quarta-feira, 2 de novembro de 2016

GRAÇA SOBRE GRAÇA

Vinte e seis anos depois daquela tarde chuvosa do dia três de novembro do ano 1990, ergo os olhos para o céu e proclamo como o salmista: “Senhor, tu me examinas e me conheces, sabes tudo o que eu faço e de longe conheces os meus pensamentos. Tu me vês quando estou trabalhando e quando estou descansando” (Salmo 139, 1- 3).
Neste ano, mais uma vez, rendo graças a Deus pelo chamado que me fez para o ministério presbiteral. Cada dia mais tenho convicção que o dom recebido no dia do batismo se aperfeiçoa pela graça de Deus que vai se renovando sempre que abrimos nosso coração e nos colocamos com todas as nossas limitações e pecados diante daquele que nos escolheu.
Celebro com cada pessoa, que ao longo destes vinte e seis anos caminhou e caminha comigo, a graça da minha ordenação presbiteral e peço que juntos rezemos a fim de que Deus continue dando a graça da resiliência e da perseverança.
Faço minhas as palavras da Médica Costa Riquenha, Helena López de Mézerville:

É preciso partir do fato de que o sacerdote diocesano assume a sua vocação e sua decisão de formar-se para esse ministério de modo livre e voluntário, diante de um chamado pessoal interpretado a partir da fé, que o leva a dar uma resposta ao tu infinito de Deus, que lhe pede o dom de si mesmo, comprometendo toda a sua vida. Por isso essa resposta deve ser um ato livre e generoso (Mézerville, 2012, p.154).

Isso me faz recordar o lema que escolhi no dia da minha ordenação presbiteral: “Servir na alegria e na caridade”. “Apesar disso não posso negar que algumas vezes a vida presbiteral apresenta épocas de vazio existencial e experiências de falta de sentido, próprias da vulnerabilidade do ser humano” (Mézerville, 2012, p.154).
Porém é certo que guardar a intimidade com Deus e com os irmãos no sacerdócio, é condição para manter-se fiel ao chamado e a missão que Ele nos confiou e nos chama a buscar a santidade cada dia. Santidade que se encontra na realização das responsabilidades pastorais e que fazem superar o esgotamento emocional e procurar o exemplo dos padres santos que

São humildes que muitas vezes acatam as ordens dos padres não santos, os de carreira; dos santos que buscam realizar coisas e bens deste mundo onde muitos tem mais necessidades; dos padres santos que não vivem nos palacetes da Igreja; dos padres santos que vivem com fidelidade o celibato; dos padres santos que rezam e que trabalham (Andreoli, 2010, p. 321).


Em 2016 Deus me deu a graça de celebrar o dom da minha ordenação conhecendo pessoalmente e pedindo a bênção ao “Padre Santo” que há exatos 54 anos, me fez participante do sacerdócio de Cristo pelo Sacramento do Batismo. Ontem (01/11) encontrei em Curitiba o Padre Emílio Lippens, que no ano de 1962, iniciava sua vida presbiteral na Paróquia Santo Antônio em Dois Vizinhos no Paraná e me conferiu o sacramento do batismo no dia 29 de janeiro de 1963. ISSO É GRAÇA SOBRE GRAÇA!

Para completar uso o título do documento do Papa Francisco: “Louvado Sejas” pela irmã natureza. A orquídea que ganhei no dia da celebração dos meus 25 anos de ordenação me presenteia, neste 03 de novembro, com uma nova florada. Dentre todas as atividades da missão, uma delas é também “Cuidar da Casa Comum”.




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