PERDOAR COM QUALIDADE E JUSTIÇA
A
onda de violência que toma conta da sociedade contemporânea amedronta e de
algum modo traz sofrimento para todos. E não se fala somente de violência
física, muitas situações do cotidiano carregam em si violência moral e
psicológica. Não se pode negar que o descaso pela pessoa humana presente nas
esferas políticas e governamentais que desrespeitam a legislação e o cuidado
com a saúde, a educação, o transporte, a segurança e a previdência social faz
sofrer a todos se constituindo num grave pecado da sociedade atual.
Fazendo
um breve estudo da ação de Jesus conforme conta o Evangelho de Mateus, se
poderá ver que ele é apresentado como o mestre de justiça capaz de gerar novas
relações entre as pessoas e construir uma sociedade mais humana e fraterna.
Quando
se trata de perdoar é necessário superar os aspectos quantitativos
desenvolvendo a capacidade de desligar o pecado sem deixar de fazer a justiça.
Viver as práticas e doutrinas de uma religião implica não ser um cumpridor de
leis e normas de conduta, mas reconhecer que o perdão é sempre mais importante que
a vingança, como se reza na missa: “Que o
perdão supere o ódio e a vingança dê lugar a reconciliação”.
O
livro do Eclesiástico faz um alerta objetivo e seguro: “Lembra-te do teu fim
e deixa de odiar; pensa na destruição e na morte, e persevera nos mandamentos”. Em outras palavras que
a justiça seja feita, mas para isso não é necessário cultivar ódio e rancor.
O salmo deste domingo
convida a bendizer a Deus que “Não fica sempre
repetindo as suas queixas, nem guarda
eternamente o seu rancor. Não nos trata como
exigem nossas faltas”.
Afinal de contas, como
afirma São Paulo: “Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou
morre para si mesmo”. É neste sentido que a resposta dada por Jesus se
aplica também na atualidade: “Não te digo
até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.
Que a reunião dos
cristãos neste domingo ensine a medida do perdão, que na prática da justiça e
supere todos os limites contribuindo para criar novas relações de fraternidade
e bem querer favorecendo para que a paz aconteça.
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