JUSTO
É O SENHOS EM SEUS CAMINHOS
Uma
das coisas que as pessoas têm em alta estima é a seriedade das palavras.
Ninguém gosta de ser tapeado, ou de alguém que ora diz uma coisa, ora diz
outra. Costuma se qualificar tais pessoas de “Maria vai com as outras”. Por
isso se diz que a Bíblia é a Palavra de Deus, e que embora seja uma coleção de
livros e textos, é uma só e mesma Palavra. Deste modo fica claro a indignação
presente na sociedade diante da onda de denúncias e desmandos praticados em
todas as esferas da política brasileira. Os bispos do Brasil declararam que as
pessoas estão desencantadas com os políticos e os governantes, por sua falta de
seriedade nas palavras.
A
fala do profeta Isaias neste domingo não poderia ser mais animadora e cheia de
ternura: “Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como
os meus caminhos, diz o Senhor”. Tudo o que está nas mãos de Deus supera
infinitamente todas as capacidades humanas. A palavra do profeta se resume em
uma única verdade: “Esperança”.
Por isso mesmo a Igreja
inteira reza, respondendo à Palavra do profeta: “Misericórdia e piedade é o Senhor, ele
é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom
para com todos, sua ternura abraça toda criatura”.
São Paulo, preso e apenas
esperando sua execução, faz um balanço de toda a sua vida e de todas as suas
ações e conclui com um convite que merece ser aplicado ao dia a dia de todas as
pessoas: “Só uma coisa importa: vivei
à altura do Evangelho de Cristo”.
Como em outras ocasiões,
na parábola do bom patrão Jesus mostra como sua vida está em sintonia com as
preocupações do seu tempo e do seu povo. Ele tinha clareza da falta de trabalho
e oportunidade que deixava muitas pessoas à margem da sociedade. A prática do
patrão não se limita a partir do certo e do errado a da concordância com a lei.
O evangelho confirma o que disse o profeta: “meus pensamentos não são como os vossos pensamentos...” Mais
importante do que pagar com justiça aos trabalhadores é pagar o suficiente para
que todos tenham o necessário para sua sobrevivência e a dignidade da sua
família.
Jesus desmonta a ideia de
direitos e méritos, ele identifica a inveja daqueles que se acham melhores que
os demais. Na dinâmica do reino não tem espaço para disputas mesquinhas sobre
quanto alguém faz supostamente pelo outro. Jesus de novo propõe a qualidade da
ação mais do que a quantidade.
A liturgia convida a
todos e a cada pessoa em particular a se deixar moldar pela Palavra de Deus de modo
que pela prática dos conselhos evangélicos seja possível a construção de uma
sociedade sempre mais autêntica, humana e fraterna.
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