sexta-feira, 16 de setembro de 2016

HOMILIA PARA O DIA 19 DE SETEMBRO DE 2016.

ASTUTO COMO AS SERPENTES E

SIMPLES COMO AS POMBAS

Uma das maneiras para expressar o que se pensa são os provérbios. Sobre dinheiro costuma-se dizer: “Tempo é dinheiro”; “Dinheiro não traz felicidade”; “O dinheiro fala todas as línguas”; “Os governos são eficientes quando se trata de arrecadar impostos do povo”; Estes e muitos outros são a expressão do valor que uma pessoa dá aquilo que é ou aquilo que tem ou julga ter e dar importância.
As  leituras deste domingo trazem como pano de fundo a reflexão sobre a maneira como uma pessoa pode fazer do dinheiro e do poder. Amós é profeta no Reino de Judá, num tempo em que a exploração de uns sobre outros era vergonhosa. Neste contexto suas palavras são uma dura crítica àqueles que se beneficiam do trabalho alheio acumulando sempre mais e deixando multidões vítimas do descaso e da miséria. Sua denuncia é firme e avisa: Deus não está do lado de quem, por causa da obsessão do lucro, escraviza os irmãos. A exploração e a injustiça não passam em branco aos olhos de Deus.
No Evangelho Jesus mostra como uma pessoa deve usar os bens passageiros para garantir bens duradouros. Contando a parábola do administrador infiel e fazendo um elogio à sua atitude, está mais do que claro que Jesus não compactua com a desonestidade, mas com a esperteza.
A recomendação de Jesus não é para ser desonesto, pelo contrário, para ser esperto. E usar da inteligência para praticar o bem. Jesus deixa claro que se preocupar unicamente com o dinheiro não é o caminho mais seguro para conquistar valores duradouros.  
Na sociedade contemporânea preocupada em comprar mais, consumir mais, acumular mais, não falta quem viva por causa do dinheiro e para isso trabalha 12 a 15 horas por dia; deixe em segundo plano a família e os amigos; sacrifique sua intimidade e se exponha diante das câmeras de televisão e na internet para ganhar alguns trocados. Não falta quem venda sua consciência e não tenha escrúpulo de sacrificar a vida dos irmãos; há quem venda drogas e armas que destroem vidas e dignidades; há quem seja injusto com os operários e com as pessoas com quem estabelece relações comerciais.
Pois a Palavra de Deus pede hoje um exame de consciência. Eu como cristão: Como é a minha relação com o dinheiro? Ser escravo do dinheiro é uma coisa que só acontece com os outros? Na atividade profissional o que me move é o dinheiro ou amor pelos outros? O que  eu penso em relação à posse dos bens?
Não se pode ser ingênuo e pensar que o dinheiro não seja necessário ou desprezível e imoral, antes é preciso ter os pés no chão e analisar se a minha relação com o dinheiro não é de escravidão e obsessão.
Concluindo Jesus insiste: não se pode servir a  Deus e ao dinheiro. Entenda-se servir a Deus como gastar a sua vida em favor do bem e de uma sociedade mais justa e fraterna. É isto que São Paulo recomenda na carta a Timóteo, não olhar apenas para o seu umbigo, mas sentir-se responsável pela coletividade e o bem estar de todos.

O olhar de cristão pede que cada pessoa seja capaz de agir como Deus que “Levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria, para  fazê-lo sentar com os grandes”.

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