sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

HOMILIA PARA O DIA 24 DE JANEIRO DE 2016

A LEI DO SENHOR É PERFEITA

Nelson Mandela, líder sul africano, deixou para o mundo um legado de muito ensinamentos, sobretudo dados com seu próprio testemunho de vida. Mas não se pode esquecer também o que ele ensinou com a simplicidade de suas palavras. Uma das suas afirmações diz mais ou menos assim: Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.

Claro está para todos que estes ensinamentos são extraordinários, mas não são novos. Falar ao coração das pessoas é o jeito de falar de Deus. A Sagrada Escritura é toda ela uma voz que entra na vida das pessoas e que modifica os corações.

O Texto do profeta Neemias proclamado neste domingo, depois de mostrar a dignidade da Palavra descrevendo com detalhes o cuidado de Neemias para com o livro da Palavra, termina com um conselho extraordinário: “Ide para vossas casas e comei carnes gordas, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que nada prepararam, pois, este dia é santo para o nosso Senhor. Não fiqueis tristes, porque a alegria do Senhor será a vossa força”. Em resumo a Palavra é um conforto de modo que os que ouviam “choravam de alegria”.

Em forma de prece o Salmista reconhece que a lei do Senhor é perfeita e reza com entusiasmo: “Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz”.

No Evangelho Jesus, Verbo que se fez homem, abre o livro da Palavra e proclama o fundamento da sua missão e as razões para as quais foi enviado: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”.

Dando a compreender a importância da Palavra ele mesmo garante que veio para fazer acontecer o que acabava de ler: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.

Ora, os cristãos em todos os tempos - e isso já proclamou São Paulo - são diferentes, tem dons diversos, mas formam um único e mesmo corpo, logo tem a mesma missão e responsabilidade de Jesus: Ser construtores de uma sociedade sempre mais justa, humana, fraterna e solidária.

Essa é a tarefa principal de cada pessoa, um dos principais motivos da reunião de irmãos e das preces que se faz na Assembleia Reunida. Pedir a capacidade de seguir Jesus anunciando e fazendo acontecer um tempo de graça para todos.



sábado, 2 de janeiro de 2016

HOMILIA PARA O DIA 03 DE JANEIRO DE 2016

LUZ PARA AS NAÇÕES...


Aleluia! Quem diria!
Boa-nova é encontrar um menino!
Aleluia! Quem diria!
Partilhando do nosso destino!

Já nasceu nos mostrando outro jeito
De plantar novamente a harmonia,
De viver, de acolher o desfeito.
Vem chegando da periferia!

Este hino litúrgico entoado pelas comunidades cristãs no tempo do Natal, certamente faz perceber com mais clareza o sentido da festa que se chama Epifania do Senhor, ou Domingo de Reis, como se diz na piedade popular.

O anúncio que foi feito aos pastores pelo Anjo, na noite de Natal, se completa com a visão da estrela que foi seguida pelos Magos. Em ambos os casos se trata de reconhecer que Deus veio visitar a humanidade. Na oração que abre a liturgia da Palavra a Igreja reza: “Concedei aos vossos servos e servas que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu”.

Aos magos Deus se deu a conhecer como luz das nações, o significado desta manifestação continua repleto de sentido até os dias de hoje. Conhecer Deus, com todos os seus atributos é um dos maiores desejos humanos, obviamente que para isso algumas atitudes são indispensáveis.

Para os cristãos do mundo atual cabem as mesmas recomendações feitas pelo profeta Isaias: “Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor”.

O rosto de Deus que foi manifestado na pessoa de Jesus é, de certa maneira, a própria misericórdia de Deus e que São Paulo escreveu as efésios dizendo: “acaba de o revelar agora, pelo Espírito, 

aos seus santos apóstolos e profetas... e todos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho”. 

O Rei nascido em Belém cuja boa notícia a liturgia canta com alegria é reconhecido pelos magos com seus presentes simbolizados no Ouro da Realeza, no incenso da divindade e na mirra que significa paixão e sofrimento. Em outras palavras aquele que é o Rosto da Misericórdia de Deus, é também Rei, Deus e homem. 

Para aqueles que celebram e que rezam juntos a manifestação de Deus como luz do mundo, cabem as mesmas atitudes dos magos: Reconhecer o messias, ad0rá-lo, e encontrar caminhos alternativos para todas as formas de dor, morte e tristeza que o mundo contemporâneo continua produzindo diariamente. 

Celebrar a manifestação do Senhor, implica reconhecer a voz do anjo que encaminha cada pessoa a trilhar caminhos novos e que preservem e promovam a dignidade e a vida de todos.

Que a Igreja possa acolher com fé e viver com amor os mistérios que o natal manifestou a todos.