IGREJA
SANTA E PECADORA
Estamos encerrando o mês de
agosto, que na pastoral da Igreja é também chamado mês das vocações. Nos quatro
domingos de agosto a liturgia recorda as vocações consagradas ao serviço da
Igreja e ao serviço do mundo. Os sacramentos do matrimônio e da ordem são
chamados “sacramentos do serviço”. Tanto
na primeira leitura quanto no evangelho é possível perceber que ambas tratam de
vocação e de serviço. Nenhum dos casos apresentam pessoas e instituições extraordinárias
no que diz respeito à perfeição.
A primeira leitura começa com
estas palavras: “Assim diz o Senhor... chamarei meu servo Eliacim... Eu o farei portar aos ombros a chave
da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém poderá fechar; ele fechará, e ninguém
poderá abrir”.
E o evangelho termina com a missão dada a Pedro: “Por isso eu te digo que tu és Pedro... Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que
tu desligares na terra será desligado nos céus”. Nos dois casos precisa ficar muito claro
que a ideia central não é enaltecer as pessoas que são chamadas para as funções,
as quais apesar das suas limitações e fragilidades são instrumentos de Deus e
não pessoas com poderes extraordinários.
A mesma aplicação se pode fazer em relação a Igreja e toda a
sua missão, ela é Santa e Pecadora, não é uma instituição que tem grandeza e
poder em si mesma, pelo contrário “do
lado aberto de Cristo nasceu a Igreja e os sacramentos” por isso mesmo a
Igreja, apesar da sua fragilidade, é para o mundo sinal sacramental do Cristo
vivo e da sua bondade.
Celebrando as diversas vocações a Igreja traz presente no
último domingo os catequistas, não por uma questão de importância, mas porque
neles está a totalidade dos serviços cuja vocação começa no batismo, condição que
garante igualdade a todos os membros da Igreja. Na profissão de fé que se faz
no batismo e no serviço alegre aos irmãos todos podem imitar Maria para quem a
Igreja é devedora e lhe atribui veneração.
Afinal de contas, no ventre de Maria se formou Cristo que é a
cabeça da Igreja; aos pés da cruz, onde nasceu a Igreja estava Maria e o
discípulo amado a quem ela foi dada por mãe; no solene anuncio de pentecostes a
Mãe de Jesus estava aí em oração.
Este domingo é um convite a repetir as palavras de Pedro: “Tu és o Messias o Filho do Deus Vivo”,
repetição que pode ser feita melhor do que em palavras pelo testemunho dos
pequenos atos. Que o Senhor ajude e fortaleça a todos nesta missão.