LAVA PÉS, PODER DA TERNURA.
Na quinta-feira santa a Igreja repete
o gesto de Jesus durante a última ceia. Na liturgia deste dia também se
proclama o Evangelho de João que conta como Jesus realizou esta ação.
Compreendendo que João escreveu este texto para as comunidades que já
celebravam a Eucaristia há quase 50 anos sendo assim uma prática habitual. O
autor procura associar o serviço de Jesus lavando os pés, ao que Ele fez
durante toda a vida e que vai ter seu ponto mais alto no calvário. E por causa
desta prática recebe o título de Mestre e Senhor, nome que Jesus afirma que
pode ser dado a todos os que também são capazes de fazer de suas vidas um
serviço para o bem de todos.
O texto pode também ser entendido
como uma espécie de síntese com todos os ensinamentos que a revelação da
Palavra fez conhecer ao longo dos tempos.
A narrativa da Páscoa dos judeus é marca de um novo tempo que se dá no
compromisso solidário e de comunhão entre todos os que foram libertos da
escravidão do Egito.
Paulo, conta como se deu a
instituição da Eucaristia, não para fazer uma simples memória, mas para deixar
claro que celebrar a memória do Senhor implica praticar a comunhão fraterna.
Ontem, como hoje, é Jesus quem repete
o gesto de lavar os pés e continua pedindo a cada pessoa, a cada Igreja e a
todas as instituições que sua ação seja uma contínua misericórdia que se
traduza na prática das obras de caridade, no cuidado com a vida das pessoas e
do mundo. Em outras palavras: recordar a ação de Jesus significa praticar a
misericórdia de Deus cuidando da vida de todos e da vida no planeta, casa comum
de todos, a fim de que seja também
morada digna de todos.
É neste sentido que a celebração da
quinta-feira Santa afirma o poder da ternura e a fragilidade da violência.
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