sábado, 26 de setembro de 2015

HOMILIA PARA O DIA 27 DE SETEMBRO DE 2015

EVANGELHO – BOA NOVA DE TODOS PARA TODOS

Neste domingo a Igreja no Brasil comemora o dia da Bíblia. Este livro que modificou a história da humanidade, trouxe também as inovações da tecnologia. Foi o primeiro livro impresso no mundo e tornou-se popular à medida que sua publicação foi sendo traduzida para o idioma de cada povo. Esta situação tem a tudo a ver com os textos que se proclamam na liturgia deste domingo.
Por sua vez, nesta semana o mundo viu o Papa Francisco falar no Congresso dos Estados Unidos, trata-se de um fato histórico seja pelo conteúdo do discurso, seja por que foi a primeira vez na história que um Papa fala naquele ambiente.  Claro que essa realidade tem tudo a ver com a maneira como o Papa Francisco vem conduzindo a Igreja e como ele compreende o papel das pessoas e dos cristãos no mundo.
Em outra ocasião recente, o Papa falou sobre o papel dos que não professam a fé católica e disse: “Se uma pessoa faz o bem não importa qual é a sua religião”.  Esta expressão tem a ver também com as leituras proclamadas na liturgia.
Moises repreende aqueles que não aceitam a colaboração de outros no serviço que Ele mesmo desempenhava: “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito”. Quase com as mesmas palavras Jesus chama a atenção daqueles que não aceitavam os diferentes: “'Não o proíbam, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor”.
O que conta é fazer o bem. Depois de dar esta advertência, Jesus faz um longo discurso sobre a prática da caridade e o que significa não fazer pecado: “Em verdade eu vos digo: quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”.
Não praticar o bem e desrespeitar a pessoa humana é condenação feita pelo apóstolo Tiago na segunda leitura deste domingo. “O clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança”.
Estas também foram as palavras do Papa na ONU quando: “cobrou soluções imediatas para problemas como exploração sexual de menores, tráfico de drogas, terrorismo, fome no mundo e danos ao meio ambiente”.

Em resumo a Palavra de Deus produzirá frutos na vida das pessoas não precisamente por causa da pregação, ou de quem prega, mas produzirá frutos quando aqueles que acreditam e aqueles pregam, antes de fazer isso forem capazes de fazer o bem e de viver a caridade. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

HOMILIA PARA O DIA 20 DE SETEMBRO DE 2015

JUSTIÇA E PAZ SE ABRAÇARÃO

Na história do Brasil, e em na história de todos, é comum os altos e baixos, os bons e os maus momentos, o que as vezes se chama de “vacas gordas e vacas magras”. Em 2015 o país e a população estão passando por maus bocados e o medo começa a tomar conta sobre como será o futuro do país, do trabalho, da economia e etc. é nesta hora, que de maneira mais do que insistente é importante repetir o salmo: “Por vosso nome, salvai-me, Senhor; e dai-me a vossa justiça! Ó meu Deus, atendei minha prece e escutai as palavras que eu digo! Quero ofertar-vos o meu sacrifício de coração e com muita alegria; quero louvar, ó Senhor, vosso nome, quero cantar vosso nome que é bom”.
É nos momentos de dificuldade que mais facilmente se percebe quem está para lhe ajudar e para lhe fazer afundar de vez.  Ora, as provações que o país está experimentando permitem entender o conteúdo das palavras do livro da Sabedoria: “Os ímpios dizem: Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina. Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz, e comprovemos o que vai acontecer com ele. Se, de fato, o justo é 'filho de Deus', Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos”.
As provações e as dificuldades são ocasião especial para entender as palavras de São Tiago: “Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz”.
Compreender esta verdade, viver pensando no bem de todos e na felicidade para todos não é uma dificuldade dos nossos tempos. No texto do Evangelho, Jesus está falando aos discípulos da mais dura provação que ele mesmo vai experimentar: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão”.  Enquanto Jesus falava disso o evangelho conta qual era a preocupação dos discípulos: Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior”.
E Jesus dá uma lição que pode e precisa ser aplicada para os tempos modernos e para os momentos de dificuldades que as pessoas e comunidades estão sujeitas: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!' Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”.

Eis o que faz a comunidade que se reúne em oração a cada domingo. Rezar e pedir a capacidade de reconhecer a presença de Deus nas horas de dificuldade e a coragem para ser sempre aquele que serve e que acolhe. 

sábado, 5 de setembro de 2015

SUGESTÃO DE HOMILIA PARA O DIA 06 DE SETEMBRO DE 2015

ELE FAZ BEM TODAS AS COISAS...

Dentre as muitas situações que faz uma pessoa ser feliz, uma delas é sentir-se amado e acolhido no seu ambiente de trabalho, na sua comunidade, entre os familiares e etc.
As formas de manifestar o acolhimento são muito distintas em cada grupo, pessoa e situação. Não é necessário muito conhecimento da Bíblia para perceber que as narrativas tratam sempre desta realidade: Acolher e ser acolhido!
As leituras deste domingo estão também nesta direção. O profeta Isaias faz um anuncio extraordinário, que é, ao mesmo tempo, uma forma de acolhida. “Dizei às pessoas deprimidas: 'Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar'. Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos”. Longe de pensar que em outros tempos tudo era fácil e sem complicações, a leitura faz perceber a mais pura realidade da condição humana. E Deus, como sempre, presente nestas situações, anuncia pela boca do profeta sua ação acolhedora e que transforma a vida das pessoas.
São Paulo, na carta a Tiago, faz uma observação àqueles que se declaram seguidores do Evangelho de Jesus Cristo: Meus irmãos, a fé que tendes em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas”. O conselho de Paulo, serve também para as pessoas e comunidades do terceiro milênio. Isto é, os seguidores de Jesus, em qualquer tempo e lugar são desafiados à mesma atitude de Jesus: “Fazer bem todas as coisas”.
A passagem do evangelho é mais uma das clássicas intervenções de Jesus em favor de uma pessoa que não tinha plena cidadania e que por isso estava excluída do convívio pleno com os seus conterrâneos. Jesus acolhe sem restrições o homem surdo e que falava com dificuldade. Proclama uma palavra com autoridade: “Abre-te - imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade”.
Deus em quem os cristãos acreditam reacende a esperança, mostra seu cuidado, acolhe a todos e de modo particular aos necessitados e marginalizados.  Essa é a verdadeira imagem de Deus que se reza no salmo: “O Senhor abre os olhos aos cegos o Senhor faz erguer-se o caído; o Senhor ama aquele que é justo É o Senhor quem protege o estrangeiro”.
Compreendendo isso, resta aos cristãos fazer tudo para que sua vida  e sua ação se assemelhe a vida e às ações daquele em quem acreditam. Como dizia Santo Agostinho: “Não basta fazer coisas boas, é preciso fazê-las bem”.
Que a Palavra e a Eucaristia partilhada hoje ajude a todos e a cada um, a melhor viver e compreender a importância de fazer “bem todas as coisas”.