sábado, 7 de novembro de 2015

HOMILIA PARA O DIA 08 DE NOVEMBRO DE 2015

DEUS E SENHOR NA PLENITUDE DOS TEMPOS

As tempestades por excesso de chuva, vento e outras calamidades que tem se repetido nos últimos tempos fizeram sofrer muita gente ao mesmo tempo que fizeram crescer o espírito de solidariedade e a indignação com aqueles que deveriam tomar alguma atitude para que as calamidades tivessem menor impacto diminuindo o número de vítimas e o volume dos sofrimentos.

As leituras deste domingo ajudam a compreender também essa situação que de uma forma diferente, mas era também causa de sofrimento quando foram escritas de acordo com os fatos como são contados nos textos.

O encontro do profeta Elias com a viúva de Sarepta se dá num tempo em que povo experimentava um longo período de seca e que a vida estava ameaçada para todos.  Enquanto os responsáveis não apresentavam solução para o problema as pessoas viviam a calamidade esperando a morte. O Profeta provoca a viúva para uma ação extraordinária: repartir o único pedaço de pão que lhe permitiria viver ainda uns poucos dias. A confiança na palavra do Enviado de Deus muda completamente a situação: A mulher foi e fez como Elias lhe tenha dito. E comeram, ele e ela e sua casa, durante muito tempo. A farinha da vasilha não acabou nem diminuiu o óleo da jarra, conforme o que o Senhor tinha dito por intermédio de Elias”.

Com total confiança em Deus e na palavra do profeta a mulher experimentou um novo tempo em sua vida. Situações como esta eram frequentes entre o povo de Israel e sem medo todos puderam cantar: “Bendize minha alma ao Senhor, O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos”.

A segunda leitura fala de Jesus como aquele que é Palavra viva do Pai, o Filho que morreu uma única vez e que por sua ressurreição garantiu que a morte não tem a última palavra Este foi o Jesus que se indignou com os fariseus do Templo, se indispôs várias vezes e por diferentes razões com eles.

Na condição de doutores da lei, os fariseus interpretavam e faziam a lei acontecer segundo sua vontade e conveniência. Os pobres e desprotegidos continuavam sendo obrigados a carregar pesados fardos cuja finalidade era sustentar uns poucos que se mantinham à custa do sofrimento alheio.

Fazendo perceber aquilo que ninguém observava, ou seja, a oferta da pobre viúva, Jesus dá uma catequese sobre como as pessoas podem se fazer úteis nas necessidades mesmo repartindo o pouco daquilo que nada dispõe.

Ao mesmo tempo faz uma dura crítica a quem se beneficia dos sofrimentos. O ensinamento das leituras serve para todos também hoje. Cada pessoa e cada comunidade é desfiada a ajudar os demais a deixar para trás situações menos humanas e alcançar condições mais humanas. Religião verdadeira não se conforma só com orações, socorre também os sofredores sem se deixar contaminar pelos pecados do mundo.


A Eucaristia que se celebra é um ensinamento de como Jesus soube entregar-se para salvar a todos e é um convite para a doação e o amor incondicional a todas pessoas. 

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