DEUS AMA TUDO O QUE ELE FEZ
A
pessoa humana, na sua história e na relação com os demais muitas vezes e com
facilidade faz juízo equivocado de si mesmo e dos outros. Na biografia de um
estadista brasileiro que governou o país durante a ditadura militar ele mesmo
descreve a pessoa com as seguintes palavras: “Deus não pode ter criado o ser humano, ele não seria tão mau assim para
criar um ser tão abominável”. Não resta dúvida que esta é uma das maneiras
equivocadas de compreender a pessoa e a existência humana.
A
Palavra de Deus escolhida para a liturgia deste domingo é mais do que clara e
permite facilmente compreender quem é Deus
e a sua obra e qual a relação dele com tudo o que existe.
No
livro da Sabedoria o autor afirma: “Senhor, o mundo inteiro, diante de
ti,
é como um grão de areia na balança, uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra. Entretanto, de todos tens compaixão, a todos, porém, tu tratas com bondade, corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados,
para que se afastem do mal”.
é como um grão de areia na balança, uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra. Entretanto, de todos tens compaixão, a todos, porém, tu tratas com bondade, corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados,
para que se afastem do mal”.
Ter essa compreensão
de quem é Deus levou a criatura humana proclamar em todos os tempos, como se
faz no salmo deste domingo: “O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura. Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos
bendigam”.
É este o Deus que São
Paulo anunciou com sua vida e sua palavra, e na leitura de hoje esclarece: “Deus
vos faça dignos da sua vocação. Que ele, por seu poder, realize todo o
bem que desejais e torne ativa a vossa fé”.
A mesma imagem de Deus foi dada por Jesus aos seus
conterrâneos. No caso do Evangelho de hoje, a baixa estatura de Zaqueu pode
também ser interpretada como a compreensão que ele mesmo tinha do seu pecado e
da sua fragilidade, Jesus, porém, não
considera isso, vai ao seu encontro e isto já é o suficiente para que o pecador
reconheça o seu pecado e se disponha mudar de vida: “Zaqueu recebeu Jesus com alegria e afirmou: Senhor,
eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e aqueles com quem fui desonesto, vou
devolver quatro vezes mais”.
A Palavra de Deus é
um estimulo para cada pessoa, nestes tempos, reconhecer-se, não como sujeito
deplorável, incorrigível e pecador inveterado, mas como criatura amada por seu
criador e capaz de se converter e continuar recebendo a mesma Palavra
consoladora de Jesus: “Hoje a salvação
entrou nesta casa, porque também esta pessoa é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho de Deus veio procurar e salvar o que estava
perdido.”