, entregando-o ainda para ser crucificado, traindo aquele que foi seu companheiro em muitos momentos.
Mas o cristão de verdade pode se comportar como o ladrão arrependido: “Tem piedade de mim Senhor,  que eu sou pecador”; pode ser também como o Cirineu que ajuda cada pessoa a carregar sua cruz. Pode ser como Maria Madalena, Maria a mãe de Jesus e as outras Marias, caminhar com Ele até o Calvário.
Não sem razão a estas últimas Jesus apareceu primeiro ressuscitado do domingo de páscoa. A Sexta Feira da Paixão é um convite para todos experimentar o que se lê na carta aos Hebreus: Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus Cristo, o Filho de Deus. Por isso permaneçamos firmes naquilo que acreditamos!
Cristo, na sua vida terrena dirigiu súplicas, com forte clamor e lágrimas e foi atendido por causa da sua perseverança. Sendo Deus ele aprendeu a sofrer, mas não se calou diante do sofrimento: “Pai se possível afasta de mim esse cálice, mas seja feita a tua vontade  e não a minha”. Sua persistência lhe fez vencer as cruzes, as ameaças e a própria morte.

A Sexta Feira da Paixão coloca todos diante das cruzes de cada dia e convida a ser  perseverante e firme na fé, a participação de todos garantira a passagem do Calvário para a Vida nova da Páscoa. 

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