sábado, 29 de outubro de 2016

HOMILIA PARA O DIA 30 DE OUTUBRO 2016 - 31º COMUM ANO C

DEUS AMA TUDO O QUE ELE FEZ

A pessoa humana, na sua história e na relação com os demais muitas vezes e com facilidade faz juízo equivocado de si mesmo e dos outros. Na biografia de um estadista brasileiro que governou o país durante a ditadura militar ele mesmo descreve a pessoa com as seguintes palavras: “Deus não pode ter criado o ser humano, ele não seria tão mau assim para criar um ser tão abominável”. Não resta dúvida que esta é uma das maneiras equivocadas de compreender a pessoa e a existência humana.
A Palavra de Deus escolhida para a liturgia deste domingo é mais do que clara e permite facilmente compreender quem é Deus  e a sua obra e qual a relação dele com tudo o que existe.
No livro da Sabedoria o autor afirma: Senhor, o mundo inteiro, diante de ti,
é como um grão de areia na balança, uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra. Entretanto, de todos tens compaixão, a todos, porém, tu tratas com bondade,
corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados,
para que se afastem do mal”.
Ter essa compreensão de quem é Deus levou a criatura humana proclamar em todos os tempos, como se faz no salmo deste domingo: “O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura.  Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam”.
É este o Deus que São Paulo anunciou com sua vida e sua palavra, e na leitura de hoje esclarece: Deus vos faça dignos da sua vocação. Que ele, por seu poder, realize todo o bem que desejais e torne ativa a vossa fé”.
A mesma imagem de Deus foi dada por Jesus aos seus conterrâneos. No caso do Evangelho de hoje, a baixa estatura de Zaqueu pode também ser interpretada como a compreensão que ele mesmo tinha do seu pecado e da sua fragilidade,  Jesus, porém, não considera isso, vai ao seu encontro e isto já é o suficiente para que o pecador reconheça o seu pecado e se disponha mudar de vida: “Zaqueu recebeu Jesus com alegria e afirmou: Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e aqueles com quem fui desonesto, vou devolver quatro vezes mais”.

A Palavra de Deus é um estimulo para cada pessoa, nestes tempos, reconhecer-se, não como sujeito deplorável, incorrigível e pecador inveterado, mas como criatura amada por seu criador e capaz de se converter e continuar recebendo a mesma Palavra consoladora de Jesus: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também esta pessoa é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho de Deus veio procurar e salvar o que estava perdido.”

sábado, 22 de outubro de 2016

HOMILIA PARA O DIA 23 DE OUTUBRO DE 2016

DEUS VIU QUE TUDO ERA MUITO BOM (Gn 1,31).

A Defesa Civil de Santa Catarina confirmou que os temporais afetaram mais de mil residências e atingiram seis mil pessoas em Santa Catarina nesta semana, deixando um rastro de destruição por todas as regiões do Estado. A notícia sensibilizou a todos e fez  surgir inúmeras iniciativas solidárias para diminuir o sofrimento das vítimas destas catástrofes. Sem sombra de dúvida a ajuda aos sofredores é uma obra de misericórdia que pode ser também compreendida como ação missionária.
A Igreja celebra neste domingo o dia mundial das missões, que neste ano teve como lema: “Cuidar da Casa Comum é nossa missão”. A oração missionária sugerida para este tempo diz assim: “Guia-nos com teu espírito, para que cuidemos com responsabilidade...”  Neste contexto é possível compreender a Palavra de Deus neste domingo mediante a qual cada pessoa pode fazer o seu exame de consciência em relação à sua ação e participação comunitária no cuidado com a Casa Comum.
Na Parábola do Fariseu e do Publicano é preciso ter presente que Jesus não está apresentando duas pessoas afirmando que um é bom e que o outro é mau. Os dois são membros de uma mesma comunidade, cada um enxerga o mundo e as pessoas sob um determinado ponto de vista. Ambos tem valores e contra valores. A comparação de Jesus não é em relação à bondade de um ou de outro, mas em relação ao modo como os dois se apresentam diante de Deus. Um deles, no caso o Fariseu, se autodenomina cumpridor de todas as normas e leis  e, portanto, tem a certeza que não tem pecado e nem precisa de perdão. O outro, pelo contrário, bate no peito e clama por misericórdia. É este o mérito do último e não a sua condição de vida.
É isto que a assembleia cristã foi convidada a rezar no salmo deste domingo: “Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera”.  Reconhecer o seu pecado e apresentar-se arrependido diante de Deus é atitude mais adequada para cada pessoa também na atualidade e uma atitude desejada para este ano da misericórdia.
Deus não faz distinção entre as pessoas, Ele não é parcial em prejuízo daquele que nele confia. São Paulo também tem esta certeza, e às vésperas de ser executado reafirma o que sempre acreditou: o Cristianismo não é a religião da lei, mas da liberdade. A Salvação vem pela fé e pela escolha que cada um faz de aceitar a pessoa de Cristo caminhando ao seu lado.
Nestes dias e diante das catástrofes ambientais que se abateram sobre Santa Catarina, certamente uma correta atitude dos cristãos é olhar para o seu dia a dia perguntando-se em que medida suas ações foram missionárias e responsáveis naquilo que diz respeito ao Cuidado com a Casa Comum. Já não se trata somente de ser solidário diante da tragédia alheia, mas de reconhecer que muito mais poderia ter sido feito para evitar que estas coisas se repetissem como tem sido frequente em terras catarinenses.


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Homilia para o dia 16 de outubro de 2016.

DO SENHOR É QUE VEM O MEU SOCORRO

“São mais santas as mãos que ajudam do que os lábios que rezam”, esta frase atribuída a Santa Tereza de Calcutá pode dar a impressão que a oração não tem muita importância na vida de uma pessoa. Os bispos do Brasil também escreveram sobre a oração afirmando mais ou menos assim: “preocupa-nos certo tipo de oração desligada da vida e muito intimista sem sintonia com a realidade”.
É sobre oração em sintonia com os problemas do dia a dia que fala a Palavra de Deus proclamada na liturgia deste domingo. O livro do Êxodo narra uma dura batalha que o povo de Israel precisou enfrentar contra um grupo de assaltantes que era comum naquele tempo. O texto atribui a vitória dos Israelitas sobre os inimigos graças a perseverança de Moisés na oração. E mais do que a perseverança de Moisés, a ajuda de Aarão e Ur que lhe sustentavam quando já estava cansado.
São Paulo continua sua catequese para o amigo Timóteo e reafirma o que já havia dito em outras ocasiões: A primeira tarefa de todo Cristão e dar testemunho de Jesus. E isto é claro se faz antes de tudo pela perseverança na oração como Jesus mesmo fazia em todos os momentos em que se preparava para alguma decisão difícil. Ou como ensinou aos discípulos: “quando rezarem digam, Pai nosso...”
Fazendo recordar como as viúvas eram abandonadas e sem ninguém que lhes viesse em socorro, Jesus conta a parábola do juiz injusto na relação com uma dessas pessoas para quem ninguém prestava atenção. A persistência da viúva no trato com o juiz sem compaixão aparece a mesma condição da perseverança na oração.
Assim como o juiz, que bem sabia qual a sua tarefa e verdadeira missão, Deus também sabe todas as necessidades humanas. O juiz acaba atendendo a viúva padra se ver livre dela e da sua importunação. Jesus concluí: “Deus é bom e sabe dar coisas boas aos que lhe pedirem”.  
Em resumo é importante não duvidar que Deus não é um desocupado que está sentado observando os problemas para atender só quando for solicitado pela oração. Deus vê os desafios cotidianos e nunca deixará de atender as necessidades e pedidos daqueles que a ele se dirigem com fé.
O evangelho termina com uma pergunta muita dura: “Acaso o filho do homem encontrará fé sobre a terra”. É esta a primeira e mais fundamental preocupação de toda pessoa humana: é necessário e importante rezar, mas não simplesmente repetir fórmulas sem convicção daquilo que se reza e que se pede.
É por isso que a igreja inteira canta com o salmo: “O Senhor te guardará de todo o mal, ele mesmo vai cuidar da tua vida! Deus te guarda na partida e na chegada.  Ele te guarda desde agora e para sempre! Do Senhor é que me vem o meu socorro, do Senhor que fez o céu e fez a terra. 



domingo, 9 de outubro de 2016

HOMILIA PARA O DIA DE NOSSA SENHORA APARECIDA

FAÇAM TUDO O QUE ELE LHES DISSER...

As notícias sobre a situação do Brasil apontam para uma retomada e melhora das condições sociais e econômicas do país, para daqui a três ou quatro anos. Em virtude da crise moral que assola o país o sofrimento de milhões de brasileiros continua muito intenso e mais do que nunca hoje se pode rezar e pedir como fez o Papa Francisco na inauguração da estátua de Nossa Senhora Aparecida nos Jardins do Vaticano, em setembro de 2016, na ocasião disse o Papa: “Que Nossa Senhora Aparecida proteja todo o Brasil e todo o povo brasileiro neste momento muito triste”.

Este pedido do Papa, também se reza na consagração a N. Sra. Aparecida: “Ó Maria Santíssima, que em vossa querida imagem de Aparecida espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil, eu, cheio (a) do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado (a) a vossos pés consagro-vos meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis”.
A Palavra de Deus que se proclama na liturgia da Solenidade de N. Sra. Aparecida de algum modo também apresenta como desde sempre a figura da mulher na Bíblia significou uma poderosa intercessão nos momentos de dificuldade que as comunidades enfrentaram ao longo da história.
Na primeira leitura, o povo judeu estava condenado ao extermínio quando a rainha Ester se apresenta diante do rei e lhe pede apenas uma coisa: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida - eis o meu pedido! - e a vida do meu povo - eis o meu desejo”.
No texto do Apocalipse uma mulher vestida de sol e trazendo em seu corpo outros sinais de vida, enfrenta o dragão, símbolo da morte. No final do embate, embora frágil a vida e a mulher terminam vitoriosas.
Nas bodas de Caná, mais uma vez “a mulher” e agora personificada em Maria, intervém e garante a continuidade da festa superando mais uma vez a lei do puro e do impuro. A participação de Maria neste novo tempo da história de Israel supera todas as expectativas e dá início à manifestação gloriosa da vida de Jesus no meio das pessoas.
Mais do que nunca, na atualidade, o cristão tem certeza que invocar Maria como intercessora nos momentos de dificuldade implica compreender a profunda ligação da Mãe com seu filho Jesus, que muito mais do que laços de carne e de sangue é expressa por uma extraordinária força espiritual.

Que a Eucaristia, a Oração e Palavra de Deus alimentem a vida de todos na luta contra o mal, pela libertação e pela dignidade de todos. Que a Igreja inteira compreenda e ajuda a compreender o que se reza: “modelo de santidade e advogada nossa”. 

sábado, 8 de outubro de 2016

HOMILIA PARA O DIA 09 DE OUTUBRO DE 2016

                 CANTAI AO SENHOR DEUS UM CANTO NOVO

Se tem uma coisa bonita que os pais, os professores, e as pessoas em geral gostam de fazer é ensinar as crianças a serem agradecidas. Seja em casa, seja na escola costuma-se usar a expressão: “palavra mágica” no relacionamento com as pessoas. Assim as crianças aprendem desde cedo a dizer: “Muito obrigado, por favor, com licença”.  Obviamente que não fazem isso gratuitamente, mas aprendem a reconhecer aquilo que no decorrer dos dias faz parte das relações humanas de boa convivência.

É sobre gratuidade, relações de boa convivência, ação de graças que fala a Palavra de Deus proclamada neste domingo. O livro dos Reis apresenta o encontro de um estrangeiro pagão com o profeta Eliseu. Gratuitamente o profeta mostra a ação de Deus em favor de Naamã, o qual não deixa de ser grato e reconhece a graça e a misericórdia de Deus em seu favor.

Paulo, continua sua carta ao amigo Timóteo, e faz uma recomendação simples diante de tudo o que estava acontecendo naqueles dias: “Lembra-te de Jesus Cristo, da descendência de Davi, ressuscitado dentre os mortos. Se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele ficamos firmes, com ele reinaremos. Se nós o negamos, também ele nos negará. Se lhe somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo”.

A narrativa do Evangelho que apresenta os dez leprosos, mais uma vez supera a simples prática da lei, e sugere a caridade, a ação de graças, a “palavra mágica”. Jesus lhes indicou o caminho da cura e apresentou também o cumprimento da lei. Mas muito mais do que ser cumpridor de normas e regras espera-se de cada pessoa a generosidade e a gratuidade. Somente um estrangeiro entendeu isso e voltou dando glórias a Deus.

As três leituras servem para cada cristão e para a Igreja inteira: Deus e sua graça são dons gratuitos, generosos e misericordiosos. O dia a dia de cada pessoa está repleto de pequenas curas e bênçãos. Pede-se apenas que seja capaz de reconhecer isso e a fazer exatamente o que se ensina às crianças: “usar as palavras mágicas” como se reza no salmo deste domingo: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios. O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel”.

Rezar juntos na liturgia de cada domingo é um aprendizado que se faz pela oração, como se reza na oração eucarística da cada missa: “Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo poderoso, por Cristo Senhor nosso”.


Que a oração de todos ajude cada pessoa a realizar em sua vida a tarefa de “ser membros e discípulos de Cristo Caminho, Verdade e Vida”.  

HOMILIA PARA O DIA 09 DE OUTUBRO DE 2016

                 CANTAI AO SENHOR DEUS UM CANTO NOVO

Se tem uma coisa bonita que os pais, os professores, e as pessoas em geral gostam de fazer é ensinar as crianças a serem agradecidas. Seja em casa, seja na escola costuma-se usar a expressão: “palavra mágica” no relacionamento com as pessoas. Assim as crianças aprendem desde cedo a dizer: “Muito obrigado, por favor, com licença”.  Obviamente que não fazem isso gratuitamente, mas aprendem a reconhecer aquilo que no decorrer dos dias faz parte das relações humanas de boa convivência.

É sobre gratuidade, relações de boa convivência, ação de graças que fala a Palavra de Deus proclamada neste domingo. O livro dos Reis apresenta o encontro de um estrangeiro pagão com o profeta Eliseu. Gratuitamente o profeta mostra a ação de Deus em favor de Naamã, o qual não deixa de ser grato e reconhece a graça e a misericórdia de Deus em seu favor.

Paulo, continua sua carta ao amigo Timóteo, e faz uma recomendação simples diante de tudo o que estava acontecendo naqueles dias: “Lembra-te de Jesus Cristo, da descendência de Davi, ressuscitado dentre os mortos. Se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele ficamos firmes, com ele reinaremos. Se nós o negamos, também ele nos negará. Se lhe somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo”.

A narrativa do Evangelho que apresenta os dez leprosos, mais uma vez supera a simples prática da lei, e sugere a caridade, a ação de graças, a “palavra mágica”. Jesus lhes indicou o caminho da cura e apresentou também o cumprimento da lei. Mas muito mais do que ser cumpridor de normas e regras espera-se de cada pessoa a generosidade e a gratuidade. Somente um estrangeiro entendeu isso e voltou dando glórias a Deus.

As três leituras servem para cada cristão e para a Igreja inteira: Deus e sua graça são dons gratuitos, generosos e misericordiosos. O dia a dia de cada pessoa está repleto de pequenas curas e bênçãos. Pede-se apenas que seja capaz de reconhecer isso e a fazer exatamente o que se ensina às crianças: “usar as palavras mágicas” como se reza no salmo deste domingo: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios. O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel”.

Rezar juntos na liturgia de cada domingo é um aprendizado que se faz pela oração, como se reza na oração eucarística da cada missa: “Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo poderoso, por Cristo Senhor nosso”.


Que a oração de todos ajude cada pessoa a realizar em sua vida a tarefa de “ser membros e discípulos de Cristo Caminho, Verdade e Vida”.  

sábado, 1 de outubro de 2016

Homilia para o dia 02 de outubro de 2016.


NÃO FECHEM SEUS CORAÇÕES


“O coração tem razões que a razão desconhece”, esta frase é atribuída a  Blaise Pascal, Filósofo Frances do século XVII. Mas na atualidade se usa muitas expressões que valorizam o coração e o colocam como que no centro de toda vida. Quando se está triste costuma-se dizer: “estou com o coração apertado”; quando se quer dizer que uma pessoa convence com as palavras se diz   que “fala com o coração”.  São Camilo de Lelis, recomendou aos seus padres que trabalhassem com o coração e entre os camilianos se usa a frase: “Mais coração nas mãos irmãos”. Maria quando se encontrou com Isabel cantou: “Minha engrandece o Senhor e meu coração se alegra em Deus meu Salvador”. Madre Paulina, com todo o seu trabalho e as provações que a vida lhe reservou é venerada com o título de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
O Evangelho proclamado neste domingo encerra os discursos de Jesus durante sua caminhada para Jerusalém com os encontros e desencontros que ele teve durante o caminho, por sua vez a primeira leitura é um texto pronunciado pelo profeta cerca de 600 anos antes de Cristo. O sofrimento era a marca registrada das comunidades daquele tempo. E o profeta faz um convite para que as pessoas não se deixem vencer pela cor do medo e da tragédia. Diante das iniquidades e maldades o profeta conclui sua fala afirmando: “O justo viverá pela fé”.
A mesma recomendação faz São Paulo na carta a Timóteo. A carta deve ter sido escrita nos anos 60 depois de Cristo, ocasião em que o imperador Nero perseguia violentamente os cristãos, Paulo recomenda: “reaviva o dom de Deus que está em Você. Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor. Guarda a fé que recebeste”.
E Jesus fala aos discípulos que lhe pedem para aumentar a fé. Ao contrário do que muito se prega na atualidade, Jesus não diz que a fé vai resolver todas as coisas e acabar com todos os problemas. Se vocês tiverem fé como um grão de mostarda, fariam coisas maravilhosas, mas não se preocupem com as coisas maravilhosas, antes se preocupem em não perder a fé.
Então ter fé, não é passe de mágica para a solução dos problemas e adversidades da vida, mas uma maneira de ver os problemas com outros olhos. Sem fé nossa existência seria desesperadora.

Nestes novos tempos, mais do que nunca é necessário que tenhamos um cristianismo carregado de alegria, que não tenha medo de estar sempre em “estado de missão” como afirmou o Papa Francisco.