DEUS
E SENHOR NA PLENITUDE DOS TEMPOS
As tempestades por excesso
de chuva, vento e outras calamidades que tem se repetido nos últimos tempos
fizeram sofrer muita gente ao mesmo tempo que fizeram crescer o espírito de solidariedade
e a indignação com aqueles que deveriam tomar alguma atitude para que as
calamidades tivessem menor impacto diminuindo o número de vítimas e o volume
dos sofrimentos.
As leituras deste
domingo ajudam a compreender também essa situação que de uma forma diferente,
mas era também causa de sofrimento quando foram escritas de acordo com os fatos
como são contados nos textos.
O encontro do profeta
Elias com a viúva de Sarepta se dá num tempo em que povo experimentava um longo
período de seca e que a vida estava ameaçada para todos. Enquanto os responsáveis não apresentavam
solução para o problema as pessoas viviam a calamidade esperando a morte. O
Profeta provoca a viúva para uma ação extraordinária: repartir o único pedaço
de pão que lhe permitiria viver ainda uns poucos dias. A confiança na palavra
do Enviado de Deus muda completamente a situação: “A mulher foi e fez
como Elias lhe tenha dito. E comeram, ele e ela e sua casa, durante muito tempo. A farinha da vasilha não acabou nem diminuiu o óleo da jarra, conforme
o que o Senhor tinha dito por intermédio de Elias”.
Com total confiança em Deus e na palavra do profeta a mulher experimentou
um novo tempo em sua vida. Situações como esta eram frequentes entre o povo de
Israel e sem medo todos puderam cantar: “Bendize
minha alma ao Senhor, O Senhor é fiel para sempre, faz
justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem
liberta os cativos”.
A segunda leitura fala de Jesus como aquele que é Palavra
viva do Pai, o Filho que morreu uma única vez e que por sua ressurreição
garantiu que a morte não tem a última palavra Este foi o Jesus que se indignou
com os fariseus do Templo, se indispôs várias vezes e por diferentes razões com
eles.
Na condição de doutores da lei, os fariseus interpretavam e
faziam a lei acontecer segundo sua vontade e conveniência. Os pobres e
desprotegidos continuavam sendo obrigados a carregar pesados fardos cuja
finalidade era sustentar uns poucos que se mantinham à custa do sofrimento
alheio.
Fazendo perceber aquilo que ninguém observava, ou seja, a
oferta da pobre viúva, Jesus dá uma catequese sobre como as pessoas podem se
fazer úteis nas necessidades mesmo repartindo o pouco daquilo que nada dispõe.
Ao mesmo tempo faz uma dura crítica a quem se beneficia dos
sofrimentos. O ensinamento das leituras serve para todos também hoje. Cada
pessoa e cada comunidade é desfiada a ajudar os demais a deixar para trás
situações menos humanas e alcançar condições mais humanas. Religião verdadeira
não se conforma só com orações, socorre também os sofredores sem se deixar
contaminar pelos pecados do mundo.
A Eucaristia que se celebra é um ensinamento de como Jesus
soube entregar-se para salvar a todos e é um convite para a doação e o amor
incondicional a todas pessoas.
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