domingo, 3 de abril de 2016

REFLETINDO A PALAVRA NO SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA 2016

DESTA CASA DO SENHOR VOS BENDIZEMOS

Faz parte da condição humana, facilmente sentir-se impulsionada e atraída pela ideia de espetáculo, de movimentos extraordinários de coisas grandiosas. Nestes dias em que o Brasil experimenta momentos de “fecunda democracia” os meios de comunicação social facilitam a mobilização maciça das pessoas que vão às ruas manifestar a sua opinião, não importa se a favor ou contra as verdadeiras necessidades e urgências a sociedade. Segundo a grande mídia parece importante fazer uma demonstração de força e ocupar as ruas, mostrar quem pode mais não se importando com o resultado de tudo isso.
Em Jerusalém, na sexta feira da morte de Cristo a população foi levada para a rua e sem ter muito claro o que estava acontecendo pediu a morte de Jesus. Pouco tempo depois, e isto faz parte da primeira leitura deste domingo: “Chegavam a transportar para as praças os doentes em camas e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, pelo menos a sua sombra tocasse alguns deles. A multidão vinha até das cidades vizinhas de Jerusalém, trazendo doentes e pessoas atormentadas por maus espíritos. E todos eram curados”.
Porém, esta não é a maneira mais clara de reconhecer Jesus e o seu projeto. Pelo contrário, diz o Evangelho: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e pondo-se no meio deles, disse: 'A paz esteja convosco”.
Os discípulos compreendendo quem Ele era, não tiveram dificuldades de contar: “Nós vimos o Senhor”. Somente, Tomé, o incrédulo, o que não participava, aquele que considerava pouco importante o encontro fraterno, que não estava reunido com os irmãos, insistiu em duvidar. Até que o próprio Jesus, não de uma maneira extraordinária, nem fazendo alarde em praça pública, mas no encontro pessoal e no interior da comunidade, se dá a conhecer fazendo um pedido a Tomé: “Não seja incrédulo, mas tenha fé”.
Ainda hoje cada cristão continua recebendo a mesma advertência dada por Jesus naquele tempo: “Bem-aventurados os que creram sem ter visto”.  A cruz de Jesus, sua vitória sobre a morte continua sendo para o mundo um sinal que o “juízo de Deus é a certeza de uma vida nova”.
Neste segundo domingo da páscoa, e no contexto das manifestações por um país justo e fraterno, à luz da Palavra de Deus, todos os cidadãos e cidadãs, comunidades, partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada, são convidados a fazer sua parte ... adotando, em suas manifestações, a busca permanente de soluções pacíficas e o repúdio a qualquer forma de violência, convictos de que a força das ideias, na história da humanidade, sempre foi mais bem sucedida do que as ideias de força”.

Que esta prática seja a maneira mais coerente e participativa de proclamar a Ressurreição de Jesus e a responsabilidade de todos e cada um no “cuidado com a casa que é de todos”. 

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