EU
CREIO EM DEUS!
Leituras: Deuteronômio 4, 32 - 40; Salmo (32) 33; Romanos 8, 14- 17; Mateus 28,16-20
A modernidade com todos
os recursos e benefícios que traz para as pessoas e sociedades continua sem
respostas para muitas perguntas e sem solução para inúmeros problemas e
desafios. Tem sido cada vez mais
frequente a circulação pelas redes sociais e por diversos meios de comunicação
mensagens sobre Deus, o seu poder e sua ação no mundo. Dentre as frases
interessantes que se lê por todo canto, uma delas diz mais ou menos assim: “Não sou dono do mundo, mas sou filho do Dono”. Que importância tem para a fé das pessoas e
daquele que ostenta esta afirmação nos espaços onde frequenta. Dizer que o mundo tem um dono e que a pessoa
humana é filha daquele que se acredita ter toda a autoridade, traz algum significado prático e alguma
mudança para quem faz a declaração?
Este mistério é o que a
liturgia deste domingo celebra e que a Igreja chama de Santíssima Trindade. A
leitura do livro do Deuteronômio faz exatamente a mesma afirmação, usando
outras palavras, mas que tem o mesmo sentido do provérbio citado logo acima. No
texto que se proclama neste domingo está escrito: “O Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra, e não
há outro além dele”, Isto posto tem exatamente o mesmo significado: Ele
é o dono do mundo! Ora, se se acredita que ele é o dono do mundo, não há porque
duvidar das palavras que se reza no salmo: “A palavra do Senhor criou os céus, e o sopro de seus lábios, as
estrelas. Ele
falou e toda a terra foi criada, ele ordenou e as coisas todas existiram”.
Do mesmo jeito São Paulo escreve aos Romanos e reitera o que
já se sabe: “O próprio Espírito se une ao nosso espírito para
nos atestar que somos filhos de Deus. E, se somos
filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus
e co-herdeiros de Cristo; se realmente sofremos com ele, é para sermos também
glorificados com ele”.
É em nome daquele que tudo governa, que Jesus confia a missão
aos discípulos: “Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e
ensinando-os a observar tudo o que vos
ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do
mundo”.
Tudo isso que se lê na Sagrada Escritura neste domingo é
também o que a Igreja proclama quando reza: “Glória
ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”.
Se de fato esta é a verdade
que os cristãos acreditam fica fácil entender e aceitar o desafio de viver de
acordo com aquilo que se acredita, isto é, aceitar Deus como o dono do mundo,
implica dizer não a tudo o que ocupa o lugar de Deus na vida e no cotidiano,
comprometer-se com cada uma e com todas as causas que façam o mundo do qual
Deus é o dono, uma casa para todos e um local onde todos estejam em casa. Isso
é celebrar a Santíssima Trindade. Deus é grande e poderoso e está próximo das
pessoas a quem ele mesmo escolheu como sua herança. Ora se herdeiros nada mais
justo do que viver de acordo com a
condição que se acredita e que o evangelho quer ajudar a compreender.