A GRAÇA É SEMPRE MAIOR QUE O PECADO
O
calor deste verão levou muitas pessoas e por diversas vezes a afirmar que se
está experimentando temperaturas de deserto. Embora não se tenha vivido geograficamente
no deserto, tem-se a certeza que se trata de um local de privação e onde a vida
é ameaçada em todas as suas formas.
O
Evangelho deste domingo apresenta Jesus sendo levado para o deserto, certamente
pode-se compreender que não se trata de um espaço geográfico, mas de uma
experiência onde a vida e os propósitos da vida são colocados a prova. Para
completar o desafio Jesus se vê frente a frente com o diabo que lhe apresenta
todas as alternativas para sair vencedor desta “prova de fogo”.
A
convicção de Jesus respondendo às propostas do tentador ajuda a perceber que
Ele não está sozinho no deserto. Nas três investidas que o diabo faz contra
Jesus a resposta vem sempre sustentada pelo conhecimento da Palavra do Pai e a culminância
não pode ser outra senão a derrota do tentador como se vê na última frase do
evangelho: “Então o diabo o deixou e os
anjos se aproximaram para servir a Jesus”.
Desertos,
lutas contra o mal e o pecado são a marca registrada de todas as relações da
formação do povo de Deus narradas na Sagrada Escritura. Todas as vezes que a
pessoa humana não reconheceu a voz de Deus, o resultado não poderia ser outro.
A longa narrativa do pecado e o diálogo da mulher com a serpente, na primeira
leitura, deixa muito claro que Deus não está presente naqueles momentos no
jardim da criação e os habitantes se percebem “nus”. Não se trata
necessariamente de nudez física, mas de fragilidade e incapacidade de resolver
os problemas criados por eles mesmos.
O
que aconteceu com o ser humano no início da criação não acontece com Jesus,
isto deixa claro o que Papa Francisco também recomenda na sua mensagem para a
quaresma: “Fechar
o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao
dom do irmão”. Quem não ouve
Deus, não escuta também o irmão e muito menos enxerga a vida que borbulha ao
seu redor.
A Campanha da Fraternidade nesta quaresma é um convite para
ouvir e ver Deus que fala em todas as pessoas e todas as formas de vida. O
momento é de reconhecer o pecado, pedir perdão como se reza no salmo deste
domingo e confiar nas palavras de Paulo na segunda leitura: “Com efeito, como pela desobediência
de um só homem a humanidade toda foi estabelecida numa situação de pecado, assim
também, pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação
de justiça”.
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