UNIDADE
NA CARIDADE
A turbulência econômica,
política, social e moral que o Brasil está vivenciando nos últimos tempos tem
inúmeras respostas e explicações. Cada cientista político, analista econômico,
palpiteiro de plantão tem uma opinião para justificar os escândalos que se
tornam públicos a cada dia. Tudo o que se fala tem seu fundo de verdade, mas
não resta dúvida que uma coisa é absolutamente certa: Entre todos os envolvidos
em tudo o que está acontecendo não aparece uma condição simples e absoluta:
Deixar-se guiar pela verdade.
Os discípulos de Jesus
viveram noutro contexto situações muito semelhantes. O Evangelho de deste
domingo faz parte dos chamados “discursos de despedida” e Jesus lhes adverte e
promete uma solução ou pelo menos uma maneira diferente de encarar o mundo e os
problemas que seus seguidores ainda não compreendiam: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-lhes, mas não são capazes de compreender
agora. Quando,
porém, vier o Espírito da Verdade, ele lhes conduzirá à plena verdade”.
No discurso de hoje não é primeira vez que Jesus fala da relação
dele com o Pai e da caridade que os une. Nesta passagem, porém, ele reforça que
o Espírito Santo veio com uma tarefa muito específica: Glorificar a comunhão e
a unidade que existe entre o Pai e o Filho.
A experiência de comunhão entre as três pessoas faz entender
que essa atitude pode garantir obras muito maiores do que aquelas que os
discípulos viram Jesus realizar.
A comunhão da Trindade não é outra coisa senão aquilo que a
primeira leitura chama de Sabedoria que está antes e acima de toda e qualquer
realização, conforme diz o livro dos provérbios: “O Senhor me possuiu
como primícia de seus caminhos, eu estava ao seu
lado como mestre-de-obras; eu era seu encanto, dia
após dia, brincando, todo o tempo, em sua presença, brincando
na superfície da terra, e alegrando-me em estar
com os filhos dos homens”
Por isso mesmo e sem medo todos rezam com o Salmo: “Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!”.
Só quem se deixa guiar pelo
Espírito de Deus é capaz de viver na verdade e na unidade, pode ter certeza que nenhuma tribulação, angústia,
perseguição, ou outra qualquer provação é
maior do que a graça e a esperança que não decepciona.
Como igreja reunida também os cristãos do terceiro
milênio podem compreender a misericórdia de Deus revelada na Unidade da
Trindade e deixando-se guiar por ela vencer todos os medos e trabalhar pela
construção da fraternidade e da verdade em todos os lugares.
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