SÓ TU TENS PALAVRAS DE
VIDA ETERNA...
Uma das grandes reclamações que todos fazem na atualidade diz
respeito a burocracia, ao exagero de regras e normas. Parece que a palavra de
uma pessoa não tem valor algum. Em todas as repartições e para todos os
negócios são necessários documentos e mais documentos, registros, provas,
testemunhas, e por aí afora. Esta situação incomoda parece que ninguém mais é
responsável por nada nem mesmo por sua palavra.
É sobre a força e importância da palavra que as leituras na liturgia
de hoje fazem um convite e sugerem algumas atitudes. No Antigo Testamento Josué
fala ao povo e propõe uma aliança a partir da experiência de vida que seus
antepassados tinham realizado. Diz ele: “Façam
um escolha, eu e minha família serviremos ao Deus dos nossos pais”. E o povo respondeu com firmeza: “Nós também, longe de nós fazer outra escolha”,
isso é, nem pensar em deixar de cumprir uma promessa ou uma palavra dada. Como quem
diz, nossa consciência e a memória que temos em relação a tudo o que aconteceu
já é o suficiente para levar a sério o que cremos e sabemos sobre a verdade e
sobre o Deus de nossos pais.
São Paulo, escreve aos efésios e usa uma situação bem
conhecida e que faz parte do dia a dia de todos. “Maridos, amem suas mulheres, mulheres respeitem os seus maridos”. Faz um longo discurso sobre quais atitudes
precisa ter o marido e a mulher para que a felicidade aconteça para ambos. Não
são necessárias muitas coisas, levar a sério ações simples que fazem parte do
cotidiano de uma família. O resto acontece com pouco esforço.
O evangelho é a continuação da ação e da palavra de Jesus que
havia ajudado muitas pessoas. Apesar disso alguns acham que Jesus é exigente
demais. Ele reafirma que é o Filho de Deus e que as palavras que saem de sua
boca são duras, mas verdadeiras. Desafia os discípulos a tomar uma atitude: “Vocês também quem ir embora” isso é, querem ouvir outra Palavra. E Pedro
responde, como sempre, em nome de todos: “A quem
iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.
Eis o convite que
faz a Palavra de Deus deste domingo: levar a sério e aceitar até as últimas
consequências a Palavra dada. Ou seja, para quem leva a vida a sério, não são
necessárias muitas justificativas, basta assumir a consequência das suas
escolhas.
Arcar com as
consequências das próprias Palavras é um desafio que, muitas vezes, precisa
contar com a ajuda de outras pessoas. É neste sentido que ganha ainda mais
importância a oração na Igreja. Rezar com todos e por todos, a fim de reconhecer
o que se reza no salmo: “O
Senhor pousa seus olhos sobre os justos, e seu ouvido está atento ao seu
chamado”.
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