GRAÇA SOBRE GRAÇA
Vinte e seis anos depois
daquela tarde chuvosa do dia três de novembro do ano 1990, ergo os olhos para o
céu e proclamo como o salmista: “Senhor,
tu me examinas e me conheces, sabes tudo o que eu faço e de longe conheces os
meus pensamentos. Tu me vês quando estou trabalhando e quando estou descansando”
(Salmo 139, 1- 3).
Neste ano, mais uma vez, rendo graças a Deus pelo chamado que me fez
para o ministério presbiteral. Cada dia mais tenho convicção que o dom recebido
no dia do batismo se aperfeiçoa pela graça de Deus que vai se renovando sempre
que abrimos nosso coração e nos colocamos com todas as nossas limitações e
pecados diante daquele que nos escolheu.
Celebro com cada pessoa, que ao longo destes vinte e seis anos caminhou
e caminha comigo, a graça da minha ordenação presbiteral e peço que juntos
rezemos a fim de que Deus continue dando a graça da resiliência e da perseverança.
Faço minhas as palavras da Médica Costa Riquenha, Helena López de Mézerville:
É preciso partir do fato de que o sacerdote diocesano assume
a sua vocação e sua decisão de formar-se para esse ministério de modo livre e
voluntário, diante de um chamado pessoal interpretado a partir da fé, que o
leva a dar uma resposta ao tu infinito de Deus, que lhe pede o dom de si mesmo,
comprometendo toda a sua vida. Por isso essa resposta deve ser um ato livre e
generoso (Mézerville, 2012, p.154).
Isso me faz recordar o lema que escolhi no dia da minha ordenação
presbiteral: “Servir na alegria e na
caridade”. “Apesar disso não posso negar que algumas vezes a vida
presbiteral apresenta épocas de vazio existencial e experiências de falta de
sentido, próprias da vulnerabilidade do ser humano” (Mézerville, 2012, p.154).
Porém é certo que guardar a intimidade com Deus e com os irmãos no
sacerdócio, é condição para manter-se fiel ao chamado e a missão que Ele nos
confiou e nos chama a buscar a santidade cada dia. Santidade que se encontra na
realização das responsabilidades pastorais e que fazem superar o esgotamento
emocional e procurar o exemplo dos padres santos que
São humildes que muitas vezes acatam as ordens dos padres não
santos, os de carreira; dos santos que buscam realizar coisas e bens deste
mundo onde muitos tem mais necessidades; dos padres santos que não vivem nos
palacetes da Igreja; dos padres santos que vivem com fidelidade o celibato; dos
padres santos que rezam e que trabalham (Andreoli, 2010, p. 321).
Em 2016 Deus me deu a graça de celebrar o dom da minha ordenação
conhecendo pessoalmente e pedindo a bênção ao “Padre Santo” que há exatos 54
anos, me fez participante do sacerdócio de Cristo pelo Sacramento do Batismo.
Ontem (01/11) encontrei em Curitiba o Padre Emílio Lippens, que no ano de 1962,
iniciava sua vida presbiteral na Paróquia Santo Antônio em Dois Vizinhos no
Paraná e me conferiu o sacramento do batismo no dia 29 de janeiro de 1963. ISSO É GRAÇA SOBRE GRAÇA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário