MISERICORDIOSOS
COMO JESUS ...
Andar com pedras na mão, estar muitas vezes
na defensiva, pronto para atacar e condenar é uma atitude bastante comum na
sociedade contemporânea. Faz-se julgamentos, condenações, denuncias, até em
nome da ética e dos bons costumes. Mesmo cristãos de missa dominical facilmente
servem-se desta prática para auto afirmar sua honestidade e seriedade diante da
sua família, da sua comunidade, da Igreja e da sociedade em geral.
Cada ano a festa da páscoa, que é
preparada pela vivência da quaresma, se apresenta como uma oportunidade renovada
para cuidar do coração, das ações do coração, do rancor, do ódio, da tentação
de se julgar participantes do grupo dos justos e melhores que os demais.
Neste ano, a Campanha da Fraternidade faz
um apelo insistente a todos no sentido de cuidar de todas as pessoas e da
sociedade por inteiro. O apelo pelo cuidado com a casa comum é a extensão das
sete obras de misericórdia e trata-se de vivenciar o evangelho que diz: “Tudo o
que Você fizer ao menor dos meus irmãos é a mim que você fará”.
A leitura do profeta Isaias faz ouvir um
grito por libertação. O povo de Israel que já tinha sido escravo no Egito e que
agora era exilado encontra-se desorientado e sonha com um novo tempo. O profeta
faz um convite: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu
farei coisas novas, e que já
estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e
farei correr rios na terra seca”.
São
Paulo, da prisão, escreve para a Igreja que está em Filip os e recorda a sua
escolha pelo Evangelho e por Jesus Cristo e garante a todos que deixou para
traz muitas coisas em vista da sua nova vida centrada na pessoa de Jesus: “Na
verdade, considero tudo como perda diante da vantagem suprema que
consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele eu perdi tudo. Considero
tudo como lixo,
para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele”.
para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele”.
E o
próprio Jesus no texto da mulher adúltera apresenta uma proposta totalmente nova.
Ele não discute com os fariseus sobre a importância e legitimidade da lei, pelo
contrário, convida todos e cada um fazer um exame de consciência em relação às
pedras que carrega para sua autodefesa.
O que
ocorreu com o povo de Israel, que pode ver uma nova oportunidade na vida, se
repetiu com São Paulo, com a mulher adúltera e pode se realizar em cada pessoa
nestes tempos.
Antes de
armar-se com pedras para julgar e condenar trata-se de olhar para as escolhas
que se faz, reconhecer a própria fragilidade e os próprios pecados, levantar-se
e procurar ser melhor a cada dia.
Este é o
convite e a oportunidade da quaresma. Olhar para frente, ter coragem de mudar de
vida, esquecer os rancores do passado e renovar o coração.
Para
isso muito ajuda a oração da Igreja que se faz na assembleia de cada
domingo. A hora é de acolher e perdoar
em lugar de eliminar aqueles que se julga pecadores e indignos da misericórdia.
Que o Senhor ajude a todos pela oração e pela penitência.
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