sexta-feira, 30 de junho de 2017

HOMILIA PARA O DIA 02 DE JULHO DE 2017 - SÃO PEDRO E SÃO PAULO

DE TODOS OS TEMORES ME LIVROU 
O SENHOR DEUS

Nesta semana morreu em Santa Catarina um jovem pai de família que se tornou famoso há cerca de dois anos quando foi submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor no cérebro. Na ocasião o paciente e o médico ganharam notoriedade nas redes sociais pelo sucesso do procedimento que foi realizado enquanto o doente tocava violão. Pouco depois a doença recidivou muitas pessoas foram envolvidas e iniciativas realizadas para amenizar o sofrimento do doente e dos familiares, mas que apesar disso veio a óbito. Claro que este fato ficará para a história da medicina e contará no currículo do médico e da medicina pelo feito extraordinário e inédito até aquela ocasião. Qual a relação que se pode fazer deste fato com a festa de São Pedro e São Paulo que a Igreja celebra neste domingo?
Antes de mais nada é necessário pensar na motivação que levou os dois personagens a se tornarem conhecidos. Passava pouco de trinta anos, a doutrina e o anuncio de que um homem tinha sido crucificado injustamente e que havia ressuscitado dos mortos e em nome dele aconteciam fatos extraordinários já era do conhecimento de quase todo o mundo conhecido naquele tempo. Os responsáveis pela divulgação deste fato eram ninguém mais que Pedro e Paulo.
Pedro, um cabeçudo, teimoso e covarde, tinha sido chamado para fazer parte do grupo dos discípulos de Jesus, deu muito trabalho durante todo o tempo que acompanhou o mestre e no final se tornou o responsável para dar continuidade a missão.
Paulo um judeu convicto, que tinha perseguido e executado muitos seguidores de Jesus, caiu do cavalo quando teve o encontro pessoal com o ressuscitado tornou-se o mais inflamado defensor e anunciador de tudo o que dizia respeito ao Cristo e aos seus ensinamentos.
A primeira leitura mostra Pedro sendo salvo pela força da Oração e pelo envolvimento da comunidade numa das ocasiões em que foi injustamente preso. Paulo já condenado ao martírio faz um testamento extraordinário. Agradece a Deus por tudo o que realizou e se apresenta confiante afirmando que aguarda a recompensa prometida: Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para  mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa”.
Na pessoa dos dois seguidores de Cristo se confirma a missão que Jesus confiou a Pedro apesar da sua fraqueza: Feliz es tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será  ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus".
Apesar da trágica morte a que os dois foram submetidos não resta dúvida que se confirma o que a liturgia reza no salmo deste domingo: Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia”.
No caso do fato citado no início deste texto ninguém poderá duvidar do sofrimento e da tristeza que se constitui a morte de uma pessoa, mas não se pode negar que a maneira como a vida e a morte foram conduzidas ficará para a história como um fato a ser lembrado e celebrado.
É neste sentido que os cristãos fazem memória dos apóstolos e reunidos em oração pedem a graça de seguir os passos daqueles que são chamados “colunas da Igreja” no sentido de dar testemunho de tudo o que pode fazer cresce o Reino de Deus no meio das pessoas.

Neste contexto merece lembrança a pessoa de Maria, mãe e rainha da Igreja, consoladora dos aflitos e sofredores nas estradas da vida.

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