ENSINAR COM O
CORAÇÃO
O desconsolo do povo brasileiro com as autoridades constituídas nos
últimos tempos, resultado do mau exemplo e do contratestemunho que dão no
exercício das atividades de governo tem levado o Brasil inteiro a se sentir
traído, envergonhado e até com repulsa daqueles que exercem todo tipo de
responsabilidade pública. Situação semelhante vivia o povo de Israel e desde muito
tempo esperava pela ação de Deus que modificasse sua condição sofrida e
humilhada.
No livro do Deuteronômio Moisés anuncia o desejo de Deus de enviar um
profeta que fale a partir do coração de Deus, ou seja, não alguém que fale
palavras vazias e leis inócuas. Essa afirmação vai se concretizar muito tempo
depois na pessoa e no ensinamento de Jesus.
São Paulo, aos coríntios, dá continuidade ao ensinamento do último
domingo e faz um pedido claro e objetivo: É importante ocupar nossa vida e tudo
o que se faz em coisas que valham a pena. Nada de ficar se preocupando e
perdendo tempo com miudezas e coisas pequenas. O Reino de Deus e o sentido da
vida vão muito além do que as realidades terrestres que são passageiras e só
ganham importância quando realizadas na perspectiva de eternidade.
Jesus confirma exatamente o que o Moisés havia dito lá no Antigo
Testamento. Ele fala com o coração e por isso tem sua autoridade reconhecida em
grau muito superior do que os ensinamentos dos fariseus e entendidos em leis da
sua época.
A palavra de Jesus vence todas as forças que diminuem e estragam a vida
das pessoas e a sua dignidade. A ação de Jesus liberta e aponta para um tipo de
combate que não se limita a leis e normas. Neste sentido os bispos do Brasil
apontam o caminho da Igreja dedicando um ano especial ao serviço dos leigos na
Igreja e no mundo. A Igreja com todos os seus membros são chamados a ser “Sal
da terra e luz do mundo”, em outras palavras a ensinar com o coração.
A oração que se faz depois da comunhão reforça esse pedido: “Que o
alimento recebido ajude todos a progredir na verdadeira fé”. Que os cristãos
aprendam pela oração e pela palavra não se deixar enganar pelos discursos
bonitos e não percam a indignação diante daqueles que governam e ensinam sem
autoridade.
Autoridade, liderança, ideal, compromisso e responsabilidade são realidades que precisamos colocar como espelho para vermos, de fato, o que e quem somos em nossos ambientes. A realidade dói, mas só se converte quem se dispõe a se olhar no espelho com consciência moral, social e teológica. Obrigado Pe. Élcio, que o bom Deus o abençoe!
ResponderExcluir